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Grinderman fora da zona de conforto

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Os nomes dos membros são o único ponto de contacto entre os Bad Seeds e os Grinderman, projecto de garage rock que acaba de ver chegar às lojas o segundo disco. A partir de Nova Iorque, o baterista Jim Sclavunos assume que se trata de um disco "mais difícil".


Há quatro anos, quando Nick Cave, Jim Sclavunos, Warren Ellis e Martyn P. Casey se reuniram para ensaiar durante uma pausa dos Bad Seeds, não tinham planos definidos. Nem nome da banda sequer. "Foi tudo improviso. Mas, no final da gravação, só tínhamos uma certeza: queríamos retomar o projecto quanto antes", revela Sclavunos.

O entusiasmo não se confinou ao quarteto. A crítica, rendida ao maior grau de crueza presente no disco homónimo, elogiou o arrojo dos experientes rockers, suficientemente humildes para abandonarem os territórios familiares.

"Com os Grinderman, saímos da zona de conforto. Não significa que haja um défice de liberdade nos Bad Seeds, mas, enquanto aí existe uma história e expectativas pré-concebidas que devem ser respeitadas, nos Grinderman, podemos fazer o que quisermos. Ainda estamos a definir-nos", diz.

A prová-lo, aí está "Grinderman 2", disco ainda mais atormentado e sombrio do que o anterior, como reconhece o baterista. "A essência deste projecto consiste em criar elementos diferentes.

No novo disco, há mais camadas de som e texturas. Nesse sentido, é mais difícil e complexo do que o anterior", opina Jim Sclavunos, que não esconde o desejo de tornar cada audição uma experiência diferente da anterior. Tal como acontece com as obras de James Joyce e Samuel Beckett: "Têm escritas diferentes, uma mais complexa e outra despojada, mas, de cada vez que regressamos a esses livros, deparamo-nos sempre com elementos novos".

Ao falarem tanto de Oprah Winfrey como da gripe asiática ou do Rato Mickey, as letras dos Grinderman acompanham o tom de irrisão do disco. Sclavunos não considera, porém, que a ironia seja a característica mais forte: "Prefiro dizer que são elípticas. Há partes que faltam e temos que preencher os espaços vazios".

Os três anos que mediaram o lançamento dos dois trabalhos do grupo devem-se apenas aos compromissos assumidos pelos músicos. Por isso, Sclavunos entende que não faz sentido comparar a importância de ambos os projectos para os seus membros, porque "os Grinderman terão sempre prioridade quando estivermos a trabalhar nesse disco, o mesmo acontecendo com os Bad Seeds".

Aos que defendem que os Grinderman vieram recuperar o espírito de rebeldia da fase inicial dos Bad Seeds, o baterista e produtor nova-iorquino contrapõe: "Se observarmos bem, já não existe nada em comum entre o som inicial e o de hoje. Apenas a voz do Nick. E mesmo essa é diferente agora".

Jornal de Notícias
 
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