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"Peço a Deus que a traga aqui hoje", apela mãe de Corina Machado
Corina Machado é esperada em Oslo, na Noruega, onde lhe será entregue em mãos o prémio Nobel da Paz. A conferência já foi adiada e embora se espere que chegue ainda hoje ao local, não há, até ao momento, informações sobre o seu paradeiro.
Maria Corina Machado é esperada esta terça-feira numa conferência de imprensa relacionada com o Prémio Nobel da Paz com o qual foi galardoada este ano.
A mãe da ativista encontra-se no hotel onde esta é esperada e revelou aos jornalistas que Corina ainda estará "na Venezuela" e que espera que esta "arranje forma de sair do país".
"Aquilo que sabemos é que está na Venezuela. Peço a Deus que a traga aqui hoje, estamos todos à sua espera", afirmou, acrescentando ainda que está a "rezar para que tenha encontrado maneira de sair".
Segundo a mesma "a situação [no país] é espantosa", sendo que ninguém "imagina" aquilo que se passa.
"Este governo é verdadeiramente tirano", acusou, dando conta de que também ela e as outras filhas tiveram de fugir do país, dado que "todas estavam ameaçadas" e a ser "perseguidas".
A conferência de imprensa estava marcada para as 13h00 em Oslo (12h00 em Lisboa) mas foi entretanto adiada, embora se espere que se realize ainda hoje, anunciou o porta-voz do Instituto Nobel.
"A conferência de imprensa com a laureada com o Prémio Nobel da Paz [deste ano], Maria Corina Machado, prevista para hoje no Instituto Nobel norueguês, será adiada", indicou o instituto, numa mensagem aos meios de comunicação social.
"Tudo indica que conseguiremos organizar uma conferência de imprensa ainda hoje", acrescentou à Agência France Presse (AFP) o porta-voz do Instituto Nobel, Erik Aasheim, num contexto de dúvidas sobre a possibilidade de Machado, que vive escondida no seu país, receber pessoalmente o seu Nobel, entregue formalmente na quarta-feira na capital norueguesa.
Corina Machado, de 58 anos, foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz em 10 de outubro pela sua luta pela transição democrática na Venezuela.
No sábado, a líder da oposição venezuelana confirmou que ia viajar para Oslo para receber o prémio.
"Conversei com a senhora Machado ontem [sexta-feira] à noite e ela confirmou que estará em Oslo para a cerimónia", disse Kristian Berg Harpviken à agência France-Presse (AFP).
E acrescentou: "Dada a situação de segurança, não podemos dizer mais nada sobre a data e como chegará".
Corina não ficará no exílio após receber Nobel: "Não há possibilidade"
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, cujo paradeiro é desconhecido, não permanecerá no exílio após a entrega do Prémio Nobel da Paz, marcada para quarta-feira em Oslo, afirmou hoje a sua antiga chefe de campanha.
"Não há qualquer possibilidade de María Corina ficar no exílio", afirmou Magalli Meda, considerada o 'braço direito' de Machado, num vídeo divulgado numa das contas nas redes sociais associadas à campanha da opositora de Nicolás Maduro, no poder na Venezuela.
"Como podemos pensar que María Corina não voltará e ficará em exílio? É impossível. Não a conhecem. É como dizer a uma mãe que deixará de amar os seus filhos", prosseguiu.
"Ela [María Corina Machado] fará o que tiver de fazer. E está muito consciente de que a sua força provém da confiança que o país lhe deu", acrescentou.
Magalli Meda permaneceu mais de um ano (entre março de 2024 e maio de 2025) refugiada na embaixada da Argentina em Caracas, com seis -- depois cinco -- outros opositores, para evitar uma detenção, antes de conseguir fugir numa operação cujos pormenores permanecem secretos.
Impedida de concorrer às eleições presidenciais de julho de 2024 na Venezuela, Machado entrou na clandestinidade poucos dias depois, permanecendo escondida no próprio país.
A última vez que apareceu em público foi a 09 de janeiro, em Caracas, durante uma manifestação contra a tomada de posse de Maduro, para um terceiro mandato, obtido em condições contestadas.
Maduro é acusado de deriva autoritária pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), que sancionaram o regime.
Embora a sua família já tenha viajado para Oslo para assistir à cerimónia, que decorre quarta-feira na câmara municipal local, continua a desconhecer-se o paradeiro de Machado.
Estava prevista para hoje uma conferência de imprensa de María Corina, embora o Comité Norueguês do Nobel não tenha revelado em que formato, que começou por ser adiada e depois cancelada.
No mês passado, o procurador-geral da Venezuela disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) que María Corina Machado seria considerada "fugitiva" caso deixasse o país para receber o Nobel.
A entrega do prémio coincide com a instalação pelos Estados Unidos de um importante dispositivo militar nas Caraíbas e com ataques norte-americanos mortais contra embarcações alegadamente envolvidas no tráfico de droga, operações que Machado defendeu publicamente.
Maduro alega que o verdadeiro objetivo destas ações é derrubá-lo e apoderar-se das reservas petrolíferas da Venezuela.
Trump afirma que dias de Maduro "estão contados" (e não descarta invasão)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os dias do homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, "estão contados", não descartando uma invasão terrestre da Venezuela pelas forças norte-americanas.
O chefe de Estado republicano, em entrevista ao Politico publicada esta terça-feira, foi questionado sobre até onde estaria disposto a ir para tirar Maduro do poder, que ocupa desde 2013, ao que respondeu: "Os seus dias estão contados".
Trump não quis, porém, confirmar nem descartar uma intervenção terrestre com tropas americanas: "Não quero falar sobre isso. Por que falaria sobre isso com a Politico, uma publicação tão hostil para comigo?".
Esta terça-feira, dois caças F-18 norte-americanos sobrevoaram as águas do Golfo da Venezuela durante cerca de 40 minutos, num novo gesto que contribui para aumentar a pressão de Washington sobre o Governo do líder chavista.
De acordo com o serviço de rastreamento de aviação Flightradar24, a operação dos caças dos Estados Unidos ocorreu por volta das 12:00, hora local (16:00 em Lisboa), numa zona do golfo a cerca de 160 quilómetros a nordeste de Maracaibo, capital do estado de Zulia (fronteira com a Colômbia).
As autoridades venezuelanas não se referiram expressamente ao incidente, mas reiteraram ao longo do dia de terça-feira que o país caribenho continua disposto "a lutar" em caso de agressão.
Os Estados Unidos mantêm há várias semanas um importante destacamento naval nas águas do mar das Caraíbas, perto da nação sul-americana, visto pelo Governo de Maduro como uma ameaça com o objetivo de promover uma mudança de regime.
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, afirmou na terça-feira que a determinação de lutar pela liberdade do país é reforçada "com armas", garantindo que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) respondeu "dignamente" às "ameaças" dos Estados Unidos e tem um plano para ripostar a "nova agressão militar e multiforme do imperialismo norte-americano".
Por sua vez, o chefe da diplomacia venezuelana, Yván Gil, defendeu uma "ofensiva revolucionária" e a construção de um movimento que possa responder ao "imperialismo" e aliados.
Também o presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, afirmou que, "com absoluta certeza", a Venezuela se defenderá e lutará contra uma eventual agressão militar, e assegurou que os Estados Unidos querem "uma guerra para devastar" o país.
Rodríguez reiterou ainda esta terça-feira que a Venezuela vai sair do Tribunal Penal Internacional (TPI) devido à "vassalagem" dos seus representantes, sustentando que os juízes daquele órgão "não estão lá para fazer justiça nem para defender os direitos" e acusando o tribunal de não dizer "absolutamente nada" sobre as "ameaças e guerra psicológica" contra a Venezuela por parte dos Estados Unidos.
Num aparente sinal de resiliência, durante um Conselho Nacional de Economia Produtiva, transmitido pelo canal estatal Venezolana de Televisión (VTV), Maduro garantiu na terça-feira que a produção pesqueira aumentou no país, apesar dos mísseis lançados pelos Estados Unidos contra embarcações no mar das Caraíbas.
O Presidente venezuelano precisou que a produção aquícola cresceu 4% e a captura pesqueira 2,4% entre janeiro e novembro deste ano, sem acrescentar outros detalhes.
Maduro destacou estes números como uma conquista no "contexto dos mísseis lançados contra barcos nas Caraíbas" e assinalou que "a Venezuela continua a crescer na sua produção".
O chefe de Estado disse ainda que o produto interno bruto (PIB) venezuelano deverá crescer 9% em 2025, apesar do que designou como "contexto permanente de agressão económica".
No plano diplomático, Caracas anunciou esta terça-feira que Madurou manteve uma conversa telefónica com o homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian, de quem recebeu o apoio face às "provocações hostis" dos Estados Unidos.
Pezeshkian, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, afirmou que todas as "provocações hostis" violam os princípios do direito internacional e constituem um "precedente perigoso" para os povos do mundo.
Caças norte-americanos realizaram incursão em águas da Venezuela
Dois caças americanos F-18 Super Hornet realizaram hoje uma incursão em águas da Venezuela, violando a linha de 12 milhas náuticas que demarca o mar territorial, um novo e contundente sinal de pressão ao regime de Nicolás Maduro.
A incursão, segundo a imprensa venezuelana e colombiana, foi registada pelas plataformas de monitorização aérea como o Flightradar24, tendo os caças voado sobre as águas entre Zulia e Falcón, muito perto de Maracaibo, entre a península de Paraguaná e a península de La Guajira.
"Permaneceram na zona realizando várias voltas antes de abandonarem o espaço aéreo venezuelano em direção ao norte, desligando depois os seus transponders", segundo o canal de televisão colombiano NTN24.
O diário venezuelano El Nacional indica que as aeronaves "operavam sob os códigos hexadecimais AE53C1 e AE1AE7, nos registos ADS-B".
"Ambas partiram do porta-aviões USS Gerald R. Ford (CVN-78), que retomou manobras na zona como parte da mobilização norte-americana destinada a reforçar as operações antinarcóticos e de vigilância estratégica no hemisfério", explica o El Nacional na sua página na internet.
Citando vários analistas, o NTN24 precisa que até o momento os voos dos Estados Unidos tinham respeitado o mar territorial venezuelano, mantendo-se em águas internacionais.
"No entanto, a incursão desta terça-feira foi além e não só entrou no mar territorial, como também nas águas interiores da Venezuela, ou seja, espaços aquáticos considerados parte integrante do território", refere.
O NTN24 explica ainda que "o voo dos F-18 ocorreu perto da base naval Rafael Urdaneta em Maracaibo, a principal base naval do estado de Zúlia, e do Comando da Região Estratégica de Defesa Integral Ocidental" uma "área de grande relevância estratégica devido à presença de unidades de vigilância costeira e fluvial, centros de comando de operações militares, radares e baterias defensivas costeiras".
Também hoje, mais cedo, segundo o jornal El Nacional, "um drone militar norte-americano MQ-4C Triton, identificado com o código 169804 BLKCAT6, entrou no espaço aéreo da Região de Informação de Voo (FIR) de Maiquetía, realizando manobras de reconhecimento frente à costa central da Venezuela".
O voo, "foi realizado a grande altitude" e o MQ-4C Triton, segundo o El Nacional, "é um dos sistemas não tripulados mais avançados do inventário norte-americano" cuja "função principal é ISR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento), o que o torna uma plataforma capaz de cobrir milhares de quilómetros quadrados em um único voo", escreve.
No sábado, o ministro venezuelano da Defesa, Vladimir Padrino López, afirmou que as Forças Armadas da Venezuela estão "mais do que preparadas" para defender o país de eventuais agressões de Washington, que acusa de tentar provocar uma mudança de regime.
"Tenho ao meu redor umas Forças Armadas Nacionais Bolivarianas refundadas nos seus valores, nos seus princípios, no seu carácter humanista. Umas Forças Armadas independentistas, com carácter de liberdade e identidade nacional como nunca antes, e hoje mais coesa do que nunca, unida ao povo, unida como nunca antes na história da Venezuela (...) e cada vez mais profissionais, mais populares e mais preparadas para dar uma resposta contundente a quem ousar agredir o espírito nacional, a integridade da pátria, o nosso gentílico", disse à televisão estatal venezuelana.
O Ministro do Interior e Justiça, Diosdado Cabello afirmou que a Venezuela "está em revolução pacífica, mas não em revolução desarmada", assegurando que o país é capaz de "uma resistência ativa prolongada".
Washington acusa o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de ser líder do Cartel de Los Soles e ofereceu uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à sua detenção, mas Caracas nega ter vínculos com o narcotráfico.
No dia 21 de novembro, a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos instou as companhias aéreas a terem "extrema cautela" ao sobrevoarem a Venezuela e o sul das Caraíbas.
Corina Machado afinal vai mesmo a Oslo (mas não recebe prémio em mãos)
Informação é avançada pelo Instituto Nobel da Noruega.
Afinal, Maria Corina Machado vai viajar para Oslo, na Noruega, onde será entregue o Prémio Nobel da Paz. Contudo, não será a própria a recebê-lo.
A informação é avançada pelo Instituto Nobel da Noruega que, em comunicado, revela que "embora ela não possa comparecer à cerimónia e aos eventos de hoje, estamos muito felizes em poder confirmar que ela está segura e se encontrará conosco em Oslo".
"Ela simplesmente vive sob ameaça de morte por parte do regime. Essa ameaça estende-se para além das fronteiras da Venezuela, vinda do próprio regime e dos seus aliados ao redor do mundo", afirmou o diretor do Prémio Nobel, Kristian Berg Harpviken, citado pelos meios noruegueses.
Recorde-se que o plano era que a vencedora do Prémio Nobel da Paz comparecesse na cerimónia, algo que entretanto já se confirmou que não irá acontecer, sendo que será a filha da opositora venezuelana a receber o prémio em seu nome.
"Será a sua filha, Ana Corina Machado, que receberá o prémio em nome da mãe", declarou o organizador: "Será a filha que proferirá o discurso que a própria Maria Corina escreveu".
Em Oslo, segundo a agência EFE, encontram-se já a mãe da opositora, Corina Parisca, a sua irmã e sua filha, Ana Corina Sosa, que estará acompanhada na cerimónia pelos dois irmãos.
Sublinhe-se que a Venezuela atravessa um clima de tensão com os Estados Unidos, situação que desencadeou a suspensão de muitos voos internacionais, após o presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado o encerramento do espaço aéreo venezuelano.
O Nobel da Paz foi atribuído este ano à opositora venezuelana María Corina Machado "enquanto líder do movimento pela democracia na Venezuela", mas, como defensora da vitória do líder da oposição Edmundo González nas eleições presidenciais de julho de 2024, a ativista é um alvo do regime liderado pelo Presidente Nicolás Maduro.
Inicialmente, em outubro, María Corina Machado disse a um jornal norueguês que só viajaria para a capital da Noruega se a Venezuela estivesse "livre" e explicou que, enquanto Nicolás Maduro estiver no poder, não pode abandonar o local onde se encontra "por motivos de segurança".
Mais tarde, a opositora acabou por anunciar que estaria na cerimónia de Oslo, tendo mesmo marcado uma conferência de imprensa para terça-feira, naquela que seria a primeira vez que surgiria em público desde janeiro.
A conferência de imprensa foi inicialmente adiada e depois cancelada, sem que o Comité Nobel norueguês tenha avançado os motivos.
María Corina Machado acusa governo venezuelano de "terrorismo de Estado"
A vencedora Prémio Nobel da Paz 2025, María Corina Machado, acusou hoje o governo venezuelano de "terrorismo de Estado", num discurso lido pela sua filha, Ana Corina Sosa, que recebeu o prémio em nome da mãe que não pôde comparecer a tempo da cerimónia por motivos ainda por especificar.
A vencedora Prémio Nobel da Paz 2025, María Corina Machado, acusou hoje o governo venezuelano de "terrorismo de Estado" e antecipou para breve o regresso dos venezuelanos que abandonaram o país.
Num discurso lido pela sua filha, Ana Corina Sosa, que recebeu o prémio em nome da mãe que não pôde comparecer a tempo da cerimónia por motivos ainda por especificar, a líder da oposição venezuelana afirmou que é preciso estar "pronta para lutar pela liberdade".
Comité Nobel apela a Maduro: "Aceite resultados das eleições e demita-se"
O Comité Norueguês do Nobel apelou hoje ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para que renuncie ao poder e aceite os resultados eleitorais.
O Comité Norueguês do Nobel apelou hoje ao Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para que renuncie ao poder e aceite os resultados eleitorais, ao atribuir o Prémio Nobel da Paz à líder da oposição, María Corina Machado.
"Senhor Maduro, aceite os resultados das eleições e demita-se", disse o presidente do Comité, Jorgen Watne Frydnes, durante a cerimónia da entrega do prémio, onde Corina Machado se fez representar pela filha, Ana Corina Sosa.
O responsável acrescentou que Maduro deve "lançar as bases para uma transição pacífica para a democracia", sublinhando que essa é "a vontade do povo venezuelano".
O presidente do comité traçou um retrato severo da situação política e humanitária na Venezuela, classificando o país como um "Estado autoritário brutal".
Frydnes evocou vários casos recentes de repressão para ilustrar o funcionamento do regime, incluindo o desaparecimento forçado de adolescentes, a detenção e tortura de opositores políticos e a morte sob custódia de presos políticos, referindo-se a estes episódios como parte de um sistema "construído para erradicar qualquer tentativa de dizer a verdade".
Frydnes lembrou que as Nações Unidas classificaram estas práticas como crimes contra a humanidade e sublinhou que mais de um quarto da população venezuelana já fugiu do país, numa das maiores crises migratórias do mundo, enquanto os que permanecem vivem sob "silenciamento sistemático, perseguição e medo".
No plano internacional, o presidente do Comité Nobel alertou para o avanço global do autoritarismo, considerando que "o mundo está no caminho errado", com regimes autocráticos a aprenderem uns com os outros e a cooperarem em matéria de repressão, vigilância e propaganda.
Nesse contexto, Frydnes apontou explicitamente o apoio de países como Cuba, Rússia, Irão e China ao regime venezuelano.
Frydnes rejeitou a narrativa segundo a qual os movimentos democráticos são fonte de instabilidade, defendendo que a violência "não nasce da exigência de liberdade, mas da recusa dos que estão no poder em o abandonar".
"Paz baseada no medo, no silêncio e na tortura não é paz. É submissão apresentada como estabilidade", argumentou Frydnes.
No seu discurso, o presidente do comité destacou ainda a trajetória da oposição venezuelana e o papel de María Corina Machado como figura central de uma resistência cívica e não violenta, sublinhando que a dirigente sempre defendeu "boletins de voto em vez de balas" e uma transição democrática, rejeitando tanto a vingança como a violência.
Segundo Frydnes, a eleição presidencial de 2024, cuja legitimidade é contestada pela oposição, foi determinante para a atribuição do prémio, elogiando a mobilização inédita de centenas de milhares de cidadãos que documentaram o processo eleitoral, apesar de ameaças e repressão.
"O regime falsificou os resultados e manteve-se no poder pela força", afirmou, acrescentando que Machado vive desde então escondida, mas permanece no país como símbolo de resistência.
A Venezuela realizou em julho de 2024 eleições presidenciais, às quais a opositora foi impedida de concorrer.
O então Presidente Nicolás Maduro afirmou ter sido reeleito para um terceiro mandato, apesar de a oposição reclamar a vitória do seu candidato, Edmundo Gonzaléz Urrutia, alegando ter como provas a maioria das atas eleitorais.
O presidente do Comité Nobel concluiu que democracia e paz são inseparáveis, sublinhando que "a democracia não é um luxo dispensável", mas "o instrumento mais eficaz para prevenir a violência e os conflitos".
"María Corina Machado e a oposição venezuelana acenderam uma chama que nenhuma tortura, nenhuma mentira e nenhum medo podem extinguir", disse Frydnes, acrescentando que, quando a história deste tempo for escrita, "não serão os nomes dos autocratas a prevalecer, mas os dos que ousaram resistir".
"Assim que chegar poderei abraçar a minha família que não vejo há 2 anos"
María Corina Machado, vencedora do prémio Nobel da Paz este ano, está a caminho de Oslo, mas não conseguirá chegar a tempo para receber o prémio pessoalmente. O comité partilhou uma chamada telefónica com a venezuelana que dá ainda conta de que a viagem foi arriscada.
A vencedora do prémio Nobel da Paz deste ano, María Corina Machado, não esteve presente fisicamente na cerimónia que decorre, esta quarta-feira, em Oslo. No entanto, através de um vídeo partilhado pelo comité, a venezuelana afirmou estar "a caminho" da capital norueguesa, depois de uma viagem arriscada.
"Estou muito triste e lamento muito dizer-vos que não chegarei a tempo para a cerimónia, mas eu estarei em Oslo. Estou a caminho de Oslo neste momento", disse num áudio transmitido pelo comité.
E acrescentou: ""Já que este é um prémio para todos os venezuelanos, eles vão recebê-lo. Assim que chegar, poderei abraçar a minha família e os meus filhos que já não vejo há dois anos".
Recorde-se que, inicialmente, foi avançado pela imprensa norueguesa, que María Corina Machado não estaria presente na cerimónia para receber o Nobel da Paz.
"Infelizmente, ela não está na Noruega neste momento. Não estará no palco da Câmara Municipal de Oslo às 13h00, quando a cerimónia começar", adiantou Kristian Berg Harpviken, diretor do Instituto Nobel Norueguês, à estação NRK.
De acordo com o responsável, o prémio será entregue à filha de María Corina Machado, Ana Corina Sosa.
"Será a sua filha, Ana Corina Machado, que receberá o prémio em nome da mãe", declarou. "Será a filha que proferirá o discurso que a própria Maria Corina escreveu".
A opositora venezuelana María Corina Machado não estará presente, esta quarta-feira, em Oslo, na Noruega, para receber o Nobel da Paz. O prémio será entregue à sua filha, segundo avança a imprensa norueguesa.
Horas depois, o Instituto Nobel da Noruega avançou, em comunicado, que Maria Corina Machado iria viajar para Oslo, mas não estaria presente na cerimónia.
"Embora ela não possa comparecer à cerimónia e aos eventos de hoje, estamos muito felizes em poder confirmar que ela está segura e se encontrará connosco em Oslo", dizia o comunicado.
"Ela simplesmente vive sob ameaça de morte por parte do regime. Essa ameaça estende-se para além das fronteiras da Venezuela, vinda do próprio regime e dos seus aliados ao redor do mundo", afirmou o diretor do Prémio Nobel, Kristian Berg Harpviken, citado pelos meios noruegueses.
Informação de que, afinal, María Corina Machado vai a Oslo é avançada pelo Instituto Nobel da Noruega, que se congratula pela presença da vencedora do Prémio Nobel da Paz na capital do país, pese embora não receba o prémio pessoalmente.
De salientar que a Venezuela atravessa um clima de tensão com os Estados Unidos, situação que desencadeou a suspensão de muitos voos internacionais, após o presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado o encerramento do espaço aéreo venezuelano.
O Nobel da Paz foi atribuído este ano à opositora venezuelana María Corina Machado "enquanto líder do movimento pela democracia na Venezuela", mas, como defensora da vitória do líder da oposição Edmundo González nas eleições presidenciais de julho de 2024, a ativista é um alvo do regime liderado pelo Presidente Nicolás Maduro.
Inicialmente, em outubro, María Corina Machado disse a um jornal norueguês que só viajaria para a capital da Noruega se a Venezuela estivesse "livre" e explicou que, enquanto Nicolás Maduro estiver no poder, não pode abandonar o local onde se encontra "por motivos de segurança".
Mais tarde, a opositora acabou por anunciar que estaria na cerimónia de Oslo, tendo mesmo marcado uma conferência de imprensa para terça-feira, naquela que seria a primeira vez que surgiria em público desde janeiro.
A conferência de imprensa foi inicialmente adiada e depois cancelada, sem que o Comité Nobel norueguês tenha avançado os motivos.
Outros vencedores do Prémio Nobel da Paz não marcaram presença
Quando o chinês Liu Xiaobo, então preso, ganhou o Prémio Nobel da Paz em 2010, ninguém compareceu para receber o prémio. Uma foto sua foi colocada numa cadeira a ele destinada, e a atriz norueguesa Liv Ullmann leu o discurso de aceitação.
Em 2022, por outro lado, o bielorrusso Ales Bialiatski, um dos três vencedores do Nobel desse ano e que permanecia na prisão, foi representado pela esposa, Natallia Pinchuk.
E quando a iraniana Narges Mohammadi, também presa, recebeu o prémio em 2023, foram os seus filhos que viajaram a Oslo para receber o prémio e ler o discurso.
María Corina Machado terá saído da Venezuela de barco
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, terá saído da Venezuela na terça-feira de barco rumo a Curaçau para tentar chegar a Oslo, Noruega, e receber o Prémio Nobel da Paz, avançou hoje o The Wall Street Journal.
Segundo o jornal, que cita fontes do Governo norte-americano, María Corina Machado viajou secretamente para a ilha das Caraíbas, situada a menos de 80 quilómetros da costa venezuelana.
A opositora venezuelana não chegou a tempo de participar na cerimónia realizada hoje na capital norueguesa e acabou por ser a sua filha, Ana Corina Sosa, a receber o galardão e a ler o seu discurso, embora tenha confirmado que estaria em Oslo nas próximas horas.
O Instituto Nobel informou hoje à tarde que a líder da oposição venezuelana também não participará nos restantes eventos desta quarta-feira, incluindo o banquete de gala.
"Machado não comparecerá nem à procissão das tochas, nem ao banquete do Nobel. Não sabemos quando chegará a Oslo, apenas que virá", disse o porta-voz do Instituto Nobel, Erik Aasheim.
Segundo o The Wall Street Journal, a viagem para tentar chegar a Oslo pode obrigar María Corina Machado a exilar-se, depois de ter passado grande parte do último ano escondida na Venezuela para evitar ser presa pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro.
A líder opositora expressou, no entanto, a sua intenção de regressar "muito em breve" ao seu país após a sua passagem por Oslo.
"Abrimos as portas das prisões e veremos sair ao sol milhares de inocentes que foram injustamente encarcerados", disse Ana Corina Sosa na Câmara Municipal de Oslo, onde decorreu a cerimónia de entrega do Nobel da Paz, depois de afirmar que "em poucas horas" poderia abraçar a sua mãe após dois anos.
A tradicional procissão das tochas organizada após a cerimónia percorre o centro de Oslo até terminar em frente ao hotel onde o laureado está hospedado, que costuma sair para saudar da varanda e proferir algumas palavras.
O Conselho da Paz, que reúne cerca de 20 organizações, recusou-se este ano a organizar o tradicional desfile devido ao seu desacordo com a escolha da venezuelana como Prémio Nobel da Paz, mas a organização Norwegian Venezuelan Justice Alliance irá fazê-lo.
Em plena tensão com EUA, Maduro canta "Don't Worry, Be Happy"
Em plena tensão com os Estados Unidos, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cantou e dançou ao som de "Don't Worry, Be Happy" ["Não te preocupes, sê feliz", em português] num comício.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu cantar a música "Don't Worry, Be Happy", de Bobby McFerrin, durante um comício para pedir calma aos cidadãos numa altura em que o país atravessa um momento de tensão com os Estados Unidos.
"Aos cidadãos americanos que são contra a guerra, respondo com uma canção muito famosa: 'Don't Worry, Be Happy' ['Não se preocupem, sejam felizes']", disse Maduro, na quarta-feira, antes de começaram a cantarolar a música.
“Não à guerra, sejam felizes. Não, não à guerra louca, não, sejam felizes”, afirmou.
A interpretação de Maduro ocorreu numa altura de tensão entre Caracas e Washington e horas após o presidente norte-americano, Donald Trump, ter dito que os dias do presidente venezuelano “estão contados”, não descartando uma invasão terrestre da Venezuela pelas forças norte-americanas.
Pode ver, na galeria acima, Nicolás Maduro a cantar e a dançar ao som de "Don't Worry, Be Happy".
EUA apreenderam petroleiro ao largo da Venezuela: "O maior"
Na noite de quarta-feira, Trump anunciou que as forças norte-americanas apreenderam um petroleiro ao largo da costa da Venezuela.
"Acabámos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela - um grande petroleiro, muito grande, o maior alguma vez apreendido, na verdade", disse Trump aos jornalistas na Casa Branca, citado pela BBC.
Já a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, afirmou estar em causa um "petroleiro utilizado para transportar crude sancionado da Venezuela e do Irão".
Em resposta, o governo da Venezuela considerou que a apreensão "constitui um roubo descarado e um ato de pirataria internacional".
Os Estados Unidos, sublinhe-se, mantêm há várias semanas um importante destacamento naval nas águas do mar das Caraíbas, perto da nação sul-americana, visto pelo governo de Maduro como uma ameaça com o objetivo de promover uma mudança de regime.
María Corina Machado aparece em público em hotel de Oslo.
María Corina Machado, líder da oposição venezuelana e vencedora do Prémio Nobel da Paz, apareceu em público em Oslo, na Noruega, após meses escondida na Venezuela. Esta foi a sua primeira aparição pública em quase um ano.
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, vencedora do Prémio Nobel da Paz, apareceu pela primeira vez perante uma multidão em Oslo, na Noruega, após ter passado vários meses escondida no seu país.
A opositora não chegou a tempo de participar na cerimónia de entrega do Prémio Nobel e foi a sua filha, Ana Corina Sosa, a receber o galardão e a ler o seu discurso. Ainda assim, Corina Machado tinha indicado que chegaria à capital norueguesa nas próximas horas.
O Instituto Nobel acabou por anunciar, mais tarde, que a líder da oposição venezuelana também não participaria nos restantes eventos, incluindo o banquete de gala.
Segundo a BBC, a política venezuelana apareceu na varanda do icónico Grand Hotel de Oslo pelas 2h30 locais (1h30 em Lisboa), sendo recebida por dezenas de apoiantes que gritaram palavras como “corajosa” e “liberdade”. Minutos depois, María Corina Machado saiu à rua para abraçar os apoiantes.
Esta foi a primeira aparição pública de Corina Machado em quase um ano, após ter sido acusada de traição à pátria e conspiração na Venezuela.
Já na manhã desta quinta-feira, María Corina Machado foi vista a sair do hotel. Para hoje, está prevista uma visita da opositora venezuelana ao parlamento norueguês.
María Corina Machado terá saído da Venezuela de barco
Segundo o jornal, que cita fontes do governo norte-americano, María Corina Machado viajou secretamente para a ilha das Caraíbas, situada a menos de 80 quilómetros da costa venezuelana.
Apesar da fuga, a líder opositora expressou a sua intenção de regressar "muito em breve" ao seu país após a sua passagem por Oslo.
Opositora acusa regime de Maduro de "terrorismo de Estado"
Num discurso, lido pela sua filha na entrega do Prémio Nobel da Paz, María Corina Machado, acusou o governo venezuelano de "terrorismo de Estado" e antecipou para breve o regresso dos venezuelanos que abandonaram o país.
"Meus queridos venezuelanos, o mundo ficou maravilhado com o que alcançámos e em breve testemunhará uma das cenas mais comoventes do nosso tempo: os nossos entes queridos a regressar a casa - e eu estarei novamente na ponte Simón Bolívar, onde outrora chorei entre os milhares que partiam, para lhes dar as boas-vindas de volta à vida luminosa que nos espera", afirmou.
Referindo-se ao regime do presidente Nicolás Maduro, a laureada condenou os "crimes contra a humanidade documentados pelas Nações Unidas" e o "terrorismo de Estado utilizado para enterrar a vontade do povo".
Empresa que tirou Corina da Venezuela nega ter sido contratada por Trump
Bryan Stern, um veterano de guerra norte-americano que retirou María Corina Machado da Venezuela por mar, recomendou à líder da oposição venezuelana que não regressasse ao país e garantiu não ter sido contratado pela Casa Branca.
O fundador do grupo Grey Bull Rescue, com sede em Tampa (Flórida), disse ao canal CBS que se encontrou com Corina Machado em alto mar e conseguiu levá-la para um local secreto nas Caraíbas, de onde a opositora venezuelana embarcou num avião com destino a Oslo para receber, na passada quarta-feira, o Prémio Nobel da Paz e reunir-se com a família.
"Foi perigoso. Foi assustador. As condições do mar eram ideais para nós, mas não eram águas onde se quisesse estar. Quanto mais altas as ondas, mais difícil é para o radar ver. É assim que funciona", disse Stern.
O ex-militar reconheceu que "ninguém gostou da viagem, especialmente María!".
Stern sublinhou ao canal que a Grey Bull não atua com fundos governamentais. "O Governo dos Estados Unidos não contribuiu com um único centavo, pelo menos que eu saiba", afirmou.
"Eu sou o profissional especializado em extrações e nunca fui contratado por Donald Trump", afirmou, negando versões que ligam o resgate ao círculo do Presidente dos Estados Unidos.
O veterano de guerra negou que a recolha tenha sido em Curaçao, assim como evitou falar a parte da operação em terra. "Ainda temos trabalho na Venezuela e não queremos colocar em risco as pessoas, fontes ou métodos envolvidos", justificou.
Quando se juntou a María Corina Machado, disse Stern, "estavam todos encharcados".
"A minha equipa e eu estávamos completamente molhados. Ela também estava com frio e molhada. Foi uma viagem muito difícil", disse Stern, que destacou que a Prémio Nobel da Paz é a pessoa de maior destaque que já resgatou.
Presidente da Venezuela acusa EUA de quererem roubar petróleo do país
O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou os Estados Unidos de quererem roubar o petróleo da Venezuela, depois das forças armadas norte-americanas terem intercetado e confiscado um petroleiro junto às águas do país sul-americano.
"Por isso digo que ontem [quarta-feira] a máscara deles caiu (...) é o petróleo que querem roubar, e a Venezuela defenderá a sua soberania sobre os seus recursos naturais e voltaremos a triunfar", disse Maduro, na quinta-feira.
"A vitória pertence-nos hoje, amanhã e sempre", disse o chefe de Estado, num evento numa comuna da capital, Caracas, transmitido pela emissora estatal VTV.
Maduro disse ainda que os tripulantes do petroleiro estão desaparecidos e anunciou que irá denunciar o incidente aos organismos internacionais para garantir a segurança de todas as embarcações venezuelanas e o livre comércio.
"A Venezuela rejeita categoricamente este ato criminoso de pirataria contra todas as Caraíbas", referiu o Presidente.
"Já dei instruções suficientes para que todas as ações legais e diplomáticas adequadas sejam tomadas e para que as medidas sejam implementadas", acrescentou Maduro.
"A Venezuela garantirá a segurança de todas as embarcações para assegurar o livre comércio do seu petróleo em todo o mundo", garantiu o líder.
Maduro afirmou que o navio transportava 1,9 milhões de barris de petróleo, já pagos, sem especificar qual o comprador, antes de partir da Venezuela.
O petroleiro, chamado Skipper e navegando sob bandeira falsa, foi apreendido por ordem de um juiz norte-americano devido a ligações anteriores com o contrabando de petróleo iraniano, sancionado por Washington, embora desta vez transportasse petróleo bruto venezuelano, de acordo com o jornal New York Times.
Na quarta-feira, a Presidência dos Estados Unidos anunciou que o petroleiro será encaminhado para um porto norte-americano para que o crude possa ser apreendido.
"Existe um processo legal para a apreensão desse petróleo, e esse processo legal será seguido", declarou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em conferência de imprensa.
De acordo com Leavitt, o petroleiro está atualmente a passar por "um processo de confisco", e os Estados Unidos têm uma equipa de investigação a bordo a interrogar a tripulação.
O incidente aumenta as tensões entre os dois países após meses de presença militar dos EUA nas Caraíbas, ostensivamente para combater o tráfico de droga, algo que Washington atribui a Maduro, uma alegação que o Presidente venezuelano nega.
Apesar disso, Maduro declarou na quinta-feira que o futuro dos Estados Unidos e da Venezuela deve ser de "respeito, amizade e cooperação" e pediu aos cidadãos norte-americanos que "impeçam a atuação de setores extremistas, supremacistas e belicistas".
Prémio Nobel da Paz diz ter temido pela vida na fuga da Venezuela
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, laureada com o Prémio Nobel da Paz de 2025, admitiu ter temido pela própria vida durante a fuga clandestina da Venezuela para a Noruega.
"Houve momentos em que senti que a minha vida corria um risco real", disse Corina Machado, recusando detalhar as circunstâncias da viagem até Oslo - onde já não chegou a tempo da entrega do prémio, que acabou por ser recebido pela filha - para não comprometer quem a ajudou.
"Foi também um momento muito espiritual porque, no final, simplesmente senti que estava nas mãos de Deus", acrescentou Corina Machado.
De acordo com a publicação norte-americana Wall Street Journal, Machado deixou os arredores de Caracas na manhã de segunda-feira, disfarçada e usando uma peruca, atravessando 10 postos de controlo militar para chegar a uma vila piscatória na costa.
Na noite de terça-feira, Corina Machado iniciou a travessia do Mar das Caraíbas num pequeno barco de pesca que, segundo o jornal, perdeu o sinalizador GPS durante o percurso.
Já em mar aberto, transferiu-se para outra embarcação para conseguir chegar a Curaçau sem ser detetada.
Fontes citadas pelo jornal asseguram que militares dos Estados Unidos foram informados da travessia para evitar que a embarcação fosse confundida com um alvo militar e atingida pelos recentes bombardeamentos norte-americanos no âmbito da campanha contra o narcotráfico.
"Recebemos apoio do Governo dos Estados Unidos para chegar aqui", confirmou Corina Machado, depois de ter desembarcado em Curaçau e seguido num avião privado com destino à Noruega, via EUA.
A líder da oposição chegou a Oslo na noite de quarta-feira, tarde demais para assistir à cerimónia de entrega dos Nobel, trazendo apenas a roupa do corpo.
"Nem tive tempo para tomar banho", disse Corina Machado à estação televisiva britânica BBC.
A opositora agradeceu publicamente "a todos os homens e mulheres que arriscaram a vida" para tornar possível a saída clandestina da Venezuela.