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Air Macau anuncia reembolso de bilhetes para Japão em momento de tensão sino-nipónica
Decisão surge após Pequim desaconselhar deslocações ao país.
A Air Macau anunciou este domingo o reembolso ou troca de bilhetes para o Japão, após Pequim desaconselhar deslocações ao país na sequência de declarações da líder nipónica sobre uma eventual intervenção japonesa num conflito com Taiwan.
A Air Macau segue o exemplo de várias companhias aéreas chinesas - Air China, China Southern, China Eastern, Spring Airlines, Juneyao Airlines ou Sichuan Airlines - que anunciaram, nas últimas horas, medidas para facilitar trocas e reembolsos para passageiros com voos para o Japão, devido à deterioração do ambiente de segurança.
Num comunicado divulgado no portal da companhia de bandeira de Macau, a empresa anunciou que as passagens podem ser trocadas ou o dinheiro devolvido, aplicando-se a medida a bilhetes emitidos antes de 15 de novembro e com datas de viagem entre esse mesmo dia e 31 de dezembro de 2025.
Macau pediu no sábado à noite aos residentes e turistas do território no Japão para elevarem o estado de alerta, depois de Pequim ter desaconselhado, um dia antes, deslocações ao país.
O aviso da Direção dos Serviços de Turismo de Macau (DST), lê-se num comunicado, surge após "o alerta emitido recentemente pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, relativo à deslocação de cidadãos chineses ao Japão, dado que a partir de meados deste ano, a tendência de ocorrência de ataques no Japão contra cidadãos chineses tem vindo a aumentar".
"A DST mantém-se atenta à situação", acrescenta-se na nota, que pede ainda aos residentes do território para estarem a par das últimas atualizações na página eletrónica do Turismo de Macau e dos serviços consulares chineses no Japão.
O alerta da diplomacia chinesa foi emitido numa altura em que as tensões entre Pequim e Tóquio voltaram a agravar-se, após declarações da primeira-ministra nipónica, Sanae Takaichi.
Há uma semana, Takaichi afirmou no parlamento que, se uma situação de emergência em Taiwan implicasse "o envio de navios de guerra e o recurso à força, isso poderia constituir uma ameaça à sobrevivência do Japão".
"Temos de considerar o pior cenário", acrescentou.
As declarações foram amplamente interpretadas como uma indicação de que um ataque a Taiwan poderia justificar o apoio militar de Tóquio à ilha.
De acordo com a legislação japonesa, o país só pode intervir militarmente em determinadas condições, nomeadamente em caso de ameaça existencial - Taiwan fica apenas a 100 quilómetros da ilha japonesa mais próxima.
Na sexta-feira, Pequim anunciou ter convocado o embaixador japonês, considerando "extremamente graves" as declarações de Sanae Takaichi.
O Japão afirmou ter feito o mesmo com o embaixador da China, após uma ameaça considerada "extremamente inadequada" por parte do cônsul-geral da China em Osaca, Xue Jian. Numa mensagem entretanto apagada da rede social X, Xue ameaçou "cortar a cabeça suja sem a menor hesitação" de Takaichi.
Tóquio afirmou na sexta-feira que a posição sobre Taiwan permanecia inalterada e defendeu "a paz e a estabilidade".
Taiwan é uma ilha com Governo próprio desde 1949, que a China considera uma "província rebelde" e parte inalienável de território chinês, tendo ameaçado várias vezes recorrer à força para alcançar a reunificação.
Apesar de ter reconhecido a República Popular da China como o único Governo legítimo em 1972, o Japão mantém relações não oficiais com Taipé, e já o antigo primeiro-ministro Shinzo Abe (1954-2022) defendeu publicamente que qualquer invasão da ilha justificaria uma resposta militar japonesa, no quadro do acordo de segurança com os Estados Unidos.
Correio da Manhã
Decisão surge após Pequim desaconselhar deslocações ao país.
A Air Macau anunciou este domingo o reembolso ou troca de bilhetes para o Japão, após Pequim desaconselhar deslocações ao país na sequência de declarações da líder nipónica sobre uma eventual intervenção japonesa num conflito com Taiwan.
A Air Macau segue o exemplo de várias companhias aéreas chinesas - Air China, China Southern, China Eastern, Spring Airlines, Juneyao Airlines ou Sichuan Airlines - que anunciaram, nas últimas horas, medidas para facilitar trocas e reembolsos para passageiros com voos para o Japão, devido à deterioração do ambiente de segurança.
Num comunicado divulgado no portal da companhia de bandeira de Macau, a empresa anunciou que as passagens podem ser trocadas ou o dinheiro devolvido, aplicando-se a medida a bilhetes emitidos antes de 15 de novembro e com datas de viagem entre esse mesmo dia e 31 de dezembro de 2025.
Macau pediu no sábado à noite aos residentes e turistas do território no Japão para elevarem o estado de alerta, depois de Pequim ter desaconselhado, um dia antes, deslocações ao país.
O aviso da Direção dos Serviços de Turismo de Macau (DST), lê-se num comunicado, surge após "o alerta emitido recentemente pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, relativo à deslocação de cidadãos chineses ao Japão, dado que a partir de meados deste ano, a tendência de ocorrência de ataques no Japão contra cidadãos chineses tem vindo a aumentar".
"A DST mantém-se atenta à situação", acrescenta-se na nota, que pede ainda aos residentes do território para estarem a par das últimas atualizações na página eletrónica do Turismo de Macau e dos serviços consulares chineses no Japão.
O alerta da diplomacia chinesa foi emitido numa altura em que as tensões entre Pequim e Tóquio voltaram a agravar-se, após declarações da primeira-ministra nipónica, Sanae Takaichi.
Há uma semana, Takaichi afirmou no parlamento que, se uma situação de emergência em Taiwan implicasse "o envio de navios de guerra e o recurso à força, isso poderia constituir uma ameaça à sobrevivência do Japão".
"Temos de considerar o pior cenário", acrescentou.
As declarações foram amplamente interpretadas como uma indicação de que um ataque a Taiwan poderia justificar o apoio militar de Tóquio à ilha.
De acordo com a legislação japonesa, o país só pode intervir militarmente em determinadas condições, nomeadamente em caso de ameaça existencial - Taiwan fica apenas a 100 quilómetros da ilha japonesa mais próxima.
Na sexta-feira, Pequim anunciou ter convocado o embaixador japonês, considerando "extremamente graves" as declarações de Sanae Takaichi.
O Japão afirmou ter feito o mesmo com o embaixador da China, após uma ameaça considerada "extremamente inadequada" por parte do cônsul-geral da China em Osaca, Xue Jian. Numa mensagem entretanto apagada da rede social X, Xue ameaçou "cortar a cabeça suja sem a menor hesitação" de Takaichi.
Tóquio afirmou na sexta-feira que a posição sobre Taiwan permanecia inalterada e defendeu "a paz e a estabilidade".
Taiwan é uma ilha com Governo próprio desde 1949, que a China considera uma "província rebelde" e parte inalienável de território chinês, tendo ameaçado várias vezes recorrer à força para alcançar a reunificação.
Apesar de ter reconhecido a República Popular da China como o único Governo legítimo em 1972, o Japão mantém relações não oficiais com Taipé, e já o antigo primeiro-ministro Shinzo Abe (1954-2022) defendeu publicamente que qualquer invasão da ilha justificaria uma resposta militar japonesa, no quadro do acordo de segurança com os Estados Unidos.
Correio da Manhã
