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Enfermeiros contratados por 4 euros/hora 'é um escândalo', diz Bastonário

florindo

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O bastonário da Ordem dos Enfermeiros considerou hoje um «escândalo» que aqueles profissionais de saúde estejam a ser contratados a menos de quatro euros por hora, apelando a que «não aceitem» essas propostas.«Isto é um escândalo para Portugal, para um país que se diz do primeiro mundo, que está a oferecer a profissionais altamente diferenciados um valor/hora que não se compactua nem com a sua profissão nem com a sua dignidade», afirmou hoje, no Porto, Germano Couto, admitindo que a Ordem tem recebido «um conjunto de denúncias» por parte de «dezenas de enfermeiros que têm contratos oferecidos a 3.96 euros à hora».
O bastonário reagia à notícia hoje avançada pelo Diário de Notícias, segundo a qual os enfermeiros contratados por empresas de prestação de serviços, que entrarem ao serviço a partir de hoje nos centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, irão receber quatro euros por hora.
Germano Couto garantiu que a notícia «é real» e «há factos e provas», esperando que, porém, «não passe de um conjunto de intenções» e, por isso, possa ser «revertida por parte da [Administração Regional de Saúde] ARS de Lisboa e do Vale do Tejo e do Ministério da Saúde».
Admitiu ainda que o Governo possa estar a «pagar mais às empresas» para que estas tenham «o seu lucro», mas reforçou que «é preciso verificar» se as empresas estão a cumprir as condições contratualizadas com o Estado, recordando que com 3,96 euros/hora os enfermeiros vão receber 300 euros líquidos no fim do mês, o que não atinge o ordenado mínimo.
Actualmente, a tabela pública de vencimento dos enfermeiros «está em 1.020 euros» mensais, o que se traduz em «cerca de sete euros por hora», valor esse que «deve ser a bitola que o Governo deve utilizar».
O bastonário lançou um «apelo aos enfermeiros» para «que não aceitem estes contratos, caso assim tenham condições», acrescentando porém compreender que alguns o façam para «não perderem competências».
O também enfermeiro considera que há uma «falta de planeamento estratégico entre a formação» e as contratações actuais, assinalando que aqueles profissionais de saúde «não estão a ser contratados de acordo com as necessidades».
«A ARS de Lisboa e Vale do Tejo tem uma falta de cerca de 4.700 enfermeiros nos seus quadros», sublinhou Germano Couto, que fala em 2.359 médicos para 2.261 enfermeiros naquela região o que «é completamente ilógico».
Admitindo que os profissionais preferem emigrar a perder competências ao ficar sem trabalho, Germano Couto criticou o facto de Portugal estar a «formar enfermeiros para exportar», num momento em que existem necessidades no país.

Fonte: Lusa/SOL
 

florindo

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Ministro diz que ‘não é razoável’ contratar enfermeiros e nutricionistas a quatro euros/hora

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O ministro da saúde, Paulo Macedo, considerou hoje que «não é razoável» contratar enfermeiros e nutricionistas a quatro euros ou menos por hora e prometeu uma análise aos contratos para aferir a prática de eventuais irregularidades.O governante falava aos jornalistas em Lisboa, depois de ter dado sangue, respondendo a um apelo à dádiva lançado pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação.
Na sequência de denúncias do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e da Ordem dos Nutricionistas, Paulo Macedo disse que o Ministério da Saúde vai avaliar se nos contratos houve prática de dumping (preço abaixo de custo) ou preços abaixo do salário mínimo nacional, para depois agir em conformidade.
A Ordem dos Nutricionistas denunciou hoje que há profissionais a serem contratados, através de empresas que celebram acordos com o Estado, para trabalharem em centros de saúde da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo por montantes inferiores a quatro euros por hora.
A situação é semelhante à que está a atingir alguns enfermeiros, que, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, estão a ser subcontratados por quatro euros por hora.

Fonte: Lusa / SOL
 
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