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O problema da disfunção eréctil está a aumentar em Portugal, mas a crescente procura de ajuda esbarra na falta de preparação dos médicos de família, que empurram os doentes para outras consultas deixando-os completamente perdidos.
A denúncia é do presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia, Rocha Mendes, que afirma ter «muitos contactos com os médicos de família», que se queixam de falta de tempo para abordar estes casos e também de falta de preparação.
Na véspera do Dia Europeu da Disfunção Eréctil, que se assinala domingo, o médico adianta que as ações de formação que são promovidas não chegam para atingir os níveis do norte da Europa, onde os médicos de família «estão na primeira linha de abordagem desta questão, porque é a eles que as pessoas se dirigem primeiro».
«Quando a pessoa se queixa, o médico de família encaminha-a para uma consulta e isso demora cinco minutos, em vez de reter o doente, conversar e enquadrar essa patologia naquilo que sabe que o doente tem, porque tem a ficha com os seus problemas e análises», disse.
Já o médico especializado não domina a patologia de base. Ou seja, «salta-se uma etapa crucial e as pessoas muitas vezes não precisavam de ir ao hospital, bastava-lhes com o médico de família corrigir as questões essenciais», acrescentou. Rocha Mendes exemplifica com os casos da Escócia ou Inglaterra, onde um médico em cada centro de saúde é escolhido para abordar esta questão.
«Nos centros de saúde há médicos vocacionados, com formação específica, e podem eles próprios medicar os doentes, mudar medicações, corrigir análises, dar conselhos. Fazem de travão e têm uma ação pedagógica». Em Portugal, passa-se para a consulta hospitalar, que «normalmente está sobrelotada ou demorada, os doentes desanimam e andam perdidos», lamentou o responsável.
No caso da disfunção eréctil, a falta de resposta imediata é particularmente complicada, porque, seja em que idade for, é um problema com o qual as pessoas têm dificuldade em lidar. «Muitas vezes são as mulheres que empurram os maridos, há vergonha, mas também uma certa inércia, em grande parte porque os doentes não encontram nos médicos facilidade de diálogo», sublinhou.
As áreas especializadas para tratar a doença são duas: a andrologia - para questões mais orgânicas - e a sexologia - que trata questões do foro psicológico. Rocha Mendes salienta que o aparecimento de comprimidos por via oral foi uma grande revolução, porque os doentes passaram a ter uma resposta rápida para o seu problema.
«Mas claro que se o doente não mudar os seus hábitos, os comprimidos deixam de ter efeito e aí passa-se para uma fase mais agressiva de injeções no pénis ou próteses», sublinhou. Esses «maus hábitos» a que o médico se refere são os «típicos de sociedades ricas» e que conduzem à insuficiência renal, obesidade, colesterol elevado, hipertensão, sedentarismo, diabetes ou tabagismo, que por sua vez provocam a disfunção eréctil.
Como tal, alerta Rocha Mendes, esta disfunção é normalmente o primeiro sinal de uma doença circulatória grave, e se não se acautelar, se não se fizer prevenção, não se descobre.
Estima-se que a disfunção eréctil afete 500 mil portugueses, um número que o presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia considera não ser fiável por resultar da extrapolação de números internacionais e não de estudos realizados em Portugal.
Diário Digital / Lusa
A denúncia é do presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia, Rocha Mendes, que afirma ter «muitos contactos com os médicos de família», que se queixam de falta de tempo para abordar estes casos e também de falta de preparação.
Na véspera do Dia Europeu da Disfunção Eréctil, que se assinala domingo, o médico adianta que as ações de formação que são promovidas não chegam para atingir os níveis do norte da Europa, onde os médicos de família «estão na primeira linha de abordagem desta questão, porque é a eles que as pessoas se dirigem primeiro».
«Quando a pessoa se queixa, o médico de família encaminha-a para uma consulta e isso demora cinco minutos, em vez de reter o doente, conversar e enquadrar essa patologia naquilo que sabe que o doente tem, porque tem a ficha com os seus problemas e análises», disse.
Já o médico especializado não domina a patologia de base. Ou seja, «salta-se uma etapa crucial e as pessoas muitas vezes não precisavam de ir ao hospital, bastava-lhes com o médico de família corrigir as questões essenciais», acrescentou. Rocha Mendes exemplifica com os casos da Escócia ou Inglaterra, onde um médico em cada centro de saúde é escolhido para abordar esta questão.
«Nos centros de saúde há médicos vocacionados, com formação específica, e podem eles próprios medicar os doentes, mudar medicações, corrigir análises, dar conselhos. Fazem de travão e têm uma ação pedagógica». Em Portugal, passa-se para a consulta hospitalar, que «normalmente está sobrelotada ou demorada, os doentes desanimam e andam perdidos», lamentou o responsável.
No caso da disfunção eréctil, a falta de resposta imediata é particularmente complicada, porque, seja em que idade for, é um problema com o qual as pessoas têm dificuldade em lidar. «Muitas vezes são as mulheres que empurram os maridos, há vergonha, mas também uma certa inércia, em grande parte porque os doentes não encontram nos médicos facilidade de diálogo», sublinhou.
As áreas especializadas para tratar a doença são duas: a andrologia - para questões mais orgânicas - e a sexologia - que trata questões do foro psicológico. Rocha Mendes salienta que o aparecimento de comprimidos por via oral foi uma grande revolução, porque os doentes passaram a ter uma resposta rápida para o seu problema.
«Mas claro que se o doente não mudar os seus hábitos, os comprimidos deixam de ter efeito e aí passa-se para uma fase mais agressiva de injeções no pénis ou próteses», sublinhou. Esses «maus hábitos» a que o médico se refere são os «típicos de sociedades ricas» e que conduzem à insuficiência renal, obesidade, colesterol elevado, hipertensão, sedentarismo, diabetes ou tabagismo, que por sua vez provocam a disfunção eréctil.
Como tal, alerta Rocha Mendes, esta disfunção é normalmente o primeiro sinal de uma doença circulatória grave, e se não se acautelar, se não se fizer prevenção, não se descobre.
Estima-se que a disfunção eréctil afete 500 mil portugueses, um número que o presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia considera não ser fiável por resultar da extrapolação de números internacionais e não de estudos realizados em Portugal.
Diário Digital / Lusa