Renovação do sector vestuário e têxtil
Sócrates na apresentado do plano estratégico 2007/2013.
José Sócrates assistiu hoje à apresentação de um plano para revitalizar a indústria têxtil de modo a garantir a sobrevivência do sector, tendo garantido o apoio do Governo.
O primeiro-ministro, que foi convidado de honra esta manhã em Famalicão, elogiou a iniciativa dos empresários têxteis e garantiu o total apoio do Governo para ultrapassar as incertezas e a instabilidade dos mercados internacionais..
Apostar na diferença e modernizar. Estes são alguns dos caminhos apontados pelo plano estratégico para vestuário e têxtil português 2007/2013, apresentado pela associação empresarial do sector.
Em 2007 as exportações do sector aumentaram 4,2%, mas as preocupações dos empresários ainda não diminuíram, pois estão preocupados com a crise internacional.
O plano estratégico do sector têxtil 2007/2013 recomenda aposta na diferença. Inclui recomendações para as empresas, para o governo e para os centros de competências do sector e é tornado público num concelho do distrito de Braga, que segundo números de Janeiro tem uma taxa de desemprego de 14%, o dobro da média nacional.
Encomendado pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) e desenvolvido pelo economista Daniel Bessa e pelo director geral da ATP Paulo Vaz, o documento "aponta os grandes caminhos que o sector irá trilhar para se manter competitivo no exigente quadro concorrencial do mercado global em que se insere".
O plano, que se pretende interligado com o Quadro de Referencia Estratégico Nacional (QREN), apresenta como principal ideia a criação de um "megacluster" entre Portugal e a Galiza, "aproveitando as sinergias e complementaridade da moda e da tradição da indústria das duas regiões".
O presidente da ATP, Paulo Nunes de Almeida, referiu que o plano estratégico 2007/2013 é uma actualização do plano já delineado em 2002 e pretende adaptar a estratégia do têxtil "aos novos desafios da globalização e à crescente concorrência internacional verificada no sector".
"Apesar de ter um carácter global, o plano apresenta um conjunto de sugestões para o Estado, para os centros de competência e para as empresas. Depois, cada empresa deverá adaptar o plano às suas necessidades e à sua realidade em concreto, seguindo uma estratégia individualizada", explicou o presidente da ATP.
De acordo com dados do presidente da ATP, "ao fim de vários anos de redução acentuada" de mão-de-obra, o sector têxtil registou "um crescimento de quatro por cento nas suas exportações", ganhando quotas de mercado em países como Espanha, Alemanha, Brasil e China.
"Os resultados de 2007 provam que houve no sector um aumento da produtividade e um maior valor acrescentado na produção", apontou Paulo Nunes de Almeida.
Face à evolução verificada no ano passado, o presidente da ATP disse acreditar que "a grande redução" em termos de empregos "já foi ultrapassada", embora saliente que o sector têxtil "tenha de continuar no futuro a acompanhar a evolução dos mercados".
Para futuro, segundo Paulo Nunes de Almeida, as vias para tornar viável o sector passam pelas apostas "na inovação, no aumento da mais valia dos produtos, na internacionalização e na valorização dos recursos humanos".
"A par da necessidade de uma renovação de quadros, vamos continuar a investir, não já tanto em bens de natureza corpórea, mas, sobretudo, em markting, na investigação para o desenvolvimento de novos produtos e na valorização dos recursos humanos", acrescentou.
Lusa