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Fábrica alumínios garante bom ambiente à população

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Lanheses: Fábrica alumínios garante bom ambiente à população

Um responsável da fábrica de reciclagem de alumínio, que em Setembro começa a laborar em Lanheses, Viana do Castelo, garantiu hoje que os receios de poluição manifestados pela população daquela freguesia «não têm qualquer fundamento».

«A Recial é a única empresa em Portugal deste ramo com licenciamento ambiental, que só se obtém depois de passar num crivo muito apertado», referiu, à Lusa, o accionista maioritário da empresa.

Segundo Bernardo Macedo «as populações podem estar descansadas dado que a empresa cumpre os requisitos ambientais exigidos em alguns dos mais desenvolvidos países da Europa».

Em construção no Parque Empresarial de Lanheses, a nova fábrica da Recial vai custar cerca de dois milhões de euros e empregará 24 trabalhadores, prevendo-se que produza 800 toneladas de lingotes de alumínio por mês.

Até finais de Maio, a fábrica laborou numa área residencial em Palmeira, Braga, onde era fortemente contestada pela população, pelo seu carácter alegadamente poluente, acabando por fechar portas, deixando 17 trabalhadores sem emprego.


Bernardo Macedo admitiu que a empresa tentou entretanto instalar-se num parque empresarial em Arcos de Valdevez, mas a câmara local (PSD) «não mostrou interesse» no projecto.

«Em Portugal, são muito poucos os parques empresariais que admitem este tipo de actividade, mas a nós interessava instalarmo-nos numa zona industrial, já que isso nos permite trabalhar sete dias por semana, 24 horas por dia«, acrescentou.

Mas a instalação em Lanheses também não é, de todo, pacífica, tendo mesmo em 2006 a Assembleia Municipal de Viana do Castelo aprovado uma moção em que apelava à câmara para dar parecer desfavorável ao projecto, em defesa da saúde pública e do meio ambiente.

Na altura, o presidente da Câmara, o socialista Defensor Moura, admitiu que a fábrica poderia ser instalada em Lanheses »se funcionar correctamente, como mandam as normas«.

«Mas se houver a mínima razão para impedir a instalação, impedi-la-emos», disse o autarca.


A população de Lanheses apelou sempre ao chumbo do projecto, sublinhando que é a qualidade de vida da freguesia e das localidades vizinhas que está em causa.

«Com essa fábrica, todos os dias vamos viver com medo do ar que respiramos«, referiu Filipe Rocha, porta-voz da contestação, sublinhando que qualquer falha na laboração da Recial terá »danos irreversíveis« para a qualidade de vida, para o meio ambiente e para a saúde pública, a médio e a longo prazo.

O resumo do Estudo de Impacte Ambiental da Recial justifica a importância do projecto pelo facto de neste momento, em Portugal, as indústrias de alumínio consumirem em média 13 mil toneladas por ano de ligas de alumínio, quando a oferta nacional é de apenas 5000, o que quer dizer que »mais de 60 por cento dessas matérias-primas são importadas de Espanha e França«.

Além disso, em Portugal serão geradas, por ano, cerca de 25 mil toneladas de resíduos de alumínio, quando as indústrias nacionais de reciclagem têm apenas capacidade para absorver 5000.

Uma situação que leva a que estes resíduos, »de elevado valor comercial inerente«, sejam enviados ou para destinatários não autorizados ao seu processamento, ou preferencialmente para Espanha, onde são incorporados na indústria recicladora nacional.

«O recurso ao movimento transfronteiriço de resíduos traduz-se numa perda para Portugal, uma vez que, desta forma, se perde a oportunidade de incorporar mais-valia a um resíduo produzido em Portugal», refere o mesmo estudo.

Diário Digital / Lusa
 
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