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Bastonário mostra-se indignado e denuncia razões economicistas na base da decisão. Já o PS diz que os processos de avaliação destes medicamentos estão a ser sujeitos a "veto de gaveta" pela Comissão Nacional Terapêutica.
A Ordem dos Médicos acusa os Institutos Portugueses de Oncologia (IPO) de estarem a recusar aos doentes tratamentos inovadores e de eficácia comprovada contra o cancro e pedem a intervenção do Ministério.
“Pedimos que o Ministério da Saúde tomasse medidas para resolver esta situação concreta, que ilustra, em termos mais genéricos, o impedimento do acesso a medicação inovadora com eficácia comprovada, com estudos já feitos e com resultados positivos, portanto com benefício para os doentes mostrado inequivocamente", afirma à Renascença José Manuel Silva, que pede para ser "respeitado o direito dos doentes terem acesso a estes medicamentos que são essenciais”.
O bastonário mostra-se indignado e denuncia razões economicistas na base da decisão: “Não podemos, obviamente, nem médicos nem doentes, aceitar que seja impedida medicação aos doentes que lhes é essencial e que só não está incluído no formulário nacional por motivos artificiais, por questões economicistas e não por razões técnicas, científicas ou por falta de estudos de eficácia ou de fármaco-economia”.
Centenas de doentes "prejudicados"
Também o secretário-geral da Liga Portuguesa Contra o Cancro pede esclarecimentos ao Governo. Vítor Veloso diz que são centenas de doentes que estão a ser prejudicados: “Penso que são algumas centenas de doentes que, se não tiverem dinheiro para comprar estes medicamentos, saem prejudicados. Espero que a situação seja clarificada e o ministério deveria ter uma atitude muito mais firme.”
“O ministério deve tomar, com todos os ónus políticos que isso implica, as decisões que considerar conveniente, e dar explicações à população sobre o que pensa sobre este assunto”, diz Vítor Veloso.
No campo das reacções políticas, o PS aponta responsabilidades ao Ministério da Saúde. Ouvido pela Renascença, o deputado Álvaro Beleza considera inaceitável qualquer orientação que vá no sentido do racionamento de medicamentos.
“Há uma linha vermelha que não deixaremos ultrapassar, que é o racionamento de medicamentos. Não pode haver racionamento com base económico-financeira. Neste caso parece-nos abusivo que três hospitais tenham estas decisões sobre essa matéria. Existe uma Comissão Nacional Terapêutica e pelas informações que temos não apreciou estes por uma decisão de lentidão, de veto de gaveta, portanto que não chega à comissão o processo”, afirma.
As críticas do Partido Socialista que vai também pedir esclarecimentos sobre esta matéria.