Matapitosboss
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Os profissionais de saúde vêem a saúde privada com menos positivismo do que os gestores
Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, lamenta que o crescimento do sector se faça à custa do Estado, por via de protocolos e de parcerias. Mas também não acredita que a crise tenha grande impacto nos hospitais privados. "A grande maioria só desembolsa os co-pagamentos, que são pequenos. E quem tem possibilidade para um seguro mantém-no".
A dirigente sindical também não acredita na progressiva substituição do público pelo privado, nem na prestação de cuidados, nem na escolha dos profissionais. Porque o privado oferece "condições piores": salários baixos a recibos verdes, alguns a "três euros à hora" e, por vezes, só depois de uns meses de "voluntariado". "Entre isso e o desemprego, aceitam".
Pedro Nunes, da Ordem dos Médicos, também é céptico quanto à capacidade de o privado se substituir ao público. "É mandatório ter um Serviço Nacional de Saúde que dê uma resposta adequada com universalidade e gratuitidade". O privado "deve ser complementar", "para pequenas prestações que o cidadão pode pagar do seu bolso ou mediante seguros". Porque "é impossível um cidadão, usando a sua carteira, ter acesso a toda a medicina. A tecnologia transformou a saúde em algo que só a solidariedade colectiva consegue prestar".
O privado, insiste o bastonário, "garante algum conforto, mas não toda a saúde". E menos ainda assente em seguros, como recorda Guadalupe Simões: estes têm plafonds curtos, onde não cabem as grandes intervenções, obrigando a transferências para o público a meio de tratamentos, "por vezes em circunstâncias dramáticas".
"O sector privado tem um longo caminho a fazer", diz, do seu lado, Carlos Santos, do Sindicato Independente dos Médicos, que acredita haver espaço para todos. Mas, ao contrário de Pedro Nunes, prevê um aumento das saídas de médicos do público. "Se houve 700 pedidos de reforma antecipada em 2010, em 2011 serão muitos mais. É o meu caso", diz Carlos Santos, que alerta para a desmotivação do corpo clínico público.
Fonte: Jornal de Notícias
Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, lamenta que o crescimento do sector se faça à custa do Estado, por via de protocolos e de parcerias. Mas também não acredita que a crise tenha grande impacto nos hospitais privados. "A grande maioria só desembolsa os co-pagamentos, que são pequenos. E quem tem possibilidade para um seguro mantém-no".
A dirigente sindical também não acredita na progressiva substituição do público pelo privado, nem na prestação de cuidados, nem na escolha dos profissionais. Porque o privado oferece "condições piores": salários baixos a recibos verdes, alguns a "três euros à hora" e, por vezes, só depois de uns meses de "voluntariado". "Entre isso e o desemprego, aceitam".
Pedro Nunes, da Ordem dos Médicos, também é céptico quanto à capacidade de o privado se substituir ao público. "É mandatório ter um Serviço Nacional de Saúde que dê uma resposta adequada com universalidade e gratuitidade". O privado "deve ser complementar", "para pequenas prestações que o cidadão pode pagar do seu bolso ou mediante seguros". Porque "é impossível um cidadão, usando a sua carteira, ter acesso a toda a medicina. A tecnologia transformou a saúde em algo que só a solidariedade colectiva consegue prestar".
O privado, insiste o bastonário, "garante algum conforto, mas não toda a saúde". E menos ainda assente em seguros, como recorda Guadalupe Simões: estes têm plafonds curtos, onde não cabem as grandes intervenções, obrigando a transferências para o público a meio de tratamentos, "por vezes em circunstâncias dramáticas".
"O sector privado tem um longo caminho a fazer", diz, do seu lado, Carlos Santos, do Sindicato Independente dos Médicos, que acredita haver espaço para todos. Mas, ao contrário de Pedro Nunes, prevê um aumento das saídas de médicos do público. "Se houve 700 pedidos de reforma antecipada em 2010, em 2011 serão muitos mais. É o meu caso", diz Carlos Santos, que alerta para a desmotivação do corpo clínico público.
Fonte: Jornal de Notícias