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Borreliose
A borreliose de Lyme, causada pelo espiroquetídeo Borrelia burgdorferi sensu lato,transmitido ao homem por mordedura de carraça, surge como uma doença complexa que se revela simultâneamente infecciosa, reactiva e crónica persistente.
O reconhecimento crescente a nível mundial de casos de borreliose de Lyme, o envolvimento de uma acentuada diversidade de vectores e de reservatórios susceptíveis à infecção, bem como a heterogeneidade antigénica dos agentes etiológicos, sugerem que a referida doença pode apresentar no futuro uma distribuição muito mais ampla.
A infecção causada pelo espiroquetídeo Borrelia burgdorferi sensu lato origina um quadro multissistémico distribuído por três fases evolutivas que englobam um largo espectro de manifestações fundamentalmente dermatológicas, neurológicas, reumatológicas e cardíacas.
Entregue a si própria evolui para formas por vezes irreversíveis, mas sob tratamento o prognóstico é em geral excelente. Marcada por extremo polimorfismo clínico, a borreliose de Lyme tem sido frequentemente comparada com a sífilis, mas ao contrário desta, o seu curso imprevisível e a ausência
de um diagnóstico imunológico padronizado, tornam difícil a definição de um sistema de classificação e de critérios diagnósticos.
O seu agente etiológico, inicialmente definido como pertencente a uma espécie única designada Borrelia burgdorferi corresponde, de facto, a pelo menos dez espécies diferentes identificadas até ao momento, das quais, apenas três são reconhecidas como patogénicas humanas. Desta forma, a designação original deve ser sempre entendida como burgdorferi sensu lato.
É ainda esta heterogeneidade antigénica, a que corresponde um organotropismo e uma distribuição geográfica específicos para cada espécie, que vai condicionar o aparecimento de quadros clínicos distintos em diferentes áreas do globo.
Apesar da crescente diversidade de vectores reconhecidos na transmissão do agente etiológico dos animais ao homem , os ixodídeos do género Ixodes continuam a ser considerados como os mais importantes. Do mesmo modo, estão actualmente identificados uma multiplicidade de hospedeiros/ reservatórios susceptíveis à infecção, na sua maioria mamíferos e aves que facultam o transporte de carraças infectadas, dispersando-as geograficamente, e deste modo aos espiroquetídeos. Progressivamente, a distribuição mundial da doença, que acompanha a dos vectores, foi ultrapassando as áreas endémicas. Mas se é verdade que o reconhecimento da borreliose de Lyme fora dessas áreas, em particular quando se manifesta através de quadros clínicos atípicos, depende da respectiva comprovação através do imunodiagnóstico e/ou da identificação do espiroquetídeo a partir de materiais orgânicos, também é um facto que a negatividade destes exames não exclui o diagnóstico.
Com efeito, casos seronegativos de borreliose de Lyme estão hoje comprovados, pelo que nos critérios de definição de doença os parâmetros clínicos continuam a ser os de maior peso.
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Abraço
A borreliose de Lyme, causada pelo espiroquetídeo Borrelia burgdorferi sensu lato,transmitido ao homem por mordedura de carraça, surge como uma doença complexa que se revela simultâneamente infecciosa, reactiva e crónica persistente.
O reconhecimento crescente a nível mundial de casos de borreliose de Lyme, o envolvimento de uma acentuada diversidade de vectores e de reservatórios susceptíveis à infecção, bem como a heterogeneidade antigénica dos agentes etiológicos, sugerem que a referida doença pode apresentar no futuro uma distribuição muito mais ampla.
A infecção causada pelo espiroquetídeo Borrelia burgdorferi sensu lato origina um quadro multissistémico distribuído por três fases evolutivas que englobam um largo espectro de manifestações fundamentalmente dermatológicas, neurológicas, reumatológicas e cardíacas.
Entregue a si própria evolui para formas por vezes irreversíveis, mas sob tratamento o prognóstico é em geral excelente. Marcada por extremo polimorfismo clínico, a borreliose de Lyme tem sido frequentemente comparada com a sífilis, mas ao contrário desta, o seu curso imprevisível e a ausência
de um diagnóstico imunológico padronizado, tornam difícil a definição de um sistema de classificação e de critérios diagnósticos.
O seu agente etiológico, inicialmente definido como pertencente a uma espécie única designada Borrelia burgdorferi corresponde, de facto, a pelo menos dez espécies diferentes identificadas até ao momento, das quais, apenas três são reconhecidas como patogénicas humanas. Desta forma, a designação original deve ser sempre entendida como burgdorferi sensu lato.
É ainda esta heterogeneidade antigénica, a que corresponde um organotropismo e uma distribuição geográfica específicos para cada espécie, que vai condicionar o aparecimento de quadros clínicos distintos em diferentes áreas do globo.
Apesar da crescente diversidade de vectores reconhecidos na transmissão do agente etiológico dos animais ao homem , os ixodídeos do género Ixodes continuam a ser considerados como os mais importantes. Do mesmo modo, estão actualmente identificados uma multiplicidade de hospedeiros/ reservatórios susceptíveis à infecção, na sua maioria mamíferos e aves que facultam o transporte de carraças infectadas, dispersando-as geograficamente, e deste modo aos espiroquetídeos. Progressivamente, a distribuição mundial da doença, que acompanha a dos vectores, foi ultrapassando as áreas endémicas. Mas se é verdade que o reconhecimento da borreliose de Lyme fora dessas áreas, em particular quando se manifesta através de quadros clínicos atípicos, depende da respectiva comprovação através do imunodiagnóstico e/ou da identificação do espiroquetídeo a partir de materiais orgânicos, também é um facto que a negatividade destes exames não exclui o diagnóstico.
Com efeito, casos seronegativos de borreliose de Lyme estão hoje comprovados, pelo que nos critérios de definição de doença os parâmetros clínicos continuam a ser os de maior peso.
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Abraço