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«A sala magenta», novo romance de Mário de Carvalho
«A sala magenta», o mais recente romance de Mário de Carvalho, a lançar em breve, fala de gente de aqui e de agora, de gente - nas palavras do autor - «que se equivoca, que sofre, que se apaixona desvairadamente».
É gente real sob a capa da ficção, «gente - diz o romancista à Agência Lusa - forçada a reconhecer que não está acima das circunstâncias do seu tempo».
Não há em «A sala magenta» alegoria alguma, o livro não é um «roman à clef» (romance com chave) - desengane-se quem assim pense. Mário de Carvalho é, também a este propósito, peremptório: «Quando quero sustentar ideias, escrevo artigos. Quando quero mandar mensagens, vou aos correios. Quando quero dar recados, aviso. Se me desse para alegorizar, fechava-me em casa e não confessava a ninguém, até que me passasse».
O escritor quis fazer obra de ficção, apenas ficção, sem mais, sem sentidos ocultos - e a advertência e a epígrafe lá estão, nas primeiras páginas do livro, a prevenir incautos.
«Eu quis - disse à Lusa - escrever o romance de uma paixão devastadora, imperiosa e obsessiva, que assombra para além da morte. E quis começar a construir um universo ficcional povoado de homens mal amados».
Um desses homens, central na história, é Gustavo Miguel, realizador de cinema, vítima de uma agressão recente que o mantém profissionalmente inactivo, dependente dos cuidados da irmã, Marta.
Mulheres no horizonte de afectos do realizador há várias. Uma delas, Maria Alfreda, com presença dominante, uma sua quase obsessão.
Várias as mulheres, são também vários os cenários do livro: há uma lagoa, uma floresta e uma sala magenta, a do título, em cujo vestíbulo repousa uma intrigante «pequena pistola niquelada» a que ninguém, nunca, dará uso.
Observa Mário de Carvalho: «Ele [o realizador] bem pensa que a pistola venha a ter uma utilização, um tanto romanesca. Que haja um determinado 'pay-off', após um 'setup', para usar a linguagem do guionismo».
No livro, a páginas 13, Gustavo pensa: «Hei-de morrer com um tiro daquela arma». Mas não acontecerá assim e a explicação dá-a Mário de Carvalho nestes termos: «O autor não é obrigado a obedecer aos presságios das personagens, a não ser em filmes de Hollywood».
A par de Gustavo, Marta e Maria Alfreda, há mais gente em campo, «gente boa e gente má - descreve o autor -, uma teia de vivências desencontradas, de gestos em falso, de desconsolada inanidade».
O livro, na síntese de Mário de Carvalho, um dos nomes de referência da novelística portuguesa da actualidade, é «sobre a relação sobremaneira equivocada e frustrante entre homens e mulheres. Sobre o desconsolo. Sobre a tristeza. Sobre todos nós».
«Trata - esclarece - da condição de qualquer de nós, 'bicho da terra, vil e tão mesquinho', como Camões, se não estou em erro. E fala das relações entre homens e mulheres, ponto de desencontros, nó de equívocos, feira de perplexidades, saco de gatos, poço de lacraus, etc.»
E como se fala desses homens e dessas mulheres? Responde o autor: «Sem o ingrediente da fantasia ou da ironia, ou do sarcasmo ou da cor histórica, e sem o traço grosso da caricatura».
«A sala magenta» é um novo título da colecção «Campo da Palavra», da editorial Caminho.
«A sala magenta», o mais recente romance de Mário de Carvalho, a lançar em breve, fala de gente de aqui e de agora, de gente - nas palavras do autor - «que se equivoca, que sofre, que se apaixona desvairadamente».
É gente real sob a capa da ficção, «gente - diz o romancista à Agência Lusa - forçada a reconhecer que não está acima das circunstâncias do seu tempo».
Não há em «A sala magenta» alegoria alguma, o livro não é um «roman à clef» (romance com chave) - desengane-se quem assim pense. Mário de Carvalho é, também a este propósito, peremptório: «Quando quero sustentar ideias, escrevo artigos. Quando quero mandar mensagens, vou aos correios. Quando quero dar recados, aviso. Se me desse para alegorizar, fechava-me em casa e não confessava a ninguém, até que me passasse».
O escritor quis fazer obra de ficção, apenas ficção, sem mais, sem sentidos ocultos - e a advertência e a epígrafe lá estão, nas primeiras páginas do livro, a prevenir incautos.
«Eu quis - disse à Lusa - escrever o romance de uma paixão devastadora, imperiosa e obsessiva, que assombra para além da morte. E quis começar a construir um universo ficcional povoado de homens mal amados».
Um desses homens, central na história, é Gustavo Miguel, realizador de cinema, vítima de uma agressão recente que o mantém profissionalmente inactivo, dependente dos cuidados da irmã, Marta.
Mulheres no horizonte de afectos do realizador há várias. Uma delas, Maria Alfreda, com presença dominante, uma sua quase obsessão.
Várias as mulheres, são também vários os cenários do livro: há uma lagoa, uma floresta e uma sala magenta, a do título, em cujo vestíbulo repousa uma intrigante «pequena pistola niquelada» a que ninguém, nunca, dará uso.
Observa Mário de Carvalho: «Ele [o realizador] bem pensa que a pistola venha a ter uma utilização, um tanto romanesca. Que haja um determinado 'pay-off', após um 'setup', para usar a linguagem do guionismo».
No livro, a páginas 13, Gustavo pensa: «Hei-de morrer com um tiro daquela arma». Mas não acontecerá assim e a explicação dá-a Mário de Carvalho nestes termos: «O autor não é obrigado a obedecer aos presságios das personagens, a não ser em filmes de Hollywood».
A par de Gustavo, Marta e Maria Alfreda, há mais gente em campo, «gente boa e gente má - descreve o autor -, uma teia de vivências desencontradas, de gestos em falso, de desconsolada inanidade».
O livro, na síntese de Mário de Carvalho, um dos nomes de referência da novelística portuguesa da actualidade, é «sobre a relação sobremaneira equivocada e frustrante entre homens e mulheres. Sobre o desconsolo. Sobre a tristeza. Sobre todos nós».
«Trata - esclarece - da condição de qualquer de nós, 'bicho da terra, vil e tão mesquinho', como Camões, se não estou em erro. E fala das relações entre homens e mulheres, ponto de desencontros, nó de equívocos, feira de perplexidades, saco de gatos, poço de lacraus, etc.»
E como se fala desses homens e dessas mulheres? Responde o autor: «Sem o ingrediente da fantasia ou da ironia, ou do sarcasmo ou da cor histórica, e sem o traço grosso da caricatura».
«A sala magenta» é um novo título da colecção «Campo da Palavra», da editorial Caminho.