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A Cultura Indiana é uma das mais ricas do mundo e, dentro dela, tem grande destaque a Mitologia Hindu.
Ao trabalhar esta encantadora mitologia, desejamos trazer não só o prazer lúdico ou informativo de sua leitura.
Os contos que se seguirão representam a sabedoria e a religiosidade hindus, que, seja oralmente ou por escritos, foram transmitidas ao passar das gerações.
Era uma vez um rei de Ujjayani, chamado Dharmadhvaja, que tinha três rainhas extremamente sensíveis e de beleza inigualável. Ele amava muito todas as três.
Em certa ocasião, enquanto o rei jogava com a primeira rainha, ele a fez agitar os cabelos. Então, a flor-de-lótus que estava na orelha da rainha caiu em cima de sua coxa, abrindo-lhe uma ferida e fazendo-a chorar muito. O rei surpreendeu-se com sua sensibilidade, e imediatamente ordenou tratamento médico para ela.
Em outra ocasião, quando o rei estava no telhado do palácio com a segunda rainha em uma noite de lua-cheia, a rainha subitamente sentiu sua pele queimar com a luz da lua. Mais uma vez, o rei, surpreso com tanta sensibilidade, chamou os médicos.
Em um terceiro momento, quando o rei estava com a terceira rainha, ela caiu desmaiada no chão ao ouvir o barulho de um distante morteiro de moer arroz.
Imediatamente, o rei convocou o atendimento médico. Ele estava perplexo com tamanha sensibilidade, e desde então ele levou o cuidado com suas três hiper-sensíveis rainhas ao extremo.
Betaal pergunta, então, ao rei: “Quem dentre as três rainhas é a mais sensível?”
Vikram, após refletir, responde-lhe: “A terceira, pois ela sequer fora tocada pela luz ou pela flor. Apenas ouvira um som à distância”.
Assim que o rei terminou de responder, Betaal voltou à árvore.
Era uma vez um lavadeiro de roupas chamado Dhavala. Certa vez ele avistou, junto a um pequeno lago, uma bela moça, filha de outro lavadeiro.
Ele apaixonou-se naquele mesmo instante, e suplicou aos pais que fossem aos pais da moça para propor seu casamento com Dhavala. Assim foi feito, e a moça, Madanasundari, casou-se com o consentimento dos pais e passou a viver com Dhavala.
Madanasundari vê as cabeças cortadas
Dhavala avista Madanasundari
Algum tempo depois, o irmão de Madanasundari foi à casa de Dhavala para convidar a irmã e o cunhado para um festejo em sua casa. Dhavala concordou, e os três se dirigiram para a casa da família de Madanasundari.
No caminho, porém, eles passaram pelo templo da poderosa deusa Durga Devi. O irmão quis pagar uma visita à deusa, e entrou no templo. Mas logo que se aproximou da deusa, ele quis fazer-lhe um grandioso sacrifício.
Assim, cortou a própria cabeça em honra da deusa. Mandanasundari estava preocupada, e pediu ao marido que fosse ver se algo ruim acontecera. Ao ver o estado em que seu cunhado se encontrava, o marido comoveu-se profundamente, e decidiu também oferecer a própria cabeça à deusa, cortando-a com sua cimitarra.
Mandanasundari, após uma longa espera, entrou no templo. Ao ver mortos tanto o irmão como o marido, quis ela também tirar a própria vida, mas pediu antes à deusa que para ter o mesmo irmão e o mesmo marido na próxima vida.
A deusa compadeceu-se da moça, e impediu-a de cometer o suicídio. Pediu-lhe, então, que unisse as cabeças dos dois homens a seus corpos, pois ela lhes devolveria a vida. Em sua pressa, porém, Madanasundari trocou a cabeça do irmão com a do marido, e ao constatar o erro, ficou atordoada.
Betaal pergunta, então, ao rei: "Quem dentre os dois é o esposo de Madanasundari?"
Vikram, após refletir, responde-lhe: "O corpo que carrega a cabeça de Dhavala é seu marido. A cabeça é a parte mais importante do corpo humano, e o restante é identificado pela cabeça".
Assim que o rei terminou de responder, Betaal voltou à árvore.
Era uma vez um poderoso rei chamado Vikramaaditya, que governava Pratisthana, junto ao rio Godavari. Todos os dias, quando ele se dirigia à plebe, um mendigo se aproximava e lhe presenteava com uma fruta, e assim ocorreu por alguns anos, até que o rei não mais pudesse conter sua curiosidade.
Há muito que o rei recebia as frutas e as entregava a seu tesoureiro, que as guardava na sala do tesouro. Ao saber da curiosidade do rei, o tesoureiro foi reportar-lhe outro fato interessante: enquanto o tesouro estava repleto de esmeraldas e pérolas, as frutas já haviam se desintegrado.
O rei, no dia seguinte, questionou o mendigo sobre o que significava tudo aquilo. Ao ouvir o rei, o mendigo pediu-lhe que antes o ajudasse com um encantamento que estava preparando. Disse ao rei que o encontrasse ao cair da décima quarta noite da lua negra, no terreno da cremação. O rei fez como pedido, e encontrou-se com o mendigo no local. O mendigo estava desenhando um círculo mágico no chão, e ao redor ecoavam os uivos de vampiros, fantasmas e outras criaturas noturnas. O mendigo pediu ao rei que adentrasse na floresta e lhe trouxesse o cadáver que estava pendurado de cabeça para baixo em uma árvore.
O rei facilmente achou o corpo, mas logo que começou a desprendê-lo para colocá-lo no chão, percebeu que ele era possuído por um vampiro, Betaal.
Toda vez que o rei falava, tentando tirá-lo da árvore, o vampiro recuava. Por fim, o rei saltou silenciosamente, e conseguiu levá-lo ao solo.
Então, o vampiro começou a contar-lhe uma história. Ao fim da história, ele fazia ao rei uma charada relacionada à história. Logo que o rei dava a resposta, o vampiro saltava de volta à árvore. Assim ocorreu por 24 vezes. Mas, na vigésima quinta história, a pergunta foi tão difícil que o rei não pôde respondê-la. Essas vinte e cinco histórias são muito conhecidas na literatura indiana, e recebem o nome de contos Vikram-Betaal.
Ao fim da vigésima quinta história, o vampiro informou ao rei a verdadeira intenção do mendigo: este lhe pediria que se deitasse em um pedaço de madeira, para que fosse sacrificado.
Então, o vampiro disse ao rei que deixasse o mendigo demonstrar antes como o rei deveria deitar-se, e então o rei deveria livrar-se definitivamente do mendigo. E assim ocorreu. O vampiro, então, concedeu ao rei um pedido.
O rei pediu-lhe que as histórias que ouvira aquela noite fossem recontadas ao longo do tempo Assim surgiram as famosas histórias de Vikram-Betaal.
Eis aqui a última das histórias, à qual o rei não respondeu.
Betaal disse,
“Havia um rei no Sul que possuía muitos parentes, os quais ansiavam por roubar-lhe o trono. Quando isto finalmente ocorreu, o rei teve de fugir do reino com a esposa e a filha. Eles viajaram por densas florestas, até que chegaram a um local ocupado por bárbaros. O rei aconselhou sua esposa e sua filha a se esconderem atrás de um arbusto, enquanto ele enfrentava os malfeitores. Mas o rei morreu tragicamente na batalha, e a rainha e sua filha choraram copiosamente por sua morte”.
Enquanto isso, um camponês e seu filho se dirigiam à floresta em seus cavalos. Eles avistaram as pegadas das senhoras, e ficaram impressionados. O filho decidiu casar-se com a que deixara as menores pegadas, enquanto o pai se casaria com a das pegadas maiores. Por fim, chegaram ao local onde estavam a rainha e sua filha.
O camponês falou suavemente com as senhoras, consolou-as, ouviu sua história e garantiu-lhes que eles não eram ladrões. O camponês e seu filho, então, levaram-nas até onde moravam, e lá contaram dos planos de casamento. Elas aceitaram, mas houve um imprevisto: os pés maiores eram da filha, e os menores, da mãe. Assim, o filho se casou com a mãe, e o pai, com a filha”.
Betaal, então, pergunta ao rei: “Qual será a relação de parentesco entre os filhos dos dois casais?”
Vikram estava estupefato, e não pôde dar uma resposta satisfatória. Assim, Betaal não pôde fugir desta vez.