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O Biobanco já recebeu mais de 20 mil amostras biológicas de sangue, saliva ou osso, que poderão ser utilizadas por cientistas portugueses ou estrangeiros em investigações sobre doenças como cancro ou neurológicas, disse hoje o responsável da entidade.
O director do Biobanco IMM (Instituto de Medicina Molecular, que definiu a nova entidade), João Eurico Fonseca explicou à agência Lusa que o objectivo «é criar uma estrutura física onde são guardadas amostras biológicas em condições perfeitas de conservação, durante muitos anos, e ao mesmo tempo a informação clínica dos doentes associada a essas amostras».
Esta informação é guardada numa estrutura informática específica que permite a segurança contra qualquer utilização indevida, garantiu.
O Biobanco «tem em curso uma associação com a rede nacional de bancos de tumores, um projecto de desenvolvimento de uma colecção de tumores do sistema nervoso central, uma colecção relacionada com doenças neurológicas, que inclui Alzheimer e Parkinson, outra colecção com doenças reumáticas, com destaque para osteoporose ou artrite reumatóide», especificou o especialista.
Apresentado hoje, o Biobanco começou a receber amostras em janeiro, principalmente daquelas áreas, mas está aberto a aceitar «todas as colaborações» tal como as solicitações de utilização de amostras, mas estas «passam sempre por vários filtros», assegurou João Eurico Fonseca.
Os pedidos de utilização de amostras são avaliados no que respeita ao interesse do projecto de investigação e têm de ter aprovação da comissão ética e de uma comissão científica para «garantir que a pergunta científica colocada é relevante, original e não uma repetição».
O Biobanco está integrado na rede europeia de biobancos o que permite uma maior visibilidade das suas colecções, defendeu o responsável.
O projecto começou há alguns anos, com uma fase preliminar de angariação de financiamento e de autorização de comissão de ética.
Em Maio de 2011, a focalização da atividade passou para aspectos básicos como a estrutura física, a instalação de aparelhos de frio e do sistema de informação e a autorização da Comissão Nacional de Protecção de Dados.
Segundo informação do Biobanco, a estrutura tem 20.907 amostras biológicas de 2.905 doentes, divididas em 13 tipos diferentes.
Quanto à relevância do tipo de amostras, João Eurico Fonseca disse que, «do ponto de vista de impacto de desenvolvimento e pela dificuldade de organização de colecção, [são] as colecções de tumores e de tumores do sistema nervoso central são as mais importantes».
Já «do ponto de vista de número e de impacto dentro da disponibilidade de amostras do nosso biobanco, a área onde há maior desenvolvimento é sem dúvida na reumatologia, onde existem muitas amostras», como de DNA ou de osso, de várias formas de estudo destas patologias, acrescentou.
Fonte: Lusa/SOL