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Amnistia acusa regime sírio de lucrar com desaparecimento de cidadãos

kokas

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Set 27, 2006
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A política de "desaparecimentos forçados" na Síria levou a um mercado negro de extorsão das famílias

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A Amnistia Internacional acusa o regime sírio de beneficiar de crimes contra a humanidade através de uma política de desaparecimentos forçados que deu origem a um mercado negro de extorsão de quem procura saber o paradeiro dos familiares."Entre a prisão e a sepultura: Desaparecimentos forçados na Síria", num novo relatório da organização internacional de defesa dos direitos humanos divulgado hoje, revela-se que o regime de Bashar al-Assad "beneficia de uma política generalizada e sistemática de desaparecimentos forçados".


A uma escala que a Amnistia Internacional (AI) qualifica de angustiante, pelo menos 65.000 pessoas desapareceram às mãos de agentes do Estado sírio desde 2011, 58.000 das quais civis, segundo números da rede síria de direitos humanos citados no relatório.Esses desaparecidos são normalmente mantidos em celas sobrelotadas com condições degradantes, acabando por morrer de doenças, torturas ou execuções extrajudiciais.Segundo o documento, a elevada frequência dos desaparecimentos deu origem a um mercado negro de intermediários que exigem dinheiro "aos familiares que tentam desesperadamente saber o paradeiro dos entes queridos ou sequer se ainda estão vivos".Esses pagamentos vão de centenas a dezenas de milhares de dólares e tornaram-se uma "parte importante" da economia e "uma fonte inesgotável de recursos para o regime".
Para as famílias são quase sempre o único recurso, mesmo que a informação por que pagam acabe muitas vezes por ser falsa, uma vez que os familiares que abordam diretamente as autoridades para saber de desaparecidos acabam frequentemente por ser eles próprios detidos e desaparecer.
O relatório cita um caso "particularmente chocante": Rania al-Abbasi, dentista, foi detida em 2013 com os seis filhos, com idades entre os dois e os 14 anos, um dia depois de o marido ter sido levado pela polícia da casa da família. Até hoje não houve qualquer notícia de nenhum dos oito membros da família."Os desaparecimentos forçados integram-se num ataque friamente calculado e generalizado contra a população civil. Estes são crimes contra a humanidade, parte de uma campanha cuidadosamente orquestrada para espalhar o terror e esmagar o menor sinal de dissidência no país", disse Philip Luther, diretor da AI para o Médio Oriente e o Norte de África, citado num comunicado à imprensa."Este relatório descreve com doloroso pormenor a dor e o trauma das famílias de dezenas de milhares de pessoas que desapareceram sem deixar rasto na Síria e da cruel extorsão de que são alvo por interesse financeiro", acrescentou.O relatório indica que entre os que desaparecem figuram opositores, manifestantes, ativistas dos direitos humanos, jornalistas, médicos e pessoal humanitário, mas também, sobretudo nos últimos dois anos, vítimas de meros ajustamentos de contas.


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