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Seis pessoas foram detidas na cidade de Alicante, em Espanha, por suspeita de ameaça, extorsão e injúrias cometidos contra uma vizinha, a quem tinham emprestado um total de 120 euros e exigido o pagamento de 16.200 euros devido a "juros de mora".
Ao que noticia o Periódico de Ibiza y Formentera, a investigação tinha como suspeitas algumas pessoas pertencentes a diferentes clãs familiares, que emprestavam pequenas quantias de dinheiro a vizinhos da zona sujeitas a uma taxa de juro abusiva, revelou a Polícia Nacional num comunicado.
De acordo com o que os investigadores apuraram, se estes se atrasassem no pagamento da dívida, aumentavam exponencialmente o montante a pagar.
A partir desse momento, iniciavam "fortes ameaças", que chegavam a terminar com agressões físicas aos seus devedores, com o intuito de receberem "pagamentos desproporcionados" em relação aos empréstimos iniciais.
A investigação foi iniciada após queixa de uma mulher com escassos recursos económicos, que subsistia graças à ajuda prestada por instituições sociais e que residia num apartamento de propriedade pública, que lhe tinha sido cedido para lhe garantir uma habitação.
Dada a sua situação precária, a vítima viu-se obrigada a pedir, por vezes, pequenas quantias de dinheiro aos vizinhos, quando descobriu que estes emprestavam dinheiro a título particular. Um dos seus "credores", que lhe tinha concedido um empréstimo de 20 euros, exigiu-lhe pouco tempo depois em 1.200 euros, que lhe disse ser devido a "juros de mora".
Posteriormente, a vítima foi forçada a pedir um novo empréstimo a outra dessas pessoas, neste caso de 100 euros, pelo que, três meses mais tarde, quando a dívida não foi paga, exigiram 15.000 euros de juros de mora.
A vítima, impossibilitada de pagar estas quantias, começou a sofrer uma série de ameaças e agressões que a "deixaram completamente aterrorizada". Os factos foram seguidos de ameaças de morte e agressões, chegando mesmo a ser ameaçada de morte se não pagasse.
Numa das ocasiões, quatro membros de um dos clãs deslocaram-se a casa da vítima, batendo violentamente na porta de entrada. Depois de terem acesso ao interior da residência, ameaçaram a vítima de morte, mostrando-lhe uma faca que um deles trazia consigo. Para além disso, dois outros agressores cortaram-lhe o cabelo e agrediram-na, causando-lhe vários hematomas.
Por fim, expulsaram-na do imóvel e obrigaram-na a registar os filhos dos autores do crime como novos proprietários do imóvel, tentando dar-lhe uma aparência legítima nos registos públicos.
Outro dos atos que a Polícia Nacional teve conhecimento foi praticado numa segunda casa para onde a vítima foi obrigada a mudar-se, depois de ter sido forçada a sair da sua casa anterior. Nesta ocasião, a vítima chamou os serviços de emergência e chegou uma patrulha do Departamento de Segurança Pública, que deteve os três suspeitos que ameaçavam novamente matar a vítima.
No final, foram detidas seis pessoas - quatro homens e duas mulheres - com idades compreendidas entre os 46 e os 19 anos.
Três delas foram detidas aquando das ameaças feitas na segunda casa para onde a vítima se mudou depois de ter sido despejada da sua casa; enquanto as outras três pessoas foram detidas após a investigação levada a cabo pela Polícia Judiciária da Polícia Nacional.
Após as detenções efetuadas, os vários processos foram transferidos para os Tribunais de Instrução de Alicante.
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