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Gravidade: Solidão na Medida Certa

Satpa

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Gravidade: Solidão na Medida Certa


"Gravidade" é um filme sobre a solidão existencial. É o choro, a vida, a luz, a escuridão, o nada. Não é um filme sobre a "solidão solitária". É mais que isso. Bem mais

A solidão é um sentimento engraçado.

Dependendo do momento, é uma dádiva ou uma maldição. Pode gerar sorrisos ou suicidios. Autoconhecimento ou decepções profundas. A maioria dos seres humanos ainda não aprenderam a lidar com a solidão. Borram-se de medo ao pensar na possibilidade de passar alguns minutos na companhia delas próprias. Por isso as altas vendas dos livros de autoajuda. Por isso as altas vendas dos ipods. Por isso os smatphones fazem tanto sucesso. O ser humano tem medo da solidão. O ser humano tem medo do autoconhecimento.




E "Gravidade", de Alfonso Cuarón, fala sobre isso. "Gravidade", diferente do que muitos falam, é um filme sobre a solidão. No espaço, fato. Mas, ainda assim, é um filme sobre a solidão. Sobre como lidar com o resto do mundo e vencer. Sobre como não se transformar em um mero detrito espacial. Sobre como conseguir vencer coisas que, a priori, parecem maiores que suas próprias ambições. É o choro, a vida, a luz, a escuridão, o nada. Não é um filme sobre a "solidão solitária". É mais que isso. "Gravidade" é um filme sobre a solidão existencial.

No filme, Matt Kowalski (George Clooney) é um veterano astronauta, que está em missão de conserto ao telescópio Hubble. Com ele, doutora Ryan Stone (Sandra Bullock), em sua primeira missão. Surpreendidos por uma chuva de destroços, provenientes da destruição de um satélite por um míssil russo, o curso da missão é alterado. Jogados no espaço sideral, o que antes era uma simples movimentação de reparo, torna-se agora uma luta pela sobrevivência. Sem qualquer tipo de apoio de sua base terrestre, e contando com imprevistos dos mais variados, Cuarón cria uma eficaz metáfora da solidão humana, utilizando o Espaço Sideral como background.

Particularmente, fazia tempo que não assistia uma atuação de Clooney como alívio cômico tão boa quanto a de "Gravidade". Tiradas breves e com um timming perfeito. As construções de suas participações deram uma leveza à trama. É clichê? Sim, é. Mas não deixa de ser bom. Quanto à Sandra Bullock, confesso que nunca fui muito atento ao seu trabalho. Sei que, por suas atuações, os críticos costumam trata-la como um caso de amor ou ódio. Em "Gravidade", ela conseguiu manter um meio-termo. Não compromete nas cenas mais simples, e, quando é exigida, não decepciona.




Possível sensação no Oscar 2014, só uma hecatombe nuclear – leia-se "12 Years a Slave" ou "The Butler" – tirará a estatueta de "melhor filme" das mãos de Cuarón. Bullock provavelmente será indicada à "melhor atriz". E, ainda no ramo das especulações (o que seríamos sem elas?), ainda aposto em indicações para "Melhor Roteiro Original", "Melhor Direção", "Melhores Efeitos Visuais" e "Melhor Fotografia".

Especulações, é claro.
Meras especulações.
E é delas que somos feitos.
Solidão, bons filmes e algumas especulações.


Filme: Gravidade
Nome Original: Gravity
Direção: Alfonso Cuarón
Roteiro: Alfonso Cuarón, Jonás Cuarón, Rodrigo García
Elenco: George Clooney, Sandra Bullock, entre outros.
Produção: Alfonso Cuarón, David Heyman
Fotografia: Emmanuel Lubezki
Montador: Alfonso Cuarón, Mark Sanger
Trilha Sonora: Steven Price
Especificações: 2013, EUA, 91'
Trailer:

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Fonte: Obvious
 
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