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Depois de coordenar a mesma estrutura na África do Sul, Fernanda Costa viaja para a América para continuar a relançar a Língua Portuguesa no estrangeiro
A nova coordenadora do ensino do Português nos EUA, Fernanda Costa, disse à Lusa estar «entusiasmada com o novo desafio» de criar a tão ansiada estrutura de coordenação do ensino da língua no país.
Depois do êxito obtido na criação de idêntica estrutura na África do Sul, onde já trabalha há quatro anos, Fernanda Costa salientou que a sua nova missão se baseia no princípio estabelecido pelo Governo português, de «tratar a língua e o seu ensino da mesma forma em todos os países e continentes».
A nomeação da coordenadora do ensino na África do Sul para criar uma estrutura de coordenação nos 19 Estados da costa leste dos EUA surge cerca de dois meses depois do secretário de Estado-adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, ter declarado que o Governo de Lisboa «está apostado no relançamento do ensino da Língua Portuguesa no estrangeiro».
A nova coordenadora disse pretender criar «uma rede qualificada, com professores habilitados e profissionais e com uma forte componente de formação de professores, à imagem da que foi criada na África do Sul com o sucesso que lhe tem sido reconhecida».
15.000 alunos em pouco tempo
Na África do Sul, Fernanda Costa encontrou, em 2004, uma realidade na qual a Língua Portuguesa tinha fortes bases e possibilidade de crescimento e implantação, com cerca de 400 mil emigrantes portugueses e seus descendentes e um universo de cerca de dois milhões de lusófonos, com destaque para moçambicanos estabelecidos na África do Sul, mas também angolanos e grupos mais pequenos de outras nacionalidades.
A rede então existente contava já com 2.800 alunos luso-descendentes e um elevadíssimo número de alunos dos PALOP, que gradualmente começaram a beneficiar do programa, à medida que o Português era inserido nos currículos sul-africanos.
Hoje, esses números cresceram para 5.600 alunos luso-descendentes enquanto os considerados até há pouco tempo «lusófonos» registaram também um crescimento assinalável, ultrapassando os sete mil.
«Dada a localização estratégica da África do Sul, no âmbito da SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral), ao lado de Moçambique e bem perto de Angola, o Português tem potencial para abranger mais de 15 mil alunos em pouco tempo», declarou a coordenadora.
«Não faz sentido diferenciar entre lusófonos e luso-descendentes»
Actualmente são leccionados na África do Sul ¿ nas províncias de Gauteng, Kwazulu-Natal e Mpumalanga ¿ 271 cursos de Português por 32 professores oriundos de Portugal mas contratados localmente e muitos professores de Angola e Moçambique que recebem formação local, no Centro de Recursos, situado no Consulado-Geral de Portugal, em Joanesburgo. O número de professores contratados localmente através de concurso aberto em Portugal aumentará em 2009 para 37.
A coordenação sul-africana é também responsável por 3.400 alunos que estudam Português na Namíbia, país onde está a decorrer um curso para diplomatas namibianos, que foi negociado pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga, no decorrer da sua mais recente visita àquele país vizinho de Angola.
A filosofia prevalecente na edificação da rede do ensino na África do Sul, destacou Fernanda Costa, é a de que «numa altura em que se fala da internacionalização da língua, não faz sentido diferenciar entre lusófonos e luso-descendentes, pelo que os dois programas anteriormente existentes e que eram financiados separadamente pelos Ministérios da Educação e dos Negócios Estrangeiros, através da Cooperação, foram unificados sob a égide do Instituto Camões».
IOL