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Centenas de milhares de pessoas enfrentam, nesta quarta-feira, atrasos e supressões nos serviços de comboio na Alemanha, devido a uma greve nacional.
O relato é da agência Reuters, que fala em caos nas viagens de comboio no país, devido à greve dos maquinistas, que começou, na terça-feira, às 17h00 (hora de Lisboa) com os comboios de carga, seguindo-se os serviços de passageiros, nesta quarta-feira, a partir da 1h00 (hora de Lisboa).
As greves deverão continuar até sexta-feira às 18h00, forçando o operador nacional da ferrovia, Deutsche Bahn (DB), a funcionar em serviços mínimos. Só se encontra operacional, aliás, um em cada cinco serviços de alta velocidade de longo curso, ficando os serviços regionais "massivamente reduzidos", segundo o porta-voz da DB, Achim Stauß.
O mesmo porta-voz descreveu esta nova greve como "completamente desnecessária" e "inadmissível" para os passageiros, especialmente depois de a DB ter apresentado ao sindicato GDL uma nova proposta na passada sexta-feira, com a qual a empresa deu "um passo claro no sentido de satisfazer a sua principal exigência em termos de horas de trabalho", tornando qualquer nova ação de protesto "completamente supérflua", acrescentou.
Neste sentido, apelou ao sindicato para "mostrar responsabilidade agora e voltar à mesa das negociações, em vez de fazer greve no transporte ferroviário à custa de milhões de passageiros".
"Exortamos o GDL a continuar a negociar e a enveredar finalmente pela via do compromisso. O GDL quer fazer valer as suas exigências, caso contrário fará greve, mas não é assim que funciona a negociação coletiva", afirmou.
As paralisações são "uma importunação absoluta numa semana como esta, quando o clima já está complicado e as difíceis condições de mobilidade na Alemanha tornam tudo um desafio", disse Stauß, encorajando os passageiros a cancelar ou adiar viagens que não sejam essenciais, mantendo-se os bilhetes válidos.
Os maquinistas levam a cabo uma longa disputa sobre salários e horários de trabalho, que viveu uma trégua de três semanas no Natal. Agora, no entanto, as tensões cresceram e um esforço da DB para bloquear as últimas greves legalmente não teve sucesso. O sindicato GDL, conta a Reuters, quer ver o horário de trabalho reduzido de 38 para 35 horas semanais, sem alterações nos salários.
Quer, também, um aumento geral dos salários de 555 euros e um prémio de compensação da inflação isento de impostos de 3.000 euros para os trabalhadores a tempo parcial e a tempo inteiro e de 1.500 euros para os aprendizes.
O sindicato exige ainda um aumento de 5% da contribuição patronal para o plano de pensões da empresa, um aumento do prémio de trabalho por turnos para 25%, entre outros pontos, tudo a ser implementado no prazo de 12 meses.
"Estamos preparados para fazer concessões e reduzir gradualmente o horário de trabalho semanal, para que o lado empregador também tenha a oportunidade de formar pessoal", disse o chefe da GDL, Claus Weselsky, à emissora pública ZDF.
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