Bloco de Esquerda: É da Catarina Martins que elas gostam mais

[kokas]

Na feira da Lixa, em Felgueiras, Catarina Martins recebeu muitos incentivos, sobretudo das mulheres






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Feira da Lixa demonstra que a empatia feminina com a líder bloquista cresceu. E que o apoio se foi avolumando na campanha.





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O apelo nunca foi velado, mas tornou-se ontem mais evidente. Catarina Martins e o BE perceberam que o piscar de olho ao eleitorado feminino pode dar frutos e, com naturalidade, estão já a colhê-los nas ruas.Na feira da Lixa, em Felgueiras, foram bastantes os comerciantes e os clientes que se dirigiram à porta-voz dos bloquistas, mas as mulheres representaram a maior fatia. A sempre "pequena" Catarina, que a todos surpreende por "parecer maior na televisão", ouviu mais do que duas mãos-cheias de incentivos e procurou explorar a mensagem de que a sua tenacidade no braço-de-ferro com os homens não é um caso isolado.De banca improvisada em banca improvisada, naquela pequena praça, sucediam-se as mulheres (sobretudo as mais velhas) que iam avolumando a onda que a líder bloquista está a surfar. "As mulheres é que mudam o mundo", dizia uma senhora para depois outra gabar a forma como Catarina "enfrenta os homens". "Defender as mulheres, acho muito bem, vamos lá!", prosseguia a segunda. Com direito a um repto da dirigente máxima do BE: "Não sou a única. Também está aqui para as defender, não está?"A senhora anuiu. "Somos muitas mais, temos é de nos unir", acrescentava ainda, antes de uma terceira afirmar que "as mulheres é que sabem mandar". E não os homens. Catarina Martins, ladeada pelo número dois do BE no Porto, José Soeiro, não embarcou nessa tese. "Contamos com todos", atirou em jeito de correção.Até porque a chuva de elogios - algo que tem sido habitual nesta corrida ao Parlamento - também veio do universo masculino. Eles, mais contidos, repetiam a cassete de que "Catarina é muito bonita e fala muito bem". Tal como Eurico Ferreira, que na sua banca de atoalhados lamentava que a feira estivesse "deserta" porque os que faziam contas ao seu "dinheirinho" emigraram. Por isso, à margem da iniciativa, Catarina recusou a ideia de que o BE seja somente "um partido de mulheres", apesar de ter confessado que foram elas quem tanto sentiu "o ataque ao Estado social". Mesmo assim, notou, qualquer semelhança com as polémicas declarações de Paulo Portas na pré-campanha não passaram de mera coincidência. "Paulo Portas fez tudo para as mulheres ficarem em casa, a serem mais sacrificadas", explicou. E terminou com a condenação do "discurso bafiento" do vice-primeiro-ministro e um renovado aceno ao eleitorado feminino. Catarina pediu um rotundo "não" a que se queiram "premiar sacrifícios com mais sacrifícios", "fazendo das mulheres mais vítimas, em casa".



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