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LHC vai começar a tentar recriar o Big Bang na terça-feira

ecks1978

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É na próxima terça-feira que o poderoso acelerador de partículas do CERN vai começar a fazer justiça à sua fama, recriando, ao nível subatómico, as condições do Universo nos momentos a seguir ao Big Bang.

A grande máquina subterrânea instalada na fronteira franco-suíça vai começar a produzir no Grande Colisor de Hadrões (LHC na sigla em inglês) choques frontais de partículas subatómicas aceleradas até uma velocidade muito próxima da da luz, concentradas em dois feixes que circulam em direcções opostas. A velocidade combinada destes feixes é de 7 biliões (milhões de milhões) de electrões-volt (TeV).

“Com os dois feixes a 3,5 TeV, estamos à beira de lançar o programa de física do LHC”, disse Steve Myers, director do Laboratório Europeu de Física de Partículas (conhecido simplesmente como CERN) para os Aceleradores e Tecnologia, citado num comunicado de imprensa.

Só agora, apetece perguntar. “Ainda há muito que fazer antes de poder haver colisões. Só alinhar os feixes de partículas é um desafio. É parecido com atirar agulhas dos dois lados do Atlântico e conseguir que elas colidam a meio caminho”, exemplificou Myers.

“O LHC não é uma máquina que se possa ligar simplesmente girando uma chave”, disse o director geral do CERN, Rolf Heuer, talvez lamentando um pouco que não o seja. “Está a trabalhar bem, mas ainda estamos numa fase de testes, e temos de reconhecer que a primeira tentativa de fazer colisões é precisamente isso, uma tentativa. Pode levar horas, ou até dias, até obtermos as primeiras colisões.”

Seja como for, os primeiros resultados – o que os cientistas querem mesmo é estudar o que resulta dessas colisões de partículas subatómicas aceleradas de forma a torná-las altamente energéticas, os destroços produzidos – esperam-se no dia 30 de Março.

Pistas sobre o bosão de Higgs – a partícula misteriosa que pode explicar porque as outras têm massa, entre outros mistérios da física, são os prémios que os físicos esperam colher no LHC.

No fim de 2011, o acelerador de partículas vai fechar durante um ano, para manutenção e para sofrer as alterações necessárias para alcançar a energia de 14 biliões de electrão-volt, o objectivo final com que foi construído.
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ecks1978

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LHC prepara-se para fazer primeiras colisões de partículas a metade da sua energia fi

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O Large Hadron Collider (LHC) é o maior acelerador de partículas do mundo, na fronteira franco-suíça, e amanhã prepara-se para um novo teste: as primeiras colisões dos seus dois feixes de protões a um novo recorde de energia. Por cá, o teste pode ser acompanhado no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, que vai estar em directo (desde as 7h30 até às 17h30) com o Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), em Genebra.

O LHC já tinha atingido um recorde de energia a 19 de Março, quando chegou aos 7 teraelectrão-volt, ou TeV (3,5 TeV por cada feixe de protões). Até agora, esta é a maior concentração de energia jamais alcançada pelo homem, mas ainda é metade da potencialidade final da máquina. Amanhã espera-se obter as primeiras colisões de partículas a essa energia, que viajarão em sentido contrário, quase à velocidade da luz.

Até Dezembro de 2011, o LCH estará a funcionar a metade da sua potencialidade, recriando já as condições de temperatura e densidade de energia no início do Universo, há 13.700 milhões de anos. Depois, irá parar por 13 meses, para ser preparado para passar dos 7 para os 14 TeV.

As primeiras tentativas de colisão das partículas a 7 TeV começarão logo de manhã. No Pavilhão do Conhecimento, ao longo do dia, a transmissão em directo será comentada por vários físicos, como Gaspar Barreira (LIP – Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas), Jorge Dias de Deus, Jorge Romão ou Gustavo Castelo Branco (todos do Instituto Superior Técnico). E, a partir do CERN, participarão os cientistas Ana Henriques e André David por videoconferência.

Todos responderão às perguntas do público sobre os mistérios da matéria e do Universo e como o LHC, que é um túnel de 27 quilómetros, em forma de circunferência, a 100 metros de profundidade, poderá ajudar a desvendá-los.
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Fez-se fogo-de-artifício no maior acelerador de partículas do mundo

Aplausos, sorrisos rasgados, copos de champanhe. Os cientistas que estavam ontem no Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), em Genebra, não cabiam em si de contentamento. Onze anos após o início da sua construção, o maior acelerador de partículas do mundo fez as primeiras colisões a energias jamais alcançadas pelo homem. A partir de agora, pode começar a recriar como nunca antes as condições do Universo após o Big Bang, para desvendar de que é feita a matéria ao mais ínfimo pormenor.

Às 12h06 de Lisboa, as partículas postas a circular ao início da manhã no Large Hadron Collider (LHC), como se chama o acelerador, puderam finalmente colidir a energias elevadas. "Fizemos três tentativas. Agora estamos em colisão", anunciava Steve Myers, director de aceleradores e tecnologia do CERN. "Estamos todos muito emocionados e felizes." Para perceber o que isto significa, façamos uma viagem à fronteira franco-suíça e desçamos a 100 metros de profundidade: é aí que se encontra instalado o LHC, num túnel circular de 27 quilómetros de comprimento.

Ao longo do túnel, vão acelerar-se dois feixes de partículas (protões), que viajam quase à velocidade da luz e que, pelo caminho, 1200 ímanes forçam a manter na trajectória pretendida. Estes feixes viajam em sentido contrário, pelo que dão voltas e mais voltas entre a fronteira. Em certos locais, vão colidir e espera-se que, nos estilhaços desses embates, se encontrem novas partículas que permitam aprofundar os conhecimentos sobre a matéria. Para apanhar os produtos das colisões, pelo túnel há quatro grandes detectores de partículas, com os nomes Atlas, CMS, ALICE e LHCb.

O acelerador foi inaugurado em Setembro de 2008 com festa: afinal, esta máquina única estava em construção há nove anos e em preparação há quase duas décadas. Era um grande momento na história de mais de 50 anos do CERN, recheada de muitas descobertas, e onde, além dos 2500 cientistas que ali trabalham, 6500 usam as suas instalações. Porém, poucos dias depois teve uma avaria eléctrica e a entrada em funcionamento foi sendo adiada por sucessivos problemas - até que, a 20 de Novembro, foram injectadas as primeiras partículas. Nesse mês, deram-se as primeiras colisões.

A energia das colisões foi sendo aumentada, o acelerador foi sendo calibrado e a 19 de Março atingiu-se um recorde de energia: sete teraelectrões-volt (TeV, ou sete biliões de electrões-volt), com cada feixe de protões a ter 3,5 TeV. Esta energia é metade da potencialidade final da máquina.

E ontem chegou um grande momento: pôr em colisão os dois feixes de protões a sete TeV no total, para que o maior acelerador do planeta possa entrar numa nova fase, começando por fim a fazer física e deixando para trás os percalços e calibrações.

A missão não se adivinhava fácil: "Só o próprio alinhamento dos feixes é um desafio: é como disparar agulhas através do Atlântico e fazê-las colidir a meio do caminho", dizia, antes, Steve Myers. E quando por fim tudo aconteceu, exclamou: "Estou sem fala."

A energia atingida foi 3,5 vezes mais alta da alguma vez alcançada num acelerador de partículas. "Estas primeiras colisões a sete TeV marcam o ponto de chegada e de partida. É o fim de 20 anos para construir um acelerador com uma complexidade e tamanho sem precedentes. E é o início de uma era fantástica de exploração da física. Vamos avançar na compreensão do muito pequeno e do muito grande do Universo", disse Fabiola Gianotti, porta-voz para o detector Atlas.

Assim que os feixes colidiram, na terceira tentativa, Gianotti conta que nos computadores viu-se logo a interacção entre as partículas: "Vimos um fogo-de-artifício no detector, algo completamente diferente até agora. É fantástico o momento que vivemos".

Até Dezembro de 2011, o LHC manter-se-á a funcionar a metade da sua potencialidade, depois fará uma paragem de rotina por 13 meses para ser preparado para passar dos sete para os 14 TeV, explica Gaspar Barreira, do LIP - Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, em Portugal, e que participa nas experiências de dois dos quatro detectores.

Grandes questões

Mas as energias obtidas já permitem recriar as condições do Universo nos primeiros milionésimos de segundo após o Big Bang, há 13.700 milhões de anos. A diferença está no número de "acontecimentos" interessantes, como os físicos chamam ao que resulta das colisões. "O número de acontecimentos é metade. Como os físicos se interessam por acontecimentos raros, é preciso o dobro do tempo para a mesma quantidade de dados."

O que procuram são respostas para grandes questões: de que é feita a matéria? O que é a matéria escura, que constituiu grande parte do Universo mas se mantém teimosamente invisível? O bosão de Higgs, partícula que explicaria por que algumas têm massa e outras não, existe mesmo?

A onda de entusiasmo pôde ser acompanhada na Internet e em videoconferência. Apareceram director-geral do CERN, Rolf Heuer, e o director científico, Sergio Bertolucci, que estavam no Japão e comemoravam de forma peculiar: "Estamos a celebrar com uma garrafa de vinho tinto de 1991, o ano de aprovação do LHC, e batatas fritas, porque aqui é hora de jantar."
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