Lula da Silva já não é presidente mas continua um frasista

[kokas]

"Vou ser o próximo preso do Petrolão", disse o ex-presidente nos últimos dias, condicionando, com uma só frase, tudo à sua volta

O Brasil é um país de frasistas. Nem é preciso ir aos clássicos para prová-lo, bastam exemplos do século XX, como Nelson Rodrigues, autor de "o dinheiro compra tudo, até o amor verdadeiro", "só o inimigo nunca trai" e o terrivelmente misógino "nem todas as mulheres gostam de apanhar, só as normais". Ou Millôr Fernandes, que definiu o chato como "um indivíduo que tem mais interesse em nós do que nós temos nele", que defendeu que "um "cara" só é sinceramente ateu quando está muito bem de saúde" e que advertiu para "jamais se dizer uma mentira que não se possa provar".


Comparar Luiz Inácio Lula da Silva com aqueles dois génios multidisciplinares deixará os membros da Academia Brasileira de Letras com urticária. Mas que Lula, o torneiro mecânico que um dia chegou à presidência do quinto maior país do mundo, é o representante do talento natural dos brasileiros para criar frases de efeito, expresso em locais tão prosaicos como os para-choques dos camionistas ou nas toscas propagandas a bares de aldeia, disso ninguém pode duvidar.



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