- Entrou
- Out 11, 2006
- Mensagens
- 39,084
- Gostos Recebidos
- 481

Apenas dez por cento dos 600 mil portugueses, na sua maioria mulheres, que sofrem de incontinência urinária recorrem a ajuda médica, segundo dados da Associação Portuguesa de Urologia (APU) hoje revelados.
De acordo com a APU, «estudos realizados na população portuguesa apontam para a existência de 600 mil incontinentes nos diferentes segmentos etários».
As mulheres portuguesas são as mais afectadas por esta doença (40 por cento), sendo que no grupo etário entre os 45 e os 65 anos a proporção de casos de incontinência urinária é de três mulheres para cada homem.
O presidente da Associação Portuguesa de Neuro-Urologia e Uro-Ginecologia, Paulo Dinis, alerta que «a percentagem de doentes que recorrem ao médico por problemas de incontinência comparada com a percentagem dos que se automedicam ou auto-protegem é de apenas 10 por cento, o que é grave».
«Hoje dispomos de armas terapêuticas capazes de curar ou controlar a maior parte das situações. Por este motivo os doentes devem procurar ajuda e perceber que a incontinência urinária corresponde a uma situação clínica com tratamento, sobretudo se abordada na fase inicial», defende.
O especialista refere que a «incontinência urinária, sobretudo na mulher, é um grave problema cultural».
«Como a mãe e a avó também sofreram da mesma doença, assume-se a incontinência urinária como uma herança. O factor familiar expõe a ideia de que é algo natural e, por isso, deve ser encarado como um fardo. Assim a mulher vai protelando a solução e tenta adaptar o seu dia a dia, até ao ponto em que começa a estar atada e condicionada por esta situação», refere o especialista.
A incontinência urinária resulta da incapacidade em armazenar e controlar a saída da urina. «Como se trata de um assunto que toca a intimidade da pessoa, a incontinência urinária ainda é encarada como um tabu que condiciona a vida do doente a vários níveis: pessoal, familiar, social e laboral», defende o especialista.
A Semana da Incontinência Urinária, que afecta mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo, é assinalada entre segunda-feira e dia 21 de Março.
Sol/Lusa