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Doente com hepatite C morre à espera de medicamento que a podia curar

kokas

GF Ouro
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Morreu a primeira doente de hepatite C por não ter acesso ao medicamento inovador que a podia salvar. Tinha 51 anos e terá sido infetada no próprio sistema nacional de saúde com uma transfusão de sangue. Os papéis de autorização para ter acesso ao medicamento andaram a circular pelo Hospital Egas Moniz entre os médicos, a Comissão de Farmácia e o Conselho de Administração durante mais de 10 meses, enquanto a doente piorava.

Só no dia em que a doente foi transferida de urgência para os cuidados intensivos do Hospital de Santa Maria é que foi pedido o medicamento ao Infarmed. Foi tarde de mais.



Maria Manuela Ramalho tinha 51 anos, trabalhava e era avô babada de um menino de quatro anos com quem passava os tempos livres. Terá sido infetada com o vírus da hepatite C no próprio Sistema Nacional de Saúde, na sequência várias cirurgias que implicaram algumas transfusões sanguíneas.
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10 meses à espera do medicamento
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Em fevereiro do ano passado, piorou e a sua médica, a 12 de março, terá pedido o novo medicamento inovador que a podia curar em questão de dias.

Os papéis da autorização para a doente ter acesso ao medicamento terão andado a circular no hospital, entre a Administração, a Comissão de Farmácia e os médicos, durante mais de 10 meses. Quando surgiu o portal do Infarmed, os médicos logo que tiveram a password colocaram o caso na plataforma. A doente terá chegado a ter o medicamento associado Declatavir oferecido pelo laboratório, mas era preciso comprar o Sofosbuvir que custa 46 mil euros.

A doente volta a ser internada a 16 de dezembro. Começa a piorar e, no dia 28 de janeiro, é transferida para a unidade de cuidados intensivos do Hospital Santa Maria. Nesse mesmo dia, alguém terá enviado finalmente o pedido de autorização para o Infarmed.

Dia 30 de janeiro, cerca das 10:00, a doente morre por complicações relacionadas com a hepatite C. O médico responsável pela unidade não tem dúvidas de que ela estaria viva se tivesse tido acesso ao medicamento.



Este domingo o neto faz 5 anos. A família vai avançar para tribunal.
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Santa Maria abre auditoria interna
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O Hospital Egas Moniz esclareceu apenas algumas questões da TVI. Diz que o pedido do medicamento só foi feito pelos médicos em julho e que terá havido ajustes terapêuticos ao longo de meses. O hospital pediu o medicamento ao laboratório que o libertou a custo compassivo, ou seja de graça, para a doente, mas ficou a aguardar que o hospital lhe enviasse a autorização excecional do Infarmed.

Uma autorização que só terá chegado ao Infarmed a 28 de janeiro e cujo pedido ainda não foi retirado do portal da hepatite C. Para eles continua «em avaliação».

O hospital de Santa Maria avançou com uma auditoria interna para perceber onde ficam parados os processos dos doentes para terem acesso a este medicamento inovador que cura a hepatite C. Isto aconteceu, na sequência de denúncias públicas de uma médica do hospital que punha em causa a análise dos pedidos feitos pela Comissão de Farmácia do Hospital. Agora, cabe à Inspeção-Geral de Saúde investigar o caso.

tvi24
 

Feraida

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Hospital: Doente recusou tratamentos durante seis anos
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Hospital garante que desde 2008 foi proposta à doente, "por várias vezes a terapêutica convencional com resultados muito favoráveis"

Doente que morreu de Hepatite C foi seguida durante 9 anos no Hospital Egas Moniz. O Hospital Egas Moniz esclareceu esta quarta-feira que a doente que morreu de Hepatite C, alegadamente por falta de tratamento com Sofosbuvir, poderia ter sido tratada anteriormente com terapêutica alternativa, o que sempre recusou. A doente de 51 anos, que faleceu na sexta-feira no Hospital de Santa Maria, foi seguida durante nove anos no Hospital Egas Moniz, pertencente ao Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO), afirma esta unidade em comunicado. "Desde 2008 foi-lhe proposta por várias vezes a terapêutica convencional com resultados muito favoráveis para o genótipo que a doente apresentava, terapêutica esta que a doente sempre recusou, tendo a doença evoluído, sem tratamento específico durante cerca de seis anos", refere a nota. Segundo o CHLO, em 2014 a doente apresentava já doença hepática "muito avançada, com prognóstico reservado", tendo estado internada sete vezes durante esse ano. Hospital pediu remédio a farmacêutica Em julho, a Comissão de Farmácia e Terapêutica do CHLO recebeu o primeiro pedido de terapêutica com Sofosbuvir (medicamento inovador para a hepatite C), tendo sido posteriormente solicitada ao laboratório Gilead a disponibilização desse medicamente de forma gratuita. Segundo o CHLO, esse pedido foi aceite pela Gilead em janeiro deste ano. "Nesta data a doente estava internada em situação extremamente critica e por acentuada deterioração do estado clinico, com necessidade de cuidados intensivos (...) foi transferida para o Hospital de Santa Maria". A farmacêutica Gilead disse esta quarta-feira que a doente em causa podia ter tido acesso ao fármaco sem qualquer custo para o Estado.

In:Cm
 

Feraida

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"Não houve encomenda" de remédio para hepatite C
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Farmacêutica garante que a doente podia ter recebido remédio sem custos. A farmacêutica Gilead, detentora do medicamento inovador para a hepatite C, disse esta quarta-feira que a doente que morreu recentemente vítima da doença podia ter tido acesso ao fármaco sem qualquer custo para o Estado. A informação foi avançada pelo Rádio Renascença e entretanto confirmada, em comunicado, pela empresa Gilead. Na nota enviada à agência Lusa, a Gilead disse nunca ter recebido qualquer nota de encomenda para o uso do medicamento na mulher de 51 anos, que morreu na sexta-feira vítima de hepatite C, apesar de o laboratório o ter disponibilizado. Segundo a farmacêutica, o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental enviou à Gilead, a 4 de novembro do ano passado, um pedido de acesso sem custos ao medicamento Ledispasvir/Sofosbuvir, mas na altura não havia enquadramento legal para o fornecer sem custos. Gilead à espera de resposta Na sequência de um pedido de esclarecimento, a Autoridade do Medicamento explicou, a 31 de dezembro de 2014, que o fornecimento do medicamento se enquadrava num novo regulamento relativo ao programa para acesso precoce a fármacos sem custos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Nove dias depois, a Gilead comunica ao Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental a sua disponibilidade para fornecer o medicamento a essa doente sem custos para o SNS. Contudo, até esta quarta-feira, o laboratório diz não ter recebido "qualquer nota de encomenda ao abrigo do respetivo regulamento por parte desse hospital para o medicamento em questão". A Gilead recorda ainda que, no dia 16 de janeiro, foi acordado com o Ministério da Saúde o acesso sem custos ao medicamento para a hepatite C para os 100 doentes mais urgentes. Infarmed em silêncio Questionada pela agência Lusa sobre se os medicamentos já foram disponibilizados e se começaram a ser tratados, a Gilead remeteu para a Autoridade do Medicamento (Infarmed), escusando-se a prestar mais esclarecimentos. A Lusa contactou igualmente o Infarmed para obter explicações, mas até ao momento ainda não teve resposta. A Gilead frisa que, logo que foi legalmente possível fazê-lo, acordou com o Ministério da Saúde "o acesso precoce e sem custos a 100 tratamentos".

In:Cm
 
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