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A história da História

Satpa

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A história da História

O surgimento da História é equivalente ao da escrita, mas a consciência de estudar o passado ou de deixar para o futuro um registro da memória é uma elaboração mais complexa do que as anotações dos templos da Suméria[12].

As estelas e relevos comemorativas de batalhas na Mesopotâmia e no Egipto já são algo mais aproximado.

As demais civilizações asiáticas alcançaram a escrita e a história em seu próprio ritmo, pela compilação das suas fontes teológicas sob a forma de livros sagrados - por vezes com trechos históricos (como a Bíblia hebraica) ou sofisticações cronológicas (como os Vedas hindu) -, registram os seus próprios anais e finalmente a sua própria historiografia, em especial na China[13], que tem o seu Heródoto em Sima Qian ("Memórias históricas", 109 a.C. – 91 a.C.) e alcançou uma definição clássica história tipificada, oficial, com o Livro dos Han de Ban Gu (século I), que estabeleceu um padrão repetido sucessivamente pelos historiadores dos períodos seguintes, de vinte e cinco "histórias tipificadas" até 1928, data em que apareceu a última dessa monumental série.[14].

No continente americano, salvo a civilização Maia, não há textos, de forma alguma, comparáveis. No entanto, o desenvolvimento e a variedade que a historiografia alcançou na Civilização Ocidental é de um nível diferente a todas elas[15].


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Grécia

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Heródoto e Tucídides, opostos em um curioso mármore no Museu de Nápoles.

Os primeiros Gregos, que se interessaram sobretudo sobre os mitos de criação (os logógrafos), já praticavam a recitação dos eventos. A sua narração podia apoiar-se em escritos, como foi o caso de Hecateu de Mileto, na segunda metade do século VI a.C.. No século V a.C. Heródoto de Halicarnaso diferenciou-se deles pela sua vontade de distinguir o verdadeiro do falso; por isso, realizou a sua "investigação" (etimologicamente "História"). Uma geração mais tarde, com Tucídides, esta preocupação tornou-se crítica, com base na confrontação de diferentes fontes orais e escritas. A sua "História da Guerra do Peloponeso" pode ser vista como a primeira obra verdadeiramente historiográfica.

Os seguidores do novo género literário inaugurado por Heródoto e Tucídides foram muito numerosas na Grécia Antiga e, entre eles contam-se Xenofonte (autor do "Anábasis"), Posidónio Ctésias, Apolodoro de Artémis, Apolodoro de Atenas e Aristóbulo de Casandrea, entre outros (Ver literatura grega e historiografia helenística)

No século II a.C. Políbio, em sua obra "Pragmateia" (traduzido também como "História"), talvez tentando escrever uma obra de Geografia, abordou a questão da sucessão dos regimes políticos para explicar como é que o seu mundo entrou na órbita romana. Ele foi o primeiro a procurar causas intrínsecas para o desenvolvimento da história, mais do que evocar princípios externos. Nesta fase do período helenístico, a biblioteca e o Museu de Alexandria representavam o ápice do afã grego em preservar a memória do passado, o que significa a sua valorização como uma ferramenta útil para o presente e o futuro.


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Roma

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Tácito.

A civilização romana dispõe, à semelhança dos gregos Homero e Hesíodo, de mitos de origem recolhidos por Virgílio que os poetizou na Eneida como um elemento do programa ideológico desenhado por Augusto. Também, pelo menos desde a República, teve um cuidado especial pela recompilação de feitos em anais, a legislação escrita e os arquivos vinculados ao sagrado dos templos. Até às guerras púnicas a recompilação dos principais sucessos ocorridos estava a cargo dos pontífices, sob a forma de crónicas anuais.

A primeira obra histórica latina completa é "As Origens" de Catão, do século III a.C..

O contacto de Roma com o mundo Mediterrâneo, primeiro com Cartago, mas sobretudo com a Grécia, o Egipto e o Oriente, foi fundamental para ampliar a visão e utilidade do seu género histórico. Os historiadores (quer romanos quer gregos) acompanharam os exércitos nas campanhas militares, com o objectivo declarado de preservar a sua memória para a posteridade, de recolher informações úteis e de justificar as suas acções. A língua culta, o idioma grego, foi utilizado para este género, a par da mais sóbria, o Latim.

Salústio, o Tucídides romano, escreveu De Coniuratione Catilinae (A conjuração de Catilina, da qual foi contemporâneo, no ano de 63 a.C.). Faz um extenso relato das causas remotas da conjuração, assim como das ambições de Catilina, retractado como um nobre degenerado e sem escrúpulos. Em Bellum Ingurthinum (“A Guerra de Yugurta” rei dos númidas, 111 a.C. – 105 a.C.), denuncia um escândalo colonial. Historiae foi a sua obra mais ambiciosa e madura, parcialmente conservada que abrange, em cinco livros, os doze anos transcritos após a morte de Sila em 78 a.C. até 67 a.C..

Não é a precisão histórica que lhe interessa e sim a narração de alguns factos com as suas causas e consequências, assim como a oportunidade de esclarecer o processo de degeneração em que a República se viu imersa. Além dos indivíduos, o objecto da sua observação centra-se nas classes sociais e nas facções políticas: idealiza um passado virtuoso, e detecta um processo de decadência que atribui aos vícios morais, à discórdia social e ao abuso do poder pelas diferentes facções políticas.

Júlio César com o seu "Commentarii Rerum Gestarum", acerca de duas das maiores operações militares que conduziu, as Guerras da Gália (58 a.C. – 52 a.C.) (De Bello Gallico) e a guerra civil (49 a.C. – 48 (De Bello Civili).

Tito Lívio (59 a.C. – 17), com os cento e quarenta e dois livros de "Ab Urbe Condita", divididos em grupos de dez livros, conhecidos como "Décadas", actualmente perdidos em sua maior parte, escreveu uma grande História nacional, cujo único tema é Roma ("fortuna populi romani"), e cujos únicos actores são o Senado e as pessoas de Roma ("senatus populus que romanus", SPQR). O seu objectivo geral é ético e didáctico; os seus métodos foram os do grego Isócrates do século IV a.C.: é dever da História dizer a verdade e ser imparcial, mas a verdade deve apresentar-se de uma maneira elaborada e literária. Ele utilizou como fonte os primeiros analistas e Políbio, mas o seu patriotismo levou-o a distorcer a realidade em detrimento do exterior e a um espírito crítico pobre. É um historiador de gabinete, não viaja nem conhece pessoalmente os cenários dos eventos que descreve.

Tácito (55 - 120), o grande historiador do Império sob os Flávios, é, acima de tudo, um investigador das causas.

A lista de historiadores da época romana é vasta, tanto em língua latina (Plínio, o velho, Suetónio e outros[16] ou grega (Estrabão, Plutarco).

Na decadência de Roma, o Cristianismo virá a dar uma mudança metodológica radical, introduzindo o providencialismo de Agostinho de Hipona. É exemplo Orósio, presbítero hispânico de Braga ("Historiae adversum paganus").

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Idade Média

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O venerável Beda.

A historiografia medieval é feita principalmente por hagiógrafos, cronistas, membros do clero episcopal próximos ao poder, ou pelos monges.

Escrevem-se genealogias, áridos anais, listas cronológicas de acontecimentos ocorridos nos reinados dos seus soberanos (anais reais) ou da sucessão de abades (anais monásticos); "vidas" (biografias) de carácter edificante, como as dos santos Merovíngios, ou, mais tarde, dos reis da França), e "histórias" que contam o nascimento de uma nação cristã, exaltam uma dinastia ou, inversamente, fustigam os ignóbies de uma perspectiva religiosa.

Esta história, de que são exemplos Beda, o venerável ("Historia Ecclesiastica Gentis Anglorum", século VIII) ou Isidoro de Sevilha ("Etimologias" e "Historia Gothorum"), é providencialista, de inspiração agostiniana, e circunscreve as acções dos homens nos desígnios de Deus.

É preciso esperar até ao século XIV para que os cronistas se interessem pelo povo, o grande ausente da produção deste período, como por exemplo, a do francês Jean Froissart ou do florentino Matteo Villani.


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Idade Moderna

Idade Moderna

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Folha de rosto de As vidas, de Giorgio Vasari.

Durante o Renascimento, o Humanismo trouxe um gosto renovado pelo estudo dos textos antigos, gregos ou latinos, mas também pelo estudo de novos suportes: as inscrições (epigrafia); as moedas (numismática) ou as cartas, diplomas e outros documentos (diplomática). Estas novas ciências auxiliares da era moderna contribuíram para enriquecer os métodos dos historiadores: em 1681 Dom Mabillon indicou os critérios para determinar a autenticidade de um registro, pela comparação de diferentes fontes em "De Re Diplomática". Em Nápoles, mais de duzentos anos antes, Lorenzo Valla, a serviço de Afonso V de Aragão tinha conseguido demonstrar a falsidade da Doação de Constantino. Giorgio Vasari com a obra "As vidas" ofereceu, por sua vez, uma fonte e um método historiográfico para a História da Arte.

Neste período a história não é diferente da geografia e nem mesmo das ciências naturais. É dividida em duas partes: a história geral (actualmente denominada simplesmente como "história") e a história natural (actualmente as ciências naturais e a geografia). Este sentido amplo de história pode ser explicado pela etimologia da palavra (ver História).

A questão da unidade do reino que se colocou pelas guerras de religião na França no século XVI, deu origem a trabalhos de historiadores que pertencem à corrente chamada de "história perfeita", que mostra que a unidade política e religiosa da França moderna é necessária, ao derivar-se de origens Gaulesas (Etienne Pasquier, "Recherches de la France"). O providencialismo de autores como Jacques-Bénigne Bossuet ("Discurso sobre a história universal", 1681), tende a desvalorizar o significado de qualquer mudança histórica.

Ao mesmo tempo, a história se mostra como um instrumento de poder: põe-se ao serviço dos príncipes, desde Nicolau Maquiavel até aos panegiristas de Luís XIV de França, entre os quais se incluiu Jean Racine.


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