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Menina britânica desaparece no Algarve

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Onde está a Maddie?

Madeleine McCann desapareceu, faz agora um ano, na Praia de Luz, Algarve. Doze meses depois ainda não há resposta para esta pergunta: rapto, homicídio ou acidente?

"Entrevista: pais pedem ao raptor que telefone"

-Os pais de Madeleine McCann acreditam que a filha ainda pode estar viva e garantem que não vão descansar até a encontrarem, apelando ao eventual raptor ou a pessoas com informações relevantes para telefonarem para um novo número, referem em entrevista à Lusa.

«Um ano depois, a Madeleine ainda está desaparecida e não há nada nenhuma prova que sugira que lhe foi feito mal, há boa razões para pensar que ela está algures viva», afirmou Kate McCann em Londres.

Madeleine McCann desapareceu a 03 de Maio de um apartamento turístico na Praia da Luz, Algarve, onde dormia com os dois irmãos gémeos, enquanto os pais jantavam num restaurante próximo.

Aproveitando a ocasião do primeiro aniversário para relançar a campanha para encontrar a filha, a família anunciou a criação de um novo número de telefone de baixo custo para o Reino Unido e a Europa para receber informação.

«A mais pequena informação pode não parecer relevante, mas seja uma experiência ou alguém que viu na Praia da Luz, algo que seja relevante, por favor telefone para este número», apelou Gerry McCann.

O número (+44 845 838 4699 a partir do estrangeiro) pode ser usado por qualquer pessoa em qualquer língua, tendo sido concebido um «novo sistema inovador» de receber as chamadas e reunir a informação.

Raptor desafiado a telefonar

Dirigindo-se à pessoa que eventualmente ainda mantenha a criança em captiveiro, Gerry prometeu o anonimato e urgiu o raptor a telefonar.

«Tudo o que queremos é a Madeleine de volta e você pode sair desta situação», vincou.

A mesma mensagem foi hoje transmitida a dezenas de outros órgãos de comunicação social portugueses, espanhóis e britânicos, numa sucessão de 18 entrevistas.

Confessando sentir a falta de Madeleine «todos os dias» e que a família «não está completa sem ela», Kate confessou que este último ano «tem sido horrível».

Uma experiência «incrivelmente dolorosa»

«Tem sido uma experiência incrivelmente dolorosa, às vezes insuportável e se não fosse pelo Sean e Amelie [os dois outros filhos] e o facto de acreditar que a Madeleine está algures (viva), não sei se conseguia aguentar», confiou.





Dia 3 de Maio de 2007, à noite, é comunicado às autoridades portuguesas o desaparecimento de uma menina inglesa. Logo na primeira noite dezenas de populares ajudaram nas buscas. Na manhã seguinte, a notícia abria os telejornais britânicos e, ao final do dia, as televisões já estavam na Praia da Luz, junto ao Ocean Clube, onde a menina passava férias com os pais e os irmãos.

Em pouco tempo, Maddie tornou-se na criança desaparecida mais conhecida do mundo e assim permanece. Conhecida, mas com paradeiro desconhecido. Em causa ficaram, e ainda estão, as autoridades portuguesas.

Em Fevereiro deste ano o director da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro falou sobre o caso e surpreendeu o país ao afirmar que houve «precipitação» na investigação e na constituição dos pais como arguidos.

Maddie foi vista milhares de vezes mundo fora e os pais continuam a «ter esperança que esteja viva». Insistem na tese do rapto e até revelaram um retrato-robot do homem que teria levado Madeleine.

Gerry e Kate Mccann venderam uma entrevista à cadeia britânica ITV, por 10 mil libras (12600 euros). A reportagem será exibida no próximo dia 3 de Maio. Os Mccann garantem que o valor foi directamente depositado na conta fundo do «Find Madeleine».

Estamos a viver «um purgatório»

No documentário, segundo escreve o jornal espanhol El Mundo, Kate e Gerry garantem que a Polícia Judiciária lhe «ofereceu um acordo» se confessassem a morte acidental da filha e a ocultação do cadáver. Dizem ainda estar a «viver um purgatório». Quanto ao facto de terem saído do país depois de serem constituídos arguidos reconhecem que já «não se sentiam seguros em Portugal».

Já esta quarta-feira em entrevista à Rádio Renascença o porta-voz do casal, Clarence Mitchell, volta a responsabilizar a polícia portuguesa por fugas de informação e por pouco ou nada dizerem aos pais sobre a investigação.

De acordo com Clarence Mitchell, e ao contrário do que estava previsto, os McCann não deverão vir a Portugal em breve. Os pais não acreditam que a reconstituição da noite em que Madeleine desapareceu traga benefícios à investigação, nesta altura.

Segundo o porta-voz, Gerry e Kate querem aproveitar o «aniversário» do desaparecimento da filha para relançarem o caso na comunicação social e recolherem mais dinheiro para o fundo. Deixa ainda no ar a possibilidade de ter «novas pistas». O porta-voz do casal confirmou ainda que os McCann têm recebido ameaças.

Recorde-se que em Abril a Polícia Judiciária esteve em Inglaterra para ouvir novamente algumas testemunhas.

Do ponto de vista legal, a investigação não pode durar muito mais tempo. E perante as informações que aos poucos vão sendo divulgadas pelos órgãos de comunicação social, é possível que a pergunta continue sem resposta: «rapto, homicídio ou acidente»?

iol
 
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"Vivemos doze meses terríveis"

Kate e Gerry McCann quebraram o silêncio de meses e falaram à imprensa. Em conversa com o JN, ontem, os pais de Madeleine descreveram os últimos doze meses como extremamente dolorosos e defenderam não saber o que terá acontecido na noite de 2 Maio, quando Madeleine se queixou de ter chorado.

Foi uma Kate extremamente emocional que encontrámos em Londres. Com os olhos constantemente a lutarem contra as emoções, a mãe de Madeleine contou, ao JN, que, sem a Amelie e o Sean, não sabe como continuaria a viver. Depois de meses de silêncio, Kate e Gerry passaram o dia de ontem entre canais de televisão, estações de rádio e salas cheias de jornalistas, falando sobre a experiência que têm vivido. A falar com o JN, o casal agradeceu o apoio do público mas apelou a mais ajuda para um problema que é real e não uma telenovela.

Jornal Notícias I Um ano depois do desaparecimento de Madeleine, como descrevem a vossa experiência?

Kate McCann - Têm sido doze meses horríveis. O pior que uns pais podem viver. É incrivelmente doloroso e alguns momentos têm sido mesmo muito difíceis de suportar. Se não fosse pelo Sean e pela Amelie e pelo facto de acreditarmos que a Madeleine continua viva, não sei como conseguiríamos continuar a viver. Temos a sorte de ter tido muito apoio, temos um círculo de família e amigos fantástico e temos tido um apoio incrível por parte do público, e esse apoio não deve ser subestimado.

Gerry McCann - Temos tido muito apoio e isso tem-nos ajudado a manter a força para continuar a procurar a nossa menina. Não podemos descansar e isso dá-nos energia para continuar.

O que aconteceu na noite antes do desaparecimento?

Kate - Nós não sabemos o que aconteceu porque quando perguntamos à Madeleine, ela continuou a brincar sem nos dar atenção. Mas obviamente dissemos à Polícia, porque pensamos que poderia indicar que a Madeleine tivesse visto alguém na noite anterior e que teria sido isso que a acordou. O que seria muito significante. E esse depoimento que prestamos tem andado às voltas na minha cabeça, porque é que eles [a Polícia Judiciária] não agarraram nesse ponto?

Em que têm concentrado as vossas vidas?

Gerry - Durante as últimas semanas temo-nos concentrado na campanha e queremos realmente chegar às pessoas para que, no seguimento do documentário, nos contactem com informação. Temos um número novo de custo reduzido que pode ser utilizado a partir de outros países dentro da Europa. O número é o 00448458384699 e estamos mesmo a apelar a todas as pessoas que tenham informação, e que por qualquer motivo ainda não nos contactaram, para que nos ajudem agora a encontrar Madeleine. Esta é uma história real, não é um drama de série televisiva. Por favor, ajudem-nos. Eu e a Kate acreditamos firmemente que existe uma boa possibilidade de ela estar viva e um detalhe de informação mesmo que pareça irrelevante pode vir a ser fundamental.

Kate - Um ano depois, a Madeleine continua desaparecida e não existe qualquer indicação do que lhe possam ter feito mal e, de acordo com o que nós sabemos, existem fortes motivos para acreditarmos que ela está viva. E nós queremos ajudá-la. Ela está em algum lado e tem que ser encontrada uma vez que não nos pode encontrar. Estamos desesperados por ajuda das pessoas e muito gratos a quem nos tem ajudado. Por favor, liguem para o número e transmitam qualquer informação que possam ter.

Qual é a vossa mensagem para alguém que possa ter a Madeleine em seu poder?

Gerry - Se tem a Madeleine, pode ligar para este número. A única coisa em que estamos interessados é ter Madeleine de volta. Pode fazê-lo em anonimato e nós garantimos que a única coisa que queremos é a Madeleine. Quem quer que a tenha poderá sair desta situação. Por favor, diga-nos onde ela está.

Kate, enquanto mãe, qual é a sua mensagem?

Kate - Todos os dias nós sentimos a falta da Madeleine. Eu amo-a tanto. A nossa família não é completa sem a Madeleine, ela era uma rapariga tão alegre e merece regressar para junto de nós.

Acreditam que a vossa experiência poderá trazer algo de positivo no sentido de reduzir o número de casos de rapto de crianças no futuro?

Gerry - Na pesquisa que temos feito, temo-nos deparado com uma série de áreas que temos vindo a destacar ligadas à exploração infantil, rapto e tráfico e penso que as pessoas estão muito mais sensibilizadas para esses problemas. Claro que estamos também a fazer uma campanha junto da União Europeia para a adopção do sistema de alerta Ambar e penso que conseguimos realmente colocar estas questões na agenda política.


"É indispensável uma maior flexibilidade das regras laborais"


"Não sou defensor destemodelo das cinco regiões"


Apenas PS vota a favor do novo mapa judiciário


Governo exclui a adopção de custas


Pires de Lima desiste de corrente de opinião


PS admite liberalizar horários do comércio


Santana farto de conversas sobre regras


Sindicatos admitem perda de operacionalidade da PJ


“Precisamos de chegar a maior flexibilidade das regras laborais”



Jornal de Noticias
 
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Vestígios apontam para crime


Não chega para condenar os McCann. São apenas vestígios minúsculos, cujo perfil genético se aproxima assustadoramente do de Maddie. Os resultados definitivos já estão em Portugal, tal como estão concluídas todas as análises aos resíduos biológicos e sintéticos, enviados para o Instituto Nacional de Medicina Legal, com sede em Coimbra.
 

C.S.I.

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Madeleine: Casal MacCann disponível para reconstituir dia do desaparecimento

03 de Maio de 2008, 08:30

Lisboa, 03 Mai (Lusa) - O advogado dos pais da criança inglesa desaparecida no Algarve há um ano garantiu hoje que o casal está disponível para se deslocar à Praia da Luz, caso seja feita uma diligência processual que reclame a sua presença.

Em declarações à Lusa, Rogério Alves disse que o casal quer colaborar com a polícia e já manifestou essa disponibilidade para, caso seja necessário, regressar a Portugal e realizar a reconstituição do dia do desaparecimento.

O Director Nacional da Polícia Judiciária disse hoje à Lusa ser "muito importante" a presença dos pais de Maddie McCann em Portugal no caso da realização da reconstituição do dia do desaparecimento.

Alípio Ribeiro referiu que "caso fossem decididas diligências que justificassem a presença dos pais em Portugal (Gerry e Kate McCann) seria muito importante que eles aceitassem essa participação dentro das normas legais portuguesas".

No entender do responsável máximo pela PJ, a presença dos pais da criança em Portugal seria um factor muito importante na eventual decisão de se fazer a reconstituição do dia do desaparecimento, uma hipótese "que não está descartada pela polícia".

O advogado do casal disse que Gerry e Kate MacCann estão disponíveis para regressar a Portugal caso haja alguma diligência processual que reclame a sua presença.

Rogério Alves acrescentou, contudo, que a reconstituição envolve mais pessoas que também terão vontade própria.

Sobre as recentes notícias que davam conta de que este caso poderá terminar em arquivamento ou na acusação dos pais por um crime de negligência, o advogado disse não querer comentar acrescentando que a investigação ainda está em curso e que a polícia não emitiu nenhuma posição oficial sobre a matéria.

"O processo está em segredo de justiça, a polícia não emitiu nenhuma posição oficial e quando o fizer nós falaremos", disse.

Alípio Ribeiro garantiu à Lusa que a PJ "não fez qualquer tipo de proposta (ao Ministério Publico) em qualquer dos sentidos (arquivamento ou acusação dos pais por crime de negligência)".

"Neste momento nada está determinado em relação a uma eventual acusação ou arquivamento deste processo. A PJ continua a recolher e a analisar todos os elementos de prova que possam existir", acrescentou Alípio Ribeiro.

Madeleine McCann desapareceu a 03 de Maio de 2007, de um quarto do empreendimento turístico Ocean Club, onde dormia com os dois irmãos gémeos de dois anos, enquanto os pais jantavam no restaurante com amigos a cerca de 50 metros de distância do apartamento.

O paradeiro da criança continua envolto em mistério e nenhuma das pistas fornecidas por testemunhas em vários países, que asseguravam ter visto a menina, obtiveram resultados positivos.

Depois de terem sido constituídos arguidos, Kate e Gerry regressaram à sua casa em Rothley e desde então não voltaram a Portugal, podendo vir a fazê-lo para uma eventual reconstituição do dia do desaparecimento.


GC/CC

Lusa/Fim
 
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Madeleine: Há fortes indícios que reconstituição possa acontecer ainda em Maio


Faro, 14 Mai (Lusa) - Um dos advogados portugueses que defende o casal McCann, Rogério Alves, disse hoje em Faro haver "fortes indícios" de que a reconstituição do desaparecimento de Madeleine se realize ainda em Maio.

"[A reconstituição] foi marcada este mês", afirmou, sublinhando haver "fortes indícios" de que a mesma possa ser realizada até ao final de Maio, embora não tenha precisado uma data.

O causídico falava aos jornalistas à margem do seminário "Reforma Penal e Processual Penal", que termina hoje na Universidade do Algarve, em Faro, e pretende lançar o debate sobre a reforma em curso.

A criança inglesa desapareceu há um ano do aldeamento turístico Ocean Club, na Praia da Luz, Lagos, tendo os pais - Gerry e Kate McCann - sido constituídos arguidos no inquérito, uma medida envolta em polémica.

Rogério Alves reiterou que o casal McCann não impôs quaisquer condições para participar numa eventual reconstituição do desaparecimento e sublinhou que a sua única reserva tem a ver com a "utilidade" da diligência.

"Já ambos manifestaram a sua intenção de estarem presentes, agora as testemunhas não dependem deles", afirmou, frisando que os pais estão cépticos quanto à utilidade da diligência, por já ter passado um ano.

"Há pouca fé no resultado dessa diligência e que isso possa ajudar a perceber o que aconteceu à criança", referiu, sublinhando que há por vezes uma certa "confusão" com as manifestações públicas do casal.

Instado pelos jornalistas a comentar a prorrogação do prazo do segredo de Justiça nas investigações ao desaparecimento da criança inglesa, Rogério Alves afirmou que o alargamento era completamente "previsível".

"A existir [o alargamento do prazo], parece-me normal, prevísivel, esperável", disse, afirmando discordar do facto do prazo de inquérito só ter começado a contar a partir da reforma do Código do Processo Penal.

"É uma interpretação com a qual não concordo, mas com a qual me conformei", sublinhou Rogério Alves, acrescentando que o prazo deveria ter começado a contar aquando do desaparecimento, em Maio.

O alargamento do prazo do segredo de justiça por mais três meses foi confirmado terça-feira à Lusa por fonte da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Esta é a segunda vez que o prazo é prorrogado - a primeira vez foi em Janeiro, após o Ministério Público (MP) alegar a excepcional complexidade do caso -, e se não o fosse, terminaria a 15 de Maio.

Rogério Alves ressalvou ainda que a vantagem de levantar o segredo de justiça reside no facto dos pais poderem saber o que tem sido feito na busca da sua filha se a polícia está próxima de encontrar uma solução.

"O que resulta do segredo de justiça neste caso é que veda o acesso ao conhecimento que um pai e uma mãe gostariam de ter acerca daquilo que a polícia está a fazer para descobrir uma coisa que para eles é fundamental: o que aconteceu à sua filha", concluiu.

A investigação ao desaparecimento de Madeleine McCann já levou à constituição de três arguidos.

Robert Murat, que reside a poucos metros de distância do apartamento de onde a criança desapareceu, foi constituído arguido pela Polícia Judiciária (PJ), ao fim de 11 dias de diligências, por suspeitar da sua implicação no caso, mas não encontrou provas para o deter.

Em Setembro de 2007, também os progenitores da criança foram constituídos arguidos, depois de terem sido sujeitos a várias horas de interrogatório no Departamento de Investigação Criminal (DIC) da PJ de Portimão.

O casal McCann abandonou Portugal a 09 de Setembro de 2007, mas admite voltar a Portugal para despertar atenção sobre o caso do desaparecimento da filha.

Gerry e Kate McCann mantêm a convicção de que a criança foi raptada, ao contrário da PJ, que se inclina para a tese da morte.

Lusa/Fim

 

Matapitosboss

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Madeleine: Rapto, homicídio e abandono são hipóteses citadas em documento oficial rep

Madeleine: Rapto, homicídio e abandono são hipóteses citadas em documento oficial reproduzido pelo Times


A investigação policial portuguesa ao desaparecimento de Madeleine McCann admite as hipóteses de "rapto, homicídio, exposição ou abandono de criança e ocultação de corpo", revela um documento oficial hoje publicado pelo diário inglês "The Times".

O mesmo documento, emitido pelo Tribunal da Relação de Évora pelo juiz Fernando Ribeiro Cardoso e datado de 29 de Abril, revela detalhes sobre pedidos do procurador público Magalhães e Meneses para aceder aos registos de chamadas e mensagens dos telemóveis de 10 números diferentes.

De acordo com o jornal, "acredita-se" que os números incluam aqueles usados pelos pais da criança desaparecida a 03 de Maio na Praia da Luz, Kate e Gerry McCann, e os sete amigos britânicos que os acompanhavam na estadia no Algarve.

No despacho lê-se que o procurador requereu uma listagem de tráfego de chamadas recebidas e efectuadas entre as 20:00 do dia do desaparecimento e as 12:00 do dia seguinte, bem como a sua localização, aos três operadores de telemóvel portugueses.

Todavia, o documento, cuja tradução é reproduzida na página electrónica do jornal, mostra como o juiz indefere pela segunda vez o desejo de obter o conteúdo das mensagens escritas e multimédia em suporte digital (cd ou dvd), alegando falta de suporte legal.

O "Times" dá destaque ao facto de Kate e Gerry McCann, devido à hipótese de "abandono", poderem ser acusados de negligência por terem deixado Madeleine e os dois irmãos sozinhos no apartmento de férias enquanto jantavam com amigos a num restaurante a poucos metros.

Mas essa ideia já foi considerada "contraditória e inconsistente" pelo porta-voz do casal, Clarence Mitchell, em declarações anteriores à agência Lusa.

"Porque seriam acusados um ano depois, quando nada mudou desde o primeiro dia? Se eram culpados de negligência, deviam ter sido acusados há meses atrás", sustentou.

Madeleine McCann desapareceu a 03 de Maio de 2007 de um quarto do empreendimento turístico Ocean Club, na Praia da Luz, próximo de Lagos, no Algarve, onde dormia com os dois irmãos gémeos de dois anos, enquanto os pais jantavam num restaurante com amigos a cerca de 50 metros de distância do apartamento.

BM.

Fonte Inf.- Lusa/Fim


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Hdi

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Pais de Maddie vão de férias

Nove meses depois de terem regressado sem Maddie à casa de Rothley, Leicester, quando foram oficializadas as suspeitas ao casal pela morte da filha, os McCann voltam a partir de férias.

O destino deste Verão ainda está por anunciar, segundo o porta-voz, 'mas uma coisa é certa – eles não vão para Portugal', assegura Clarence Mitchell ao jornal inglês ‘Daily Mirror’. Kate e Gerry 'só passaram ocasionalmente uns dias fora de casa desde que em Setembro voltaram a Inglaterra', justifica um amigo da família ao jornal.

Os pais 'decidiram que deviam ir para fora pelo bem dos seus outros dois filhos', gémeos de três anos, Sean e Amélie. 'Será bastante doloroso irem para fora sem Madeleine, mas é esta a realidade que eles têm de enfrentar', diz Mitchell. Recorde-se que na noite em que Maddie desapareceu, ela e os irmãos foram deixados a dormir, na Praia da Luz, enquanto os pais jantavam com os amigos.

Correio da Manhã
 

delfimsilva

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PJ encerra caso sem conclusões

A Polícia Judiciária concluiu a investigação ao desaparecimento de Madeleine McCann.


De acordo com o jornal “Expresso”, o relatório final já está a caminho do procurador Magalhães de Menezes e não é conclusivo.

O casal McCann ainda não terá sido notificado
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CC
 

C.S.I.

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Caso Madeleine - PJ vai arquivar o caso, dizem jornais


A Polícia Judiciária decidiu arquivar o ‘caso Maddie’ por falta de provas, cerca de 14 meses depois do desaparecimento da menina inglesa em Lagos, avançam hoje os diários Correio da Manhã e Jornal de Notícias

Segundo o Correio da Manhã, o arquivamento acontecerá até dia 14, dia em que, de acordo com o jornal, acaba o segredo de justiça do caso.

O diário adianta ainda que se tratou de uma decisão acordada entre os responsáveis da Polícia Judiciária de Portimão e o procurador do Ministério Público, Magalhães e Menezes.

Também o JN refere que o desfecho da investigação será o arquivamento, afirmando que os investigadores já deram por terminado o inquérito.

O caso, acrescenta o jornal, só poderá ser reaberto se surgir um indício ou prova importante.

O desaparecimento de Madeleine McCann vai ser alvo de um livro a publicar este mês pelo ex-coordenador da PJ Gonçalo Amaral que esteve até segunda-feira encarregue do caso.

O inspector Gonçalo Amaral, que viveu segunda-feira o seu último dia na PJ, explicou à Lusa que se reformou para atingir «plenitude de liberdade de expressão» e consequentemente poder defender-se.

Liberdade de expressão que pretende pôr em prática publicando um livro sobre o caso Maddie quando o segredo de justiça do processo for levantado.

A menina britânica Madeleine McCann desapareceu a 3 de Maio de 2007 de um aldeamento turístico na Praia da Luz, Lagos, Algarve, tendo o mistério e a aparente falta de pistas sólidas e motivações para explicar o sucedido contribuído para transformar este caso num dos processos mais mediáticos de sempre.


Lusa / SOL
 

migel

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"Maddie morreu no Algarve"

"Maddie morreu no Algarve"
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Justiça. Arquivamento não choca Gonçalo Amaral Vários indícios apontam para morte de Maddie, diz Gonçalo Amaral

Tenho a convicção de que Maddie está morta, disse ontem o ex-inspector da Polícia Judiciária, Gonçalo Amaral, durante uma entrevista à TVI. Questionado sobre a existência de provas, refere que esta convicção tem base em indícios testemunhais, documentais e laboratoriais. Na sua opinião, Maddie morreu lá [no Algarve]. Por apurar está a determinação da causa: "acidente, morte natural ou se houve intervenção de terceiros".

Quanto à hipótese de arquivamento do processo, manifestou que não o choca. "A interpretação dos indícios é feita à luz do direito. Mas eu penso que o processo pode reabrir e a investigação vai continuar. Essa decisão é do Ministério Público".

Em relação à constituição dos pais de Maddie como arguidos, recorda que houve indícios que apontavam para ocultação de cadáver ou simulação de crime. E sublinhou que "a decisão de pronunciar os pais foi colocada pelo Ministério Público".

O ex-coordenador da investigação do desaparecimento de Madeleine McCann frisou que "se os próprios pais falaram na hipótese de rapto da criança, é porque esta não estava em segurança", um crime em que a lei portuguesa é mais rígida do que a inglesa. Alertou, porém, que numa investigação todos os indícios são analisados e que só no final se pode determinar se se pode levar alguém a julgamento. "Compreendo onde chega o nosso trabalho e onde pode chegar o dos magistrados".

Sobre o seu afastamento do caso, voltou a frisar que não compreendeu a decisão mas que a acatou "como um profissional". Sobre a possível relação do afastamento com as afirmações sobre a polícia britânica, disse que, numa altura em que era preciso determinar onde estaria a menina, a investigação inglesa estava a ser bombardeada com informação muitas vezes especulativa.

Politização

Quando questionado sobre se a politização estaria por trás da reacção do director da PJ, Gonçalo Amaral afirmou que "houve mais política do que polícia no caso Maddie. Estivemos no terreno, fizemos o nosso melhor e fomos alvo de críticas". E acrescentou que nunca sentiu que houve defesa. Apesar de ter perguntado ao director se a investigação continuaria de pé e se se mantinha a confiança, foi surpreendido. E foi alvo de pressões políticas? "Não senti propriamente pressão política. Senti um pontapé no rabo", disse.

Este caso é diferente de todos os outros. "Devíamos estar protegidos, ter uma retaguarda que tratasse da informação e lidasse com a imprensa. Ma estávamos envolvidos no meio. Não houve silêncio suficiente para avançar mais rápido". |
 

somaisum

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Maddie: ingleses querem «manter» segredo

Autoridades britânicas não querem que o segredo de justiça seja levantado para todos os documentos da investigação ao desaparecimento de Madeleine McCann. Segundo avança o jornal diário Correio da manhã (CM), um magistrado e dois polícias estiveram em Portimão para falarem com o procurador do Ministério Público (MP) responsável pelo caso, Magalhães Menezes. Os britânicos terão apelado ao MP que, mesmo após o fim do segredo de justiça, os dados do relatório enviado pelo laboratório de Birgmingham sobre os vestígios biológicos, entre outras situações, se mantivesse secreto. Segundo o CM a pretensão foi negada.


Encontrados 15 dos 19 marcadores genéticos
O laboratório britânico enviou dois relatórios às autoridades portuguesas. No primeiro documento os peritos assumem que os vestígios recolhidos, na bagageira do caro dos McCann e no chão da sala atrás do sofá, «coincidiam com os componentes correspondentes no perfil de ADN» de Maddie e que «15 dos 19 marcadores também coincidiam» com o da criança desaparecida.
Só no segundo relatório enviado à PJ, meses mais tarde, o laboratório admite que «a complexidade dos dados obtidos não permite uma leitura correcta» das amostras. O documento coloca tantas dúvidas teorias que acaba por anular as primeiras conclusões.
Ainda de acordo com a notícia do CM, para comparação foi extraído ADN de Madeleine de cabelos, encontrados numa escova, e de saliva encontrada na almofada da menina.


Que detectaram os cães?
Recorde-se que os dois cães ingleses, treinados para ajudarem em investigações criminais, detectaram odor de cadáver no quarto dos McCann, na sala atrás do sofá, na roupa de Kate, no peluche de Maddie, na bagageira e na chave do carro alugado pelos pais e, ainda, num canteiro na parte da frente do apartamento da praia da Luz.
Quanto a vestígios biológicos, estes foram encontrados na sala atrás do sofá e na bagageira e chave do carro alugado pelos pais mais de 20 dias depois da menina desaparecer.
O Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, anunciou quarta-feira passada que na próxima segunda-feira, dia 21 de Julho, vai apresentar «uma solução» para o «caso Maddie». A decisão mais esperada é o arquivamento do processo.

DN
 

Satpa

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Ingleses ignoram queixa de pedofilia contra amigo dos McCann

Depoimentos: Médicos amigos dos McCann falaram à polícia inglesa

Ingleses ignoram queixa de pedofilia contra amigo dos McCann

Dave Payne, um dos amigos dos McCann que se encontravam de férias no Algarve a 3 de Maio do ano passado, quando Madeleine desapareceu, foi suspeito de comportamentos pedófilos.


19/07/2008
Correio da Manhã
 

Satpa

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Vestígios: Encontrar o rasto de uma morte mudou o rumo da investigação

Vestígios: Encontrar o rasto de uma morte mudou o rumo da investigação

Ingleses defenderam uso dos cães


Mark Harrison, o polícia inglês designado para auxiliar a Polícia Judiciária na procura de Madeleine McCann, elaborou um relatório no Verão do ano passado, onde defendia a utilização dos cães especialistas em detecção de odores de cadáver e resíduos de sangue. A descoberta dos vestígios e o sinalizar do rasto de um cadáver acabaram então por mudar formalmente o rumo de uma investigação que até aí se via limitada à tese de rapto.

O relatório, onde se elogia o trabalho das autoridades portuguesas, sugeria que os animais fossem levados a todos os locais onde o corpo pudesse ter sido escondido. Desde o apartamento alugado pelos McCann até à creche, passando pela praia e pela zona da igreja.

Mark Harrison explicava que era necessário analisar os cenários de Madeleine ter sido morta naquela noite e o seu corpo ter sido abandonado por uma pessoa a pé ou de carro. O especialista acrescentava que embora tal procura implicasse elevados custos, a mesma devia ser feita para que o caso pudesse ser esclarecido.

CÃES SÃO FIÁVEIS

No relatório, Mark Harrison diz que é pouco provável o corpo ter sido enterrado na areia. O polícia inglês defende que o lançamento ao mar é o cenário mais provável, devendo também procurar-se o cadáver numa zona de falésias e arbustos densos a leste da praia da Luz.

Os dois cães ingleses foram apresentados como um auxiliar imprescindível da investigação, depois de serem explicadas minuciosamente as capacidades e a forma como eram treinados. Bem como o facto de ambos reagirem aos vestígios de sangue e odores de cadáver, não havendo nenhum episódio de "falsos positivos" nas investigações.

No relatório Mark Harrison enumerou casos de sucesso que davam garantias de credibilidade. E assegurou que se aqueles marcassem a morte de Maddie então a mesma teria ocorrido.

KATE RECUSOU RESPONDER À PJ

Foram dezenas as perguntas da Polícia Judiciária a que Kate se recusou responder. Após o primeiro dia de inquirição, em que apareceu acompanhada pelo seu advogado mas que foi ouvida na qualidade de testemunha, Kate mudou de postura. A constituição de arguida e o facto das autoridades terem assumido que admitiam o seu envolvimento no desaparecimento da filha Madeleine, levaram-na a assumir diferente atitude.

Recusou-se a responder, por exemplo, porque deixou os gémeos no quarto para chamar o marido e os amigos no restaurante já depois de saber que Maddie desaparecera.

Não explicou também porque não procurara a filha nos primeiros momentos, sentando-se quase estática na cama, nem sequer deu qualquer explicação para o facto dos exames preliminares do laboratório inglês terem detectado vestígios na bagageira do carro e por detrás do sofá, cujo ADN se assemelhava ao de Maddie.

Outros pormenores da sua vida pessoal e profissional ficaram sem resposta. Kate recusou por exemplo explicar se era verdade que antes das férias admitira que tinha um mau presságio. Se alguma vez se queixara que os gémeos eram muito irrequietos ou se admitira entregar a guarda de Maddie a um familiar.

Kate manteve-se igualmente impávida quando foi confrontada com a possibilidade de ter deixado de trabalhar por não aguentar a pressão da educação dos três filhos, ainda de tenra idade.

Não explicou como é que o odor de cadáver foi encontrado na sua roupa e no boneco normalmente usado por Maddie, nem sequer o porquê dos animais ingleses terem sinalizado a morte dentro do apartamento.

Kate também não quis esclarecer quem chamara a Sky News, nem revelou a quem telefonara nos momentos imediatamente após o desaparecimento.

No depoimento, Kate foi ainda confrontada com o facto da sua recusa em prestar esclarecimentos poder dificultar a descoberta do paradeiro da filha. Mesmo assim, manteve o silêncio.

GERRY ACEITOU FALAR À POLÍCIA

No dia em que foi constituído arguido, Gerry aceitou responder a todas as questões da Judiciária.

DÚVIDAS SOBRE A VIGIA AOS FILHOS

APJ encontrou contradições nos depoimentos dos amigos sobre a forma como vigiavam os filhos.

ADN DA MÃE NA JANELA

A janela estava arrombada e o raptor teria levado por aí a criança. Foi essa a primeira hipótese avançada por Kate às autoridades que recolheram vestígios no local. Os exames feitos no IML acabaram, no entanto, por só conseguir isolar um ADN que não correspondia ao da criança mas sim ao de Kate. Para a PJ é também quase impossível alguém transportar a menina por aquela janela que nem sequer abre completamente.

PORMENORES

CUSTOS ELEVADOS

Mark Harrison alertou para os elevados custos dos cães. A diária de cada um foi de mil euros, o custo da viagem e dos respectivos treinadores de 2750. Havia ainda o valor do passaporte para os animais (450 euros), a que acrescia o alojamento, a alimentação e o transporte das viaturas necessárias para os animais.

FALSOS POSITIVOS

Eddie, o cão especialista em detecção de odores de cadáver, nunca deu qualquer falso alerta. Já participou em cerca de 200 buscas em cenários de homicídio na Grã-Bretanha e nunca sinalizou produtos derivados de carne ou qualquer outro bem alimentício.

SANGUE HUMANO

Keela foi treinada exclusivamente com sangue humano. Sangue que é sujeito a rigorosos testes e que provém de hospitais. Ela localiza armas contaminadas, fareja veículos e peças de vestuário e detecta com precisão vestígios, mesmo que os locais sejam alvo de limpezas.

NOTAS

GRAVADO: PJ REGISTOU ACÇÃO

A busca dos cães foi filmada pela Polícia Judiciária. O treinador também fez um extenso relatório que traduzia os sinais detectados pelos animais na procura de vestígios

TIR: MORADA INGLESA

Kate prestou termo de identidade e residência e deu como morada a inglesa. O que acabou por fazer com que o regresso a casa não fosse considerada uma fuga à justiça

REGRESSO: PROMESSA ADIADA

Quando regressaram a casa, os McCann prometeram voltar se fosse necessário prestarem esclarecimentos.A reconstituição foi pedida, mas os amigos boicotaram-na



Eduardo Dâmaso/Tânia Laranjo

Correio da Manhã
20/07/2008
 
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"Madeleine morreu no apartamento’’

Pré-publicação

O ‘CM’ começa hoje a publicar, em exclusivo, excertos do livro de Gonçalo Amaral, que acredita que Madeleine McCann morreu no apartamento da Praia da Luz. O episódio das férias de 2005, em Maiorca – em que são levantadas suspeitas sobre um amigo do casal – e os resultados de ADN são os primeiros trechos.

Madeleine Beth McCann, com 2 anos e meio, e os seus irmãos gémeos, na altura com poucos meses de idade, partem de férias na companhia dos pais para a ilha de Maiorca. Juntamente com eles vão outros três casais de médicos com os respectivos filhos. [...] S. G. tinha frequentado a Universidade de Dundee, entre 1987 e 1992, tendo ali conhecido a futura mãe de Madeleine. K. G. só veio a conhecer Gerry McCann no casamento deste com Kate Healy, por volta de 1998, em Liverpool. Depois daquele evento, o casal S.G. e K.G. tornam-se amigos íntimos dos pais de Madeleine, encontrando-se com regularidade, passando fins-de-semana juntos, mantendo contacto por telefone.

Na terceira ou quarta noite em Maiorca, depois do jantar, comendo e bebendo, quando se encontravam sentados ao redor de uma mesa num pátio exterior da casa, K.G. assiste a uma cena que lhe causa receio relativamente ao bem-estar da sua filha e das outras crianças. Estava sentada entre Gerry McCann e David Payne, quando ouviu este último perguntar se ela, talvez referindo-se a Madelein, faria ‘isto’, começando em acto seguinte a chupar um dos seus dedos, o qual entrava e saía da boca, insinuando um objecto fálico, ao mesmo tempo que, com os dedos da outra mão, fazia círculos à volta do mamilo, de uma forma provocadora e sexual. No momento em que K.G. olhou com estupefacção para Gerry McCann e para David Payne, fez-se um silêncio nervoso. Depois continuaram todos a conversar como se nada tivesse acontecido. Este episódio provocou em K.G. uma séria dúvida relativamente ao relacionamento de David Payne com crianças. Ainda noutra ocasião, K.G. voltaria a ver David Payne a fazer os mesmos gestos, desta vez falando da própria filha. Naquele período de férias eram os pais que davam banho às crianças, mas a partir dali K.G. nunca mais deixou o David Payne aproximar-se da sua filha. Depois dessas férias em Maiorca, K.G. só encontrou o casal David e Fiona Payne numa ocasião, não falando com eles desde essa altura.

[...] O que acima fica escrito foi relatado a 16 de Maio de 2007, treze dias apenas depois do desaparecimento de Madeleine à polícia inglesa, pelo casal S. G. e K. G. Era uma informação importante e pertinente para a investigação. No entanto, nada foi transmitido à polícia portuguesa.

[...] Penso que só depois da minha saída da investigação, talvez em finais de Outubro de 2007, é que o depoimento de K.G. terá sido remetido à polícia portuguesa. Com legitimidade se pergunta: qual a razão da polícia inglesa ter, ao que tudo indica, ocultado aquele depoimento durante seis meses? Quando souberam que David Payne, organizador da viagem a Maiorca, e a quem foram assinalados comportamentos anómalos no relacionamento com as crianças, era o mesmo que organizou a viagem a Portugal, que fazia parte do grupo de férias da aldeia da Luz onde se integrava Madeleine, que foi o primeiro amigo da família a ser visto ao lado de Kate McCann após o desaparecimento da criança (como adiante se verá) e que na data do depoimento ainda se encontrava em Portugal, podendo ser confrontado com estas declarações?

"[...] Nos primeiros dias de Setembro, poucos dias antes da constituição como arguido do casal McCann, o Superintendente Stuart Prior, desloca-se a Portimão. Traz com ele um primeiro relatório preliminar [do laboratório forense de Birminghan], vindo discutir o estado da investigação connosco. Numa reunião, com a equipa de investigação portuguesa e inglesa, no nosso gabinete, Stuart mostra-se desiludido com os resultados dos exames. Começa aqui a saga dos relatórios do FSS. Lemos o relatório e não concordamos com a desilusão de Stuart. Estão em causa os vestígios hemáticos recolhidos no chão, por detrás do sofá do apartamento 5A, bem como os vestígios hemáticos recuperados da bagageira da viatura usada pelos McCann. Falamos em vestígios hemáticos (sangue) porque o cão CSI é treinado para só detectar esse fluido corporal. Os relatórios de apoio à tomada de decisão, elaborados pelos especialistas Mark Harrison e Martin Grime, são claros: a cadela CSI foi usada para localizar sangue humano. O Low Copy Number, técnica utilizada para determinar o ADN daquelas amostras, não determina de que fluido corporal é proveniente o ADN. No primeiro caso, pode-se ler que se obteve um resultado de ADN incompleto, por pouca informação existente na amostra, apresentando indicações de ADN de baixo nível provenientes de mais de uma pessoa. Mas todos os componentes confirmados de ADN coincidem com os componentes correspondentes no perfil de ADN de Madeleine!

Quanto ao segundo caso, após uma explicação dos componentes de ADN do perfil de Madeleine, concluindo que o mesmo é representado por 19 alelos, conclui-se que 15 estão presentes na amostra examinada. Ou seja, faltam 4 componentes para se ter um resultado 100% conclusivo. Segundo os especialistas daquele laboratório, aqueles 15 não chegavam para se concluir, com um grande grau de certeza, que estávamos perante o perfil de ADN de Madeleine, até porque o Low Copy Number encontrou 37 componentes na amostra. Existiriam 37 componentes porque pelo menos três indivíduos contribuíram para esse resultado. Apesar de terem sido encontrados 15 componentes do perfil de ADN de Madeleine, o resultado era considerado complexo.

Mas não se ficava por aqui este primeiro relatório preliminar. No mesmo, o cientista teve o cuidado anormal de explicar que em muitos dos perfis dos peritos do laboratório estão presentes elementos do perfil de ADN de Madeleine. Ou seja, grande parte do perfil de ADN de uma qualquer pessoa pode ser construído por três dadores. É compreensível. Desde logo se levantaram duas questões. A primeira: para que servia, em termos de prova criminal, um perfil de ADN, se ele pode ser a combinação de três ou mais dadores.

Outra questão era simples: por que é que o perfil de ADN daqueles três dadores contribuiu para 15 componentes do perfil de ADN de Madeleine e não de qualquer outra pessoa, por exemplo, do próprio cientista que efectuou o exame? Mas as surpresas dos relatórios preliminares não iriam ficar por aqui. [...]

O QUE NOS CONTA O LIVRO DO EX-POLÍCIA

Gonçalo Amaral decidiu escrever o livro para recuperar a sua própria liberdade de expressão. Afastado da investigação por Alípio Ribeiro, o ex-coordenador da PJ de Portimão acredita que Madeleine McCann morreu no apartamento do Ocean Club na noite de 3 de Maio de 2007. E acredita também que os pais simularam o rapto e ocultaram o cadáver da filha, depois de um trágico acidente no interior do apartamento.

GUERRA DE DIRECTORES

O director nacional da PJ, Almeida Rodrigues, disse ontem que o seu antecessor, Alípio Ribeiro, "nãos se notabilizou por ser um bom investigador". Respondeu assim à crítica feita por Alípio ao arquivamento do caso Maddie, considerando ter sido "cedo de mais".

Correio da Manhã
 

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Maddie: Gonçalo Amaral vai editar livro este verão

Em que promete revelar factos e indícios recolhidos durante a investigação, que "viveu por dentro".
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O antigo investigador do "caso Maddie" Gonçalo Amaral vai editar um livro no Verão em que promete revelar factos e indícios recolhidos durante a investigação, que "viveu por dentro", ao desaparecimento da criança inglesa.

"O livro será a narrativa de uma história de alguém que viveu por dentro uma investigação, mas também de todos os factos que a rodeiam. Interpreta os factos e indícios recolhidos, não é uma opinião pessoal", afirmou o advogado António Paulo Santos.

Questionado sobre o lançamento do livro, o advogado afirmou que "ainda não tem data prevista" e que será feito "depois de ser levantado o segredo de justiça do processo [do desaparecimento de Madeleine McCann]", estimando que isso possa acontecer "durante o Verão" deste ano.

O livro, cujo título poderá ser "Verdade da Mentira", terá mais de 200 páginas e é da "total responsabilidade de Gonçalo Amaral", explicou António Paulo Santos, que foi contratado para aconselhar o inspector sobre as tramitações processuais relacionadas com os direitos de autor.

Sobre a possível tradução do livro para a língua inglesa, o defensor afirmou que o assunto "é da responsabilidade da editora".

O ex-coordenador da Polícia Judiciária (PJ) de Portimão deixou de liderar as investigações a 02 de Outubro de 2007, tendo sido afastado do cargo de coordenador pelo director nacional da PJ, Alípio Ribeiro, depois de ter acusado a Polícia inglesa de favorecer o casal McCann nas investigações sobre o desaparecimento de Madeleine.

Recentemente apresentou o seu pedido de reforma da PJ, alegando, segundo o seu advogado, que "não tinha condições para continuar a ser polícia".

"Ele quer sair da PJ porque foi atacado pessoalmente quando desempenhava funções oficiais e a instituição (PJ) não defendeu a sua honorabilidade", referiu.

"O inspector foi atacado na sua honorabilidade por uma série de entidades, nomeadamente pela comunicação social inglesa, e a PJ tinha obrigação de proteger os seus funcionários e não o fez", acrescentou António Paulo Santos, que justifica o silêncio de Gonçalo Amaral com o "estatuto disciplinar que ainda é obrigado a cumprir".

Madeleine McCann desapareceu a 03 de Maio de 2007 do empreendimento turístico Ocean Club, localizado na Praia da Luz, Algarve, enquanto dormia com os seus irmãos Sean e Amelie, enquanto os seus pais, Kate e Gerry, jantavam num restaurante próximo com casais amigos.



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Maddie: testemunha «escondida» seis meses

A polícia britânica demorou cerca de seis meses a revelar à Polícia Judiciária (PJ) a existência do depoimento de um casal amigo da família McCann, «SG» e «KG», que levantava suspeitas sobre o comportamento de alguns membros dos grupo de amigos que estava de férias na praia da Luz, no Algarve, quando Madeleine desapareceu.

Os factos estão descrito no capítulo 9, do livro que o ex-inspector da PJ, Gonçalo Amaral, apresenta quinta-feira em Lisboa - «Maddie a verdade da mentira» - e ao qual o PortugaDiário já teve acesso.

«KG», do sexo feminino, disse às autoridades inglesas ter assistido, em 2005, em Maiorca, a conversas suspeitas entre Gerry (pai de Maddie) e Dave Payne, que teriam índole sexual e se referiam a crianças.

O Correio da Manhã, na sua edição de sábado, já tinha noticiado estes factos constantes do livro de Gonçalo Amaral.

Excertos do capitulo 9 intitulado «Maiorca, Setembro de 2005»


«Madeleine Beth McCann, com 2 anos e meio, e os seus irmãos gémeos, na altura com poucos meses de idade, partem de férias na companhia dos pais para a ilha de Maiorca». «Juntamente com eles vão outros três casais de médicos com os respectivos filhos. [...]».

«S. G.» casado com K. G. «tinha frequentado a Universidade de Dundee, entre 1987 e 1992, tendo ali conhecido a futura mãe de Madeleine. K. G. só veio a conhecer Gerry McCann no casamento deste com Kate Healy, por volta de 1998».

Ficaram «amigos íntimos dos pais de Madeleine, encontrando-se com regularidade, passando fins-de-semana juntos, mantendo contacto por telefone».

Acto de «chupar o dedo»

Ao terceiro parágrafo do capitulo 9 pode ler-se: «Na terceira ou quarta noite em Maiorca, depois do jantar, comendo e bebendo, quando se encontravam sentados ao redor de uma mesa num pátio exterior da casa, K.G. assiste a uma cena que lhe causa receio relativamente ao bem-estar da sua filha e das outras crianças. Estava sentada entre Gerry McCann e David Payne, quando ouviu este último perguntar se ela, talvez referindo-se a Madeleine, faria "isto", começando em acto seguinte a chupar um dos seus dedos, o qual entrava e saía da boca, insinuando um objecto fálico, ao mesmo tempo que, com os dedos da outra mão, fazia círculos à volta do mamilo, de uma forma provocadora e sexual. No momento em que K.G. olhou com estupefacção para Gerry McCann e para David Payne, fez-se um silêncio nervoso. Depois continuaram todos a conversar como se nada tivesse acontecido. Este episódio provocou em K.G. uma séria dúvida relativamente ao relacionamento de David Payne com crianças».

«Depois dessas férias em Maiorca, K.G. só encontrou o casal David e Fiona Payne numa ocasião, não falando com eles desde essa altura [...]».

«O que acima fica escrito foi relatado a 16 de Maio de 2007, treze dias apenas depois do desaparecimento de Madeleine à polícia inglesa, pelo casal S. G. e K. G. Era uma informação importante e pertinente para a investigação. No entanto, nada foi transmitido à polícia portuguesa. [...] só depois da minha saída da investigação», escreve Gonçalo Amaral, «talvez em finais de Outubro de 2007, é que o depoimento de K.G. terá sido remetido à polícia portuguesa. Com legitimidade se pergunta: qual a razão da polícia inglesa ter, ao que tudo indica, ocultado aquele depoimento durante seis meses?».

Os excertos agora divulgados são uma pequena parte dos factos vividos na primeira pessoa pelo ex-inspector da PJ, Gonçalo Amaral, afastado da investigação após declarações sobre a polícia inglesa a um jornal diário português.

O livro «surge da necessidade que sentiu de repor o seu bom nome que foi enxovalhado na praça pública», escreve Gonçalo Amaral numa nota introdutória do livro.

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Advogados dos McCann vêem livro à lupa

Advogados dos McCann vêem livro à lupa



O livro de Gonçalo Amaral está a ser folheado página a página pela equipa legal dos McCann em Portugal.
Qualquer erro cometido pelo antigo inspector da PJ contra o casal terá como resposta uma acção legal. Para já, Kate e Gerry estão a aguardar por uma reacção da equipa de Rogério Alves já que, mesmo com a publicação do livro em Portugal, os McCann não terão acesso directo a uma tradução de "Maddie, a verdade da mentira".
"Nós não vamos reagir às palavras de Amaral nem às suas acusações. Se o livro não respeitar a lei então o seu autor será chamado à Justiça. As acusações que ele faz são falsas mas não conhecemos ainda os detalhes do que está escrito. O livro será cuidadosamente analisado pelos advogados e uma decisão será tomada a partir daí", explicou ao JN o porta-voz do casal McCann, Clarence Mitchell.
O casal está, no entanto, a tentar ter acesso a uma tradução do livro mas "Maddie, a verdade da Mentira" ainda não está disponível em Inglaterra e não existe, para já, uma data para o seu lançamento internacional. A editora Guerra e Paz disse ao JN que uma tradução para inglês irá ser feita mas ainda não existe data nem acordo de distribuição.



JN
 

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McCann processam Gonçalo Amaral

Os pais de Madeleine McCann vão processar o ex-inspector da Polícia Judiciária, Gonçalo Amaral, por danos morais, confirmou o próprio aos jornalistas. Em causa, está o livro lançado pelo ex-responsável pelo processo. «A verdade da mentira» revela a convicção do ex-PJ de que os McCann têm responsabilidades no desaparecimento da menor, apesar do arquivamento do processo.

Gonçalo Amaral já reagiu à intenção judicial dos McCann e na apresentação do seu livro, que decorre esta quinta-feira, em Lisboa, disse: «Uma pessoa de bem não responde a provocações».


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xicca

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Gonçalo Amaral admite que investigadores protegeram os McCann

Pela primeira vez desde que começou a falar publicamente do caso do desaparecimento de Madeleine McCann, Gonçalo Amaral, o coordenador da investigação, analisa as suas próprias responsabilidades no desfecho do caso e no desenrolar de todo trabalho da Polícia Judiciária.

Das pressões e constrangimentos que pressentiam mais do que sentiam, da praticamente ilimitada autonomia na realização de diligências e até nos erros que ele próprio assume agora ter cometido, nomeadamente quanto ao cuidado que foi posto inicialmente, por decisão do próprio grupo de investigadores, em tudo o que dizia respeito a Kate e a Gerry McCann. Por medo da reacção da opinião pública. Hoje, não concordaria com decisões que ajudou o grupo de investigadores a tomar. No livro "Maddie A Verdade da Mentira" não diz tudo o que sabe. Um segundo livro não está fora de questão.

Jornal de Notícias | Quem pressionou a Polícia Judiciária (PJ) para que não avançasse com diligências?


Gonçalo Amaral |As pressões sentiram-se logo na manhã a seguir ao desaparecimento da menina. O cônsul britânico no Algarve foi à Polícia Judiciária para se inteirar da investigação, o que não é anormal. Logo depois, foi a vez do embaixador que ali se deslocou. Não é um procedimento normal com todos os súbditos ingleses. Pelo menos, nunca tinha assistido a uma situação semelhante.

Mas foi impedido de avançar com diligências que tinham sido planeadas?

A mim ninguém me disse "não faz". Se isso acontecesse estava o caldo entornado. Terminava ali a minha participação naquela investigação. Mas nós sentimo-nos constrangidos.

De que forma?

Repare. Logo após a visita do embaixador, sai um comunicado a referir a tese de rapto.

Foi o embaixador quem pressionou a PJ
?

Não foi isso que eu disse. A pressão sentia-se na equipa de investigadores. Quando, no seio do grupo, se discutia a realização de uma determinada diligência havia sempre alguém que dizia "ai, ai que temos de ter cuidado".

Quem?

Não vou referir nomes. Se eu no livro tenho o cuidado de nunca referir nomes, também não o vou fazer agora. É das tais coisas que ficam guardadas. Mas do grupo chegaram a fazer parte sete, oito, dez pessoas, entre coordenadores, directores… Quando se levantava a questão da necessidade de fazer uma determinada diligência, tudo era discutido, designadamente, qual a importância, o objectivo que se pretende atingir e quais as consequências. E quando eram questões em que havia necessidade de nos aproximarmos mais do casal e do grupo de amigos tinha-se o cuidado de não serem considerados suspeitos logo naquela altura, para não serem acusados na praça pública, face a esta pressão mediática que existia

Está a dizer que foi a própria PJ a decidir protegê-los. Porquê tantos cuidados? É normal haver suspeitos numa investigação criminal.

Porque naquela altura seríamos logo crucificados na praça pública.

Tiveram medo da pressão mediática…

Não. Sentíamos que era preciso tratá-los com pinças. Reconheço que errámos.

Se acreditava na tese da morte acidental e no envolvimento dos pais porque razão não insistiu para que determinadas diligências fossem feitas?

Na altura em que foram sugeridas, os argumentos contra foram considerados válidos por todo o grupo. Era o próprio grupo que dizia "não vamos por aí".

Se não concordava porque é que não bateu a porta? Era a sua imagem, enquanto coordenador, que estava em causa.

Não era altura para rebeldias. Eu sempre trabalhei em grupo. Se os argumentos eram válidos, havia que respeitá-los.

Mesmo sem concordar com eles?

Na altura concordei porque os considerei válidos. Se calhar agora, à distância, não concordo.

O que ficou por fazer?

Demasiado. A primeira versão da carta rogatória e que foi alterada após o meu afastamento, a 2 de Outubro, tinha várias diligências que simplesmente foram riscadas. Era pedido que os cães ingleses fizessem buscas à casa dos McCann em Leicester e às dos amigos e que cheirassem as suas roupas. Também se pedia para verificar a existência de um quadro no frigorífico dos pais da menina, onde escreveram que tinha problemas em dormir e se levantava várias vezes à noite. O quadro é referido por um polícia inglês. Os novos interrogatórios aos arguidos que propusemos também não foram feitos. A carta foi alterada pelo Ministério Público.

Com que objectivo?

Provavelmente as diligências não foram consideradas importantes depois do meu afastamento.

Disse que com um outro Ministério Público talvez o desfecho da investigação teria sido outro. Com outro Director Nacional, que não Alípio Ribeiro, recentemente criticado por Almeida Rodrigues, a investigação teria sido conduzida de outra forma?

Não sei, mas provavelmente não. A Direcção Nacional é só uma e tem um entendimento e procedimentos muito próprios, independentemente de quem a dirige.

Quem escolheu o laboratório de Birmingham para analisar os vestígios?

A PJ decidiu que os vestígios tinham de ser analisados por um laboratório inglês. Dada a campanha que já existia na altura contra a PJ. Nessa altura, já tínhamos a perfeita consciência de que fossem analisados em Portugal e fossem positivos iria existir uma forte reacção contra a competência e a capacidade dos nossos laboratórios. Fizemo-lo para mostrar confiança nos laboratórios ingleses. A escolha de Birmingham foi da Polícia inglesa.

Foi uma estratégia? Ou tinha receio de que as amostras não tivessem sido bem recolhidas e que tivessem sido contaminadas?

Foi estratégia. Tínhamos confiança na força dos vestígios e na competência dos nossos técnicos. Foi tudo recolhido com o máximo de cuidado. No momento da recolha, os técnicos portugueses tiveram o cuidado de contactar os técnicos ingleses e seguiram as indicações dadas por eles ao telefone. Designadamente os vestígios recolhidos no mosaico da sala por forma a que nada falhasse na questão da prova, desde a recolha ao manuseamento e ao acondicionamento.

Mas os procedimentos não são universais? Ou queriam salvaguardar a vossa posição em caso de falha?

São universais. Mas quisemos seguir à risca os procedimentos da polícia inglesa porque os vestígios iam ser enviados para um laboratório inglês.

Não confiava nos técnicos portugueses?

Tinha e ainda tenho absoluta confiança. Mas queríamos que alguém da polícia inglesa também concordasse com o que estavam a fazer para que, mais tarde, ninguém pudesse vir dizer que os vestígios foram mal recolhidos.

Foi uma espécie de defesa antes do ataque?

Mais ou menos isso.

A linha que defende é a da morte acidental no apartamento com envolvimento dos pais. Mas no livro levanta suspeitas quanto a David Payne. Parece uma contradição.

Ninguém pode dizer que as duas não têm relação enquanto não forem investigadas. Não levanto suspeitas sobre esse senhor nem contra ninguém. Apenas dou conta de que há situações que ficaram por esclarecer. Há um depoimento de um casal de médicos ingleses que dizem que em Setembro de 2005 quando passavam férias com os McCann em Maiorca e outros casais, se aperceberam de comportamentos que para eles não são normais e que se referiam a esse senhor. O casal deslocou-se à polícia inglesa assim que viu essa pessoa na televisão e que esse depoimento só chegou a Portugal no dia 26 de Outubro. A senhora diz que viu Payne de dedo na boca, num movimento de entrar e sair, e a esfregar o mamilo com a outra mão. E estaria a falar de Madeleine ao lado do pai, Gerry. Esses depoimentos de médicos, tão credíveis quanto os McCann, deviam ter tido outro tratamento por parte da polícia.

E o que fez a PJ quando finalmente recebeu essa informação?


Nada. Nem sequer incluiu na carta rogatória qualquer diligência relacionada com este episódio.

David Payne, na sua opinião, pode ter alguma coisa a ver com o desaparecimento de Madeleine?

Não sei porque não foi devidamente investigado como deveria, em meu entender, ter sido. Terá sido o último a ver Madeleine com vida depois das 17.30 horas, quando ela sai do infantário. Encontra Gerry a jogar ténis e pergunta-lhe por Kate e pelos miúdos. Gerry responde que estão no apartamento e ele vai lá. Regressa 30 minutos depois. Kate diz que foram 30 segundos. Algo que não bate certo.

No livro diz que ele foi reconhecido por uma assistente social. O que pretendia ao relatar esse episódio?


Apenas que as pessoas percebam que é mais uma situação que não foi investigada. Na manhã seguinte ao desaparecimento, uma assistente social de nacionalidade inglesa de férias no Algarve oferece-se para ajudar, mas foi quase escorraçada pelo casal, ao que parece por indicação desse senhor [David Payne]. Esse senhor é reconhecido pela assistente social como já lhe tendo passado num processo, numa investigação, não sabendo ela na altura referir se como testemunha ou como noutra figura qualquer. Se tem ou não alguma relação com a morte, não sei. Mas são situações que não podiam ter passado em claro, como foram. Tinham de ter sido averiguadas.

Como é que Robert Murat passa de tradutor a arguido?

Havia muitas dificuldades em encontrar tradutores. Precisávamos de muitos porque era preciso ouvir muita gente. Foi a GNR a sugerir o nome de Robert Murat porque falava fluentemente português e inglês. Era conhecido dos militares por ter ajudado informalmente nalgumas traduções. Passa a arguido por um conjunto de factores conjugados. Há um depoimento de Jane Taner que o reconhece quando o vê de costas e garante que é o homem que viu naquela noite com uma criança ao colo.

Mas Jane Taner era uma testemunha credível?

Nunca foi. Mas havia outras coisas. Telefonemas anónimos de pessoas que chegam a referi-lo como possível raptor.

Esses telefonemas anónimos aconteceram antes ou depois de a Jane Taner o ter reconhecido?

Não sei precisar, mas foi seguramente antes de ter sido constituído arguido. Seja como for, nada foi encontrado que relacione Robert Murat a este caso.

Recentemente disse que há muita coisa que sabe e que não escreveu. Há alguma coisa que tenha deixado de fora propositadamente?

É lógico que sim.

O que e com que finalidade?

Não o posso revelar.

Deixa para um segundo livro, por exemplo?

Talvez. Vamos ver.


JN
27.07.08
 

xicca

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Caso Maddie: Imprensa manipulada em troca de sessões fotográficas
Kate geria notícias e controlava ingleses



Kate e Gerry McCann controlaram os meios de Comunicação Social britânicos na cobertura noticiosa do desaparecimento da filha. Para não serem criticados pela imprensa inglesa, os pais de Maddie ofereceram sessões fotográficas, algumas durante os habituais passeios matinais no Algarve – aparentemente rotineiros mas previamente combinamos, como revelam os apontamentos de Kate.



"Os jornalistas britânicos ficaram lixados por terem sabido tarde de mais que eu tinha estado no Reino Unido. Acabou com a Justine a receber montes de telefonemas e a combinar uma sessão de fotografias a caminho da igreja para os apaziguar", escreve Kate no dia 15 de Julho de 2007, revelando uma táctica adoptada logo nos primeiros dias após o desaparecimento da menina de três anos.

"Vestir e ir passear. Tinha sido pedido por fotógrafos e concordado que por razões sentimentais seria bom." Este passeio aconteceu no dia 7 de Junho, três dias depois de Kate registar ter ficado "aborrecida" com a presença de jornalistas portugueses no exterior do apartamento. Já antes, a 19 de Maio, a sessão fotográfica para o jornal inglês ‘Sunday Mirror’ foi previamente acertada: "Nós a passar o tempo com os gémeos para os jornais de domingo."

Nos mesmos apontamentos Kate manifesta incómodo com os jornalistas portugueses e alemães. No dia 11 de Junho, em Marrocos, depois de Kate ter feito uma avaliação positiva da viagem por ter tido muitos fotógrafos à espera, a médica lembra ter "reparado" em jornalistas portugueses. "Não quisemos dar-lhes uma história", decidiram os McCann, que classificam de "manhosas e inesperadas" as perguntas feitas pelos portugueses, mesmo após reuniões de preparação com a duração de "quatro horas": "Hoje fiquei muito zangada com uma jornalista. Disse-lhe para não fazer muito trabalho de detective."

Já da editora do jornal ‘Sun’, a 11 de Julho, Kate teve a garantia de que não haveria "publicidade adversa". "Ela foi mesmo simpática. Solução perfeita", assinalou a mãe de Maddie.

CLARENCE SUBSTITUIU JUSTINE QUANDO AUMENTOU A TENSÃO

Clarence Mitchell foi o primeiro a dar a cara pelos McCann. Conheceu Gerry num regresso daquele a Inglaterra, em finais de Maio de 2007, numa altura em que fazia parte do Grupo de Assistência Consular, representando o Departamento de Estrangeiros. Assumiu a defesa do casal a 22 de Maio, mas regressou a Inglaterra a meio do Verão, sendo substituído por Justine McGuiness, que a partir de 22 de Junho dirigiu a campanha de procura de Madeleine.

As tensões entre os McCann e Justine nunca foram evidentes. Apenas ficou por explicar o facto de esta ter abandonado a defesa do casal logo após os mesmos serem constituídos arguidos e regressarem a Inglaterra.

Agora percebe-se que tensão era anterior. Justine e Gerry já tinham discutido os honorários. A assessora pretenderia receber horas extraordinárias e exigia um pagamento superior ao inicialmente acordado.

A 28 de Julho, a tensão entre a família e a porta-voz era evidente. Kate desabafou nos seus apontamentos que aquela não tinha boas "aptidões interpessoais" e podia até ser bastante "antipática". Kate recordava que Justine e um familiar tinham tido uma discussão e que Gerry tentara acalmá-los. "Tudo terminou em bem", concluiu Kate McCann, que mesmo assim colocou sérias dúvidas sobre o carácter da assessora.

ROBERT MURAT PROCESSA AMIGOS DO CASAL MCCANN

Robert Murat, o primeiro arguido no caso do desaparecimento de Madeleine, vai processar alguns dos amigos ingleses do casal McCann.

Segundo noticiou ontem o semanário ‘Sol’, o luso-britânico vai avançar com queixas pelos crimes de perjúrio e denúncia caluniosas, alegando que os ingleses mentiram nos depoimentos prestados à Polícia Judiciária com o objectivo de o incriminar.

Robert Murat, que vai receber centenas de milhar de euros em indemnizações, de 11 jornais britânicos, foi constituído arguido apenas 11 dias após o desaparecimento da menina, no dia 14 de Maio de 2007, depois de vários amigos de Kate e Gerry McCann terem referido a sua presença no apartamento do Ocean Club na fatídica noite de 3 de Maio na Praia da Luz.

JORNALISTAS LONGE DA CASA

Os primeiros dias dos McCann em Inglaterra foram de intensa atenção mediática. Voltaram a deixar-se fotografar com os filhos, depois de terem combinado exclusivos com televisões e jornais para cobrirem o regresso.

Dias depois, Clarence Mitchell optou por outra estratégia. Combinou com os jornalistas ingleses que aqueles nunca mais perseguiriam os McCann. Em troca, o porta-voz do casal fornecia encontros fortuitos e, caso os jornalistas falhassem ao compromisso, excluía-os da sua agenda de contactos.

Todos aceitaram. Quando em Março o CM tentou abordar os McCann sem passar por Clarence Mitchell, foi travado pela polícia. O casal ordenou que os jornalistas portugueses fossem proibidos de se aproximar da casa e os vizinhos foram aconselhados a não falar.

APONTAMENTOS DE KATE MCCANN

"Falei com a editora do ‘Sun’. Disse que não queria que nos preocupassemos com publicidade adversa e que eles iam voltar atrás para nos ajudar. Solução perfeita." 1 de Junho

"Vestir e ir passear. Tinha sido pedido por fotógrafos e concordámos que por razões sentimentais seria bom." 7 de Junho

"Fiquei muito zangada com uma jornalista. Disse-lhe para não fazer muito trabalho de detective." 7 de Junho

"Reparámos também em jornalistas portugueses por aí e não quisémos dar-lhes uma história." 11 de Junho



CM
27.07.08
 
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GNR refuta críticas no caso Maddie

Maddie. 'A Verdade da Mentira', o livro de Gonçalo Amaral refere que GNR contribuiu para contaminação do quarto de onde a menina desapareceu. Militares dizem que a cena de crime é da PJ
O dirigente da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG), José Alho, refutou, ontem, em declarações ao DN, qualquer responsabilidade desta força de segurança na noite de 3 de Maio de 2007, quando Madeleine McCann desapareceu na Praia da Luz (Lagos), lembrando que "cabia à Polícia Judiciária tomar medidas para isolar o local da cena do crime e à GNR colaborar naquilo que lhe fosse pedido", como foi o caso.

Reagindo às críticas do ex--inspector da PJ Gonçalo Amaral, coordenador do caso Maddie aquando do seu desaparecimento, segundo o qual a GNR terá contribuído também para contaminar o apartamento nº. 5A do resort The Ocean Club, de onde a criança foi levada, José Alho foi peremptório ao dizer que "a PJ saiu mal neste processo, ao não conseguir desvendá-lo, depois de durante anos ter sido considerada por alguém como a melhor polícia do mundo. Pelo menos, gabava-se disso. Só tem conseguido apanhar "mexilhões" como aconteceu com a corrupção na Brigada de Trânsito, enquanto as chefias hierárquicas nem foram investigadas".

José Alho lembrou que "a cena do crime é uma área da exclusiva competência da PJ e não da GNR", acrescentando que, tal como tem sucedido em casos de tráfico de droga e homicídios, "colaboramos nas acções que nos são solicitadas, como foi a altura em que Madeleine desapareceu". "Não somos responsáveis pelo falhanço desta investigação. Quando as coisas correm bem, é a PJ a colher os louros, apesar de em muitas operações ter de contar com o papel decisivo da GNR ou da PSP", sublinhou aquele responsável da ASPIG.

Poucos dias depois do desaparecimento de Maddie, uma fonte da GNR de Lagos lembrou que "quando os militares chegaram naquela noite ao apartamento na Praia da Luz, já não havia nada a fazer, depois de ali terem entrado dezenas de pessoas". O DN tentou, ontem, obter uma reacção de um responsável da GNR sobre o livro Maddie - A Verdade da Mentira, de autoria de Gonçalo Amaral. Contudo, preferiu, para já, não tecer comentários por ainda não o ter lido.

Para Carlos Anjos, dirigente da Associação Sindical dos Profissionais da Investigação Criminal (ASFIC) da PJ, "não faz sentido estar agora a ver de quem é a culpa". Até porque, "a responsabilidade da investigação é da PJ e ponto final. Não há mais nada a dizer", frisou. Acreditando que existe a tentativa de colocar polícias contra polícias, o inspector frisou que ninguém criticou o trabalho da GNR. "O que correu bem e o que correu mal é da nossa responsabilidade", concluiu.

Diário de Noticias

 
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Casal McCann pressiona PJ


Quando a Polícia Judiciária sugeriu que o apartamento de onde desapareceu Madeleine poderia estar contaminado, por responsabilidade dos próprios – pais que não entraram em contacto de imediato com as autoridades, permitindo assim que várias pessoas entrassem no quarto – os McCann puseram a diplomacia britânica em acção para "tratar" do assunto.


'Correio da Manhã'.
 
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Conteúdo do processo do caso Madeleine é divulgado hoje


O Ministério Público disponibiliza hoje o processo Madeleine McCann à comunicação social, cujo inquérito foi arquivado no passado dia 21 e que desencadeou o levantamento da condição de arguido ao casal McCann e a Robert Murat

O documento começa hoje a ser disponibilizado, aos jornalistas que requereram acesso ao processo, no Ministério Público que funciona junto do Tribunal de Portimão, informou à Lusa fonte oficial.

O Ministério Público arquivou o inquérito relativo ao desaparecimento da menina inglesa no dia 21 e levantou a condição de arguido aos pais da menor, Kate e Gerry McCann, e ao cidadão luso-britânico Robert Murat, ressalvando, em comunicado, que pode reabrir o processo caso surjam «novos elementos de prova».

A menina britânica Madeleine McCann, na altura com três anos, desapareceu a 3 de Maio de 2007 do aldeamento turístico Ocean Club, na Praia da Luz, Lagos, Algarve, quando estava no apartamento com os irmãos gémeos também menores e enquanto os pais jantavam num restaurante das proximidades na companhia de um grupo de amigos ingleses.

Lusa/SOL

 

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Cama onde supostamente dormia Maddie sem vestígios de criança.

Poucas horas depois de ter desaparecido Maddie, a Polícia Judiciária encontrou a sua suposta cama sem qualquer vestígio de ali ter dormido uma criança de quatro anos, escreve hoje o Correio da Manhã com base no processo que ontem o Ministério Público disponibilizou aos jornalistas.

A fotografia do quarto de Madeleine levantou questões à polícia e aos técnicos de polícia científica, às quais o casal McCann não soube responder.

Escreve o Correio da Manhã que Kate e Gerry dizem que a criança se deitou às 19h30, mas a cama está praticamente feita, com a coberta e os lençóis por abrir e o famoso peluche ao lado da almofada, no qual foi detectado odor a cadáver.

Entretanto, o Diário de Notícias dá destaque a uma carta do inspector da PJ Ricardo Pais para o colega Gonçalo Amaral. Nesta são descritas reacções «estranhas» de Kate McCann. Quando a mãe de Maddie teve de prestar declarações pela segunda vez, reagiu de forma «hostil e agressiva» dizendo frases como: «O que é que os meus pais vão pensar?», «O que é que a imprensa vai dizer quando souber?» e «Mas a polícia portuguesa está a sofrer pressões do Governo para acabar com a investigação!»


SOL
 
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