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Censura inibe tatuagens

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RoterTeufel

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Lisboa: Tatuadores nacionais e internacionais no Pavilhão Atlântico
Censura inibe tatuagens


"Quero fazer duas borboletas, mas tem de ser numa parte escondida do corpo porque o patrão não gosta”, diz Paula Martins, de 30 anos, que ontem veio de Setúbal ao Pavilhão Atlântico, em Lisboa, para o 5º Tattoo e Rock Festival. O evento, que termina amanhã, reúne dezenas de estúdios que fazem tatuagens a partir dos 30 euros. No total são 21 stands internacionais e 46 nacionais.

A inibição de Paula é igual à de muitos, que desejam fazer uma tatuagem mas não a concretizam devido ao constrangimento social. “Em Portugal ainda há muito esse sentimento. Em Londres, por exemplo, quem trabalha num banco tem um ‘dress code’ que não inclui tatuagens. É natural ver-se alguém com chamas tatuadas a saírem do fato na zona do pescoço. Isso ainda é impensável no nosso país”, confirmou Américo Silva, da organização do 5º festival de tatuagens, que já tatuou de polícias e militares a empregadas de escritório.

Apesar das inibições, outros há que se sentem despidos se não mostrarem as tatuagens ou os piercings. É o caso de Pedro, do Porto, aprendiz de tatuador: “Vejo o corpo como uma tela. É um cliché, mas é mesmo assim. Sem elas e sem os piercings sinto-me nu. Devo ter gasto muito mais de 1000 euros em tatuagens. Já perdi a conta”.

Além da estética, é igualmente frequente fazer-se uma tatuagem pelo significado. “Quero uma que marque um acontecimento. No meu caso, a morte de uma pessoa”, contou Sofia, de 27 anos.

TELEVISÃO AJUDA AO NEGÓCIO

Os programas sobre tatuagens têm surgido um pouco por todo o lado. Por cabo, são vários os canais que abordam o assunto em jeito de documentário ou série. Miami Inc é, talvez, o mais conhecido. “Aceito que estes programas são um excelente empurrão ao nosso negócio. Não concordo com tudo o que se diz lá, mas ajudam a trazer mais pessoas ao mundo das tatuagens”, disse ao CM Orfeu, um dos muitos tatuadores presente no evento.

Quanto ao nível de execução dos portugueses, Orfeu não tem dúvidas. “Eles [do Miami Inc] são bons, mas em Portugal há melhores”, afirmou, reconhecendo porém que “cada um tem o seu estilo e o seu traço e, por isso, pode agradar mais a uns do que a outros”.

MATA-RATOS NO PALCO

Tatuagens e música pesada andam de mão dada. Daí o nome do festival: Tattoo e Rock. Pela segunda vez a actuar neste evento, os Mata-Ratos são uma das bandas míticas do metal português. Sobem hoje ao palco pelas 00h30, depois da actuação do Capitão Fantasma (23h30).
 
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