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Concorrência de "redes mafiosas" ameaça construtoras portuguesas

billshcot

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Nov 10, 2010
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O Sindicato da Construção de Portugal alertou esta quarta-feira que a “concorrência desleal” das “redes mafiosas” está a prejudicar empresas portuguesas “idóneas” no estrangeiro e poderá obrigar ao regresso de milhares de trabalhadores do sector ali destacados.

Em conferência de imprensa no Porto, Albano Ribeiro explicou que as “redes mafiosas” e os “angariadores de mão-de-obra” apresentam, em obras no estrangeiro, “preços muito mais baixos que sabem que não vão cumprir”, retirando trabalho a “empresas idóneas” que admitem, agora, abandonar aqueles mercados, deixando sem trabalho muitos trabalhadores portugueses que ali empregam.

“O que está a acontecer é que, por causa das redes mafiosas e dos angariadores de mão-de-obra, vão regressar milhares de trabalhadores que foram para o estrangeiro por causa da crise na construção e que estavam a trabalhar para empresas idóneas”, sustentou o sindicalista em conferência de imprensa no Porto.

Defendendo que “o Estado português tem que proteger as empresas que pagam os impostos em Portugal”, Albano Ribeiro disse ser necessária “uma intervenção muito forte para que não venham embora os cerca de 15.000 trabalhadores do sector que estão a trabalhar fora de Portugal para empresas idóneas, que pagam milhões de euros por ano de impostos e descontos em Portugal”.

A este propósito, o sindicalista divulgou uma mensagem que lhe foi enviada por uma “grande empresa” de construção que dá emprego a numerosos trabalhadores portugueses em obras no estrangeiro.

Na missiva, a empresa – que solicitou o anonimato – diz ter vindo a ser “sancionada comercialmente por situações que denotam ou transmitem a noção de fraude por parte de subempreiteiros portugueses que, sem qualquer noção de responsabilidades quer fiscais, quer sociais, apresentam preços de trabalho à hora naqueles países que seriam impossíveis de cumprir com o mínimo de legalidade”.

Enquanto empresa “cumpridora fiscal e socialmente”, a construtora diz não conseguir, “de forma alguma, acompanhar os preços que estão a aparecer no mercado” e confessa não ver “com grande futuro os milhares de portugueses que se encontram a trabalhar, destacados legalmente nesses países, que certamente terão que regressar a Portugal em breve para engrossar as largas fileiras de desempregados”.

Aliás, para a empresa, as recentes e sucessivas notícias dando conta de irregularidades envolvendo trabalhadores portugueses da construção no estrangeiro “fazem parte de uma operação orquestrada e concertada por sindicatos locais, jornalistas e empresas locais, com o apoio de altos responsáveis desses países em Bruxelas, no sentido de pressionarem as empresas e trabalhadores portugueses a saírem desses mesmos países”.

“Nós próprios estamos a ser vítimas dessas pressões, que tem vindo a acentuar-se cada vez mais, começando a ser insustentável. Ainda hoje saiu mais um artigo numa revista na Noruega a falar sobre essa situação, só porque ganhámos uma importante obra naquele país”, sustenta.

Alertando para a gravidade desta situação num contexto em que, só nos últimos quatro anos, o sector da construção em Portugal perdeu 200 mil postos de trabalho, Albano Ribeiro disse ter já alertado a Inspecção Geral do Trabalho e acreditar que haverá “uma intervenção muito forte” das autoridades portuguesas, em articulação com as entidades congéneres dos diversos países de acolhimento.

nmt
 
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