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Defesa de José Penedos questiona listas dos presenteados por Manuel Godinho
O advogado de José Penedos, arguido no processo 'Face Oculta' questionou hoje os critérios que levaram os investigadores da Polícia Judiciária (PJ) a ignorar alguns nomes que constam das listas de pessoas presenteadas pelo sucateiro Manuel Godinho.
«Apenas procurei tentar perceber porque é que há diferenças entre as listas originais apreendidas e as listas da PJ, sendo que as primeiras têm mais nomes e as segundas têm menos nomes», disse o advogado Rui Patrício à saída da sala de audiências do tribunal de Aveiro, onde decorre o julgamento.
Segundo o causídico, «menos de metade» dos nomes que constam nas listas que foram apreendidas nas empresas de Manuel Godinho não foram transcritos para as listas da PJ, entre os quais estão o ex-líder do PSD Marques Mendes e o ex-secretário de Estado do Desporto Hermínio Loureiro.
Os nomes dos dois social-democratas foram referidos por João Folque, advogado do co-arguido Carlos Vasconcellos, quadro da REFER que está acusado de um crime de corrupção, e foram confirmados pelo inspector da Polícia Judiciária (PJ) Rui Carvalho durante a sessão desta tarde.
Segundo o inspector que coordenou as investigações, Marques Mendes e Hermínio Loureiro constavam de uma tabela com «largas centenas» de pessoas que foram presenteadas pelo sucateiro.
Rui Carvalho explicou ainda que só foram transcritos para a lista da PJ os nomes de pessoas que receberam prendas de valor acima de 50 euros e de pessoas que desempenhavam cargos em empresas do Estado ou cargos públicos.
O inspector da PJ já havia dito em anteriores sessões que foram apreendidas duas pastas com uma «listagem extensa» de nomes de pessoas a quem deviam ser entregues presentes, na sequência de buscas nas instalações da 'O2' em Ovar - uma empresa de Manuel Godinho.
«As pessoas que vêm mencionadas abarcam quase todas as áreas, desde a fiscalização à área de concessão de licenças de alvarás», afirmou o inspector, dando como exemplo o Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR, Finanças, Direcção Regional de Economia do Centro, Direcção Regional do Ambiente e várias autarquias.
Na lista, constavam ainda nomes de pessoas ligadas a empresas públicas e privadas com quem as empresas de Manuel Godinho tinham relações comerciais, nomeadamente a Refer, REN, CP, EP, EMEF, Portucel, Petrogal, Estaleiros Navais de Viana do Castelo e Lisnave.
Desde o passado dia 8 de Novembro, quando começou o julgamento, o tribunal já ouviu quatro arguidos, designadamente o antigo ministro e ex-vice presidente do BCP, Armando Vara, o ex-presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) José Penedos, o ex-quadro da Galp António Paulo Costa e o administrador da IDD - Indústria de Desmilitarização e Defesa José António Contradanças.
O depoimento do arguido Paulo Penedos, que foi interrompido no dia 18 de Novembro, continuará a partir de 28 de Fevereiro.
Dos seis arguidos que manifestaram intenção de prestar declarações nesta fase do processo, falta ainda ouvir o gestor Lopes Barreira, que está a aguardar autorização do hospital de Aveiro para fazer, nesta unidade, o tratamento de hemodiálise a que é sujeito três vezes por semana.
O caso 'Face Oculta' está relacionado com uma alegada rede de corrupção que tinha como objectivo o favorecimento de um grupo empresarial de Ovar ligado ao ramo das sucatas nos negócios com empresas do sector empresarial do Estado e privadas.
No banco dos réus estão sentados 36 arguidos (34 pessoas e duas empresas) que respondem por centenas de crimes de burla, branqueamento de capitais, corrupção e tráfico de influências.
Lusa / SOL
O advogado de José Penedos, arguido no processo 'Face Oculta' questionou hoje os critérios que levaram os investigadores da Polícia Judiciária (PJ) a ignorar alguns nomes que constam das listas de pessoas presenteadas pelo sucateiro Manuel Godinho.
«Apenas procurei tentar perceber porque é que há diferenças entre as listas originais apreendidas e as listas da PJ, sendo que as primeiras têm mais nomes e as segundas têm menos nomes», disse o advogado Rui Patrício à saída da sala de audiências do tribunal de Aveiro, onde decorre o julgamento.
Segundo o causídico, «menos de metade» dos nomes que constam nas listas que foram apreendidas nas empresas de Manuel Godinho não foram transcritos para as listas da PJ, entre os quais estão o ex-líder do PSD Marques Mendes e o ex-secretário de Estado do Desporto Hermínio Loureiro.
Os nomes dos dois social-democratas foram referidos por João Folque, advogado do co-arguido Carlos Vasconcellos, quadro da REFER que está acusado de um crime de corrupção, e foram confirmados pelo inspector da Polícia Judiciária (PJ) Rui Carvalho durante a sessão desta tarde.
Segundo o inspector que coordenou as investigações, Marques Mendes e Hermínio Loureiro constavam de uma tabela com «largas centenas» de pessoas que foram presenteadas pelo sucateiro.
Rui Carvalho explicou ainda que só foram transcritos para a lista da PJ os nomes de pessoas que receberam prendas de valor acima de 50 euros e de pessoas que desempenhavam cargos em empresas do Estado ou cargos públicos.
O inspector da PJ já havia dito em anteriores sessões que foram apreendidas duas pastas com uma «listagem extensa» de nomes de pessoas a quem deviam ser entregues presentes, na sequência de buscas nas instalações da 'O2' em Ovar - uma empresa de Manuel Godinho.
«As pessoas que vêm mencionadas abarcam quase todas as áreas, desde a fiscalização à área de concessão de licenças de alvarás», afirmou o inspector, dando como exemplo o Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR, Finanças, Direcção Regional de Economia do Centro, Direcção Regional do Ambiente e várias autarquias.
Na lista, constavam ainda nomes de pessoas ligadas a empresas públicas e privadas com quem as empresas de Manuel Godinho tinham relações comerciais, nomeadamente a Refer, REN, CP, EP, EMEF, Portucel, Petrogal, Estaleiros Navais de Viana do Castelo e Lisnave.
Desde o passado dia 8 de Novembro, quando começou o julgamento, o tribunal já ouviu quatro arguidos, designadamente o antigo ministro e ex-vice presidente do BCP, Armando Vara, o ex-presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) José Penedos, o ex-quadro da Galp António Paulo Costa e o administrador da IDD - Indústria de Desmilitarização e Defesa José António Contradanças.
O depoimento do arguido Paulo Penedos, que foi interrompido no dia 18 de Novembro, continuará a partir de 28 de Fevereiro.
Dos seis arguidos que manifestaram intenção de prestar declarações nesta fase do processo, falta ainda ouvir o gestor Lopes Barreira, que está a aguardar autorização do hospital de Aveiro para fazer, nesta unidade, o tratamento de hemodiálise a que é sujeito três vezes por semana.
O caso 'Face Oculta' está relacionado com uma alegada rede de corrupção que tinha como objectivo o favorecimento de um grupo empresarial de Ovar ligado ao ramo das sucatas nos negócios com empresas do sector empresarial do Estado e privadas.
No banco dos réus estão sentados 36 arguidos (34 pessoas e duas empresas) que respondem por centenas de crimes de burla, branqueamento de capitais, corrupção e tráfico de influências.
Lusa / SOL