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Apitos e panelas em protesto em Maputo com acessos nos subúrbios condicionados

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Plataforma eleitoral 'Decide' estima que 22 pessoas tenham morrido, este sábado, na manifestação.

Os apitos começaram a ouvir-se pelas 21h00 locais, mas rapidamente sons de panelas e buzinas sentiram-se em todo o centro de Maputo, com alguns subúrbios condicionados ao trânsito por manifestantes pró-Venâncio Mondlane.

Cerca das 21h30 locais (menos duas horas em Lisboa) era já praticamente impossível circular na Avenida Julius Nyerere próximo ao mercado do Xiquelene, quer pelas pedras de todas as dimensões colocadas na via ou pelos manifestantes que abordavam os automobilistas, conforme a Lusa constatou, com várias viaturas a tentarem inverter a marcha.

Noutra zona próxima, na entrada do bairro da Maxaquene, pela Avenida Vladimir Lenine, o resultado do apelo feito esta tarde pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane para um "panelanço" de contestação aos resultados eleitorais acontecia na rua e a artéria estava cortada ao trânsito, enquanto pneus ardiam na via.

"Se avançar, vão queimar o carro", avisava um manifestante, de apito na boca, enquanto dezenas, de todas as idades, batiam panelas e tambores na rua, num clima de festa.

Em artérias centrais de Maputo, como as avenidas 24 de Julho, Eduardo Mondlane, Julius Nyerere, Joaquim Chissano ou Mao Tsé-Tung, entre outras, vuvuzelas, apitos e panelas a bater faziam-se ouvir, sobretudo das janelas e varandas, enquanto outros desciam à rua e apitavam em cima de carros.
Pelo menos 11 mortos e 16 baleados em manifestações em Moçambique desde quarta-feira

Quem circulava de viatura também se juntava ao coro, buzinando, mas alguns até colocaram latas presas por fios, tornando o som ainda mais estridente ao bater no asfalto.

Este protesto foi convocado pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, para este sábado, domingo e segunda-feira, entre as 21h00 e as 22h00 locais, prometendo anunciar na terça-feira novas formas de contestação aos resultados anunciados das eleições gerais de 09 de outubro, mas já esta noite era igualmente visível, pelo menos, em bairros da periferia da capital.

A plataforma eleitoral Decide estimou este sábado que 22 pessoas morreram, mais de metade em Maputo, em três dias de manifestações de contestação aos resultados das eleições gerais moçambicanas de 09 de outubro, além de 23 baleados e 80 detidos.

Segundo o relatório divulgado pela plataforma de monitorização eleitoral Decide, que aponta dados dos três dias - 13, 14 e 15 de novembro -- da nova fase de protestos convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, sete mortes foram registadas na província de Nampula (norte), duas na Zambézia (centro), nove na província de Maputo (sul) e quatro na cidade capital.

Do total de 23 pessoas baleadas, 10 foram registadas em protestos em Nampula, três na Zambézia, outras três em Manica (centro), além de três em Maputo e mais quatro na cidade em Maputo, indica ainda a Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana.

Correio da Manhã
 
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