- Entrou
- Out 11, 2006
- Mensagens
- 39,075
- Gostos Recebidos
- 464
É um negócio de milhares que alimenta um mercado paralelo, e que está longe de ser conhecido. Depois de anos de denúncias, a GNR montou uma operação e durante um mês apreendeu mais de 50 toneladas de pinhas mansas. Há mais de 35 arguidos constituídos.
O sargento Sérgio Malacao, da GNR de Coruche, mostra pinhas apreendidas
São ágeis, têm entre os 18 e os 50 anos, a maioria dos assaltantes são desempregados e vivem do subsídio de inserção social e têm cadastro por furtos, e trepam a um pinheiro com enorme facilidade.
Pela calada da noite, munidos de uma pequena lanterna colocada na cabeça, uma escada de ferro e uma vara, retiram em poucos minutos milhares de pinhas mansas.
"Muitas vezes, nem os vemos. Estão escondidos entre a caruma e só tiram as pinhas localizadas no centro da árvore" assegura o comandante do posto da GNR de Coruche, que durante um mês colocou em curso uma verdadeira caça aos "assaltantes das pinhas".
O projecto do Comando Territorial da GNR de Santarém e desenvolvido em todo o distrito pelo SEPNA, permitiu a apreensão de mais de 50 toneladas de pinhas, sendo que 90% ocorreram no concelho de Coruche. A vasta mancha florestal e o rendimento apurado com este tipo de delito é, segundo as autoridades, "a razão para que muitos corram o risco", havendo até "quem tire férias nesta altura só para se dedicar ao furto das pinhas".
"Este ano, excepcionalmente, a apanha da pinha é permitida entre 1 de Dezembro e 1 de Abril, mas aqui no concelho houve muitos que começaram antes de tempo", frisa o primeiro-sargento Sérgio Malacão, lembrando que a lei proíbe não só a apanha, como também o transporte e o armazenamento.
Segundo o responsável, nos últimos dias da operação, "a GNR ainda apreendeu uma carrinha com mais de quatro toneladas de pinhas". Ao preço de 70 cêntimos o quilo, valem 3150 euros.
O negócio vale 3,5 milhões de euros e corresponde a 150 milhões de quilos de pinhões produzidos em Portugal. "É um autêntico inferno" assegura Hélio Cecílio, o empresário que vê serem retirados dos seus pinhais mais de 100 toneladas de pinhas por ano.
Proprietário da única fábrica de pinhão de Coruche, diz que as verbas envolvidas neste negócio "cria apetite aos ladrões". E lembra que "o que é furtado entra no mercado paralelo, prejudica os produtores, desestabiliza todo o sistema". É que "quem rouba vai vender a um preço elevado, e alguns que compram não passam documentos, prejudicando uma fileira importante que dá trabalho a muita gente", diz.
"É muito difícil de controlar" assegura o presidente da Associação de Produtores Florestais de Coruche, garantindo que "15 a 20% da produção de pinhas é furtada". António Gonçalves Ferreira admite que os furtos de pinhas "são muito graves e preocupantes" no concelho e considera de "muito útil" a acção da GNR.
JN
O sargento Sérgio Malacao, da GNR de Coruche, mostra pinhas apreendidas
São ágeis, têm entre os 18 e os 50 anos, a maioria dos assaltantes são desempregados e vivem do subsídio de inserção social e têm cadastro por furtos, e trepam a um pinheiro com enorme facilidade.
Pela calada da noite, munidos de uma pequena lanterna colocada na cabeça, uma escada de ferro e uma vara, retiram em poucos minutos milhares de pinhas mansas.
"Muitas vezes, nem os vemos. Estão escondidos entre a caruma e só tiram as pinhas localizadas no centro da árvore" assegura o comandante do posto da GNR de Coruche, que durante um mês colocou em curso uma verdadeira caça aos "assaltantes das pinhas".
O projecto do Comando Territorial da GNR de Santarém e desenvolvido em todo o distrito pelo SEPNA, permitiu a apreensão de mais de 50 toneladas de pinhas, sendo que 90% ocorreram no concelho de Coruche. A vasta mancha florestal e o rendimento apurado com este tipo de delito é, segundo as autoridades, "a razão para que muitos corram o risco", havendo até "quem tire férias nesta altura só para se dedicar ao furto das pinhas".
"Este ano, excepcionalmente, a apanha da pinha é permitida entre 1 de Dezembro e 1 de Abril, mas aqui no concelho houve muitos que começaram antes de tempo", frisa o primeiro-sargento Sérgio Malacão, lembrando que a lei proíbe não só a apanha, como também o transporte e o armazenamento.
Segundo o responsável, nos últimos dias da operação, "a GNR ainda apreendeu uma carrinha com mais de quatro toneladas de pinhas". Ao preço de 70 cêntimos o quilo, valem 3150 euros.
O negócio vale 3,5 milhões de euros e corresponde a 150 milhões de quilos de pinhões produzidos em Portugal. "É um autêntico inferno" assegura Hélio Cecílio, o empresário que vê serem retirados dos seus pinhais mais de 100 toneladas de pinhas por ano.
Proprietário da única fábrica de pinhão de Coruche, diz que as verbas envolvidas neste negócio "cria apetite aos ladrões". E lembra que "o que é furtado entra no mercado paralelo, prejudica os produtores, desestabiliza todo o sistema". É que "quem rouba vai vender a um preço elevado, e alguns que compram não passam documentos, prejudicando uma fileira importante que dá trabalho a muita gente", diz.
"É muito difícil de controlar" assegura o presidente da Associação de Produtores Florestais de Coruche, garantindo que "15 a 20% da produção de pinhas é furtada". António Gonçalves Ferreira admite que os furtos de pinhas "são muito graves e preocupantes" no concelho e considera de "muito útil" a acção da GNR.
JN