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O antigo líder da União Geral de Trabalhadores (UGT) e político José Manuel Torres Couto, de 78 anos, sofreu um violento acidente rodoviário, que o deixou tetraplégico, há cerca de duas semanas, no final de outubro, na autoestrada do sul, enquanto fazia uma viagem entre Setúbal e Lisboa.
O fundador da UGT e primeiro secretário-geral da central sindical, contou tudo à TVI, numa reportagem sobre acidentes rodoviários, emitida na noite de terça-feira, 11 de novembro.
O carro onde seguia Torres Couto foi abalroado por um BMW que era conduzido a 180 km/h na A2, sob condições adversas.
"Eu estava na faixa do meio e começou a chover imenso. Quem estava a conduzir era a minha mulher e eu até disse para ela abrandar, mas ela ia a 90km/h. Nesse instante, vem um BMW, o condutor perde controlo e bate na nossa traseira. Deslizamos em piões", começou por dizer, acrescentando que o homem que provocou o acidente ou distraiu-se ou ia ao telemóvel.
O embate foi violento e o cinto de segurança, apesar de o ter salvado, deixou-o paralisado. "No momento em que batemos, eu senti que foi o cinto de segurança que me prendeu e eu fiquei logo tetraplégico", considerou.
A sua primeira preocupação, após o acidente, foi perceber se a mulher estava viva. Ao vê-la fora do carro ficou mais descansado. Mas aí, percebeu que não se conseguia mover. "Perdi tudo, pensei que morreria naquele instante", confessou.
Ao entrar para a ambulância ainda foi surpreendido pelo indivíduo que provocou o acidente a pedir-lhe perdão.
"Ao princípio, a minha vontade era morrer, mas agora faço tudo. Com dor, com lágrimas, com um sofrimento horrível, mas faço tudo para melhorar os meus movimentos. Tento lutar porque a minha família está desesperada com a situação com a qual me encontro", admitiu o histórico líder da UGT.
Torres Couto foi o fundador da UGT
José Manuel Torres Couto, de 78 anos, foi o fundador da UGT e o primeiro secretário-geral da central sindical.
Depois de 17 anos dedicado à causa sindical, Torres Couto abraçou alguns desafios políticos, tendo sido eurodeputado do Partido Socialista (PS).
Desde que deixou a política reduziu também a sua vida pública. No entanto, em setembro deste ano, um mês antes do acidente que lhe viria a mudar a vida, juntou-se Manuel Carvalho da Silva, histórico líder da CGTP, para pedir uma ação conjunta das centrais sindicais para que exerçam a sua influência junto dos partidos de oposição ao Governo de Luís Montenegro quanto ao pacote de leis no que toca à revisão do Código de Trabalho.
"Só a unidade na ação de todos estes trabalhadores na luta de defesa dos seus direitos pode parar esta ofensiva", declaram na altura, antes do Orçamento de Estado para 2026 (OE2026) ser aprovado.
Nasceu no Porto, numa família de recursos modestos
O antigo sindicalista, segundo a Infopedia, nasceu em 1947, no Porto, no seio de uma família "de recursos modestos".
Concluiu os estudos secundários já como trabalhador-estudante. Tendo cumprido uma parte do serviço militar na Guiné, trabalhou na Companhia de Seguros Império, onde foi eleito, em 1975, delegado sindical.
No ano seguinte foi nomeado para a direção do Sindicato dos Trabalhadores de Seguros do Sul e Ilhas.
Em 1978, Torres Couto cofundou a UGT, assumindo a função de secretário-geral no ano seguinte. Foi ainda deputado do Parlamento Europeu, eleito pelo PS em 1989 e reeleito em 1994.
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