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Meninas obrigadas a passar mamas a ferro para "afastar atenção masculina"

Lordelo

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A prática africana de pressionar uma pedra quente sobre o peito de meninas na fase da puberdade, para atrasar a formação das mamas, está a espalhar-se pelo Reino Unido, revelou uma investigação do "The Guardian", que dá conta de dezenas de casos recentes.

A mutilação genital feminina, que passa pela remoção parcial ou total do clitóris e dos pequenos lábios vaginais, não é a única prática a que, em nome da tradição e da pureza sexual, estão sujeitas as meninas e adolescentes em vários - demasiados - países do mundo. O chamado "breast ironing" (que, em tradução livre, remete para o ato de passar a ferro o peito) é outra das formas de mutilação que atinge atualmente a vida de mais de 3,8 milhões de pré-adolescentes.

O método utilizado consiste em usar ferros, espátulas ou pedras quentes para esmagar a mama em formação, quebrando o tecido, de forma a achatá-la. Meninas a entrar na fase da puberdade, a partir dos oito anos, são o alvo. Afastar os olhares masculinos é o objetivo. A ONU descreve a prática como um dos cinco crimes globais relacionados com violência de género menos reportados.

De médicos especialistas e enfermeiras - que assistiram ao aumento do número de casos em Inglaterra - chega o alerta de várias consequências possíveis: traumas físicos e psicológicas, cicatrizes, infeções, incapacidade de amamentar, malformações e cancro da mama.

E não, não é só na África profunda que esta prática acontece. O "The Guardian" reuniu cerca de 50 casos, de jovens pré-adolescentes da diáspora de vários países africanos, ocorridos em Londres, Yorkshire, Essex e West Midlands.

Fazem-no uma vez por semana, ou de duas em duas semanas, dependendo de como o corpo reagir

Margaret Nyuydzewira, chefe do grupo da diáspora "Came Women and Girls Development Organisation" (Cawogido), estimou que pelo menos mil mulheres e meninas no Reino Unido tenham sido submetidas à intervenção. Mas, destaca o jornal, o número não tem suporte em nenhum estudo sistemático ou exercício formal de recolha de dados.

Outra ativista local, que preferiu manter o anonimato, fez um relato semelhante. "É habitualmente feito no Reino Unido, não só no estrangeiro como a mutilação genital feminina (...) Às vezes, fazem-no uma vez por semana, ou de duas em duas semanas, dependendo de como o corpo reagir", contou.

Como qualquer prática tradicional, é das mães, avós e tias que chega a norma. Dizem que protege as meninas da atenção masculina indesejada, do assédio sexual e da violação. Às vezes, fazem-nos ao primeiro sinal de puberdade das filhas. E, quando são interrogadas pelas autoridades, justificam-se com a tradição.

"Peguei na pedra, aqueci-a e comecei a massajar (as mamas da minha filha", contou ao diário britânico uma mãe, residente nos subúrbios de uma cidade inglesa. "A pedra estava um pouco quente. Quando comecei a massajar, a minha filha disse 'Mãe, está quente!" A criança desenvolveu hematomas, em consequência do "breast ironing", e a mãe acabou por ser interrogada pela Polícia, que a libertou mais tarde.






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