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Defesa de Cruz quer que Silvino volte a depor depois de assumir que mentiu

florindo

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O advogado de defesa de Carlos Cruz anunciou que vai requerer a audição de Carlos Silvino na fase de recurso do processo Casa Pia, na sequência da entrevista do ex-motorista da instituição em que disse ter mentido em tribunal.

Em entrevista à revista "Focus" - realizada por um jornalista da revista, co-autor de um livro sobre Carlos Cruz e o processo Casa Pia, juntamente com a ex-mulher do apresentador de televisão, e de que a SIC passou excertos em vídeo -, Carlos Silvino, principal arguido neste caso, diz que mentiu em tribunal e que não conhecia os outros arguidos.

Contactado pela Agência Lusa, o advogado de defesa de Carlos Cruz, Ricardo Sá Fernandes, considera que as declarações de Silvino, condenado a 18 anos de prisão no âmbito do processo Casa Pia, são "um facto novo" e, portanto, pretende juntar a entrevista ao processo, agora em fase de recurso no Tribunal da Relação de Lisboa.

Carlos Cruz foi condenado "com base em declarações do senhor Carlos Silvino" e, portanto, "não é possível continuar a sustentar" a sua condenação em alguém que "agora diz o contrário do que disse em julgamento", sustenta Ricardo Sá Fernandes.

Questionado sobre o facto de a condenação de Carlos Cruz não assentar apenas em Carlos Silvino, o advogado respondeu: "Pois, mas dizem que são as declarações dessa pessoa que corroboram as outras. E agora o que fica, o que corrobora as declarações dos rapazes? Os rapazes vão falar. Não tenha dúvidas de que a partir do momento em que as pessoas perceberem como foram usadas vão todas falar."

A condenação "assenta em coisa nenhuma, assenta em pó", considera Ricardo Sá Fernandes, que diz não ter ficado "nada surpreendido" com as declarações de Carlos Silvino e estar "convencido que vai haver nos próximos tempos mais declarações e agora de jovens" da Casa Pia, testemunhas no processo.

O julgamento do processo Casa Pia relativo a abusos sexuais de menores da instituição terminou, ao fim de quase seis anos, com um acórdão que condenou seis dos sete arguidos a penas de prisão e ao pagamento de indemnizações.

Carlos Cruz foi condenado a sete anos de prisão, igual pena foi aplicada ao médico João Ferreira Diniz, o embaixador Jorge Ritto foi condenado a seis anos e oito meses, Hugo Marçal a seis anos e dois meses, Carlos Silvino foi condenado 18 anos de prisão e Manuel Abrantes, ex-provedor adjunto da Casa Pia, a cinco anos e nove meses. Gertrudes Nunes, dona da casa de Elvas, foi absolvida do crime de lenocínio.

Jornal de Notícias
 
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