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Plano de Gestão da Bacia Hidrográfica revela
Espanhóis vão retirar 14% da água do Douro
O troço português do Douro vai perder 14% do caudal, com reflexos negativos na produção hidroeléctrica, caso se confirme a expansão dos regadios espanhóis, estima a proposta do Plano de Gestão da Bacia Hidrográfica daquele rio.
O documento, elaborado pela Administração da Região Hidrográfica do Norte, está em debate público até 3 de Abril, tal como as propostas similares para as bacias do Ave/Leça/Cávado e Minho/Lima.
O relatório técnico da proposta assinala que a exploração do potencial hidroeléctrico do Douro é uma "oportunidade" ainda a explorar, mas contrapõe com a "ameaça" traduzida na retenção de 14% do caudal que habitualmente flui de Espanha, consequência directa expansão dos regadios espanhóis esperada para o período entre 2015 e 2027.
Com uma extensão total de 927 quilómetros (208 em território português), o Douro é o terceiro maior rio da Península Ibérica, depois do rio Tejo e do Ebro.
A bacia que lhe dá o nome abrange 98.000 quilómetros quadrados (19.000 em Portugal), integrando nove sub-bacias, com 361 rios, 17 albufeiras, três massas de água de transição e duas massas de água costeiras.
Trata-se de uma bacia "condicionada por diversas actividades e factores críticos que, em determinadas circunstâncias, podem desencadear acidentes com repercussões graves para o meio hídrico", afirma o relatório, que alude à existência de dez unidades de armazenamento de substâncias perigosas.
Outro risco, este a corrigir até 2003, relaciona-se com a falta de planos de emergência internos homologados em 11 dos 30 aproveitamentos hidroeléctricos mais problemáticos (classe I, segundo os critérios do Regulamento de Segurança de Barragens).
Apesar de o cenário ter uma probabilidade de ocorrência "muito baixa", uma rotura em qualquer das barragens teria efeitos "muito significativos em termos de perdas humanas e materiais", adverte o documento preparado pela Administração da Região Hidrográfica do Norte.
Numa referência à poluição nos aquíferos da bacia, a Administração da Região Hidrográfica responsabiliza sobretudo os esgotos domésticos. Em termos de CBO5 (quantidade de matéria biodegradável presente num período de cinco dias), a rejeição de águas residuais urbanas contribui com cerca de 74% da carga poluente total.
Medindo outro parâmetro - a carência bioquímica de oxigénio (CQO) -, os esgotos urbanos já passam a representar 97% da carga poluente total. A sub-bacia com maiores cargas, para todos os poluentes analisados, é a do Douro, pela sua dimensão e número de população, seguida da do Tâmega e da do Côa.
Ao nível do abastecimento de água a partir de captações na bacia duriense, a proposta de plano assinala problemas com o armazenamento em localidades do Nordeste, incluindo Bragança. O "stress hídrico" da massa de água da albufeira do Azibo é responsável pelo problema de Bragança e "constitui também ameaça que esteja a ser encarada a hipótese de aumentar a extracção de água nessa albufeira", afirma o documento.
C.da Manha
Espanhóis vão retirar 14% da água do Douro
O troço português do Douro vai perder 14% do caudal, com reflexos negativos na produção hidroeléctrica, caso se confirme a expansão dos regadios espanhóis, estima a proposta do Plano de Gestão da Bacia Hidrográfica daquele rio.
O documento, elaborado pela Administração da Região Hidrográfica do Norte, está em debate público até 3 de Abril, tal como as propostas similares para as bacias do Ave/Leça/Cávado e Minho/Lima.
O relatório técnico da proposta assinala que a exploração do potencial hidroeléctrico do Douro é uma "oportunidade" ainda a explorar, mas contrapõe com a "ameaça" traduzida na retenção de 14% do caudal que habitualmente flui de Espanha, consequência directa expansão dos regadios espanhóis esperada para o período entre 2015 e 2027.
Com uma extensão total de 927 quilómetros (208 em território português), o Douro é o terceiro maior rio da Península Ibérica, depois do rio Tejo e do Ebro.
A bacia que lhe dá o nome abrange 98.000 quilómetros quadrados (19.000 em Portugal), integrando nove sub-bacias, com 361 rios, 17 albufeiras, três massas de água de transição e duas massas de água costeiras.
Trata-se de uma bacia "condicionada por diversas actividades e factores críticos que, em determinadas circunstâncias, podem desencadear acidentes com repercussões graves para o meio hídrico", afirma o relatório, que alude à existência de dez unidades de armazenamento de substâncias perigosas.
Outro risco, este a corrigir até 2003, relaciona-se com a falta de planos de emergência internos homologados em 11 dos 30 aproveitamentos hidroeléctricos mais problemáticos (classe I, segundo os critérios do Regulamento de Segurança de Barragens).
Apesar de o cenário ter uma probabilidade de ocorrência "muito baixa", uma rotura em qualquer das barragens teria efeitos "muito significativos em termos de perdas humanas e materiais", adverte o documento preparado pela Administração da Região Hidrográfica do Norte.
Numa referência à poluição nos aquíferos da bacia, a Administração da Região Hidrográfica responsabiliza sobretudo os esgotos domésticos. Em termos de CBO5 (quantidade de matéria biodegradável presente num período de cinco dias), a rejeição de águas residuais urbanas contribui com cerca de 74% da carga poluente total.
Medindo outro parâmetro - a carência bioquímica de oxigénio (CQO) -, os esgotos urbanos já passam a representar 97% da carga poluente total. A sub-bacia com maiores cargas, para todos os poluentes analisados, é a do Douro, pela sua dimensão e número de população, seguida da do Tâmega e da do Côa.
Ao nível do abastecimento de água a partir de captações na bacia duriense, a proposta de plano assinala problemas com o armazenamento em localidades do Nordeste, incluindo Bragança. O "stress hídrico" da massa de água da albufeira do Azibo é responsável pelo problema de Bragança e "constitui também ameaça que esteja a ser encarada a hipótese de aumentar a extracção de água nessa albufeira", afirma o documento.
C.da Manha