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Dois terços dos portugueses desconhecem a dor neuropática
É uma dor constante e deve-se a uma disfunção do sistema nervoso que resulta de lesões nos nervos. Estudo revela um desconhecimento quase total da doença
Sensações de formigueiro, queimadura, choques eléctricos ou picadas são alguns dos sintomas associados à dor neuropática, mas menos de um terço dos portugueses reconhece a existência deste problema crónico. Um estudo sobre a percepção da dor neuropática em Portugal, ontem divulgado, revelou que 71 por cento das 1072 pessoas inquiridas nunca tinham ouvido falar deste problema, 75 por cento desconheciam quais os sintomas associados e 77 por cento ignoravam como se trata a dor neuropática. Este tipo de dor deve-se a uma disfunção do sistema nervoso que resulta de lesões nos nervos ou em zonas do sistema nervoso que transmitem sinais de dor, como a coluna vertebral ou o cérebro. Luís Cunha Miranda, director clínico adjunto do Instituto Português de Reumatologia, entidade responsável pelo estudo desenvolvido em parceria com a farmacêutica Pfizer, alertou para os oito por cento de inquiridos que disseram que a dor não tem tratamento e sublinhou a necessidade de melhorar a informação. “A população não pode aceitar a dor como sendo normal e natural”, salientou. O especialista considerou igualmente preocupante o tempo que medeia entre o aparecimento dos primeiros sintomas e o diagnóstico, que varia entre 8,5 meses a três anos, o que tem implicações na qualidade de vida dos doentes. Já no caso dos 69 médicos de clínica geral e 100 farmacêuticos que participaram no estudo, a percepção sobre a dor neuropática é muito significativa: 95 por cento dos farmacêuticos e 100 por cento dos médicos declararam já ter ouvido falar da doença. Cerca de 78 por cento dos farmacêuticos e 97 por cento dos médicos conseguiam identificar igualmente situações e doenças que poderiam causar dor neuropática. Entre estas encontram-se a neuropatia diabética periférica, neuropatias por compressão, nevralgia do trigémeo, dor associada ao cancro, dor do membro fantasma, radiculopatia, etc. Face a este desconhecimento, foi lançada um acampanha europeia de sensibilização - “A sua dor é real e tem um nome” - para ajudar a reconhecer este problema e a visualizar melhor os sintomas A campanha vai acompanhar a Semana Europeia de Luta Contra a Dor, entre 12 e 18 de Outubro, e estará presente na televisão, imprensa, Internet, centros de saúde e centros comerciais. Afectada por uma paralisia e habituada a conviver com a dor desde muito nova, Maria da Graça Carvalho suportou dores neuropáticas durante três anos até o problema ser diagnosticado. As dores só foram aliviadas com uma terapêutica adequada. “Como tenho paralisia, tive sempre muitas dores e andei sempre mais virada para a ortopedia”, contou Maria da Graça Carvalho, uma das muitas pessoas que sofrem em silêncio desta dor crónica. Há seis anos foi-lhe diagnosticado um melanoma e as sensações de formigueiro e queimaduras que esta professora de 53 anos sentia começaram a acentuar-se. Foi o dermatologista que acompanhava Maria da Graça que associou a origem das dores ao sistema nervoso central e a aconselhou a consultar um neurologista. “A partir daí, comecei a fazer uma terapia e sinto muito menos dores”, afirmou.||
Fonte:Açoriano Oriental

É uma dor constante e deve-se a uma disfunção do sistema nervoso que resulta de lesões nos nervos. Estudo revela um desconhecimento quase total da doença
Sensações de formigueiro, queimadura, choques eléctricos ou picadas são alguns dos sintomas associados à dor neuropática, mas menos de um terço dos portugueses reconhece a existência deste problema crónico. Um estudo sobre a percepção da dor neuropática em Portugal, ontem divulgado, revelou que 71 por cento das 1072 pessoas inquiridas nunca tinham ouvido falar deste problema, 75 por cento desconheciam quais os sintomas associados e 77 por cento ignoravam como se trata a dor neuropática. Este tipo de dor deve-se a uma disfunção do sistema nervoso que resulta de lesões nos nervos ou em zonas do sistema nervoso que transmitem sinais de dor, como a coluna vertebral ou o cérebro. Luís Cunha Miranda, director clínico adjunto do Instituto Português de Reumatologia, entidade responsável pelo estudo desenvolvido em parceria com a farmacêutica Pfizer, alertou para os oito por cento de inquiridos que disseram que a dor não tem tratamento e sublinhou a necessidade de melhorar a informação. “A população não pode aceitar a dor como sendo normal e natural”, salientou. O especialista considerou igualmente preocupante o tempo que medeia entre o aparecimento dos primeiros sintomas e o diagnóstico, que varia entre 8,5 meses a três anos, o que tem implicações na qualidade de vida dos doentes. Já no caso dos 69 médicos de clínica geral e 100 farmacêuticos que participaram no estudo, a percepção sobre a dor neuropática é muito significativa: 95 por cento dos farmacêuticos e 100 por cento dos médicos declararam já ter ouvido falar da doença. Cerca de 78 por cento dos farmacêuticos e 97 por cento dos médicos conseguiam identificar igualmente situações e doenças que poderiam causar dor neuropática. Entre estas encontram-se a neuropatia diabética periférica, neuropatias por compressão, nevralgia do trigémeo, dor associada ao cancro, dor do membro fantasma, radiculopatia, etc. Face a este desconhecimento, foi lançada um acampanha europeia de sensibilização - “A sua dor é real e tem um nome” - para ajudar a reconhecer este problema e a visualizar melhor os sintomas A campanha vai acompanhar a Semana Europeia de Luta Contra a Dor, entre 12 e 18 de Outubro, e estará presente na televisão, imprensa, Internet, centros de saúde e centros comerciais. Afectada por uma paralisia e habituada a conviver com a dor desde muito nova, Maria da Graça Carvalho suportou dores neuropáticas durante três anos até o problema ser diagnosticado. As dores só foram aliviadas com uma terapêutica adequada. “Como tenho paralisia, tive sempre muitas dores e andei sempre mais virada para a ortopedia”, contou Maria da Graça Carvalho, uma das muitas pessoas que sofrem em silêncio desta dor crónica. Há seis anos foi-lhe diagnosticado um melanoma e as sensações de formigueiro e queimaduras que esta professora de 53 anos sentia começaram a acentuar-se. Foi o dermatologista que acompanhava Maria da Graça que associou a origem das dores ao sistema nervoso central e a aconselhou a consultar um neurologista. “A partir daí, comecei a fazer uma terapia e sinto muito menos dores”, afirmou.||
Fonte:Açoriano Oriental