Portal Chamar Táxi

"APITO DOURADO" Colocar aqui tudo relacionado c/ o tema pf.

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Apito Dourado ficou encharcado esta manhã

O início da sessão desta terça-feira do julgamento do caso Apito Dourado, a decorrer no Tribunal de Gondomar, foi atrasado devido à queda de chuva dentro da sala de audiências.

A mesa do juiz da sala de audiências, onde habitualmente decorre este julgamento, tinha hoje três baldes azuis, «estrategicamente colocados» para suster a água que cai do tecto.

Apesar da quantidade de água ser reduzida e pouco visível o juiz Carneiro da Silva, que preside ao julgamento, apenas comunicou cerca das 10:20 a sua intenção de dar início à sessão.

«Porque a queda de água não influencia o início do julgamento, provavelmente devido à diminuição da queda de chuva, dar-se-á início à sessão», disse o juiz.

Cerca das 10:00 era ainda desconhecido se Pimenta Machado, ex-presidente do Vitória de Guimarães, iria testemunhar hoje, uma vez que ainda não tinha chegado ao tribunal.

O processo «Apito Dourado», que incluiu investigações a alegados casos de corrupção e tráfico de influências no futebol profissional português, foi desencadeado a 20 de Abril de 2004 com a detenção para interrogatório de vários dirigentes e árbitros de futebol.
"Rc"
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Apito Dourado - Rui Silva recebeu fio de ouro

ANTES DO JOGO GONDOMAR-S. BRAGA B



O árbitro Rui Silva, actualmente na 1.ª categoria, foi hoje inquirido no âmbito do processo Apito Dourado. Na temporada de 2003/04 integrava a 2.ª categoria e foi nessa qualidade que dirigiu dois encontros do Gondomar, na 2.ª Divisão B.

O juiz de Vila Real admitiu que era normal os clubes oferecerem prendas às equipas de arbitragem e confirmou ter recebido "um fio de ouro antes do jogo com Braga B". Dessa vez aceitou, mas o mesmo já não aconteceu antes do encontro com o Vizela. "Um fio de ouro entrega-se uma vez. A segunda vez já era despropositada, até porque não se colocam dois fios de ouro ao pescoço. Se fosse uma garrafa de vinho ou um queijo aceitava", referiu o árbitro, mostrando-se desagrado com um telefonema da parte do Gondomar a desejar-lhe boa sorte antes desse jogo: "Não gostei dessa chamada, apesar de não ter conteúdo."

Rui Silva disse ainda que nunca recebeu pressões de ninguém para alterar a verdade desportiva e que no futebol não tem amigos, "só conhecidos". Relativamente às prendas mais valiosas que recebeu até hoje, não teve dúvidas: "As mais valiosas foram um fio de ouro e um cristal que me deram no Estádio da Luz [Benfica-Naval desta época], uma vez que foi a primeira vez que apitei um grande."

Quanto a José Palma, árbitro de Setúbal, revelou que por duas vezes que apitou o Gondomar em 2003/04 encontrou caixinhas no balneário, deduzindo que pudessem ser objectos em ouro, mas "onde estavam, ficaram". O encontro com o Lixa foi conturbado e ao intervalo foi interpelado por José Luís Oliveira, na altura presidente do Gondomar e um dos arguidos no processo. Pouco depois recebeu um telefonema de Carlos Silva, um dos membros do Conselho de Arbitragem da FPF, aconselhando-o a ter calma. "Foi o jogo mais complicado da minha carreira", reconheceu a propósito.
Autor: RUI SOUSA
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Tribunal procura Pimenta Machado

O Tribunal de Gondomar não conseguiu notificar Pimenta Machado, pelo que o ex-presidente do V. Guimarães não compareceu ontem de manhã para depor como testemunha de acusação, tal como estava previsto. Contudo, não foi por falta de tentativas por parte dos funcionários judiciais que o antigo dirigente não esteve em Gondomar.



A notificação foi enviada para casa de Pimenta Machado, em Guimarães. O que o tribunal não sabia e ficou a conhecer é que a morada que possuía representa apenas uma de várias habitações que são pertença do ex-dirigente.

Face à falta de resposta por parte de Pimenta, os responsáveis judiciais recorreram à PSP de Guimarães na esperança de que esta conhecesse o paradeiro do antigo presidente do V. Guimarães. Da parte das autoridades, o Tribunal de Gondomar obteve como resposta que Pimenta reside em Lisboa.

O número de telemóvel que constava na lista do tribunal também não serviu para muito, já que se encontrava inactivo, o que foi também sublinhado, por fonte judicial, como “caso único até à data” neste julgamento do ‘Apito’.

A solução passará agora por contactar o Tribunal de Guimarães, onde recentemente decorreu o julgamento em que Pimenta Machado acabou condenado a quatro anos e três meses de prisão, com pena suspensa. O tribunal deu como provado que Pimenta se apropriou de 210 mil euros do clube vimaranense, que entraram posteriormente nas suas contas pessoais e que terão de ser devolvidos no prazo máximo de um ano.

Os funcionários judiciais de Gondomar esperam que a morada e o número de telemóvel que constem desse processo sejam suficientes para encontrar o rasto a Pimenta Machado. O próprio juiz Carneiro da Silva deu total liberdade para se marcar nova data assim que se consiga entrar em contacto com o ex--dirigente desportivo.

O CM tentou também contactar Pimenta Machado e o seu representante no último julgamento, o advogado José António Barreiros, o que não foi possível até ao fecho desta edição.

"RECEBI OURO COMO RECEBI QUEIJOS E VINHOS"

Joaquim Alexandre Freitas, árbitro-auxiliar da 1.ª categoria nacional, mas que já fez equipa com Rui Mendes – o árbitro que desencadeou o ‘Apito’ –, foi ouvido ontem. Freitas esteve no Trofense-Gondomar, de 2000/01, para o qual Rui Mendes foi “convidado” por José Luís Oliveira. Sobre prendas nesse e noutros jogos com os gondomarenses, o assistente foi pouco claro. “Deram-nos objectos dourados. Por exemplo! Bolinhas e apitozinhos para colocar em fios”, afirmou Freitas, arguido noutro processo do ‘Apito’, que rematou: “Recebi ouro do Gondomar, como recebi queijos e garrafas de vinho de outros clubes. O espírito foi o mesmo.”

PORMENORES

APITO MOLHADO

Assim que chegou à sala de audiências, o juiz António Carneiro da Silva fez questão de deixar em acta o seu desagrado. “Sendo escusado classificar a situação”, disse, “impõe-se a rápida intervenção da Direcção-Geral da Administração da Justiça”.

BOLA DE CARNE

O auxiliar Rui Fernandes esteve no Leça-Gondomar (0-1), de 2003/04, em que a arbitragem foi muito contestada pelos adeptos da casa. “Recebeu alguma coisa?”, perguntou o procurador Gonçalo Silva. “Uma bola de carne, enquanto ficámos uma hora no balneário à espera para sair”, respondeu Fernandes.

PULGA NA ORELHA

O caso Global Design, em que Valentim e mais três arguidos são acusados de prevaricação, ocupou a parte da tarde. Diz a Acusação que o major terá adjudicado duas vezes o mesmo projecto. Ontem, um responsável da Publigondomar afirmou não ter sido informado da primeira decisão, favorável à sua empresa. Já Vítor Moutinho, então assessor da Câmara de Gondomar, ficou “de pulga atrás da orelha com a proposta da Global Design”, que ganhou o concurso.

CHUVA E BALDES NA SALA

A sessão de ontem começou mais tarde devido à entrada de água na sala de audiências, que motivou a presença de baldes na mesa de juízes e procuradores
Sérgio Pereira Cardoso
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Apito Dourado - Carolina testemunha apesar de requerimento

CASTRO NEVES PRETENDIA QUE NÃO FOSSE ADMITIDA



O arguido Castro Neves entregou um requerimento para que Carolina Salgado não fosse admitida testemunha por "falta de idoneidade" mas o tribunal rejeitou-o.

O advogado de Castro Neves, Carlos Alhinho, que também defende Ana Maria Salgado (irmã gémea da ex-companheira de Pinto da Costa) considerou que o testemunho de Carolina Salgado seria "factor de instabilidade" no julgamento, "dificultando o apuramento da verdade".

O procurador Gonçalo da Silva pronunciou-se contra o requerimento e o juiz-presidente deu-lhe razão, concordando que a tomada do depoimento não constitui meio proibido de prova.

O magistrado Carneiro da Silva despachou que a tomada do depoimento não colide com as regras consagradas no Código do Processo Penal.

Carolina Salagdo chegou ao Tribunal de Gondomar, em silêncio, às 9:30. Começou a ser ouvida uma hora depois.
A advogada Raquel Dantas explicou que a ex-companheira de Pinto da Costa vai manter perante o colectivo de juízes tudo o que disse em fase de instrução.

"Rc"
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Apito Dourado - Carolina esqueceu-se dos detalhes

REVELOU CONVERSAS DE FAVORECIMENTOS MAS FOI POUCO PRECISA



Carolina Salgado prestou declarações no tribunal de Gondomar, revelando várias conversas envolvendo Pinto da Costa, Valentim Loureiro e Pinto de Sousa sobre alegados favorecimentos ao Gondomar. No entanto, não conseguiu pormenorizar para que jogos concretos.

"Em concreto, não lhe posso responder", disse Carolina Salgado, em resposta a uma questão de Carlos Alhinho, o advogado de Castro Neves.

"Sei que falavam do Gondomar, mas não posso precisar se foi o jogo Beira Mar-Gondomar", afirmou noutra altura, a perguntas do juiz-presidente, Carneiro da Silva, revelando desconhecer que Beira Mar e Gondomar jogavam em divisões diferentes à época dos factos, em 2003/2004.

Carolina, que se apresentou ao tribunal como escritora e que depôs cerca de hora e meia, deu conta de frequentes conversas à mesa Degrau Chá, na zona do Bessa, um estabelecimento que pertence à família de Valentim Loureiro, ainda que não as conseguisse quantificar. Referiu apenas que terão sido mais de quatro.

Garantiu, contudo, que as conversas incidiam sobre arbitragens do Gondomar e os apelos "eram no sentido de se nomear o árbitro mais favorável". "Não tenho dúvidas nenhumas", sublinhou.

Pinto da Costa seria, segundo Carolina Salgado, o intermediário solicitado junto de Pinto de Sousa - o "Zé", como era tratado - para que o Gondomar SC tivesse os árbitros pretendidos.

"Vê lá se falas ao Zé [José Pinto de Sousa] para nomear outro árbitro", terá dito, uma vez, Valentim Loureiro, dirigindo-se a Pinto da Costa.

"Por que é que acha que Valentim loureiro sentiria necessidade de fazer de Pinto da Costa seu intermediário junto dos árbitros?", perguntou mais tarde o advogado de Pinto de Sousa e insistiu o juiz-presidente. "Não faço ideia", respondeu Carolina Salgado,

"Rc"
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Apito Dourado - Valentim desmente Carolina

AUTARCA ACREDITA NA AVALIAÇÃO CORRECTA DOS TESTEMUNHOS



Valentim Loureiro emitiu um comunicado a propósito das declarações Carolina Salgado, que testemunhou, esta manhã, no Tribunal de Gondomar.

"Ao tomar conhecimento de que a testemunha Carolina Salgado relatou hoje, no Tribunal de Gondomar, encontros com a minha mulher, venho desmentir, de forma veemente, que tais encontros tenham, alguma vez, ocorrido em ambiente particular ou familiar", refere Valentim Loureiro no documento enviado à Lusa.

O autarca de Gondomar esclarece que só em "eventos oficiais, organizados pelo Futebol Clube do Porto - no Estádio do Dragão ou em Casinos" esteve na presença de Carolina Salgado, o mesmo se passando com a mulher.

Valentim Loureiro diz ainda acreditar que o tribunal "saberá valorar a credibilidade dos testemunhos" que ouve.

O autarca acrescenta ainda que desconhece a existência de um dos restaurantes referidos por Carolina Salgado onde se discutiriam árbitros para o Gondomar - o "Graça da Vila" - e recorda que, "em tempo oportuno, desmentiu "também categoricamente", qualquer conversa tida com o senhor Pinto de Sousa, a respeito de árbitros, na sala VIP do Estádio do Bessa.

"Rc"
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Julgamento pode parar

O árbitro Pedro Sanhudo quer que os outros processos em que é acusado de corrupção sejam apensos ao julgamento que decorre em Gondomar. Se o Tribunal da Relação do Porto der provimento ao recurso – os processos em causa também estão em fase de julgamento –, então param as sessões e há o risco de todos os depoimentos terem de ser repetidos, segundo as fontes judiciais contactadas pelo CM.



Os processos relativos a Sanhudo foram todos levantados no 2.º juízo do Tribunal de Gondomar. Entretanto, começaram a ser extraídas certidões para as comarcas das cidades onde se realizaram os jogos em que o árbitro está envolvido. Para Santo Tirso e Paredes, no caso das partidas em que já foi pronunciado.

A fundamentação seria a de que Pedro Sanhudo deveria ser julgado onde teve lugar o presumível crime. Sanhudo diz que não percebe tal decisão: “A acusação baseava-se num escuta telefónica que aconteceu em lugar incerto e não nos jogos em si”.

O que é certo é que os Tribunais de Paredes e Santo Tirso assumiram a sua incompetência para os julgar pelo que os devolveram a Gondomar.

Mas o árbitro do Porto voltou a não ficar satisfeito quando viu os processos entregues ao 1.º juízo e não ao 2.º, que lhes deu início e que é responsável pelo julgamento que entretanto começou. Aliás, Pedro Sanhudo tem já agendada a primeira sessão relativa ao jogo que envolve o Paredes.

O árbitro remeteu um requerimento ao juiz António Carneiro da Silva para apensar os jogos em causa àqueles em que é acusado no julgamento que já vai na 14.ª sessão. Carneiro da Silva não viu razões para tal e indeferiu o pedido do árbitro.

Mas o argumento das partidas não estarem relacionadas com o Gondomar não convence Sanhudo: “Estou acusado, neste julgamento, no jogo Bougadense-Sousense. Pela mesma lógica, deveria ir para a comarca onde pertence Bougado, ou seja, para Trofa. Se a outros arguidos não foram extraídas certidões, não há razões para o fazerem comigo.”

Sanhudo voltou então a recorrer e, desta vez, para o Tribunal da Relação do Porto. Caso a Relação dê razão ao árbitro e os processos sejam apensos ao mesmo que está agora em julgamento, então o ‘Apito’ pode parar. Como consequência e face aos novos elementos, todos os depoimentos teriam de ser repetidos.

José Dantas, advogado de Braga, diz que não conhece o processo ao pormenor, mas admite a paragem do julgamento: “Essa hipótese, nesses moldes, é perfeitamente possível”. Ainda assim, Dantas frisa que há a “maior probabilidade” de o Tribunal da Relação corroborar a decisão do juiz Carneiro da Silva.

CRISTAL OFERECIDO NA LUZ

O árbitro da 1.ª categoria Rui Silva admitiu ter recebido um fio em ouro com uma cruz, por parte do Gondomar, em 2003/04. Mas quando o clube quis repetir a oferta, Silva disse que a rejeitou. “É uma questão de critério. Se fossem queijos ou garrafas de vinho, aceitava. Mas não ando com dois fios ao pescoço”, referiu o árbitro que, no entanto, voltava a receber o relógio “oferecido pelos Dragões Sandinenses”, apesar de não saber o valor do mesmo: “É uma decisão do momento. Duas vezes ouro achei despropositado.” Questionado sobre as prendas mais valiosas que recebeu, Rui Silva afirmou: “Ouro em Gondomar e a peça em cristal que recebi no Estádio da Luz no meu jogo de estreia [Benfica-Naval (3-0), 15 de Setembro de 2007] com clubes ditos grandes”.

CAROLINA SALGADO HOJE EM GONDOMAR

Carolina Salgado vai depor hoje no Tribunal de Gondomar, depois de ter falhado a primeira chamada, a 27 de Fevereiro, quando o processo relativo ao FC Porto-Estrela da Amadora, de 2003/04, a obrigou a deslocar-se ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto. Hoje, e já recuperada dos “motivos de saúde” que a afastaram da primeira sessão do julgamento em que Pinto da Costa a acusa de difamação, Carolina deverá estar mesmo presente em Gondomar.

A ex-companheira de Pinto da Costa já depôs no âmbito do mesmo processo em fase de instrução e, então, não teve dúvidas em afirmar que Pinto de Sousa se revelava “bastante subjugado” a Valentim Loureiro. Acrescentou também que, em conversa na sala VIP do Estádio do Bessa, ouviu o major a mostrar a sua indignação pelo facto de o árbitro que havia apitado o Gondomar nesse determinado dia “não ter beneficiado ou ajudado de maneira a que o Gondomar ganhasse o jogo”.

PORMENORES

CHAMADA DE AMIGO

No intervalo do Gondomar-Lixa (5-4), e após ter discutido com José Luís Oliveira, o árbitro José Palma recebeu uma chamada de um conselheiro do Conselho de Arbitragem da Federação. Palma disse ter sido uma “chamada de amigo”. “Apenas quis acalmar-me por o jogo estar a ser difícil”, observou.

PIMENTA TELEFONOU

Pimenta Machado telefonou para o Tribunal de Gondomar e voluntariou-se para ser ouvido em qualquer altura. Deverá depor no início de Abril.

PERITOS COM DATA

Os peritos de arbitragem já têm dias marcados para serem ouvidos em Gondomar. Vítor Pereira, 26 de Março; Jorge Coroado, dia 27; e Adelino Antunes, a 31 do mesmo mês.
Sérgio Pereira Cardoso
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Pinto da Costa vai depor em Gondomar

Pinto da Costa intercedeu junto de Pinto de Sousa para favorecer o Gondomar.” A frase foi ontem proferida por Carolina Salgado no Tribunal de Gondomar. Carolina revelou ainda jantares em que partilhou a mesa com Pinto da Costa, Valentim Loureiro e Pinto de Sousa.



A Defesa diz que tais encontros nunca aconteceram, apelidando de “falsas” as declarações da testemunha. Para comprovar tal tese, João Medeiros, advogado de Pinto de Sousa, arrolou Pinto da Costa como testemunha.

Segundo Carolina – que respondeu “escritora” quando o juiz Carneiro da Silva lhe perguntou qual era a sua profissão –, Valentim solicitou ao líder portista que intercedesse junto de Pinto de Sousa. “Disse que uns gajos não se andavam a portar bem e pediu ao Jorge Nuno para falar com o Zé”, contou Carolina, logo clarificando de quem se falava: “Percebi que os gajos eram árbitros e o Zé era Pinto de Sousa.”

Questionada sobre o objectivo de tal pedido, Carolina não hesitou. “Era para ajudar o Gondomar”, respondeu. “E prendas aos árbitros, ouviu alguma coisa?” “Não”, começou por afirmar, logo corrigindo: “Bem, falavam em prendinhas a gajos.”

Contudo, quando os advogados de defesa pediram nomes e jogos em concreto, Carolina não soube responder. “Não sei se era o Beira-Mar-Gondomar ou outro jogo qualquer”, acabou por desabafar.

Quer Amílcar Fernandes, quer João Medeiros, respectivamente advogados do major e de Pinto de Sousa, insistiram em perguntar quantos foram os jantares em que os seus clientes se sentaram à mesa com Carolina e Pinto da Costa, mencionando o restaurante Degrau Chá, propriedade da famíla Loureiro.“Não sei bem precisar, foram muitos”, disse.

A insistência foi justificada logo a seguir. Segundo os advogados, não houve um único jantar entre os quatro. Para o comprovar em tribunal, Amílcar Fernandes arrolou como testemunhas três funcionários do Degrau Chá. A opção de Medeiros foi convocar Pinto da Costa.

CONSULTA DE PSIQUIATRIA

Pedro Alhinho, advogado de Castro Neves, requereu ao tribunal que Carolina não fosse ouvida. Alhinho defendia que o testemunho poderia ser um “factor de instabilidade ao julgamento”. O também advogado de Ana Salgado apoiou-se num atestado médico que Carolina entregou em Janeiro último para justificar a falta noutro processo. O atestado refere-se a uma consulta de psiquiatria a Carolina no Hospital de Gaia. O juiz insistiu em ouvir a testemunha mas aceitou juntar o documento ao processo.

VALENTIM PROCESSOU CAROLINA

Valentim Loureiro tem um processo em Gondomar em que acusa Carolina Salgado de falsas declarações, proferidas em Dezembro de 2006.

A revelação foi ontem feita pelo advogado do major, Amílcar Fernandes, que acrescentou ter pedido a aceleração processual de um caso que está parado, em Gondomar, desde Julho de 2007.

Pinto da Costa já havia acusado a ex-companheira de difamação num processo que se encontra em julgamento, embora suspenso.

Assim que Carolina Salgado havia terminado o seu depoimento já os jornalistas tinham na sua posse folhas em que Valentim Loureiro refuta, por escrito, acusações que constam no livro “Eu, Carolina”, incluindo algumas a que a testemunha nem sequer se referiu no depoimento de ontem em Gondomar.

Mais tarde, Valentim emitiu um comunicado onde afirma que, ao contrário do que disse ontem a ex-companheira de Pinto da Costa, apenas jantou na companhia da sua mulher e de Carolina em eventos oficiais. “Ao tomar conhecimento do que a testemunha relatou, venho desmentir, de forma veemente, que tais encontros tenham ocorrido em ambiente particular ou familiar”, pode ler-se no comunicado do major.

PORMENORES

AS DATAS

Carolina Salgado revelou, em instrução, uma conversa que terá ouvido, na sala VIP do Estádio do Bessa, em que o major se mostra indignado a Pinto de Sousa pelas arbitragens do Gondomar. Ontem, Carolina teve dificuldade em lembrar-se do jogo em que a conversa aconteceu, apenas referindo que tinha o cachecol do Boavista ao pescoço. Não sendo o jogo do FC Porto, Carolina pôs a hipótese de ter sido o Boavista-Sporting de 2003/04. Este aconteceu perto do final da época.

PRESENTES

Carolina contou ter recebido prendas do Boavista e de Pinto de Sousa para justificar os jantares que teve com os dirigentes. O juiz apenas quis ver a lembrança do centenário do Boavista para perceber em que data aconteceu esse jantar. “Não tem qualquer data”, lamentou Carneiro da Silva, refutado pelo procurador Gonçalo Silva: “Tem, tem: 1903-2003.”

CERTIDÃO

Amílcar Fernandes, após afirmar que os factos apresentados por Carolina “não correspondem à verdade”, requereu ao procurador do Ministério Público a extracção de uma certidão criminal contra a testemunha. Gonçalo Silva enjeitou o pedido. “O testemunho e os elementos proferidos não estão abrangidos pelo segredo de justiça, pelo que poderão ser utilizados noutro processo judicial”, disse o procurador, deixando porta aberta para uma acusação particular.
Sérgio Pereira Cardoso

 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Apito Dourado - Julgamento pode ser repetido

RECURSOS PENDENTES ASSOMBRAM PROCESSO ORIGINÁRIO



O julgamento do processo originário do Apito Dourado - que será retomado no próximo dia 26, no tribunal de Gondomar - corre o risco de poder ter de voltar à estaca zero. Não é um risco alto mas que tem de ser apreciado.

Por um lado, aguarda-se uma decisão do Tribunal Constitucional quanto à validade das escutas telefónicas. O caso já foi apreciado pelo Tribunal da Relação do Porto, por requerimento do advogado de José Luís Oliveira, mas este tribunal entendeu que as escutas foram bem validadas e que devem funcionar como meio de prova. Aliás, o principal meio de prova, como já foi praticamente assumido pelo juiz que preside ao colectivo de Gondomar, António Carneiro da Silva.

Se porventura o Tribunal Constitucional entender que as escutas não foram bem validadas, o julgamento terá de ser repetido e o seu desfecho será bastante previsível, pois sem as transcrições a acusação do MP ficará muito fragilizada.

Por outro lado, o árbitro Pedro Sanhudo, através da sua advogada Isabel Monção, entende que alguns dos processos seus que irão ser julgado noutro juízo do tribunal de Gondomar devem ser apensados ao processo originário. Não foi esse o entendimento do juiz António Carneiro da Silva mas um tribunal superior pode ter uma opinião contrária, o que, a acontecer, levará à repetição do julgamento que se iniciou no dia 11 de Fevereiro.

O julgamento irá recomeçar com a audição dos peritos de arbitragem que visionaram e analisaram os jogos do Gondomar sob investigação, em Janeiro passado. O colectivo de Gondomar dedicou um dia para cada um dos peritos: Vítor Pereira, Jorge Coroado e Adelino Antunes. Serão sessões que passarão sobretudo pelo visionamento de cassetes vídeo que a Polícia Judiciária apreendeu nas buscas efectuadas em 2004.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
António Henriques e Martins dos Santos ouvidos em Gondomar

JULGAMENTO JÁ NÃO VAI SER NO FUNCHAL



O ex-elemento do Conselho de Arbitragem da FPF, António Henriques, e o ex-árbitro Martins dos Santos vão ser julgados no âmbito do caso "Apito Dourado" no Tribunal de Gondomar, segundo afirmou, à Agência Lusa, fonte judicial.

De início, o julgamento estava marcado para quinta-feira no 2.º Juízo Criminal do Tribunal do Funchal, mas o juiz encarregue do processo decidiu a 4 de Março considerar este Tribunal incompetente para o efeito por causa territorial, remetendo-o para o Tribunal de Gondomar.

Ambos os arguidos são acusados pelo Ministério Público de alegada corrupção e tráfico de influências no futebol e, particularmente, na arbitragem.

Em causa está o jogo Marítimo-Nacional (2-0) de 19 de Abril de 2004. O Ministério Público terá detectado indícios de favorecimento do árbitro Martins dos Santos ao Marítimo e, a partir de escutas telefónicas, já transcritas pela comunicação social, formulou a acusação.

Nas escutas, António Henriques, que já foi também presidente do Marítimo, dizia que nesse jogo o Nacional "iria ser bem roubadinho".

No final, o árbitro Martins dos Santos foi ouvido a confessar que prejudicou o Nacional: "Queriam lá um penálti, mas eu puni o gajo com amarelo".

De acordo com várias notícias vindas a público, foi prometido a Martins dos Santos a subida do seu filho, André Santos, no escalão de arbitragem. "Consegue dar-me essa graça que eu responsabilizo-me pela outra", terá dito Martins dos Santos a António Henriques.

Já em 10 de Janeiro deste ano, o Marítimo, em comunicado, negou peremptoriamente que a equipa tenha sido beneficiada nesse jogo, afirmando que no "final do desafio as opiniões eram praticamente unânimes quanto à justiça do resultado e, sobretudo, isentas de críticas e acusações direccionadas à equipa de arbitragem".

No mesmo comunicado, a direcção do Marítimo disse a expressão atribuída a António Henriques, "bem roubadinho", ocorreu durante um habitual almoço de amigos entre este e Carlos Pereira, presidente do clube.

Neste almoço, e segundo a mesma nota do Marítimo publicada na sua página oficial da Internet, António Henriques recebeu uma chamada de um amigo comum e disse, na brincadeira, que o jogo tinha sido "bem roubadinho", referindo-se à expulsão do atleta do Marítimo.

Os actuais presidentes dos dois clubes, Carlos Pereira e Rui Alves, poderão estar presentes em Tribunal mas o primeiro já manifestou à Agência Lusa "não ter conhecimento oficial de nada".

Entretanto, em declarações hoje prestadas à RDP/M, o ex-árbitro Martins dos Santos afirmou-se de "consciência tranquila" e disse que o seu trabalho no referido jogo foi televisionado e que toda a gente viu.

"Rc"
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Porto - Pinto da Costa vai a julgamento?

CASO DO ENVELOPE COM 2.500 EUROS DECIDE-SE TERÇA-FEIRA



Pinto da Costa sabe na próxima terça-feira se vai ser julgado no processo relativo ao jogo FC Porto-Beira-Mar, da época de 2003/2004. Ele, o árbitro Augusto Duarte e o empresário António Araújo. Cumprida a fase de instrução, pedida pelo advogado do presidente do FC Porto, falta conhecer a decisão instrutória da juíza do Tribunal de Instrução Criminal do Porto.

Este é apenas um dos três processos pendentes nos quais o líder dos dragões mantém a condição de arguido. Os outros, que também em breve conhecerão decisões instrutórias, são relativos aos jogos FC Porto-Estrela da Amadora e Nacional da Madeira-Benfica, igualmente da época de 2003/2004, que terminou com o FC Porto campeão nacional e europeu.

No caso específico do jogo Beira-Mar-FC Porto, que terminou empatado a zero bolas, Carolina Salgado afirmou na fase de instrução que Pinto da Costa entregou ao árbitro Augusto Duarte, na casa que partilhava com PC na Madalena (Gaia), um envelope que continha 2.500 euros.

Pinto da Costa, que não falou na fase de instrução, disse durante o inquérito que não entregou qualquer envelope ao árbitro "ou o que quer que fosse", referindo até que Carolina não podia ter presenciado o que diz ter visto "porque estava acamada, no 1.º andar da residência".

Augusto Duarte também negou os factos de que está imputado e disse que Carolina estava ausente no momento em que conversou com Pinto da Costa, dois dias antes do jogo que viria a apitar. Também presente esteve António Araújo.

É convicção do Ministério Público que a relação de António Araújo com Pinto da Costa teve "um papel fulcral" na "consumação da alteração dos resultados desportivos" na época de 2003/2004. O empresário foi mesmo apanhado numa conversa telefónica na qual dizia que ajudava muito o presidente do FC Porto. Suspeita o MP que Araújo funcionava como "intermediário" entre Pinto da Costa e determinados árbitros.

A peritagem ao trabalho da equipa de arbitragem no jogo Beira-Mar-FC Porto - realizada por Vítor Pereira, Jorge Coroado e Adelino Antunes - detectou um fora-de-jogo mal assinalado ao Beira-Mar (embora "de difícil julgamento"), uma expulsão perdoada a um jogador do FC Porto ainda na 1.ª parte, um cartão amarelo por mostrar também a um atleta portista e outro para um jogador aveirense.

A Polícia Judiciária, por seu lado, monitorizou o encontro de Augusto Duarte com Pinto da Costa, o que só aconteceu depois de alguma insistência de Araújo com Duarte. "Tenho aqui uma obra para ser vista", foi como o empresário se dirigiu ao árbitro bracarense. Foi Araújo quem conduziu Duarte à residência de PC.

A seguir ao jogo, Pinto da Costa conversou com Pinto de Sousa - então presidente do Conselho de Arbitragem da FPF - a queixar-se da arbitragem de Augusto Duarte. "O Augusto não esteve bem, mas também não esteve mal, mas não deu cheirinho nenhum", disse, antes de acrescentar: "Só nos deixou passar uns livres e não marcou um penálti sobre o McCarthy".

Augusto Duarte salvou-se nessa época da descida por uma unha negra (foi 22.º classificado) e o Beira-Mar desceu de divisão. No jogo de Aveiro, Duarte foi assistido por António Perdigão e Domingos Vilaça. O 4.º árbitro foi o portuense Jorge Sousa.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Julgamento de Martins dos Santos adiado

TRIBUNAL DO FUNCHAL QUESTIONA COMPETÊNCIA TERRITORIAL



O julgamento do ex-árbitro Martins dos Santos e do ex-dirigente do Conselho de Arbitragem da FPF António Henriques deveria começar na próxima quinta-feira, no Tribunal do Funchal. Mas o juiz a quem o processo foi distribuído entendeu que aquele tribunal não tem competência territorial para julgar os factos relativos ao jogo Marítimo-Nacional da Madeira, da época de 2003/2004. Na fase de instrução a questão da competência territorial já tinha sido levantada pelos advogados de defesa mas o Ministério Público entendeu que não havia qualquer razão para discutir o assunto.

O juiz do tribunal do Funchal entende que deverá ser o Tribunal de Gondomar a julgar os factos por ter sido ali que foi dada notícia sobre os mesmos. Outras hipóteses para o julgamento são Porto e Gaia. Terá agora o Tribunal de Gondomar de decidir se aceita ou não a decisão do Tribunal do Funchal. Caso tal não aconteça, será o Tribunal da Relação do Porto a determinar o local do julgamento.

Recorde-se que Henriques e Santos são acusados de corrupção desportiva com base em transcrições telefónicas nas quais o primeiro presumivelmente pediu ao segundo para beneficiar o Marítimo, equipa que ganhou o jogo. O Marítimo não poderá sofrer qualquer consequência deste processo pois António Henriques não era seu dirigente quando tudo aconteceu.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Dia D para Pinto da Costa

O dia de hoje será uma prova de fogo para Pinto da Costa. O primeiro dos três casos em que é acusado de corrupção desportiva – por alegadamente ter falseado os resultados desportivos da época 2003/2004, quando o FC Porto foi campeão europeu e viveu o ano de graça de José Mourinho – passa finalmente pelo crivo de um juiz.

Se o magistrado decidir que o processo chega a julgamento, o Ministério Público de Maria José Morgado ganha a primeira batalha. Depois de o DIAP do Porto ter arquivado o mesmo processo por não ter encontrado indícios de crime, saber-se-á agora quem tinha razão. Os factos, que dizem respeito ao jogo Beira-Mar/FC Porto, que acabou com um empate a zero, envolvem ainda o árbitro AugustoDuarte e o empresário AntónioAraújo.
A decisão do Tribunal de Instrução Criminal do Porto, marcada para a manhã de hoje, é também esperada pelo efeito que poderá ter nos restantes processos. Um despacho de não pronúncia poderia provocar decisões do género nos casos que estão em instrução, enquanto a manutenção da acusação poderá ter um efeito inverso.
Recorde-se que o mesmo TIC do Porto já decidiu num caso envolvendo Valentim Loureiro que a acusação elaborada pela equipa de Maria José Morgado tem fundamentos para avançar para julgamento.Nesse caso está em causa um jogo Boavista-Estrela da Amadora que os axadrezados perderam por 1-0, mas onde o Ministério Público entendeu ter havido aliciamento aos árbitros.
JULGAMENTOS NO PORTO
Em caso de pronúncia, estes casos serão apreciados no Tribunal de S. João Novo, no Porto, devendo então ser distribuídos por uma das quatro varas. A decisão de qual o colectivo a apreciar os casos será aleatória, podendo os mesmos processos começar a ser julgados ainda antes do mês de Agosto, altura em que os tribunais encerram as portas.
Recorde-se ainda que no caso que amanhã será apreciado a prova fundamental assenta em escutas telefónicas e vigilâncias da Polícia Judiciária do Porto. Os investigadores fotografaram a chegada de Augusto Duarte a casa de Pinto da Costa, na antevéspera do jogo que iria arbitrar, e foi nesse mesmo dia que, segundo Carolina Salgado, Augusto Duarte terá recebido uma prenda de 2500 euros.
Foi o depoimento de Carolina, prestado após o arquivamento do processo, que permitiu a abertura do mesmo, há cerca de um ano, levando a equipa de Morgado a deduzir acusação pública. O depoimento foi considerado credível e o Ministério Público do Porto pediu durante a instrução que a acusação chegasse a julgamento.
PERITOS PARA ANALISAR EVENTUAIS ERROS
O dia de amanhã marca o regresso do julgamento do ‘Apito Dourado’, a decorrer em Gondomar, numa sessão em que será ouvido o primeiro de três peritos de arbitragem. No caso, Vítor Pereira, actual presidente do Comissão de Arbitragem da Liga de Clubes.
Está previsto que depois de amanhã seja Jorge Coroado, antigo árbitro internacional, a sentar-se no banco das testemunhas, estando a próxima segunda-feira reservada para o também ex-juiz AdelinoAntunes julgar, através de imagens de vídeo, lances de potenciais falhas dos árbitros.
São depoimentos esperados com bastante interesse de forma a se perceber se o crime de corrupção se consumou, de facto, dentro das quatro linhas. A partir das análises dos peritos, a Acusação espera poder provar que os árbitros erraram, propositadamente, a favor do Gondomar.
A subjectividade é o trunfo da Defesa e já várias vezes, ao longo do julgamento, os advogados foram perguntando aos árbitros ouvidos se o erro era normal para os homens do apito. Receberam, invariavelmente, a resposta positiva.
Pedro Alhinho, advogado de Castro Neves, chegou a alegar a invalidade das perícias de arbitragem até porque, segundo Alhinho, um lance de futebol raramente é consensual e não se trata de um facto científico ou técnico. O advogado viu as suas intenções serem indeferidas pelo Tribunal da Relação do Porto.
RECORREU PARA A RELAÇÃO
Pinto da Costa recorreu para o Tribunal da Relação do Porto da acção cível que interpôs contra oEstado e que foi considerada improcedente pelo juiz que agora aprecia o caso envolvendo o Gondomar Sport Clube. O presidente dos azuis-e-brancos continua a garantir que a sua prisão foi ilegal e que sofreu avultados prejuízos por esse motivo. Pinto da Costa quer 50 mil euros, mas o juiz António Carneiro da Silva condenou-o ao pagamento das custas por ter avançado com a acção. Só no final da mesma será contabilizado o montantea pagar.
SPORTING ESTAVA A CINCO PONTOS
Foia 16de Abril de 2004, dois dias antes do jogo entre FC Porto e Beira-Mar, que o árbitro Augusto Duarte se deslocou a casa de Pinto da Costa, na Madalena, em Gaia. Aproximava-se a 31.ª jornada e a equipa liderada por José Mourinho encontrava-se na liderança do campeonato, seguida pelo Sporting, a cinco pontos dos dragões. Porém, o cenário viria a tornar-se bem mais confortável para o FC Porto quando, na véspera do jogo de Aveiro, os rivais de Alvalade perderam noBessa frente ao Boavista (2-
-1), deixando o caminho livre para o FC Porto, que viria a empatar (0-0) em Aveiro. Para o MP o resultado em nada modifica a acusação, até porque foi o jogo do Sporting que fez com que a vitória do FC Porto "deixasse de ser indispensável".
JULGAMENTO PASSA PARA GONDOMAR
Incompetente. O tribunal do Funchal alegou razões de causa territorial para remeter para Gondomar o julgamento do Marítimo-Nacional (2-0) de 19 de Abril de 2004. Neste caso sentam-se no banco dos réus, por corrupção desportiva passiva, o antigo árbitro Martins dos Santos e ainda o ex-membro do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol António Henriques. Há contudo a possibilidade de o Tribunal de Gondomar também declarar incompetência. Aí será a Relação a decidir o palco do julgamento que tinha início previsto para depois de amanhã noFunchal.
OUTROS CASOS
ESTRELA
Pinto da Costa também foi acusado de corrupção no caso que envolveu a vitória frente ao Estrela da Amadora, na mesma época. O processo está igualmente em instrução..
MADEIRA
Na Madeira continua a instrução do processo referente ao Nacional na Madeira-Benfica, que terminou com a vitória dos insulares. Pinto da Costa também foi acusado.
DIFAMAÇÃO
A última acusação contra Pinto da Costa nada tem a ver com corrupção desportiva. O dirigente é acusado de ter difamado o MP no livro escrito por Felícia Cabrita e Ana Sofia Fonseca.
Sérgio Pereira Cardoso / Tânia Laranjo
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Porto - Pinto da Costa vai ser julgado por corrupção desportiva

TESTEMUNHO DE CAROLINA SALGADO CONSIDERADO CREDÍVEL



Pinto da Costa e o empresário António Araújo foram hoje pronunciados pelos crimes de corrupção desportiva activa e o árbitro Augusto Duarte está imputado de um crime de corrupção desportiva passiva.

O primeiro crime é punido com um máximo de 4 anos de prisão e o segundo com 2 mas em caso de condenações será sempre determinada uma pena suspensa, embora fiquem pendentes consequências graves desportivas.

Este será o primeiro julgamento de Pinto da Costa na sequência do processo Apito Dourado. Os factos reportam-se ao jogo Beira-Mar-FC Porto, da época de 2003/2004, e foram inicialmente arquivados pelo DIAP do Porto, para posteriormente o processo ser reaberto pela equipa especial de Maria José Morgado, com base no testemunho de Carolina Salgado. A procuradora geral adjunta acusou Pinto da Costa, Augusto Duarte e António Araújo e o líder portista e o árbitro bracarense pediram a instrução do processo, tendo esta sido concluída com o despacho de pronúncia hoje conhecido.

Nesse despacho, a juíza Anabela Tenreiro considera que neste tipo de crime "o acordo não tem de ser expresso, bastando o acordo tácito" manifestado nos autos. Onde se refere que o FC Porto liderava, à 31.ª jornada, o campeonato nacional 2003/2004 com 5 pontos de vantagem sobre o Sporting, antes de se deslocar a Aveiro, onde empatou a zero bolas. Porém, o Sporting na véspera perdeu por 2-1 no Bessa.

Dois dias antes do jogo, o empresário António Araújo contactou por diversas vezes Augusto Duarte "com o objectivo de se deslocarem ambos à residência de Pinto da Costa", tendo ambos "conversado em código".

Araújo disse a Duarte que tinha uma "obra" para ser vista e, confrontando com a impossibilidade de Duarte se deslocar, diz-lhe mesmo que "o senhor engenheiro máximo faz questão da coisa". Tendo tudo a ver não com o o dois mas sim "com o número um", que classifica como "gerente de caixa".

Araújo fala ao telefone com Pinto da Costa e trata o árbitro por "intendente". Pelas 22 horas desse dia, Araújo encontrou-se com Duarte junto à igreja das Antas e deslocaram-se à residência de Pinto da Costa, na Madalena (Gaia), onde estiveram cerca de hora e meia.

O MP entendeu que o testemunho de Carolina Salgado - que afirmou que PC entregou a Duarte um envelope branco com 2.500 euros - é "credível" porque "estava presente" e ter então uma "relação conjugal" com Pinto da Costa. Segundo a juíza de instrução, a questão fulcral era mesmo apreciar a credibilidade deste testemunha, tendo considerado "aceitável" o argumento da defesa de que o livro escrito por Carolina foi uma espécie de "vendetta".

Mas mesmo colocando este hipótese, tal "não significa que a testemunha esteja a prestar falsas declarações". A juíza de instrução criminal considerou também relevante o facto de nenhum dos 3 acusados ter encontrado "qualquer explicação plausível" para o encontro.

Recorde-se que PC disse em fase de inquérito que tiveram uma conversa sobre "nada". O que leva a juíza a concluir que "qualquer pessoa medianamente inteligente não compreende este encontro".

Anabela Tenreiro considerou também que Carolina Salgado "demonstrou ter conhecimento directo sobre o que se passou nessa noite e sobre muitos outros assuntos relacionados com o meio futebolístico". O que, articulado com os demais indícios, permite "que o tribunal atribua credibilidade e eficácia probatória" ao depoimento de Carolina.

Concluindo que existem "indícios mais que suficiente" para se avançar para julgamento.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
- Pinto da Costa: «Ninguém me associa a histórias de droga»

PRESIDENTE PORTISTA ACREDITA QUE VAI SER ABSOLVIDO



Pinto da Costa disse, em entrevista ao Rádio Clube Português, que não tem qualquer peso na consciência, afirmando-se convicto que vai ser ilibado das acusações no caso Beira-Mar-FC Porto.

"Não estou minimamente preocupado com o facto de ser absolvido porque não tenho dúvidas que vou ser. Não quero que seja arquivado por falta de provas. Quero que siga para a frente", afirmou.

O presidente do FC Porto evidenciou, de resto, muitas certezas: "Há pessoas que tramaram isto". A esta juntou, sem adiantar nomes: "Ninguém me associa a histórias de drogas".

Acredita na justiça? A pergunta mereceu a seguinte resposta: "Na divina sem dúvida. Sinto-me importante porque há um plano para me atingir. "

Pinto da Costa considerou o Apito Dourado "um filme de ficção" e confessou ter pedido a Deus para "que quem estiver a dizer a verdade que prove a sua inocência e que a quem estiver a mentir lhe caíam em cima as maiores desgraças".

"Só pedia a Deus que mostre a sua justiça divina e que as pessoas que inventaram esta história do envelope sejam atormentadas toda a vida", referiu, depois de afirmar que os portistas querem que o Benfica continue a ser dirigido por quem lá está neste momento.

O presidente portista não se sente sozinho. "Tenho tido provas de consideração e solidariedade. Sinto-me perfeitamente bem. Compreendo que as pessoas precisem de estar dispersas", prosseguiu.

Pinto da Costa assegurou que continua 100 por cento motivado no FC Porto.

"Nunca estive na moda. Moda é dirigir o FC Porto. Enquanto me der prazer e sentir útil e enquanto os sócios/accionistas quiserem", adiantou.

Sobre a conquista do título, foi peremptório: "A distância até podia ser maior se os nossos adversários não tivessem sido beneficiados" (...) Hoje toda a gente reconhece que o FC porto é melhor. "

"Rc"
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Luís Avelãs - A hora de Pinto da Costa

Depois de tanta conversa "furada", de avanços e recuos, de arquivamentos e reaberturas, parece que, finalmente, chegámos a algum lado. Não estou com isto a dizer que Pinto da Costa é (ou vai ser) culpado. Penso é que já é tempo de se avaliar, em definitivo, as suspeitas sobre o seu comportamento em relação à verdade desportiva. E em torno de uma situação destas só há duas respostas possíveis: inocente ou culpado.

O caminho para se chegar a uma decisão num processo do género pode ser complicado, pois a quantidade de material a ser avaliado (assim como o número de pessoas chamadas a depôr) deve ser elevada, mas espero que a Justiça funcione bem e depressa. E se o líder do FC Porto for considerado culpado... que seja punido; se for declarado inocente... que o deixem em paz!

Embora em causa esteja apenas um Beira-Mar-FC Porto, creio que o julgamento vai ser bem mais complexo, pois já todos percebemos que, no que ao mundo do futebol diz respeito, é difícil isolar o que quer que seja. Tudo parece ligado. Se calhar... demasiado ligado, o que historicamente tem levantado muitas dúvidas a quem acompanha o fenómeno. E esse clima de suspeição contínua em nada tem contribuído para que a modalidade evolua. Bem pelo contrário.

Pinto da Costa, como lhe competia, não perdeu tempo a reagir à notícia do pronunciamento e aos microfones do Rádio Clube Português, numa conversa de amigos, clamou - pela enésima vez - inocência. E foi mesmo mais longe, pedindo a colaboração Divina para não dar sossego a todos os que, em seu entender, têm como único objectivo difamá-lo.

Não sou muito chegado às questões religiosas. Até ver, continuo a preferir a justiça terrena. Convém é que ela seja isenta e certeira. Doa a quem doer. Para bem do futebol, do País, de todos nós que, independentemente dos ideiais ou cores clubísticas, queremos continuar a acreditar que vivemos num Estado de Direito que pune os infractores e absolve os inocentes.

 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Arbitragem - Augusto Duarte fora das nomeações

APITO DOURADO PAIRA SOBRE ÁRBITRO BRACARENSE



O árbitro Augusto Duarte, de Braga, que irá ser julgado no âmbito do processo Apito Dourado relativo ao jogo Beira-Mar-FC Porto da época 2003/2004, ficou fora das nomeações para a 24.ª jornada da Liga.

O árbitro bracarense é um dos arguidos do processo, que inclui também o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, e o empresário António Araújo, que o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto decidiu levar a julgamento.

Augusto Duarte vai a julgamento pela alegada prática de um crime de corrupção desportiva passiva, enquanto o presidente do FC Porto e o empresário estão acusados do crime de corrupção desportiva activa.

O processo reporta-se ao encontro Beira Mar-FC Porto, da 31.ª jornada da Superliga de 2003/2004, que foi realizado em 18 de Abril de 2004 e terminou empatado (0-0).

Segundo o Ministério Público, dois dias antes do jogo Augusto Duarte e António Araújo visitaram Pinto da Costa na sua casa na Madalena, Gaia, tendo o presidente portista dado ao árbitro um envelope com 2.500 euros.

O processo, que chegou a ser arquivado pelo Ministério Público de Gaia, foi reaberto pela Equipa de Coordenação do Processo Apito Dourado (ECPAD), liderada pela magistrada Maria José Morgado, e a acusação foi deduzida em 19 de Junho do ano passado.

A reabertura do processo foi determinada por declarações de Carolina Salgado, que a ex-companheira de Pinto da Costa reiterou, no essencial, a 18 de Janeiro, no TIC.

"Rc"
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
A. Dourado - Más imagens, erros e decisões discutíveis

PERITAGENS NA BERLINDA



O julgamento do processo originário do Apito Dourado é retomado hoje no tribunal de Gondomar. O dia será dedicado a Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga e um dos peritos de arbitragem que analisaram não só os jogos do Gondomar SC na época de 2003/2004.

Com Coroado e o também antigo árbitro internacional Adelino Antunes, este trio analisou também jogos da Liga principal mas não é isso que aqui estará em causa. Tivemos acesso a alguns dos relatórios finais das peritagens dos três antigos conceituados árbitros e não se pode dizer que estes sejam expressivos quanto a indícios que ajudem a consolidar a tese do Ministério Público sobretudo no sentido de condenar os árbitros envolvidos por corrupção passiva.

Há que fazer prova não apenas das ofertas (ouro e lampreias) mas também é preciso encontrar um nexo de causalidade destas com erros premeditados.

Dúvidas

“Quando a imagem capta o lance, já o jogador se encontra isolado”, “a imagem não esclarece se o infractor foi ou não advertido”, “as imagens não são esclarecedoras”, “cassete de muito má qualidade filmada por detrás da baliza não conseguindo ter imagem fixa”, “não se conseguem identificar as equipas”, “imagem captada de muito longe”, “decisão discutível”, “presumível penálti” são apenas alguns exemplos dos problemas técnicos que também os peritos sentiram no visionamento das cassetes apreendidas com jogos do Gondomar.

Danos colaterais

A defesa vai certamente aproveitar esta enorme brecha na muralha da acusação e na ordem do dia estará também a subjectividade inerente ao desporto que é o futebol e à actividade específica do árbitro de futebol.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
PC diz que Carolina teve um “treinador”

DIRIGENTE, EMPRESÁRIO E ÁRBITRO CORREM RISCO DE PENA DE PRISÃO



“Contradições, ingenuidades e inconsistências” foi este o título escolhido pelo inspector Sérgio Bagulho, elemento da equipa especial de Maria José Morgado, no relatório final sobre o processo do jogo Beira-Mar-FC Porto. Pelos vistos, a juíza do Tribunal de Instrução Criminal do Porto subscreveu esta tese e decidiu pronunciar Pinto da Costa, António Araújo e Augusto Duarte.

“O que deve Augusto Duarte a Pinto da Costa para ser aquele, e não este, a deslocar-se desde Braga até à Madalena para possibilitar um cafezinho de cortesia?”, questionou-se ainda o inspector da PJ que ontem Pinto da Costa acusou de ter “treinado” Carolina Salgado no depoimento decisivo para a acusação e para a pronúncia.

O presidente do FC Porto, o empresário e o árbitro correm o risco de uma pena de prisão no máximo de 4 anos e multas avultadas, podendo o caso ter consequências ao nível desportivo. Isto se entretanto a Comissão Disciplinar da Liga não se antecipar com o processo que designou como “Apito Final”, podendo esta antecipação comprometer uma futura decisão dos tribunais.

A corrupção, lembre-se, implica, no regulamento desportivo, a despromoção do clube envolvido ou a subtracção de pontos no caso de tentativa.

“Siga em frente”

Pinto da Costa reagiu de pronto a esta pronúncia e ontem, numa entrevista ao Rádio Clube, disse estar convencido de que vai ser absolvido. “Não quero que o assunto seja arquivado pelo facto de não haver provas, quero que o processo siga para a frente e que sejam ouvidas outras pessoas para além da irmã dessa senhora [Carolina Salgado]”, afirmou.

O presidente portista revelou que até a sua Via Verde foi investigada, “tudo para descobrir que houve um árbitro que ia arbitrar um jogo que não nos interessava nada, porque o FC Porto já era campeão, e que foi a minha casa levado por um terceiro indivíduo para tratar de um assunto que nada tinha a ver com um jogo de futebol”.

Entre as diligências de prova recolhidas contam-se não só escutas telefónicas mas também a vigilância que a PJ fez à residência de Pinto da Costa. Na fase de instrução houve mesmo lugar para uma acareação entre Carolina Salgado e Augusto Duarte, na qual o árbitro disse não ter recebido qualquer envelope de Pinto da Costa.

Também foi ouvida Ana Salgada, irmã gémea de Carolina, que disse que a sua irmã recebeu 20 mil euros de Luís Filipe Vieira para que os processos contra Pinto da Costa avançassem.

O intendente e o gerente de caixa

No despacho de pronúncia, a juíza questiona-se sobre o porquê da utilização de uma linguagem codificada. Anabela Tenreiro faz notar que António Araújo insistiu com Augusto Duarte para se encontrar com “o senhor engenheiro máximo”, que tratou também por “número um” e “gerente de caixa”.

Numa conversa posterior com Pinto da Costa, Araújo tratou o árbitro bracarense por “intendente”. Araújo falou também num “negócio” que tinha com Duarte e numa “obra” que este tinha de apreciar, de forma a justificar a sua deslocação a casa de PC, em Vila Nova de Gaia.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Pinto da Costa sem respostas

Pinto da Costa foi inconsistente. Não explicou por que motivo um árbitro foi a sua casa dois dias antes de um jogo onde ainda se disputava o título da I Liga. Não justificou os encontros marcados com o empresário António Araújo na sua vivenda na Madalena, em Vila Nova de Gaia, nem tão-pouco deu qualquer justificação plausível para os ‘lamentos’ audíveis numa conversa telefónica com Pinto de Sousa, após o jogo Beira-Mar-FC Porto a contar para a 31.ª jornada da época 2003/2004. "Só nos deixou passar uns livres, o gajo...", disse então o dirigente. Ontem, a juíza de instrução não teve dúvidas: há indícios suficientes de que Pinto da Costa e António Araújo cometeram um crime de corrupção desportiva activa e que o árbitro Augusto Duarte o cometeu na forma passiva.

Os três vão ser julgados no Tribunal de São João Novo, num processo que deve começar antes do Verão.Carolina Salgado voltou a ser figura central no primeiro processo que leva o presidente dos azuis-e--brancos ao banco dos réus. 'É aceitável que qualquer espírito esclarecido se questione: não será o seu depoimento uma forma de a testemunha se vingar e de humilhar o ex-companheiro?', perguntou a juíza na decisão ontem proferida, onde disse depois ser irrelevante tal questão. Porque vendetta ou não, o que é importante é saber se Carolina falava a verdade e se Pinto da Costa deu mesmo 2500 euros ao árbitro, pedindo-lhe que ajudasse o FC Porto no encontro com os aveirenses.
Para a magistrada os elementos conjugados mostram que a versão apresentada pela testemunha é muito mais consistente do que a revelada por Pinto da Costa, Araújo ou Augusto Duarte. A ex-mulher do líder portista diz mesmo ter visto o dirigente a tirar o dinheiro de uma cómoda e reconhece ter sido ela a receber Duarte na sua residência.
A juíza fala depois das regras da experiência, do bom senso e da lógica para garantir que este processo não oferece dúvidas ao legislador. 'Conclui-se muito facilmente que há indícios para o tribunal pronunciar os arguidos pelos crimes que lhes são imputados na Acusação', termina a magistrada, numa decisão que não é passível de recurso.
Pinto da Costa incorre agora numa pena até quatros anos de cadeia, o mesmo acontecendo com o empresário António Araújo. Por seu lado, o árbitro Augusto Duarte poderá ser condenado numa sanção até dois anos – pena essa que será sempre suspensa.
Sérgio Pereira Cardoso / Tânia Laranjo
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Primeiro Round Para A Procuradora

A decisão de ontem da juíza de instrução criminal veio dar razão a Maria José Morgado numa espécie de primeiro round no que aos casos de Pinto da Costa diz respeito. O líder portista já criticou, por diversas vezes, o facto de a procuradora ter reaberto os processos, principalmente por essa decisão se ter baseado sobretudo no livro de Carolina Salgado. No entanto, a decisão de levar Pinto da Costa a julgamento veio contrariar os argumentos do dirigente, que é ainda arguido nos casos relativos ao FC Porto-Estrela da Amadora e ao Nacional-Benfica, ambos da época 2003/04. Pinto da Costa tem ainda outro processo em que é acusado de difamação ao MP.
Sérgio Pereira Cardoso / Tânia Laranjo
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
FederaÇÃo Quer Punir Árbitros

AFederação Portuguesa de Futebol (FPF) já enviou notas de culpa para os árbitros e dirigentes envolvidos no processo que está actualmente em julgamento em Gondomar. Aquele órgão apenas exerce funções disciplinares nos escalões secundários do futebol, ficando o primeiro patamar nas mãos da Liga de Clubes. AFPF funciona depois como instância de recurso, cabendo-lhe a palavra final (ver texto ao lado). Nos casos referentes ao Gondomar Sport Clube já foram notificados dos processos, para além de José Luis Oliveira e Castro Neves, dirigentes gondomarenses em 2003/04, mais de três dezenas de árbitros, entre os quais os 10 arguidos do julgamento que prossegue hoje.
CM
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
Vereador De Gondomar Decide Na Fpf

António Gonçalves Pereira, vereador da Câmara de Gondomar, é também presidente doConselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), órgão que, em última instância, decidirá na justiça desportiva os processos ligados ao ‘Apito Dourado’.
Valentim Loureiro e José Luís Oliveira, autarcas gondomarenseses, são dois dos arguidos no julgamento que continuará hoje em Gondomar, assim como o vereador Castro Neves. Apesar das responsabilidades na autarquia liderada pelo major,Gonçalves Pereira disse na altura da sua promoção à presidência do CJ 'não ver qualquer incompatibilidade nos dois cargos'.
PINTO DA COSTA AO RCP
'Espero que Deus mostre a sua justiça divina e que as pessoas que inventaram esta história do envelope nunca mais durmam descansadas e que sejam atormentadas por toda a vida.'


'Sinto-me importante porque há um plano para me atingir. '


'Para além dos papéis que recebo do Ministério Público, a única informação que tem batido certo é a do ‘Correio da Manhã’.'


'Sei que há pessoas que tramaram isto. [...] Admito que num referendo ao País as pessoas votassem pela minha condenação, na esperança de que eu deixe o FC Porto. '


'No dia em que foi nomeada a equipa de Maria José Morgado, Luís Filipe Vieira veio a público dizer: 'Agora isto sim, agora vai ser feita Justiça, agora isto vai andar.'


'Durante toda a minha vida, houve uma coisa a que nunca fui associado:a droga.'


'Vou escrever um livro em que vou falar de tudo isto.'
Cm
 

G@ngster

GForum VIP
Entrou
Nov 18, 2007
Mensagens
45,515
Gostos Recebidos
1
'É O DescrÉdito Da JustiÇa Portuguesa'

Pedro Mourão não tem dúvidas. Ex-presidente da Comissão Disciplinar da Liga, ainda no tempo de Valentim Loureiro, o magistrado critica de forma aberta os organismos que regulam o futebol português. 'É o descrédito da justiça desportiva', assegura, lembrando que o actual presidente da Liga de Clubes fez promessas que ainda não cumpriu. 'Disse que ia resolver estas questões em tempo útil e eu pergunto. Pretende manter o silêncio até ao fim e deixar as coisas no mesmo estado quando abandonar o cargo?', interroga o juiz-desembargador, que recorda o dia em que 'abriu uma gaveta e encontrou os processos parados'. 'Fui presidente apenas em substituição. Fiz o que podia, desencadeei os processos disciplinares.'
Pedro Mourão realça ainda que não faz sentido a justiça desportiva 'colar-se' à justiça penal. 'É uma situação confortável mas não é legítima. Até porque todos sabemos que qualquer bom advogado consegue eternizar um processo-crime. Devíamos olhar para o exemplo italiano e perceber que podia ser de forma diferente', conclui.
NOTAS
MARTINS DOS SANTOS SABE AMANHÃ DECISÃO
O ex-árbitro internacional Martins dos Santos fica amanhã a saber se vai a julgamento por corrupção desportiva activa no jogo entre o Vilaverdense Futebol Clube e o Sport Club Maria da fonte (1-0), realizado a 10 de Abril. Martins dos Santos é acusado de ter sido intermediário entre o clube de Vila Verde e o seu próprio filho Daniel (também acusado), árbitro do jogo.
INCRIMINAR MADUREIRA
Pinto da Costa disse ontem que Carolina queria, ao revelar a agressão de Bexiga, 'incriminar Fernando Madureira', líder dos Super Dragões
'QUE CAIAM OS BARÕES'
Mano Nunes, líder do Beira-Mar em 2004, reagiu à SIC: 'Que os barões do futebol caiam porque estão habituados a derrubar quem lhes faz sombra'
DIRECTOR PRESENTE
Rui Cerqueira, director de Comunicação do FC Porto, acompanhou os advogados de Pinto da Costa na decisão instrutória de ontem
Sérgio Pereira Cardoso / Tânia Laranjo

 

interstar@

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 26, 2006
Mensagens
3,873
Gostos Recebidos
0
"Árbitro nem foi a minha casa tratar de futebol"

814132.jpg


Juíza valida acusação deduzida por Morgado
Pinto da Costa continua a lançar várias suspeitas sobre o fundamento da acusação. "O árbitro nem foi a minha casa tratar de futebol...", insistiu o presidente do FC Porto. Mas a juíza Anabela Tenreiro, do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, considerou válidas as acusações de Carolina Salgado, que revelou ter presenciado um encontro em que o dirigente entregou um envelope com 2500 euros em dinheiro a Augusto Duarte. O que significa que irá julgado por corrupção desportiva activa.

Esta é o primeiro de três processos em que foi acusado no âmbito do processo "Apito Dourado" (estão em instrução o Nacional-Benfica e o FC Porto-Estrela da Amadora, também da época 2003/04) que senta Pinto da Costa no banco dos réus. O árbitro Augusto Duarte (acusado de corrupção passiva, foi excluído já da próxima jornada das Ligas profissionais de futebol) e ainda o empresário António Araújo (corrupção desportiva activa), que também participou nesse encontro, foram igualmente pronunciados pela juíza do TIC do Porto.

Num despacho de 50 páginas, Anabela Tenreiro contraria a tese da defesa, que sustentava que Carolina falara numa lógica de vingança e humilhação do presidente do FC Porto, por causa da separação de Pinto da Costa. Diz a juíza que, sendo verosímil, essa postura da ex-companheira do dirigente não implica que os factos não sejam verdadeiros.

Aliás, a magistrada notou que nenhum dos três arguidos agora pronunciados explicou razoavelmente o motivo que levou ao encontro do trio em casa de Pinto da Costa, na Madalena, em Gaia, dois dias antes de Augusto Duarte apitar o Beira-Mar-FC Porto de 18 de Abril de 2004.

De resto, Anabela Tenreiro negou ainda provimento a outros argumentos da defesa de Pinto da Costa. Como a falta de poderes da equipa de Maria José Morgado - Equipa de Coordenação do Processo "Apito Dourado" (ECPAD) - para deduzir acusação, defendendo que a magistrada nomeada pelo procurador-geral da República (PGR) para coordenar os diversos processos apenas podia investigar.

Tecnicamente, os Moreira dos Santos (Gil, o pai, e Miguel, o filho) sustentam que caberia apenas ao Ministério Público (MP) de Gaia, onde decorreu o encontro e eventuais ilegalidades, fazer a acusação. Mas para a juíza do TIC do Porto não houve qualquer quebra de normas territoriais pela equipa de Morgado. Recorde-se que, na sua avaliação, o Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, utilizou, neste caso, uma prerrogativa que lhe é conferida legalmente para substituir o magistrado do MP a quem tinha sido distribuído o inquérito. E que foi Maria José Morgado, a 19 de Junho de 2007 e depois de ter ouvido Carolina Salgado, quem decidiu reabrir este processo, que tinha sido arquivado anteriormente pelo MP de Gaia. Outro ponto central da estratégia de defesa de Pinto da Costa, a alegada inconstitucionalidade da Lei 49/91, de 03 de Agosto, que pedia a nulidade das escutas telefónicas, também foi derrubado pela juíza.

A rejeição pela instrução do TIC do Porto destes dois pilares da defesa de Pinto da Costa sugere que os outros dois processos contra o dirigente em fase de instrução possam ter o mesmo destino uma vez que a acusação ao presidente do FC Porto se baseia em escutas telefónicas e/ou na reabertura de processos arquivados (como o relativo ao jogo FC Porto-Estrela da Amadora).
 
Topo