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Má qualidade do ar em hospitais «maléfico» para utentes

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Má qualidade do ar em hospitais «maléfico» para utentes

A qualidade do ar de vários hospitais e dezenas de salas de espera dos serviços de saúde é «deficiente» e poderá ser responsável por dores de cabeça e sintomas de fadiga que atingem utentes e profissionais, revelam dois estudos.

Um desses estudos, hoje divulgados no primeiro Congresso de Saúde Pública que decorre em Lisboa desde terça-feira, foi realizado pelo Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde do Norte e avaliou as condições térmicas no interior dos edifícios hospitalares para «verificar se estavam reunidas as condições mínimas de conforto».

A finalidade do projecto foi «assegurar a adequada climatização, de modo a garantir que existe maior conforto térmico com renovação do ar interior e diminuição do risco de agravamento do estado de saúde dos grupos vulneráveis».

Desenvolvida em várias unidades hospitalares públicas na região Norte, entre Agosto e Novembro de 2008, a investigação apurou que, «de um modo geral, não estão reunidas as condições ambientais para o conforto térmico - quer de utentes, quer de profissionais - sempre que os mesmos permaneçam no interior dos locais avaliados».

A situação pode mesmo «potenciar o aparecimento de problemas de saúde», advertem os autores o estudo.

Estes recomendam, por isso, que se aposte na vigilância regular das condições térmicas e sejam determinadas «medidas correctivas específicas para a diminuição contínua do risco de agravamento do estado de saúde dos grupos vulneráveis».

Também na região norte, especialistas da Unidade Local de Saúde do Alto Minho analisaram a qualidade do ar nas salas de espera das unidades públicas prestadoras de cuidados de saúde.

As conclusões a que chegaram não são animadoras, já que «na maioria das salas de espera não estão reunidas as condições ambientais para o conforto térmico dos utentes».

De acordo com o estudo - que teve como finalidade «contribuir para a diminuição da incidência das infecções respiratórias e da gripe sazonal» - foram encontradas na maioria das salas de espera (em 31 das 57 avaliadas) concentrações de dióxido de carbono superiores aos valores máximos de referência.

Em 35,1 por cento das salas, os valores de dióxido de carbono situavam-se mesmo na gama de potenciais queixas sem causa observável.

A temperatura do ar também estava acima do limite superior de referência, encontrando-se a humidade relativa abaixo do limite inferior de referência.

«As elevadas concentrações de dióxido de carbono indicam que a renovação do ar nos espaços é deficiente e que poderá estar associada à acumulação de agentes químicos e biológicos no ar ambiente e a ocorrência de queixas, como dores de cabeça e fadiga», lê-se no estudo.

Os autores lembram que «as salas de espera dos serviços públicos prestadores de cuidados de saúde são locais de permanência de utentes e, por isso, locais privilegiados para a transmissão de infecções respiratórias».

Face aos resultados obtidos, os autores defendem a adopção de «medidas em relação aos sistemas de climatização, aos sistemas mecânicos de ventilação e ao arejamento eficiente dos espaços».


Diário Digital / Lusa
 
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