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Cientistas espanhóis estão a desenvolver o primeiro gel que poderá prevenir o contágio de HIV durante o ato sexual e que já superou as primeiras experiências 'in vitro' com uma eficácia de 90 por cent
Trata-se de um gel ou microbicida de uso tópico para mulheres e homens, de aplicação vaginal ou rectal, que oferece um método de protecção contra o contágio do vírus da SIDA.
O gel não produz irritação vaginal nem impede a motilidade dos espermatozóides, como explicou María Anjos Muñoz, do Hospital Gregorio Marañón e responsável pelo projecto, que já tem patente registada.
Além disso o gel actua também como um anti-inflamatório que impede a chegada de células susceptíveis de serem infectadas.
Muñoz explicou que o gel não é tóxico e, depois da sua aplicação, poderia ter uma eficácia na protecção de entre 18 e 24 horas posteriores às relações sexuais.
Javier de la Mata, da Universidade de Alcalá de Henares, explicou que a investigação, que começou em 2003, se baseia na aplicação de um dendímetro (um tipo de molécula de tamanho nanoscópico) que bloqueia a infecção de células epiteliais e do sistema imunológico ao HIV.
Nas experiências realizadas 'in vitro' comprovou-se que esta partícula se une directamente ao vírus e impede que infecte as células, conseguindo uma eficácia de 90 por cento.
Actualmente estão em curso ensaios em «ratos humanizados», isto é, aqueles que não têm problemas no sistema imunológico e que são injectados com células humanas.
Muñoz explicou que ainda é cedo para saber se vai funcionar em humanos, o que só deverá poder comprovar-se dentro de três a cinco anos.
«Achamos que vai funcionar, ainda que teremos de o demonstrar», disse.
Não existe nenhum gel similar no mercado e o mais parecido é um microbicida que se está a pesquisar na Austrália e que se encontra numa fase de desenvolvimento mais avançada que o espanhol.
Esta especialista referiu que estudos de diferentes organizações estimam que se 30 por cento das mulheres usasse um microbicida dessas características evitar-se-iam até 3,7 milhões de novas infecções por HIV no mundo.
Fonte: Lusa/SOL