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Antigo presidente da Liga Portuguesa de Futebol apanhado em escutas durante investigação 'Apito Dourado'
Escutas a Valentim Loureiro revelaram ligações perigosas na Justiça, no futebol e na política.
Foi na terça-feira seguinte à morte do jogador Miklós Fehér, do Benfica, em 2004, que Teófilo Santiago foi confrontado com o processo ao qual foi dado depois o nome de ‘Apito Dourado’. No livro ‘Insubmisso’ - cujos excertos o Correio da Manhã revela -, o antigo inspetor recorda que Valentim Loureiro foi apanhado numa escuta com o secretário de Estado da Justiça, Miguel Macedo. “No diálogo, o primeiro insistia (exigia) que o Dr. Macedo soubesse, junto da PJ e com rapidez, das causas e circunstâncias da morte do Fehér”, lembra Teófilo.
É nesta mesma conversa que Valentim Loureiro fala do “homem de Leiria, que tinham posto na PJ”. Ligações perigosas que ficaram depois claras nas buscas. “Entre o surpreso e o indignado, Valentim Loureiro vociferava e questionava os investigadores sobre se sabiam o que se estava a passar. Em seguida, fez várias tentativas de telefonemas não atendidos. Essas três tentativas de telefonemas tinham como destinatário o diretor da DCICEF”, recorda o ex-inspetor, na altura na direção da PJ do Porto.
No ‘Apito Dourado’ investigava-se a corrupção no futebol. Valentim Loureiro tinha sido presidente da Liga Portuguesa de Futebol e também do Boavista. “O telemóvel de Valentim Loureiro era explosivo. As escutas revelavam a velha central de favores no futebol, centrada no major, em Pinto da Costa e numa plêiade de figuras secundárias, mas também na política. De telemóvel na mão, o major era um verdadeiro furacão na velha arte portuguesa de pedir um jeitinho”, lembra Eduardo Dâmaso, jornalista e coautor da obra, que é hoje apresentada na Feira do Livro de Lisboa.
Surgiram depois inúmeras pressões e a direção da PJ do Porto, encabeçada por Artur Oliveira, caiu. “Um dia negro” para o ex-inspetor. “Esse assédio foi-se agravando e tornando mais áspero, até que chegou em termos de ultimato. O diretor nacional referia, expressamente, que o senhor primeiro-ministro, Dr. Durão Barroso, queria/exigia saber, até ao fim desse dia, quem eram e o grau de envolvimento dos políticos do seu Governo que teriam sido escutados em conversas com o major”, conta Teófilo.
Correio da Manhã

Escutas a Valentim Loureiro revelaram ligações perigosas na Justiça, no futebol e na política.
Foi na terça-feira seguinte à morte do jogador Miklós Fehér, do Benfica, em 2004, que Teófilo Santiago foi confrontado com o processo ao qual foi dado depois o nome de ‘Apito Dourado’. No livro ‘Insubmisso’ - cujos excertos o Correio da Manhã revela -, o antigo inspetor recorda que Valentim Loureiro foi apanhado numa escuta com o secretário de Estado da Justiça, Miguel Macedo. “No diálogo, o primeiro insistia (exigia) que o Dr. Macedo soubesse, junto da PJ e com rapidez, das causas e circunstâncias da morte do Fehér”, lembra Teófilo.
É nesta mesma conversa que Valentim Loureiro fala do “homem de Leiria, que tinham posto na PJ”. Ligações perigosas que ficaram depois claras nas buscas. “Entre o surpreso e o indignado, Valentim Loureiro vociferava e questionava os investigadores sobre se sabiam o que se estava a passar. Em seguida, fez várias tentativas de telefonemas não atendidos. Essas três tentativas de telefonemas tinham como destinatário o diretor da DCICEF”, recorda o ex-inspetor, na altura na direção da PJ do Porto.
No ‘Apito Dourado’ investigava-se a corrupção no futebol. Valentim Loureiro tinha sido presidente da Liga Portuguesa de Futebol e também do Boavista. “O telemóvel de Valentim Loureiro era explosivo. As escutas revelavam a velha central de favores no futebol, centrada no major, em Pinto da Costa e numa plêiade de figuras secundárias, mas também na política. De telemóvel na mão, o major era um verdadeiro furacão na velha arte portuguesa de pedir um jeitinho”, lembra Eduardo Dâmaso, jornalista e coautor da obra, que é hoje apresentada na Feira do Livro de Lisboa.
Surgiram depois inúmeras pressões e a direção da PJ do Porto, encabeçada por Artur Oliveira, caiu. “Um dia negro” para o ex-inspetor. “Esse assédio foi-se agravando e tornando mais áspero, até que chegou em termos de ultimato. O diretor nacional referia, expressamente, que o senhor primeiro-ministro, Dr. Durão Barroso, queria/exigia saber, até ao fim desse dia, quem eram e o grau de envolvimento dos políticos do seu Governo que teriam sido escutados em conversas com o major”, conta Teófilo.
Correio da Manhã