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Caleb Mwangi foi agredido brutalmente na sua escola, no Quénia, depois de ter tirado mais comida do que deveria para o seu pequeno-almoço. A agressão foi tão violenta, que o jovem teve de ser colocado em coma e passou onze dias numa unidade de cuidados intensivos.
"Tinha tanta fome que peguei em cinco chapatis e comi-os com chá", conta Caleb.
O acidente aconteceu há dois anos mas Caleb guarda, ainda hoje, as cicatrizes mentais e físicas do susto que viveu.
Os castigos corporais têm um longo historial no Quénia, remetendo para o tempo em que os missionários e os colonizadores recorriam a eles para afirmarem a sua autoridade.
Um inquérito levado a cabo pela associação Violência Contra as Crianças, concluiu que em 2019 mais de metade das pessoas entre os 18 e 24 anos, no Quénia, concordavam que os professores precisavam de recorrer à força para impor a sua autoridade. Caleb terá sido uma das várias vítimas desse pensamento.
Caleb recorda que, no seu caso, foi a diretora do Centro de Educação de Gremon, em Bamburi, quem lhe bateu em primeiro lugar. Depois ordenou que outros estudantes continuassem o castigo. A mulher nega e diz que não estava na escola na altura dos acontecimentos.
Nancy Gachewa e um estudante mais velho, Idd Salim, foram detidos e acusados de agressão e de causar lesões corporais graves. Salim foi condenado a quatro anos de prisão no ano passado e, num acordo judicial, testemunhou contra Nancy Gachewa em tribunal. O processo contra ela continua.
Embora o caso de Caleb seja horrível, está longe de ser único. Um funcionário da Teachers Service Commission (TSC), uma organização independente que gere todos os aspectos da profissão de professor no Quénia, falou à BBC Africa Eye sob condição de anonimato e revelou que o numero de casos de agressões a alunos, nos últimos anos, quadriplicou. A maioria deles nunca são reportados.
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