kokas
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Em dia histórico, Passos puxou dos galões como vencedor das eleições e o secretário-geral do PS como unificador da esquerda
Era o duelo mais aguardado e em breve podem trocar de lado: um na bancada do governo, outro no lado dos deputados. Passos Coelho caiu de pé, registando que "não é todos os dias que se sai do governo com o voto do eleitorado". António Costa levantou a cabeça com a ajuda da esquerda para dizer que só fez o que prometeu: que não viabilizaria o programa da direita. "Palavra dada é palavra honrada", repetiu.Ambos esgrimiram argumentos sobre a legitimidade para governar. O primeiro-ministro disse não estar "agarrado ao poder" e lembrou que poucos se podem "orgulhar" da "circunstância" de sair do governo após vencer eleições. Depois vieram os avisos a Costa e ao PS: Passos não se vai embora e não vai dar a mão ao PS, nem para cumprir os "compromissos internacionais".Passos deixou claro que não viabilizará um único orçamento, dizendo que a "maioria que derruba hoje o governo está, de facto, obrigada à suficiência parlamentar". E especificou mesmo que o PS não pode contar com o PSD "seja para a ação e atividade corrente do governo seja para as questões maiores de governação, e que são indispensáveis a qualquer governo: Orçamentos do Estado, apresentação de programas de estabilidade, execução de reformas estruturais, cumprimento de regras europeias e de tratados internacionais".Já o secretário-geral do PS, António Costa, exibia com orgulho o acordo para uma "legislatura" que tinha conseguido com a esquerda. Recuperando para soluções de governabilidade partidos que eram tidos como "de protesto" e fora do "arco da governação", Costa levantou a cabeça e declarou: "Derrubou-se um muro, venceu-se mais um preconceito. Aqui nesta Assembleia somos todos diferentes nas nossas ideias, mas todos iguais na nossa legitimidade."Costa justificou o chumbo do programa de governo por ser de "continuidade" e continuar a ir "além da troika". O socialista admitiu que não ganhou as eleições, mas disse que não podia furtar-se a "assegurar a estabilidade de que Portugal precisa".O secretário-geral do PS considera a sua moção de rejeição "construtiva". Lembrou ainda a queda de Sócrates com o chumbo do PEC IV - com a anuência de Passos Coelho, que chegaria assim ao poder -, destacando que governos minoritários "só subsistiram enquanto as oposições não somaram o seu voto para inviabilizar a sua governação".Costa preparou ainda terreno para o futuro, atacando já a oposição que Passos e Portas farão no Parlamento, destacando que o PS não é "uma oposição como o PSD e o CDS já anunciaram ir ser, animada pelo revanchismo e focada na obstrução".O debate foi aceso, com apartes parlamentares e gritos da esquerda para a direita do hemiciclo. Até o presidente do Parlamento, Ferro Rodrigues, teve de intervir durante a intervenção de Costa. Isto porque pateadas e as acusações da direita quase abafavam o discurso do líder do PS.O governo caiu às 17.56. Dia histórico. Nunca em democracia tinha caído um governo através de um chumbo de programa após eleições. Nunca a esquerda se tinha unido para uma solução de governação. Para a esquerda, página de glória. Para a direita, página negra.À direita citou-se Mário Soares, António José Seguro, António Costa e até Lenine. O deputado do CDS Telmo Correia questionou: "Que fazer?" E respondeu: "Cair de pé."
dn

Era o duelo mais aguardado e em breve podem trocar de lado: um na bancada do governo, outro no lado dos deputados. Passos Coelho caiu de pé, registando que "não é todos os dias que se sai do governo com o voto do eleitorado". António Costa levantou a cabeça com a ajuda da esquerda para dizer que só fez o que prometeu: que não viabilizaria o programa da direita. "Palavra dada é palavra honrada", repetiu.Ambos esgrimiram argumentos sobre a legitimidade para governar. O primeiro-ministro disse não estar "agarrado ao poder" e lembrou que poucos se podem "orgulhar" da "circunstância" de sair do governo após vencer eleições. Depois vieram os avisos a Costa e ao PS: Passos não se vai embora e não vai dar a mão ao PS, nem para cumprir os "compromissos internacionais".Passos deixou claro que não viabilizará um único orçamento, dizendo que a "maioria que derruba hoje o governo está, de facto, obrigada à suficiência parlamentar". E especificou mesmo que o PS não pode contar com o PSD "seja para a ação e atividade corrente do governo seja para as questões maiores de governação, e que são indispensáveis a qualquer governo: Orçamentos do Estado, apresentação de programas de estabilidade, execução de reformas estruturais, cumprimento de regras europeias e de tratados internacionais".Já o secretário-geral do PS, António Costa, exibia com orgulho o acordo para uma "legislatura" que tinha conseguido com a esquerda. Recuperando para soluções de governabilidade partidos que eram tidos como "de protesto" e fora do "arco da governação", Costa levantou a cabeça e declarou: "Derrubou-se um muro, venceu-se mais um preconceito. Aqui nesta Assembleia somos todos diferentes nas nossas ideias, mas todos iguais na nossa legitimidade."Costa justificou o chumbo do programa de governo por ser de "continuidade" e continuar a ir "além da troika". O socialista admitiu que não ganhou as eleições, mas disse que não podia furtar-se a "assegurar a estabilidade de que Portugal precisa".O secretário-geral do PS considera a sua moção de rejeição "construtiva". Lembrou ainda a queda de Sócrates com o chumbo do PEC IV - com a anuência de Passos Coelho, que chegaria assim ao poder -, destacando que governos minoritários "só subsistiram enquanto as oposições não somaram o seu voto para inviabilizar a sua governação".Costa preparou ainda terreno para o futuro, atacando já a oposição que Passos e Portas farão no Parlamento, destacando que o PS não é "uma oposição como o PSD e o CDS já anunciaram ir ser, animada pelo revanchismo e focada na obstrução".O debate foi aceso, com apartes parlamentares e gritos da esquerda para a direita do hemiciclo. Até o presidente do Parlamento, Ferro Rodrigues, teve de intervir durante a intervenção de Costa. Isto porque pateadas e as acusações da direita quase abafavam o discurso do líder do PS.O governo caiu às 17.56. Dia histórico. Nunca em democracia tinha caído um governo através de um chumbo de programa após eleições. Nunca a esquerda se tinha unido para uma solução de governação. Para a esquerda, página de glória. Para a direita, página negra.À direita citou-se Mário Soares, António José Seguro, António Costa e até Lenine. O deputado do CDS Telmo Correia questionou: "Que fazer?" E respondeu: "Cair de pé."
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