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Roter.Teufel

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Corte de Internet móvel cala protestos em Maputo

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Confrontos com a polícia travam protestos em greve geral contra alegada fraude eleitoral. Telemóveis sem acesso às redes impedem oposição de se organizar.

O movimento voltou tímido ontem ao terminal de ‘chapas’ de Xiquelene, na periferia de Maputo. O transporte coletivo, mais ou menos informal, que faz mexer a capital moçambicana circulou longe do frenesim habitual, mas muito mais que na quinta-feira, primeiro de dois dias de greve geral promovida pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que reivindica para si e para o Podemos, força política que o apoia, a vitória nas eleições ganhas pela Frelimo.

Não são apenas os ‘chapas’ que voltaram lentamente ao trabalho. Nos bairros mais pobres da cidade muitas mercearias e pequenos bares voltaram a abrir para animar uma véspera de fim de semana em que se espera o regresso à normalidade que a situação atual em Moçambique permite.

Acácio Chinungo ainda temia que no final do dia de sexta-feira pudesse "voltar a confusão" que impediria aquele experiente e tranquilo condutor de ‘chapa’ de fazer os 70 quilómetros que ainda tinha pela frente.

Os pneus queimados na estrada e os bloqueios da polícia são péssimos para o negócio de um povo que vive maioritariamente na pobreza, mas Acácio Chinungo percebe a revolta dos últimos dias: "Há necessidade de ajudar os moçambicanos a reivindicar os seus direitos" porque, defende, "em qualquer país, em qualquer parte do Mundo, todos têm o dever de reivindicar um direito que é nosso". E, "como todos sabem, muito moçambicano votou contra aquilo que está a acontecer. Todos nós esperamos a via democrática", remata. O desejo de Acácio talvez precise do tempo e da paciência que caracteriza muitos africanos, mesmo que as manifestações de protesto e os confrontos com a polícia tenham parado esta sexta-feira.

O súbito desaparecimento da contestação coincidiu com a inesperada e não justificada suspensão do serviço móvel de Internet em Maputo. Sem acesso às redes, nomeadamente ao WhatsApp, a contestação não tinha como se articular. Nem, aparentemente, Venâncio Mondlane – que permanecia ontem em parte incerta – tem outra forma de mobilizar os seus apoiantes.

Governo pede para se evitarem ajuntamentos

O Governo português aconselhou ontem os portugueses que se encontram em Moçambique a evitarem ajuntamentos populares e a manterem cuidados de segurança redobrados, face à agitação social que se seguiu às últimas eleições.

"Face à agitação social que se tem verificado em algumas cidades moçambicanas, no rescaldo das últimas eleições, aconselha-se a todos os cidadãos portugueses em Moçambique que evitem ajuntamentos populares e que mantenham cuidados de segurança redobrados", lê-se na nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros, disponível no Portal das Comunidades.

PORMENORES

Suspensão
O Conselho Norueguês para os Refugiados suspendeu a maior parte das suas operações de ajuda devido à violência no Norte de Moçambique, anunciou em comunicado aquela organização não governamental.

Detidos
A Polícia da República de Moçambique anunciou ontem que deteve em todo o país 371 pessoas e foram "lavrados 44 processos-crime, já remetidos ao Ministério Público". Na província de Nampula morreu uma pessoa.

Correio da Manhã
 
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