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Um vestido vitoriano exposto num mercado antigo do Maine, nos Estados Unidos, não se comparava a nada que Sara Rivers alguma vez tivesse visto.
A mulher, que é colecionadora, percebeu logo que o vestido datava de 1880, embora o seu estado nada fizesse parecer que fosse assim tão antigo.
Sara não hesitou em adquirir a peça, conseguindo baixar o seu valor, tendo, ainda assim, pago mais pela peça do que é habitual.
Ora, passados dez anos (o vestido foi comprado em dezembro de 2013) Sara viria a descobrir que a peça de indumentária possuía dois bolsos escondidos. E lá dentro encontrou dois pedaços de papel, cujo conteúdo escrito era difícil de decifrar. Já numa etiqueta cosida no vestido tinha um nome escrito à mão: Bennett.
A mulher viria a entender que o vestido deveria valer muito mais do que aquilo que dera por ele e chegou mesmo a criar um blogue para obter mais informações sobre o mesmo, onde pedia ajuda para descodificar o que estava escrito nos papéis encontrados nos bolsos.
A tarefa não se avizinhou fácil e houve quem chegasse mesmo a ponderar que a mulher seria uma agente secreta e que os papéis continham conversas em código secreto.
O mistério viria a ser resolvido só em 2018, quando Wayne Chan, um homem apaixonado por códigos, decidiu intrometer-se e tentar perceber o que se passava. O homem, natural do Canadá, terá analisado 170 obras sobre código e nenhum coincidia com os dos papéis de Bennett.
Decidiu então recuar ao tempo do telégrafo, incluindo aos códigos usados para a meteorologia e no ano passado viria a revelar que aquelas mensagens eram afinal previsões de tempo, revela a CNN Internacional.
Na época, a comunicação por telégrafo era mais cara quanto mais palavras fossem usadas. Assim, a mulher usava códigos para comunicar.
Chan descobriu que as mensagens codificadas usavam um código meteorológico telegráfico do século XIX utilizado pelo Corpo de Sinais do Exército, que era o serviço meteorológico nacional dos EUA durante o final do século XIX.
Nem Sara nem Chan conseguiram descobrir ainda quem seria Bennett e porque tinha estes códigos nos bolsos. Mas ambos dizem-se felizes por conseguirem ter resolvido o principal mistério.
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