• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Cowboys!

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Cowboys (também aceitam-se as formas aportuguesadas caubói e cobói), boiadeiro (em brasileiro) ou vaqueiro (em portugês). É o nome que se dá a uma pessoa, que monta a cavalo, e é encarregada de conduzir a manada de um local a outro. No Brasil o termo utilizado para o encarregado de conduzir a manada é boiadeiro, mas também se consolidou a utilização do termo cowboy devido a estrutura da indústria cinematográfica dos Estados Unidos da América. Em Portugal o termo oficial para designar cowboy é vaqueiro (homem encarregado de tratar de vacas), embora também se use o termo cowboy, mas com o sentido de se referir a um homem que galopa a cavalo combatendo os índios. A expressão ganhou um sentido mais geral devido ao género cinematográfico e literário sobre o faroeste (western) passando a referir-se aos personagens desse tipo de obra artística. Os primeiros cowboys surgiram no fim do século XVIII, quando os norte-americanos venceram os ingleses e passaram a ser independentes. Muitos puritanos foram viver para os E.U.A, estabelecendo-se no Oeste Americano, o que gerou os actuais e famosos "homens do gado". Adaptaram-se ao clima do Texas e adoptaram um traje típico em meados do século XIX: botas altas de couro; calças largas em baixo, por vezes enfeitadas; camisa; colete; e o famoso chapéu western Stetson.

06366331857408450895.jpg
85948184390504391809.jpg


47098104622544926142.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Chapéu Stetson Western

O primeiro chapéu western, o "Stetson", nasceu em 1860, e até hoje faz um enorme sucesso. O nome foi dado por seu criador que durante uma das suas viagens para o Oeste viu a necessidade de desenvolver estilos de chapéus próprios para uso naquela região. Stetson desenvolveu, assim, um modelo que possuía uma aba larga e um "topo ou coroa" alta para capturar o ar sobre a cabeça. O primeiro chapéu foi chamado de "chefe do simples", sendo vendidos vários deles nos mercados do Oeste. Por ocasião da morte de Stetson, aos 76 anos, a sua companhia estava produzindo em média mil chapéus por ano fabricados com pele de coelho. Eram impermeabilizados e desenvolvidos exclusivamente para os cowboys, o que permitiu que eles tivessem, a partir de então, uma identificação própria através do chapéu. A influência do chapéu cresceu em grande escala, fazendo surgir vários outros fabricantes. O western selvagem trouxe os modelos maiores, que mais tarde foram usados por Hollywood e em muitos rodeios. Mas foi dos anos 20 até aos 40 que esses chapéus foram popularmente absorvidos pelos filmes e rodeios. Os chapéus western modernos ainda são reconhecidos pela "coroa" e "aba larga", e tem sido basicamente utilizados por cowboys e homens de negócios. Os cowboys de hoje ou mesmo de outras épocas sempre foram orgulhosos de seus chapéus mesmo que fossem mais caro, ou o que seu dinheiro permite. O norte-americano John Batterson Stetson, nasceu a 5 de Maio de 1830, em Nova Jersey (E.U.A.), sendo o sétimo de 12 irmãos. Fundou a empresa John B. Stetson Company, como um dos maiores fabricantes de chapéus do mundo.

48782007983734943124.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Calças de Ganga Levi Strauss

Outra vestuário popular da época era a famosa calça de ganga. Durante o século XIX, acontecia nos Estados Unidos a corrida pelo ouro. Os mineiros trabalhavam duramente, sujeitos a todo tipo de situações, e precisavam de roupas que fossem resistentes o suficiente para o trabalho pesado nas minas. Em 1853, o jovem Levi Strauss, um judeu alemão, foi ao velho Oeste americano vender lona para cobrir as carroças dos mineiros, mas devido à saturação do mercado, os seus produtos começaram-se a acumular nas prateleiras. Ao observar o trabalho dos mineiros, percebeu que suas roupas não resistiam ao trabalho pesado, e que eles necessitavam de algo mais durável para a actividade que exerciam. Ao notar o que acontecia, sem perder tempo, Levi Strauss levou um dos trabalhadores a um alfaiate, e com o tecido que não conseguia vender, confeccionou uma calça para ele, na cor castanha. Logo, as calças feitas com a lona se espalharam entre os mineiros.

No entanto, esse material era muito rígido e desconfortável, o que fez Strauss buscar um tecido de igual resistência, porém, mais flexível. O tecido de algodão grosseiro, uma espécie de brim, vinha da região de Nîmes, na França e era utilizado pelos marinheiros genoveses. Do seu local de origem, veio o nome denim, “de Nîmes”. A cor azul do tecido veio só depois, quando Levi Strauss decidiu tingir as peças com o corante de uma planta chamada Indigus, dando a cor pela qual o jeans é hoje conhecido. Em parceria com os seus irmãos e cunhados fundou a Levi Strauss & Co.

Nascido numa família judaica no pequeno vilarejo de Buttenheim (Francónia Superior), no dia 26 de Fevereiro de 1829, com o nome Löb Straub (por vezes assinado Loeb Strauss), era filho mais novo dos sete irmãos. O seu pai, Hirsch Straub, um pobre vendedor ambulante, morreu em 1846 de tuberculose, quando Löb tinha apenas 16 anos. Um ano depois, em 1847, a sua mãe Rebecca Straub decidiu emigrar com três dos seus filhos mais novos para os E.U.A., seguindo os dois filhos mais velhos. Estes dois irmãos, Jonas e Louis Löb, já moravam há alguns anos em Nova Iorque como comerciantes para produtos têxteis. Löb Straub naturalizou-se norte-americano em 1840, mudando seu nome para Levi Strauss. Veio a falecer em São Francisco (E.U.A), no dia 26 de Setembro de 1902.

Levi Strauss foi o inventor da famosa “blue jeans" (calça Levis) e fundador da famosa empresa Levi Strauss & Co. Em 1872, o então fabricante de capas para equinos, Jacob Davis, escreveu uma carta para Strauss, dizendo que, com o tempo e o peso das pepitas de ouro, os bolsos das calças dos mineiros começavam a cair. Propôs, então, uma solução: unir os bolsos às calças com o mesmo tipo de rebite de metal que se utilizava nas correias dos cavalos. Entretanto, Davis queria a patente da ideia, que foi paga por Strauss. A partir daí, os dois se juntaram numa próspera sociedade na produção das calças de denim. O primeiro lote de calças tinha como código o número 501, que nomeou o clássico e mais famoso modelo da Levis. Aos poucos, as calças jeans foram sendo aprimoradas. Em 1860 foram adicionados os botões de metal. Em 1886, veio a etiqueta de couro presa ao cós da calça. A cor índigo, pela qual o jeans é conhecido hoje, só apareceu por volta de 1890. Foi mais uma estratégia de Strauss para transformar a sua criação numa peça mais atraente. Os bolsos traseiros só foram inseridos em 1910. O jeans começou a popularizar-se na década de 30, quando usado pelos cowboys norte-americanos, tendo aparecido em filmes que retratavam o clima western, que se tornou moda. Durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados norte-americanos usavam uniformes confeccionados com o tecido, dando ao denim uma imagem de virilidade.

Após a vitória dos Aliados, o jeans espalhou-se pelo continente Europeu. A calça de ganga atravessou o século XX, transformando-se no artigo de moda mais democrático e popular existente. Na década de 40, os cowboys do asfalto montavam as suas motos Harley-Davidson trajando o jeans. Mas foi na década de 50 que o jeans se transformou em símbolo de rebeldia, quando, no filme “Fúria de Viver”, o actor James Dean, no papel do jovem e rebelde Jim Stark, apareceu usando a combinação clássica: calça jeans e camiseta branca. Além de Dean, Marlon Brando e Elvis Presley contribuíram para que o artigo se popularizasse entre os jovens da época, tornando imagem de marca ligada ao rock. A imagem rebelde do jeans se tornou tão forte, que o traje passou a ser proibido nas escolas e em lugares como cinemas e restaurantes. Logo depois, novas modelos, como Marylin Monroe, usavam o jeans com um apelo sensual. Depois de James Dean e Marlon Brando, vieram os Beatles, Bob Dylan e Jimi Hendrix, e o jeans tornou-se um símbolo cultural da juventude. Na década de 70, com a guerra do Vietname, surgiu um novo grupo, cujo ideologia era baseado na busca pela paz: os hippies americanos adoptaram o jeans como peça essencial do visual largado, e mais uma vez ele se tornou parte de uma cultura juvenil. Foram os hippies que introduziram a ideia de customização das peças, feita por meios artesanais, que logo entrou em processos industriais. Ele havia entrado de vez para o vestuário, como uma peça funcional e barata, sempre ligado a um símbolo de juventude.

Na mesma época o jeans inicia sua globalização e se insere na indústria europeia, tornando-se referência na moda. Levi’s, Lee e Mustang se consagravam como marcas de grande nome no segmento. A primeira vez que o jeans subiu nas passarelles foi ainda nos anos 70, durante uma apresentação de Calvin Klein. O estilista foi bastante criticado pelos mais conservadores, pela ousadia. A campanha publicitária da grife colocava a jovem Brooke Shields trajando uma calça jeans, e então, a seguinte frase: “Sabe o que há entre mim e a minha Calvin? Nada”. Desde então, a Calvin Klein estabelece campanhas ousadas e polémicas. Aos poucos, muitos estilistas importantes adoptaram o jeans, por perceberem que se tratava de uma peça simples e de expressão. Na década de 80, as pessoas começaram a desejar mais criatividade na hora de se vestir, e o jeans havia se consolidado como uma peça de estilo autêntico, fortalecendo-se como moda casual. O jeans atravessou o século XX sofrendo incessantes transformações, resistindo às tendências e modas, propagando estilos e comportamentos e se tornando o maior fenómeno já visto na história da moda, um acontecimento sem precedentes. O jeans transcende a moda, e talvez já não possa ser denominado como tal; está acima dela, pois embora sofra alterações ao longo do tempo, permanece, vestindo homens, mulheres e crianças, há 150 anos.

77256992627250106002.jpg


81502232526032229368.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Rodeio

Depois de vencer a guerra contra o México no século XVII, os colonos norte-americanos acabaram adoptando os costumes de origem espanhola. As festas mexicanas e a doma foram o começo. Depois veio o rodeio, que pegou o rumo das fazendas de gado no Centro-Oeste. Em 1869, a cidade de Colorado realizou a primeira prova de montarias em sela, no Deer Trail. Ranchos e fazendas, em ambientes parecidos com filmes de faroeste, serviam de cenários para provas espontâneas. Comum a todos os vaqueiros, tais diversões testavam habilidades típicas como o "bronc" que testa a montaria e o laço. Entre 1890 e 1910, o rodeio surgiu como entretenimento público, em vários eventos do Oeste, celebrações de Julho e as convenções pecuárias. O Rodeio veio a ser reconhecido como uma modalidade competitivo durante as primeiras décadas do século XX. Eventos anuais atraíram audiências regionais e concorrentes ao longo do Oeste. Em meados de 1920, realizou-se um campeonato em Boston e outro na cidade de Nova Iorque, atraindo a atenção para a nova modalidade a nível nacional. Actualmente, o Rodeio é muito popular em particular na província canadiana de Alberta e em todo o Oeste dos Estados Unidos; é o desporto oficial dos Estados de Wyoming, Dakota do Sul e Texas. O rodeio usa várias modalidades, incluindo perseguindo e amarrando o vitelo com uma corda à volta das patas; montando com habilidade o cavalo e o boi. A participação de mulheres nesta modalidade, já vem sendo realizado desde o princípio do século XX.

45370804238926993465.jpg
59065522538973304457.jpg

76635082362224994966.jpg
04717010457544311078.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Mulheres no Rodeio

A presença das mulheres no rodeio remonta ao princípio do século XX.

16%2B-%2B1


68918437365057664727.jpg
 

Anexos

  • 16 - 1.jpg
    16 - 1.jpg
    71.2 KB · Visualizações: 1
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Vida no Oeste Americano!

Era muito mais tranquila do que mostram os filmes sobre a época. Entre 1850 e 1890, essa região dos Estados Unidos era cheia de pequenas cidades, em geral pacíficos centros de comércio com lojas para abastecer rancheiros e agricultores. Os saloons, os bares da época, ofereciam bebidas, jogo (dados ou póquer), mulheres e divertimento. Uma cidade podia ter vários bares, competindo pela freguesia com ofertas de charutos e refeições grátis.

Boa parte dos famosos duelos vistos nos filmes ocorria exactamente nos saloons do Velho Oeste, mas eram muito mais raros do que a gente e Hollywood imagina. Para se ter uma ideia, o ano recordista em duelos foi 1878, quando só no Texas e no Kansas aconteceram 36 confrontos, causando cerca de 50 mortes. Havia cidades com actividades ligadas a gado e ferrovias que já tinham uma história de violência e atraíam jogadores, vaqueiros, prostitutas, trapaceiros e aventureiros em geral, numa mistura volátil. Mas eram excepção. Apesar disso, chamaram a atenção dos jornalistas e exagerou-se a situação diz o historiador americano Rick Miller, autor de quatro livros sobre o assunto.

Outra ideia popularizada pela hollywood é a de pistoleiros se enfrentando em hora e local marcados. Os raros duelos que ocorriam eram no calor de uma discussão e envolviam rivais muito próximos uns dos outros. O uso de facas era tão comum quanto o de revólveres. E, quando dois pistoleiros se enfrentavam, não importava tanto qual era o mais rápido e sim quem tinha melhor pontaria. Os poucos duelos ocorriam em geral por três motivos: mulheres, dívidas ou batota no jogo e quase sempre eram estimulados por bebedeiras. Na morte de John Hardin, o motivo do duelo teria sido a discussão por uma mulher. O tiroteio foi no saloon, bar que reunia prostitutas, rodas de póquer e bebidas enfim, cenário perfeito para duelos. O último pistoleiro do Oeste foi morto pelo policia John Selman. O duelo ocorreu em 1895, época em que muitas cidades já tinham forças policiais, diminuindo a importância dos xerifes. Estes viveram seu auge até meados do século XIX, quando usavam realmente distintivos em forma de estrela, cuidavam da cadeia local e ainda organizavam julgamentos. Chamado de "o último pistoleiro", John Wesley Hardin era um matador de pontaria certeira. Ele esteve preso entre 1878 e 1894. Após a sua saída, voltou a ter uma recaída. Em Agosto de 1895, em El Paso, no Texas, após discutir com o policia John Selman, ambos teriam sacado as armas e trocado tiros. O pistoleiro teria morrido atingido na cabeça.

Um símbolo do velho Oeste Norte-Americano era o famoso bar conhecido por saloon, sendo até popularizado nos filmes do Western. Um saloon é uma espécie de bar típico do velho Oeste norte-americano. Os saloons serviam clientes típicos daquela época e região, como comerciantes de pele, cowboys, soldados, garimpeiros, mineiros e jogadores. O primeiro saloon foi fundado em Brown's Hole, no Estado do Wyoming, em 1822, para servir os comerciantes de pele locais. A popularidade das casas no Oeste americano do século XIX é evidenciada pelo facto de que até mesmo uma cidade de 3000 habitantes, como a Livingston, no Montana, de 1883, tinha nada menos que 33 saloons. Entre os saloons mais célebres estão o First Chance Saloon, em Miles City, no Montana; o Bull's Head, em Abilene, no Kansas; o Arcade, em El Dorado, no Colorado; o Holy Moses, em Creede, no Colorado; o Long Branch, em Dodge City, no Kansas; o Birdcage Theater (saloon e teatro) em Tombstone, no Arizona; o saloon do famoso juíz Roy Bean, em Langtry, no Texas e o Gem Saloon, em Deadwood, no Dakota do Sul. Diversos destes estabelecimentos permaneciam abertos 24 horas por dia, sete dias por semana.

46450035797402497597.jpg


viejo-oeste-saloon.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
A Lei a Oeste de Pecos!

Garantida a independência do Texas, proclamada por Sam Houston em 1836 (primeiro presidente da República do Texas, cuja bandeira era uma estrela solitária), e a sua integração nos Estados Unidos em 1845 (mantendo a instituição da escravidão), o Texas marcou presença no cenário económico como área dedicada à criação de gado, solto nas vastos territórios, alguns deles maiores do que muitos países europeus. Apesar das terras desertas, arenosas, havia ainda imensos espaços para espalhar o gado bovino onde quisesse, e também sementes de algodão. Até à descoberta do primeiro lençol de petróleo em 1901, o território era visto pelos demais norte-americanos como uma área atrasada, muito primitiva, ocupada maioritariamente por gado (três ou quatro milhões de cabeças ao redor de 1880), povoada por agricultores hispânicos, por descendentes de escravos africanos e das tribos de comanches e navajos, enquanto os brancos, quase todos cowboys ou fazendeiros, distraíam-se em rodeios, quase sempre envolvidos em tiroteios e bebedeiras, em memoráveis desafios de pistola, onde o único vestígio da lei eram os Rangeres, os justiceiros que actuavam em toda a região. O Texas, enfim, para os demais norte-americanos era o reino da barbaridade.

Foi nesse cenário onde a dureza e a selvajaria conviviam que surgiu o juiz Roy Bean. Saindo de Pecos nas proximidades da fronteira texana com a mexicana, ele instalou-se nos princípios da década de 1880 num lugarejo chamado Langtry. Bean já estava no Texas há uns 30 anos, acompanhando os irmãos, sendo que um deles, Josh, eleito prefeito em San Antonio, o nomeara como auxiliar. Parece não ter havido confusão em que Roy Bean não se envolvesse, fosse em duelos ou em contrabando. Quando por fim, já homem maduro, soube da construção da linha ferroviária que ligaria San Antonio a El Paso, e viu a possibilidade de ganhar algum dinheiro abrindo um pequeno bar no meio do caminho, bem aonde a locomotiva parava para repor a água. Venderia bebidas aos sedentos passageiros do comboio que lá parava obrigatoriamente, liberando ao mesmo tempo o carteado e outros jogos de azar para ampliar a freguesia. A tenda de Roy Bean, era na verdade um pardieiro que ele pomposamente baptizou de Saloon Jersey Lilly (em homenagem a uma actriz inglesa de vaudeville de quem ele se dizia fã), tornou-se um ponto de referência de todos os trabalhadores da estrada de ferro, desordeiros e jogadores que viviam naqueles terras do diabo. Na frente da taberna ele colocou um cartaz com os dizeres "Cerveja Gelada" e "A Lei a Oeste de Pecos".

Roy Bean era um juiz de paz comissionado, autorizado a fazer justiça no território tão vasto como a Holanda. Era o único numa região sem lei e sem Deus. Passava o dia sentando na porta do saloon com um rifle nas mãos. Dentro, além do bar, construíra uma cadeia pondo para vigiá-la nada menos do que um urso preto como guarda. A instrução do magistrado seguramente não ultrapassou os três meses de escolaridade conseguida no seu tempo de miúdo no Kentucky, onde nascera ao redor de 1835. O suficiente para ele poder consultar o "The Book", o livro de leis chamado "The Revised Statutes of Texas", que ele pelo menos fingia ler. Poucas vezes na história da justiça, o pássaro de Minerva esteve representado de uma maneira tão prosaica como por Roy Bean. Hoje, alguns escritores como Jack Skiles autor da obra "Judge Roy Bean Country" dizem que era folclore o gosto dele mandar enforcar os réus na ponta de uma corda a qualquer pretexto, estando ele bem longe da marca de mais de 170 execuções, recorde do Oeste mantido por um eminentíssimo togado do Alabama. Ao precisar fazer um julgamento o bar era rapidamente adaptado às circunstâncias. Dizem que Bean, perante um público entusiástico, sentava-se atrás de uma mesa arrastada para as proximidade do balcão, e sempre acompanhado a uma garrafa de uísque, presidia com a solenidade possível o seu impagável tribunal do júri, exigindo dos presentes o tratamento de Sua Excelência! As sentenças dele eram em geral sumárias, impondo multa ou morte, encerrando a sessão batendo na mesa com o cabo do revolver. Roy Bean não cultivava fama de honesto. Certa vez, ao trazerem para a sua taberna um cadáver de um desconhecido que tinha nos bolsos 40 dólares, Bean confiscou o dinheiro do morto a pretexto de ter também encontrara um colt com ele. O defunto infringira a lei do porte de armas! Noutra ocasião, ao julgar um trabalhador irlandês que matara um chinês, vendo-se ameaçado pelos colegas do réu, Bean absolveu o assassino dizendo que de facto encontrara no livro razões suficientes para condenar qualquer homem que matasse um outro, mas que nada trazia ali a respeito de "matar-se um chinês". Afinal se a terra era bravia, o juiz não lhe ficava atrás. Langtry e toda a região de Pecos concentrava trabalhadores ferroviários e os mais diversos tipos de mal encarados, uma fauna de escorpiões e cascavéis com aparência humana, volta e meia esgueirava-se do deserto para ir refrescar-se e embebedar-se na taverna dele. Bean, por seu lado, também não se preocupava muito em seguir os rigores da lei.

Em 1896, ao angariar fundos para saldar as dívidas assumidas numa das suas tantas reeleições (foi juiz por 20 anos), organizou uma luta de boxe sobre um banco de areia, bem no meio do Rio Grande, o rio que separava o Texas do México. O artifício serviu para ele escapar de ser preso pelos Texas Rangeres, porque tal tipo de evento, dadas as consequências devastadoras que provocava, era proibido na maioria dos território do Oeste bravio (não havia luta que não acabasse em bebedeiras monumentais com tiros e mortos para todo os lados). Um jornalista soube disso e fez de Roy Bean um nome nacional: o juiz que conscientemente promovia a infracção da lei.

Oscilando entre o folclore e a lenda, Roy Bean virou uma instituição do Texas. Era o enforcador de Pecos! Ao contrário de Kit Carson, Billy de Kid ou Pat Garrett, que fizeram sua fama no Oeste com pistolas e sensacionais tiroteios e duelos, ou ainda como o comanche Quanah Parker, um mestiço que resistiu aos brancos sem jamais perdeu uma batalha até recolher-se a uma reserva, o juiz edificou a sua com a corda da forca e com suas invulgares sentenças, quase todas politicamente incorrectas. Contam-se que a actriz Lilly Langtry, em digressão, cruzando o sul do Texas, desembarcou naquela cidadezinha perdida em Janeiro de 1904, conhecendo finalmente a famosa taberna que levava o seu nome. Entretanto, Old Roy, o Velho Roy como o chamavam àquela altura, morrera dez meses antes após uma bebedeira. Apesar da selvageria que o cercava, ele quase alcançou os 70 anos de idade. Durante muito tempo o juiz seguira à distância a carreira dela mandando-lhe cartas de apaixonada devoção, contando a todos que sua idolatrada Lilly lhe enviara como lembrança um par de belas pistolas que ele mostrava com muito orgulho. De facto, a actriz presenteou o lugarejo com uma fonte de água. Quanto às pistolas, seguramente elas fazem parte das inúmeras fantasias do juiz. Anos depois, comentando o acontecido, ela disse que a visita fora "algo realmente inesquecível".

O juiz Roy Bean foi uma figura popular, um aventureiro que, desde que eleito juiz em 1882 num lugarejo do Texas, fez sua fama não a tiros, como tantos heróis do Oeste, mas com a corda de enforcar, lançando fama como um justiceiro daquela época de brutos.

33673328934431579343.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
As Armas populares do Oeste Norte-Americano!

A arma preferida do Velho Oeste era o revólver Colt 45, que tinha o apelido irónico de Peacemaker ("Fazedor da Paz"). Mas para atingir alvos distantes, usavam-se os rifles de repetição. O mais famoso era o Winchester New Model of 1873, ou Winchester 73, que até tornou-se famoso nos filmes de faroeste. Esse rifle era eficiente até uma distância de 150 metros. Accionar o famoso Colt 45 exigia uma técnica especial. Antes de apertar o gatilho, era preciso engatilhar a arma, puxando para trás o "cão" - pequena peça acima da coronha. Para ganhar agilidade na hora do duelo de vida ou morte, alguns pistoleiros atiravam accionando directo o cão da arma em vez do gatilho, como aparece em alguns filmes. Como o popular Colt 45 não tinha trava de segurança para evitar disparos acidentais, os pistoleiros inventaram algo curioso. Eles deixavam uma das seis câmaras do tambor da arma sem bala, justamente para evitar acidentes, e ainda enfiavam nela uma nota de 5 dólares enrolada. A nota podia ser usada para pagar o funeral em caso de derrota no duelo. O famoso Colt 45 (revolver de tambor favorito dos cowboys e muito popular na época.), é um revólver de gatilho de acção única e que possui um cilindro ou tambor que armazena seis balas. Ele foi criado para testes de armamento de 1873 do serviço do governo norte-americano, pela Colt`s Manufacturing Company e adoptado como o revólver padrão militar desde então. O seu nome vem do facto do seu gatilho ser responsável por uma única acção: libertar o cão da arma para percussão da espoleta. Ou seja, era preciso engatilhar o cão manualmente a cada disparo. O rifle Winchester 44 é um arma de repetição fabricada pelo Winchester Repeating Arms Company, em Connecticut, e foi muito usada nos E.U.A. durante a última metade do século XIX.

56134020879366949482.jpg


82213585207387765991.jpg


86518701306957132333.jpg


50644011427636022966.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Jesse Woodson James (1847-1882)

Jesse Woodson James foi um famoso bandido do Velho Oeste Americano, conhecidos pelos seus roubos. Porém, Jesse nem sempre seguiu a carreira de criminoso. Antes de entrar para o mundo do crime, ele e seu irmão Frank eram agricultores. É considerado por muitos historiadores como um dos melhores cowboys a utilizar a arma. Alguns dizem que o seu primeiro assassinato ocorreu com 14 anos de idade.

Jesse Woodson James nasceu no dia 5 de Setembro de 1847, no Condado de Clay, no Missouri, na actual Kearney. Faleceu no dia 3 de Abril de 1882, em Saint Joseph, no Missouri. O seu pai, Robert S. James, foi um agricultor, comerciante de cânhamo e pastor da Igreja Baptista no Kentucky. Mudou-se para o Missouri após se casar, tendo lá prosperado, comprando seis escravos e 100 acres de terra. Viajou para a Califórnia durante a corrida ao ouro para pregar entre os mineiros e morreu quando Jesse tinha três anos de idade. Após a morte do seu marido, a mãe de Jesse, Zerelda James voltou-se a casar, primeiro com Benjamin Simms e depois com um médico chamado Reuben Samuel. Após esse casamento, em 1855, Samuel mudou-se para o lar dos James. James tinha dois irmãos, o mais velho, Alexander Franklin “Frank” James e a irmã, Susan Lavenia James. Reuben Samuel e Zerelda tiveram mais quatro filhos. Zerelda e Reuben Samuel compraram sete escravos que plantaram tabaco na sua fazenda. Com a proximidade da Guerra Civil Americana as coisas ficaram difíceis no Missouri. O Estado ficava na divisa dos lados beligerantes e tinha características tanto do Norte como do Sul, mas 75% da população era do Sul ou arredores. A escravidão no condado de Clay era maior do que nas outras áreas do Estado. Os escravos eram 10% da população do Missouri, mas em Clay, a percentagem subia para 25%. O condado de Clay assistia a tumultos após a autorização da Lei Kansas-Nebraska em 1854, quando a questão da escravatura irrompeu no vizinho território do Kansas. Os confrontos entre as milícias pró e contra a escravidão começaram. A Guerra Civil afectaria o Missouri e mudaria a vida de Jesse James. A guerrilha começou no Estado logo após uma série de campanhas militares e batalhas do exército regular, em 1861. Os separatistas conhecidos por "bushwhackers" confrontavam-se com as milícias da União, sendo que ambos os lados cometeram atrocidades. As guerrilhas assassinaram civis da União, executaram prisioneiros e fazerem o escalpe aos mortos. As forças da União declararam lei marcial e invadiram lares, prenderam civis e executaram sumariamente e expulsaram simpatizantes dos Confederados. A família James-Samuel ficou do lado dos confederados.

Frank James reuniu-se à companhia local que fazia recrutamento para os separatistas, a Missouri State Guard, e lutou na batalha de Wilson`s Creek. Logo depois ele voltaria para casa. Em 1863 foi denunciado como membro da guerrilha que operava no condado de Clay. Em Maio daquele ano, uma milícia da União invadiu o sítio dos James-Samuel, à procura do grupo de Frank. Eles torturaram Reuben Samuel e tentaram enforcá-lo numa árvore, quando então a lenda diz que foi salvo por Jesse que fugiu para o campo. Frank havia fugido e acreditava-se que entrara para os guerrilheiros liderados por William C. Quantrill. Ele teria tomado parte do Massacre de Lawrence no Texas, quando 200 homens e crianças foram mortos. Contrariando a lenda, não existe evidências de que Jesse esteve com os cavaleiros de Quantrill. Frank seguiu com Quantrill para o Texas durante o Inverno de 1863-1864, e voltou na Primavera com um esquadrão liderado por Fletch Taylor. Quando ele voltou ao condado de Clay, Jesse contava com 16 anos de idade e entrou para o grupo de Taylor com o seu irmão. No verão de 1864, Taylor foi severamente ferido, perdendo o braço direito atingido por um canhão. Os irmãos James então se juntaram ao grupo bushwhacker liderados por William T. Anderson, conhecido por o "Sanguinário" Bill Anderson. Nessa época houve um relato do xerife de Clay, que dizia que Frank e Jesse tomaram parte do Massacre de Centralia (Missouri) em Setembro, quando 22 soldados desarmados da União foram mortos ou feridos; os membros da guerrilha fizeram o escalpe e desmembraram alguns dos mortos. Uma emboscada das guerrilhas derrotou e perseguiu um regimento comandado pelo Major A.V.E. Johnson, matando quem tenta-se render (mais de 100). Frank mais tarde seria identificado como o membro do bando que deu o tiro fatal no Major Johnson. Como resultado das actividades dos irmãos James, a sua família no Condado de Clay foi forçada ao exílio pelas autoridades militares da União; com ordens de se mudarem para o Sul, além das linhas da União. Eles atravessaram a fronteira até Nebraska. Anderson foi morto numa emboscada em Outubro e os James escaparam em diferentes direções. Frank seguiu com Quantrill para o Kentucky; James foi para o Texas sob o comando de um dos Tenentes de Anderson, Archie Clement. Ele voltaria para o Missouri na Primavera. Contrariando a lenda, James não foi ferido quando tentava se render. Ele e Clement ainda estavam discutindo qual o rumo a seguir depois da rendição dos Confederados quando foram alcançados por uma cavalaria da União, próximo a Lexington, no Missouri. No fim da Guerra Civil deixou o Missouri convulsionado.

O conflito havia levado a população a dividir-se em três facções antagonistas: anti-escalavagistas radicais da União, que formariam o Partido Republicano; os pró-escalavagistas da União, que formariam o Partido Democrata; e os separatistas. Havia entrado em vigor uma constituição que libertava os escravos do Missouri mas os confederados foram excluídos da votação. Houve violência entre os grupos. Jesse, ferido, foi para a casa de um tio, onde foi atendido pela prima, Zerelda "Zee" Mimms, que tinha o mesmo nome da mãe dele. Jesse e Mimms começaram um prolongado relacionamento, casando-se nove anos depois. O comandante de Jesse James, Archie Clement, mantinha o seu bando de bushwhackers em acção. Este bando assaltou o primeiro Banco americano durante a época de paz: o Savings Association do condado de Clay em Liberty, no Missouri, no dia 13 de Fevereiro de 1866. O banco era de propriedade de um Republicano oficial da milícia. Um inocente, o estudante da Faculdade William Jewell (que o pai de James havia ajudado a fundar), foi morto a tiro na rua, durante a fuga do bando. Não está claro que Jesse e Frank participaram do roubo, mas quando ganharam fama foram citados como os líderes do assalto. Archie Clement continuou a praticar crimes e ataques a alvos ligados aos governos Republicanos. Ocupara a cidade de Lexington, Missouri, no dia da eleição de 1866, quando foi morto por tiros da milícia. Os sobreviventes da quadrilha de Clement continuaram a roubar bancos durante os dois anos seguintes. Em 23 de Maio de 1867, eles assaltaram um banco em Richmond, no Missouri, no qual foi morto um major e dois outros, mas também não era certo que os James participaram.

Em 1868, Frank e Jesse James se juntaram a Cole Younger e roubaram um Banco em Russelville, no Kentucky. Jesse James não era famoso, até que em Dezembro de 1869, quando ele e Frank roubaram o Savings Association em Gallatin, no Missouri. Jesse, pelo que se conta, atirou e matou o bancário capitão John Sheets, pois o teria confundido com Samuel P. Cox, o oficial da milícia que matou William T. Anderson durante a Guerra Civil. Esse crime levou os nomes de James e Frank para os jornais pela primeira vez. O roubo deu notoriedade aos James como os mais famosos guerrilheiros fora-da-lei. O Governador do Missouri, Thomas T. Crittenden ofereceu uma recompensa pela captura dos irmãos. John Newman Edwards, editor e fundador do jornal “Kansas City Times”, aliou-se aos bandidos contra essa ofensiva. Edwards, um ex-cavaleiro dos Confederados, estava em campanha para retomar o poder dos separatistas no Missouri. Seis meses após o roubo de Gallatin, Edwards publicou a primeira de muitas cartas de Jesse James, que alegou inocência. As cartas foram aumentando o tom político e denunciavam os Republicanos. Juntos aos editoriais de Edwards, as cartas transformaram os James no símbolo do desafio Confederado contra a Reconstrução defendida pelos legalistas. Graças a Edwards, os bandidos ganharam a fama de Robin Hood. Os irmãos James juntaram-se a Cole Younger e seus irmãos John, Jim e Bob, além de Clell Miller e outros ex-Confederados, e formaram aquela que ficou conhecida como o bando dos James-Younger. Com Jesse James como a face atemorizadora do bando, eles roubaram bancos de Iowa até ao Texas, e do Kansas até Virgínia Ocidental. Além de bancos, assaltaram escritórios de diligências e uma feira em Kansas City, no Missouri.

Em 21 de Julho de 1873 eles assaltaram um comboio vindo de Chicago, descarrilando-o em Adair, no Iowa. O roubo rendeu ao bando a quantia de 3000 dólares. Eles ficaram conhecidos como assaltantes de comboios e em apenas duas vezes, roubaram os passageiros, pois basicamente se concentravam no vagão de cargas. A Adams Express Company contratou a agência de detectives Pinkerton em 1874 para perseguir o bando de James-Younger. Um agente, Joseph Whicher, foi enviado para se infiltrar na fazenda de Zerelda Samuel, mas foi morto. Dois outros, Louis J. Lull e John Boyle, não tiveram melhor sorte: Lull foi morto por dois dos Youngers em 17 de Março de 1874, mas matou John Younger antes de morrer. Um ajudante do xerife chamado Edwin Daniels morreu também no tiroteio. Allan Pinkerton, o fundador e chefe da agência, tomou o caso como pessoal e contratou legalistas que moraram próximos do sítio dos James. Eles atacaram na noite de 25 de Janeiro de 1875. Com um incêndio iniciado pelos detectives, houve uma explosão na qual morreria o jovem meio-irmão dos James de nome Archie (em honra a Archie Clement) e mutilaram a mãe Zerelda Samuel, que perdeu um braço. Ted Yeatman localizou uma carta de Pinkerton na Biblioteca do Congresso, na qual ele declarou sua intenção de "queimar e destruir a casa", contrariando o que afirmara à época. O sangrento fiasco ajudou a Edwards a tornar Jesse James numa figura simpática ao público.

Jesse e a sua prima Zee casaram-se em 24 de Abril de 1874 e tiveram dois filhos que sobreviveram a idade adulta: Jesse E. James (nascido em 1875) e Mary James Barr (nascida em 1879). Os gêmeos Gould e Montgomery James (nascidos em 1878) morreram durante a infância. Jesse Jr. tornou-se um advogado e teve uma carreira de respeitado membro da bancada de Kansas City, no Missouri. Em 7 de Setembro de 1876, o bando de James-Younger tentou o seu maior golpe até aquela data, ao atacar o First National Bank em Northfiel, no Minnesota. Após o roubo, apenas Frank e Jesse James foram deixados livres e vivos. Cole e Bob Younger contaram que escolheram o Banco por causa da conexão com a União do político Adelbert Ames, o governador do Mississipi durante a Reconstrução, e Benjamin Butler, parente de Ames e um comandante da União que ocupara Nova Orleães, na Louisiana. Ames era fundador do Banco, mas Butler não influenciava na direcção. O bando havia se dividido em dois grupos. Três homens entraram no banco, dois guardaram a porta principal pelo lado de fora e três ficaram próximos do prédio. O tesoureiro Joseph Lee Heywood recusou-se a abrir o cofre, mentindo sobre a fechadura ser um dispositivo de tempo e foi agredido. O assistente Alonzo Enos Bunker foi ferido quando correu para a porta. Com suspeitas dos homens na porta do Banco, os cidadãos soaram o alarme. Os cinco bandidos do lado de fora dispararam para o ar para desimpedir a rua, mas receberam tiros de volta. Dois bandidos foram mortos e o resto foi ferido. Os bandidos de dentro do banco, tentaram fugir. Na fuga, eles atiraram na cabeça de Heywood. O atirador não foi identificado. O bando fugiu de Northfield, com dois companheiros mortos e duas vítimas inocentes (Heywood e um imigrante sueco da comunidade de Millersburg chamado Nicholas Gustafson). Mesmo com intensa perseguição, os irmãos James fugiram para o Missouri. Os Youngers e Charlie Pitts, foram descobertos. Pitts morreu e todos os Youngers foram presos. O bando James-Younger foi destruido, tendo escapado Frank e Jesse James.

Em 1876, Jesse e Frank James foram até Nashville, no Tennessee, usando os nomes de Thomas Howard e B. J. Woodson. Em 1879 formaram um novo bando que assaltou um comboio em Glendale, no Missouri, no dia 8 de Outubro de 1879. Os roubos começaram e incluíram o pagamento a trabalhadores de um canal em Muscle Shoale, no Alabama, além de mais dois comboios assaltados. O novo bando não tinha a experiência em guerrilha como os outros do bando antigo tinham e muitos foram presos, deixando James paranóico. Ele mesmo assassinou membros do bando. Os irmãos acabaram por voltar ao Missouri. Em Dezembro, Jesse alugou uma casa em Saint Joseph, no Missouri, não muito longe de onde ele nasceu e cresceu. Frank, contudo, decidiu mudar-se para a Virgínia. Com o seu bando destruído devido a prisões, mortes e desistências de alguns membros, Jesse achou que só restavam dois homens em que ele podia confiar: os irmãos Robert Ford e Charley Ford. Charley já conhecia Jesse, mas Bob era um recém-chegado. Jesse levou os irmãos Ford para acompanhar ele à família. Houve rumores de que Jesse tinha tido um caso com a irmã dos Fords, Martha Bolton. Jesse não sabia que Bob Ford havia secretamente negociado com Thomas Theodore Crittenden, o governador do Missouri, para entregá-lo. Crittenden tinha como prioridade a captura dos irmãos James. Impedido pela lei de oferecer uma boa recompensa, ele conseguiu que a companhia de ferro oferecesse um prêmio de 5000 dólares por cada um dos irmãos. O presidente dos E.U.A., Ulysses S. Grant também queria a prisão dos James.

Em 3 de Abril de 1882, após beber o café da manhã, os Fords e Jesse James faziam os preparativos para outro roubo e cuidavam dos cavalos. Jesse estava sem as armas e foi descrito que removia o pó de um quadro, subindo numa cadeira. Robert Ford aproveitou a oportunidade e atirou em Jesse na cabeça. O assassinato de Jesse James foi uma grande sensação nacional. Os Fords não tentaram se esconder após o feito. Robert Ford queria a recompensa. Uma multidão dirigiu-se a casa de St. Joseph para ver o corpo do bandido, enquanto os irmãos Ford se rendiam as autoridades. Os irmãos Ford foram sentenciados à forca, mas duas horas antes da execução, receberam o perdão do governador Crittenden. As implicações da conspiração do chefe do executivo do Missouri para matar um cidadão, criaram novas lendas sobre Jesse James. Os Fords receberam uma pequena parte da recompensa e fugiram do Missouri.

Eles começaram uma viagem teatral pelo país, onde reencenaram a morte de Jesse James. Charley Ford suicidou-se em 6 de Maio de 1884 em Richmond, Missouri após ter apanhado tuberculose e tomado morfina. Robert Ford foi assassinado por um pistoleiro em Creede, no Colorado, em 8 de Junho de 1892. O assassino, Edward Capehart O'Kelley, foi sentenciado à prisão perpétua. A sentença de O'Kelley foi comutada por causa da sua saúde e foi solto em 3 de Outubro de 1902. A viúva de Jesse James morreu sozinha e pobre. O seu corpo foi enterrado em Kearney, Missouri e foi exumado em 1995 para um teste de DNA. Desde a sua morte, Jesse James se tornou uma figura muito popular, fazendo parte do folclore mundial. A sua fama foi citada nos mais diferentes meios, incluindo a sua vida retratada em livros e filmes.

53717026802952319601.gif
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Billy The Kid (1859-1881)

Billy the Kid, ou William Henry Bonney, pseudónimo de Henry McCarty, nasceu no dia 23 de Novembro de 1859 e faleceu no dia 14 de Julho de 1881. Bill the Kid foi um bandido e assassino que participou da "Guerra do Condado de Lincoln", no Novo México (E.U.A.). Billy the Kid é uma lenda no Oeste Americano. Embora tivesse vivido apenas 21 anos foi um dos mais activos e respeitados fora-da-lei da região compreendida entre o sudoeste americano e norte mexicano. A história relata o seu envolvimento em dezenas de tiroteios, mais de 20 homicídios, fugas espectaculares e até na liderança de um bando de assassinos numa guerra particular no Novo México. O certo é que este prematuro fora-da-lei teve também a sua carreira encerrada muito cedo ao ser emboscado e morto no Fort Summer pelo xerife do Novo México, Pat Garrett. Nascido na cidade de Nova Iorque em 24 de Novembro de 1859 com o nome de Henry McCarty, perde o pai logo em seguida. A mãe Catherine muda-se com ele e o irmão para Indiana onde casa-se novamente com Bill Antrim. Mudam-se novamente, primeiro Wichita (Kansas), depois Santa Fé e finalmente Silver City (Novo México) onde também a sua mãe adoece e morre. Henry, ou Billy tinha então 14 anos. Em Silver City é preso por roubar roupa de uma lavandaria, mas foge da prisão e vagueia pelo deserto americano e mexicano praticando furtos de cavalos. Aos 17 anos, no Arizona, pratica contra um ferreiro seu primeiro homicídio. Foge para o Novo México e dedica ali sua atenção aos furtos de cavalos e engatando as mulheres mexicanas, com quem adquire boa popularidade. No Condado de Lincoln arruma emprego na fazenda dos Tunstall onde cria forte amizade com o proprietário. Em 1878 numa disputa por posses de terras entre os Tunstall e outro fazendeiro da região, Jonh Tunstall é assassinado. Tomado por forte sentimento de lealdade e desejo de vingança Billy une-se a um grupo de pistoleiros intitulados "Os Vigilantes" e juram caça aos culpados pela morte de seu estimado patrão. Os Vigilantes espalham pânico e terror na região executando sumariamente todos os suspeitos de participação naquela disputa de terras. Billy, então, faz uma emboscada ao xerife Brady e seu ajudante e juntamente com Os Vigilantes vingam-se da morte de Tunstall. Agora a guerra continua com a participação de forças militares contra Os Vigilantes culminando num longo e sangrento episódio conhecido como a Batalha de Lincoln. Billy escapa ileso, forma novo bando e volta a roubar gado na região. Pat Garrett, um obstinado xerife do Novo México que também era um grande amigo de Billy the Kid, vendeu a vida do fora-da-lei por dinheiro (Billy era defendido pelos amigos que sempre falaram que ele não era mau e nunca trairia um amigo). Após fracassar num primeiro confronto com Billy The Kid, finalmente surpreende-o num rancho do Fort Summer e o mata a "queima-roupa". Era 14 de Julho de 1881. Terminava assim a carreira daquele jovem pistoleiro que enveredara pelo mundo do crime e viraria um misto de herói e bandido, embora tivesse vivido tão pouco - apenas 21 anos de uma atribulada vida no Oeste americano. Billy the Kid ficou conhecido por inúmeros nomes: William Boney, Kid Antrim, William Antrim, Jr. e, naturalmente Henry McCarty seu nome de baptismo. Mas há os que defendem uma outra identidade para Billy: Brushy Bill Roberts. Segundo estes, Billy teria escapado às balas de Garret e fugido para o México. Depois vagueando pelo Oeste, estabeleceu-se na cidade de Hico, Texas, onde ficara até morrer, em 1950, como Bill Brushy. Em meio a fotos, testemunhos e túmulos esta versão tem gerado ainda mais polémica à incrível e relâmpago vida deste ícone do velho oeste americano: o lendário Billy the Kid, o fora-da-lei. Em 1880, o governador do Território Novo México, Lew Wallace, teria prometido perdão a Billy. A história se arrastou, e finalmente, em 31 de Dezembro de 2010, o governador do Novo México, Bill Richardson, negou o perdão a Billy.

24964770594063827532.jpg
 

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
James Butler Hickok (1837-1876)

James Butler Hickok nasceu no dia 27 de Maio de 1837, em Troy Grove, Illinois (E.U..A.), e faleceu no dia 2 de Agosto de 1876, em Deadwood, Território de Dakota. Era melhor conhecido como Wild Bill Hickok, o mais rápido atirador do Oeste Americano e uma figura lendária do Velho Oeste. Hickok lutou no exército da União durante a Guerra Civil Americana (1861-1865). Chegou ao Oeste como condutor de diligências. Depois da guerra ele ganhou fama como jogador profissional e homem da lei. Foi xerife nos territórios de Kansas e Nebraska. Hickock se envolveu em vários tiroteios notórios, explorados pela imprensa sensacionalista. Foi morto durante um jogo de póquer no saloon em Dakota.

Wild Bill Hickok nasceu em Homer, Illinois (actualmente Troy Grove). O lugar do seu nascimento é agora o Wild Bill Hickok State Memorial, um local histórico sob a supervisão da Agência de Preservação Histórica de Illinois. Enquanto ele crescia, a fazenda do seu pai tornou-se uma das paradas da rota secreta de fuga de escravos negros. A fazenda foi alvo de ataques de anti-abolicionistas e Wild e seu pai se valeram das armas para resolver esses conflitos. Hickok se tornara um bom atirador desde muito jovem. Em 1855 Hickok, então com 18 anos de idade, teve uma briga com Charles Hudson e ambos cairam no canal. Pensando que ele havia matado Hudson, Hickok fugiu e se juntou ao Exército do Estado Livre do General Jim Lane ("The Red Legs"). Ali ele se encontrou com o jovem William Cody, mais tarde conhecido por Buffalo Bill. Em 1861, já com um vasto bigode, ele se envolveu no tiroteio chamado de “incidente McCanles“, quando então começou a ser conhecido por "Wild Bill". Em 1857, Hickok se estabeleceu no Kansas. Em 1859 tornou-se condutor de uma companhia de transporte. Em 1861 houve o tiroteio mortal com os McCanles em Rock Creek Station. David McCanles, seu filho de 12 anos e dois fazendeiros se confrontaram com Hickok, Horace Wellman, o gerente da estação, sua esposa e o empregado J.W. Brink. McCanles foi o primeiro homem morto por Hickok durante um confronto.

Na Guerra Civil, Hickok serviu com a União em Kansas e Missouri. Estabeleceu uma grande amizade com Buffalo Bill, Robert Denbow e David L. Payne, batedores do Exército. Após a guerra, os quatro homens, Payne, Cody, Hickok e Denbow começaram a caçar búfalos. Quando Payne se mudou para Wichita, Kansas, em 1870, Denbow foi com ele enquanto Hickok se tornou xerife em Hays (Kansas). Quando Buffalo Bill começou com os seus shows, Denbow viajou com ele por Iowa. Em 21 de Julho de 1865, em Springfield (Missouri), Hickok matou no duelo Davis Tutt. O incidente ocorreu por uma dívida de jogo, acirrado pela disputa envolvendo uma rapariga chamada Susannah Moore. Com a repercussão desse incidente Hickok não conseguiu eleger-se xerife em Springfield. Deixando a cidade, ele foi recomendado para ajudante de xerife de Fort Riley North, no Kansas. Hickok se envolveu nas guerras contra os índios e serviu como batedor do general Custer. Em 1867 Hickok deixou temporariamente o Oeste e se mudou para Niagara Falls, onde trabalhou numa peça chamada “The Daring Buffalo Chases of the Plains”. Sem jeito para a actuação, regressou ao Oeste e foi eleito xerife do Condado de Ellis (Kansas), em 23 de Agosto de 1869. No seu primeiro mês em Hays, Kansas, matou dois homens em tiroteios: Bill Mulvey e Sam Strawwhim. Em 17 de Julho de 1870, também em Hays, se envolveu no tiroteio com soldados desordeiros da Sétima Cavalaria, atirando e acertando em dois deles. Não foi reeleito para o cargo. Em 15 de Abril de 1871, Hickok tornou-se xerife em Abilene (Kansas), no lugar de Tom "Bear River" Smith, que havia sido morto em 2 de novembro de 1870. O fora-da-lei John Wesley Hardin teve um atrito com Hickok.

Na sua autobiografia (escrita anos depois da morte de Hickok) Hardin disse que desarmou o xerife, quando este tentou prendê-lo por entrar armado no saloon. Enquanto trabalhava em Abilene, Hickok e Phil Coe, proprietário de um saloon, entraram numa disputa que acabou em tiroteio. Coe tinha como parceiro nos negócios o pistoleiro Ben Thompson. Em 5 de Outubro de 1871, Coe atirou duas vezes em Hickok quando este queria prendê-lo por estar armado na cidade. Hickok matou Coe. Hickok deixou o cargo dois meses depois da morte acidental do seu ajudante Mike Williams. Em 1876 Hickok foi diagnosticado com glaucoma e gonorreia. Em 5 de Março de 1876, Hickok casou-se com Agnes Thatcher Lake, de 50 anos, e proprietária de um circo. Calamity Jane disse em sua autobiografia que ela havia se casado com Hickok e se divorciado para que ele pudesse se casar com Agnes Lake.

Logo Hickok deixou sua nova noiva e foi buscar fortuna nos campos auríferos da Dakota do Sul. Em 21 de Agosto de 1876, enquanto jogava póquer no Saloon Nuttal & Mann Nº10 em Deadwood (Dakota do Sul), em Black Hills, Hickok não encontrou vazio o seu lugar habitual, e sentou-se de costas para a porta. Um fora-da-lei chamado Jack McCall, aproveitando a oportunidade para se vingar acertou-lhe um tiro na cabeça, como o seu revólver calibre 45. A lenda diz que no momento em que foi morto, Hickok segurava um par de ases, um par de oito e uma dama. Essas cinco cartas ficaram conhecidas como a “Mão do Morto”. Depois de dois julgamentos, McCall foi enforcado. Hickok além de ser um dos melhores atiradores do Oeste Americano, era também famoso por ser um bom batoteiro no jogo de póquer.

06896512527146323064.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Buffalo Bill (1846-1917)

William Frederick Cody nasceu no dia 26 de Fevereiro de 1846, em Scott County, no Estado de Iowa (E.U.A), e faleceu no dia 10 de Janeiro de 1917. Foi um aventureiro americano. Era conhecido pela alcunha de “Buffalo Bill” por ter matado milhares de búfalos no curto espaço de tempo. Além de caçar búfalos, Cody teve inúmeros empregos: batedor da cavalaria americana (1868-1872), mensageiro do Pony Express (1860), gerente de hotel, ferroviário e condutor de diligências. Uma lenda no seu país, Buffalo Bill tornou-se também mundialmente famoso graças ao show sobre o Oeste Selvagem (Buffalo Bill's Wild West show) que passou a exibir a partir de 1883. O show incluía uma parada de cavaleiros, participação de índios americanos, e grandes atiradores. O show contava ainda com turcos, árabes, mongóis e cossacos, com cavalos e roupas típicas, e com participações de Calamity Jane e Touro Sentado. Quando ainda era jovem, um caminho de ferro começou a ser construído através das planícies do estado. Então, o jovem, ainda conhecido como William Cody, começou a trabalhar como fornecedor de carne de búfalo para os operários do caminho de ferro. Buffalo Bill era um exímio caçador e num ano chegou a matar cerca de 5000 búfalos. Ganhou fama e a alcunha. Com o extermínio dos Búfalos nos anos que se seguiram, ficava cada vez mais difícil caçá-los. Antes de William Cody, havia outro com o apelido de Buffalo Bill: Bill Comstock. Cody ganhou o apelido dos trabalhadores da estrada de ferro Kansas Pacific Railroad em 1868, depois de matar muitos búfalos. O seu serviço tinha como objectivo limpar os trilhos das manadas de búfalo, que atrapalhavam os comboios. Também servia para trazer fome aos indígenas que dependiam quase que exclusivamente da caça ao búfalo, animal que lhes dava carne e peles, além de fornecer material para armas e outros usos domésticos. Com a quase extinção dos búfalos, a reputação de caçadores como Buffalo Bill deixou de ser heróica e passou a ser vista como nefasta. Era um excelente atirador. Conta-se que um dia estava Buffalo Bill no saloon, quando entra um pistoleiro, Buffalo teria então o copo na mão direita, a mesma que usava para disparar, então bebe o copo de um gole só e dispara depois. Daí a origem do "mão direita é penalti" (beber um copo de um gole só, quando apoiado pela mão direita) está relacionada com Buffalo Bill. Em 1876 houve uma batalha numa localidade chamada Warbonnet Creek: Buffalo Bill, que estava com o exército como batedor, teria feito o escalpe ao guerreiro Cheyenne Mão Amarela, como vingança pela morte do General Custer. Ele encenou esse facto no seu show. Buffalo Bill recebeu a Medalha de Honra em 1872 pelos seus serviços ao Exército. A efeméride foi revogada em 1917; 24 dias antes da sua morte, porque ele era um civil. Mas lhe foi devolvida em 1989. Búfalo Bill, já com grande fama, resolve então investir numa carreira de artista. Em 1883 contratou alguns índios e mais alguns vaqueiros para fazer uma espécie de circo móvel, cuja temática era o Oeste selvagem. Assim, ele passava de cidade em cidade, nas quais as pessoas pagavam para ver o espectáculo, junto com suas demonstrações de habilidades de cavaleiro. Ganhou fama e dinheiro, as quais começaram a ser retratadas sessenta anos depois, com a moda dos filmes de Faroeste.

71922859060991815733.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Kit Carson (1809-1868)

Christopher "Kit" Houston Carson (1809-1868) foi um pioneiro do Velho Oeste, que se tornou notório pela actuação como guia e pela participação em guerras indígenas. Nascido em Madison, no Estado do Kentucky, de uma família de origem irlandesa, Kit transfere-se já em 1811 para Missouri, ainda um território semi-selvagem. Em Agosto de 1826, parte para o Novo México, numa caravana. Entre 1832 e 1842, Kit Carson viajou na vastíssima zona das Montanhas Rochosas, entre Idaho, Colorado, Utah e Wyoming, partilhando uma vida precária, já então lendária e casa-se uma vez com uma mulher índia, Waa-nibe. Em 1842/1843 conduz como guia, duas expedições de John Charles Frémont, através de vários territórios inexplorados: o objectivo oficial é o estudo do South Pass e a medição da altura das Montanhas Rochosas, um trabalho que levará depois à confecção do primeiro grande mapa do Oeste. Em seguida, Kit Carson casa-se com Josefa Jaramillo e logo constrói uma fazenda nos arredores de Taos. Mas depois vende tudo, e acompanha Frémont na sua terceira expedição. De 1846 a 1848, combate na guerra dos Estados Unidos contra o México na Califórnia. Kit Carson foi, entre outras coisas, usado como mensageiro a Washington e levou também a notícia da descoberta de ouro na Califórnia. Até 1853 realiza várias outras missões como guia; em 1854 é nomeado agente indígena, guia diversas expedições militares e encontra tempo para ditar as suas memórias: sua autobiografia é um verdadeiro e próprio inventário de todos os tipos western - escrita de uma vez, não tendo em vista uma publicação (foi impressa somente em 1926), é surpreendentemente autêntica. Kit logo foi nomeado Comissário governamental para as tribos Ute e Jicarilla Apache, cargo que ocupou até a explosão da Guerra Civil em 1861. Após a sua primeira participação, ficou claro que Kit Carson pretendia defender não somente os brancos dos índios, mas, sobretudo os índios dos brancos. Como resultado, por todo o período no qual Kit Carson foi Comissário governamental, nem os Utes, nem os Jicarillas jamais marcharam sobre a trilha de guerra. Se para os Cheyennes, Kit Carson era o Pequeno Chefe, para os Utes não foi outro senão Pai Kit. Em 1861 demite-se do cargo e torna-se Coronel de um regimento de voluntários do Novo México: toma parte em várias campanhas contra os índios, como aquela, entre 1863 e 1864, contra os Navajos, índios que foram os seus mais difíceis inimigos, e invés de comportar-se como o leal herói das nossas histórias em quadradinhos, os pressiona-os à rendição, destruindo as suas reservas de alimento e expondo assim guerreiros, mulheres e crianças a uma morte horrível. Carson deportou os índios para um campo de concentração no Novo México, de onde os Navajos poderiam voltar ao Arizona, após cinco anos de prisão e somente para estarem confinados a uma reserva. Carson torna-se General. No ano seguinte é superintendente para os negócios indígenas no Colorado. Morre em 23 de Maio de 1868. Em sua homenagem, Buffalo Bill deu o nome de Kit Carson a um de seus filhos, que depois viria a falecer ainda na infância. Kit Carson foi um famoso guia e pioneiro do Oeste Americano.

40541231475894733249.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Calamity Jane (1853-1903)

Martha Jane Canary-Burke mais famosa pela sua alcunha de Calamity Jane ou Jane Calamidade (em português), nasceu no dia 1 de Maio de 1853, em Princeton (E.U.A.), e faleceu no dia 1 de Agosto de 1903. Era uma famosa mulher aventureira que viveu nos tempos do velho Oeste Americano. Pensa-se que terá sido esposa do mais famoso pistoleiro do Oeste, Wild Bill Hickok. Foi uma guia ou batedora profissional e lutou contra os índios. Nascida em Princeton, Missouri, era a mais velha de 6 filhos. Viveu algum tempo em Virgínia City, Montana. Em 1868 mudou-se para Wyoming. Em 1870 tornou-se guia e adaptou um uniforme de soldado para usar. Serviu na campanha do General Custer em 1872. Nessa época é que ela passou a autodenominar-se Calamity Jane. Em 1876, Jane trabalhou como prostituta e depois cozinheira e lavadeira, para uma mulher conhecida por Madame Dora DuFran, próximo a Black Hills. Jane viajou de comboio para Deadwood com Wild Bill Hickok e Charlie Utter. Hickok morreu durante uma partida de póquer em 2 de Agosto de 1876. Calamity alegou que os dois tinham-se casado e que Hickok era o pai de sua filha Jane, que disse ter nascido em 1873. A criança depois foi adoptada. Em 1941 foi encontrado um registo do casamento de 25 de Setembro de 1873, em Benson's Landing, Montana, que aparentemente confirma a história. Calamity Jane mudou-se para El Paso, Texas, em 1884, onde se casou com Clinton Burke em 1885. Separaram-se em 1895. Em 1896 ela começou a viajar com o show de Buffalo Bill (Buffalo Bill's Wild West show), onde continuou até ao fim da sua vida. Calamity Jane morreu de complicações de uma pneumonia em 1903.

38847657128497938710.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Daniel Boone (1734-1820)

Daniel Boone foi um dos primeiros heróis populares dos E.U.A.. Foi um pioneiro e caçador que explorou as florestas ocupadas por nativos indígenas. Boone é mais famoso pela sua exploração e assentamentos de povoados, hoje, no actual estado de Kentucky, do que era nas fronteiras ocidentais das Treze Colónias. Boone abriu caminho através das margens do rio Cumberland até ao Kentucky, apesar da resistência dos índios americanos, o qual o Kentucky era a zona de caça tradicional, em 1775. Lá ele fundou a colônia de Boonesborough, um dos primeiros assentamentos de língua inglesa na região das Montanhas Apalaches. Antes do final do século XVIII, mais de 200.000 entraram no Kentucky, seguindo o percurso marcado por Daniel Boone, denominado Wilderness Trail. Daniel Boone nasceu no dia 22 de Outubro de 1734, e faleceu no dia 26 de Setembro de 1820. Boone foi um oficial militar durante a Guerra da Independência Americana (1775-1783), que lutou em Kentucky principalmente entre colonos britânicos e índios americanos aliados. Boone foi capturado por índios Shawnees em 1778 e aprovado para ingressar na tribo, mas ele escapou e continuou a ajudar a defender as colônias do Kentucky. Durante a guerra, foi eleito para o primeiro dos seus três mandatos na Assembleia Geral da Virgínia, onde lutou na batalha de Blue Licks, em 1782, uma das últimas batalhas da Revolução Americana. Boone trabalhou como comerciante e como inspector após a guerra, mas ficou profundamente em dívida actuando como especulador de terras no Kentucky. Frustrado com problemas jurídicos resultantes de sua reivindicação de terras, em 1799 Boone reinstalou-se no Missouri, onde passou seus últimos anos. Boone continua a ser um ícone na história americana, embora lembrado com muitas imprecisões históricas. Era uma lenda em vida, especialmente depois de uma das suas aventuras ter sido publicada em 1784 em forma de conto, tornando-o famoso na América do Norte e na Europa. Após a sua morte, foi muitas vezes objecto de tais contos e obras de ficção. As suas aventuras reais e lendárias criaram o arquétipo do herói do folclórico do Oeste Americano. Na cultura popular americana, ele é lembrado como um dos primeiros pioneiros de fronteiras, apesar de muitas vezes, a mitologia eclipsar os verdadeiros detalhes de sua vida.

90362272954545346227.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Davy Crockett (1786-1836)

Davy Crockett, David Crockett ou David de Crocketagne foi um político, militar e um herói nacional nos E.U.A., além de ter sido um caçador de ursos famoso por sua precisão extraordinária no uso de rifle. Davy nasceu no dia 17 de Agosto de 1786, em Greene County, no Tennessee (E.U.A.), e faleceu no dia 6 de Março de 1836, em San Antonio, no Texas. Representou o Tennessee na Câmara dos Representantes e serviu durante a Revolução do Texas onde morreu na batalha do Alamo. Crockett foi retratado em inúmeros filmes (como o bem sucedido Alamo, de John Wayne) e quadradinhos (da Disney, principalmente). Na cultura popular ele teve associada a sua imagem a um chapéu de peles sobre a cabeça. Em países como o Brasil, ele foi confundido durante algum tempo com Daniel Boone, outra figura lendária da história dos Estados Unidos, e que foi tema de uma popular série de TV dos anos 60, nos quais o protagonista também usava um chapéu de peles.

71385146719346837847.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Cowboys de Hollywood!

O site do jornal britânico "The Guardian" tem o hábito de classificar os melhores naquilo, os mais nisso – como fazem os blog e os programas de televisão por esse mundo fora. A aposta do site foi nos maiores cowboys da história do cinema. A tarefa foi entregue a Philip French – famoso crítico britânico de cinema e comentarista do The Observer desde 1978. Segundo o crítico, eis os maiores astros de filmes de western da história.
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
Gary Cooper (1901-1961)

Gary Cooper nasceu no dia 7 de Maio de 1901, em Helena, no Estado do Montana (E.U.A.), tendo falecido no dia 13 de Maio de 1961, em Los Angeles, na Califórnia (E.U.A.). Foi um actor norte-americano, duas vezes vencedor do prémio Óscar do melhor actor principal. A sua carreira durou desde a década de 20 até ao ano da sua morte, tendo actuado em mais de 100 filmes. Era reconhecido por seu forte estilo de actuação, e pelos vários papéis que teve em filmes do género western. Cooper desde criança ajudava seu pai a cuidar do rancho da família. Na infância também passou uma temporada na Inglaterra junto com a sua mãe e seu irmão. De volta aos E.U.A. continuou a ajudar o pai no rancho. Até que entrou para a faculdade, onde teve o primeiro contacto com a arte da actuação. Em 1925 começou a participar como extra em produções de Hollywood, até que em 1926 conseguiu seu primeiro papel principal no filme “Flor do Deserto”, começando assim sua brilhante carreira no mundo do cinema. Entre os seus filmes destacam-se: “Marrocos“, Lanceiros da Índia” (1935), “Beau Geste”, “O Sargento York”, que recebeu o Óscar em 1941. “Only the Brave”, “Regresso ao Passado”, “A Grande Prova”, “O Comboio Apitou Três Vezes” (Óscar em 1952), etc., nos quais fez gala de uma arte excelente e expressiva naturalidade. Cooper foi casado apenas uma vez de 1933 até à sua morte em 1961, com Sandra Shaw com quem teve uma filha. Apesar de ter sido casado durante todo esse tempo, o actor ficou famoso pela sua extensa lista de amantes ao longo do casamento. Em 1960 fez duas cirurgias para retirada de cancro da próstata e em seguida no cólon. Os médicos acreditavam que ele estava curado, até que em 1961, quando estava filmando na Inglaterra, o actor começou a sentir fortes dores no pescoço e no ombro e após uma consulta descobriu que o cancro havia se espalhado para o pulmão e os ossos. O actor acabou optando por não fazer tratamentos pesados e acabou falecendo no mesmo ano, aos 60 anos de idade.

38400894231365996634.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
John Wayne (1907-1979)

John Wayne, nome artístico de Marion Michael Morrison, nasceu no dia 26 de Maio de 1907, em Winterset, no Estado do Iowa (E.U.A.), e faleceu no dia 11 de Junho de 1979, em Los Angeles. John Wayne marcou várias gerações de cinéfilos com o seu tipo de actuar. O estilo machão, o bom cowboy do Velho Oeste foi seu personagem mais representativo. Dizia sobre si mesmo que nunca se considerou um bom actor, "sempre representei eu mesmo". Desde o início da carreira no cinema Wayne consolidou a imagem do "cowboy" invencível. Como astro de cinema brilhou em vários sucessos: “Cavalgada Heróica” (1939), “Forte Apache” (1947), “Rio Grande” (1950), “Hatari” (1962). Em 1969,obteve um Óscar pela sua interpretação em “Velha Raposa”. Filho de um farmacêutico, seu verdadeiro nome era Marion Michael Morrison. Ele detestava seu nome e ao entrar para o cinema o mudou para John Wayne, que tinha mais a ver com um rapaz de 1,92 m de altura e campeão de futebol, pela Universidade de Southern Califórnia. Casou-se três vezes. A primeira em 1932 com Josephine Saenz que lhe deu quatro filhos. Em 1946 o segundo casamento com a actriz mexicana Esperanza Baur, de quem se divorciou sete anos depois para se casar com Pilar Palette com quem teve mais dois filhos. Dirigiu os filme "The Alamo" e "Os Boina Verdes". Este último, de 1968, causou-lhe grandes problemas. Tinha um argumento favorável à Guerra do Vietname, o que causou a fúria dos opositores a essa intervenção militar norte-americana que realizaram vários protestos contra a exibição do filme. John Wayne morreu de cancro, doença que o atormentava desde o final da década de 60, quando perdeu o pulmão esquerdo, em 1979.

55861361980814982565.jpg
~

17772173998375786436.jpg
 
Última edição:

mjtc

GF Platina
Entrou
Fev 10, 2010
Mensagens
9,471
Gostos Recebidos
9
James Stewart (1908-1997)

James Maitland "Jimmy" Stewart nasceu no dia 20 de Maio de 1908, em Indiana no Estado da Pensilvânia (E.U.A.), e faleceu no dia 2 de Julho de 1997, em Los Angeles. Foi um aclamado actor norte-americano de cinema, teatro e televisão. Actuou em inúmeros filmes considerados clássicos, e foi indicado a cinco prémios de Óscar de melhor actor principal, ganhando um em 1940 pelo seu papel no filme “Casamento Escandaloso”. A sua maneira de interpretar foi sempre recebida com agrado: “A Secretária do Meu Marido”, “Flecha Quebrada”, “O Maior Espectáculo do Mundo”, “O Homem que sabia demais”, “O Vale da Violência”, “Cavaleiro sem Espada”, “O Invisível Harvey”, “A Janela Indiscreta”, “O Grande Combate”, “O Voo da Fénix”, etc. Por seu trabalho na televisão ganhou um Globo de Ouro de melhor actor em televisão (série dramática) em 1974 por “Hawkins”. Na sua juventude, James procurou uma carreira de arquitecto após ser expulso das aulas de teatro na faculdade. Conseguiu uma bem sucedida carreira nos palcos da Broadway, antes de começar a actuar nos palcos em 1935. James, ou "Jimmy" como era carinhosamente chamado pelo público, começou a chamar a atenção do público após actuar no filme denominado “Mr. Smith Goes to Washington” (1939) de Frank Capra. Neste filme, James começou a interpretar o papel do qual mais seria reconhecido em sua carreira, o do idealista convicto. Em 1941, James foi o primeiro artista a alistar-se na Força Área Americana , tendo participado na II Guerra Mundial com o posto de Coronel-Brigadeiro. Após a guerra, Stewart casou-se com a ex-modelo Gloria Hatrick McLean em 9 de Agosto de 1949. Eles permaneceriam casados até a morte dela em 16 de Fevereiro de 1994. Stewart adoptou os dois filhos de sua mulher, Michael e Ronald, e juntos tiveram as gêmeas Judy e Kelly em 7 de Maio de 1951. Seu filho, Ronald Stewart foi morto em 8 de Junho de 1969, em combate na Guerra do Vietname. Em 1985 Stewart recebeu um Óscar honorário por suas grandes actuações. Stewart morreu com 89 anos em sua casa em Beverly Hills, na Califórnia (E.U.A.), de embolia pulmonar.

25337569860876248005.jpg
 
Última edição:
Topo