Luz Divina
GF Ouro
- Entrou
- Dez 9, 2011
- Mensagens
- 5,985
- Gostos Recebidos
- 0
Um estudo nacional, feito com mais de 5300 crianças e adolescentes, revelou que 12,8% tinha níveis de tensão arterial acima do normal.
O médico autor da pesquisa está preocupado.
Tinham entre cinco e 18 anos e iam ao médico para uma avaliação clínica necessária antes de começarem a fazer desporto.
João Maldonado, cardiologista especializado em hipertensão e diretor da Clínica da Aveleira, em Coimbra, abraçou este projeto semi-solidário e quis saber qual a expressão da hipertensão numa população que não associamos a esta doença.
Quando olhou para os resultados do seu estudo encontrou 12,8% de jovens com a tensão arterial acima do normal. “É muito. Nos obesos, essa taxa crescia para 22%.
Os valores internacionais estão entre os 4 e 5%.” O estudo abarca jovens dos distritos de Coimbra, Leiria, Viseu e Aveiro: “Não acredito que existam diferenças muito marcadas no País”, diz o investigador. Os resultados são iguais para os dois sexos.
EXERCÍCIO E MENOS SAL
É difícil não associar o facto à obesidade infantil. “Apesar de neste estudo termos jovens obesos, aqueles que praticam exercício físico têm percentagens menores, 13,1%.
O que significa que, apesar do peso, o exercício tem poder para contrabalançar este resultado negativo.” O grande culpado pode ser o consumo exagerado de sal, segundo João Maldonado. “Toda a gente diz que não come sal a mais, por isso, fizemos um estudo com colegas do Porto, avaliando os níveis de sódio (sal) na urina.
No máximo, um adulto deve ingerir 6g diários de sal, mas encontrámos 12 e 13g.” Outro dos fatores pode ser a tendência familiar.
Estas crianças e adolescentes correm o risco de serem jovens adultos hipertensos? “Não sabemos ainda o suficiente, mas o bom senso diz-nos que é provável.
O controlo da obesidade, do sal na alimentação e a prática de exercício físico são medidas muito importantes no sentido de prevenir que venham a engrossar a fileira dos hipertensos.” O estudo continua e serão apresentados novos resultados em fevereiro. “É preciso alertar a comunidade científica e o governo para a necessidade de investigar mais e traçar um plano de intervenção.”
activa