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Movimentos sociais voltam às ruas portuguesas
Sete meses depois de uma das maiores manifestações realizadas nas últimas décadas em Portugal, a contestação à situação económica do país levou à convocação para hoje, pelos movimentos sociais, de outro protesto de rua “apartidário” em Lisboa.
A organização, que envolve três dezenas de movimentos e organizações sociais e não integra partidos nem sindicatos, escusa avançar estimativas da adesão ao desfile que ligará o Marquês de Pombal e o Parlamento nem aceita comparações com a marcha em que desceram a Avenida da Liberdade, a 12 de Março passado, mais de 200 mil pessoas.
Democracia participativa, iniciativa legislativa do cidadão e transparência são os três vectores principais em que apostam os organizadores, que vão promover uma assembleia popular junto ao Parlamento, a partir das 19h, onde entre outros assuntos, vão discutir uma proposta de «auditoria cidadã» à dívida pública.
Terminar o desfile na Assembleia da República é «simbólico» e pretende lembrar os deputados de que a voz dos cidadãos tem de ser ouvida, segundo os organizadores.
A manifestação, que começa às 15h, insere-se numa jornada a nível mundial que se realiza em mais de 80 países de diferentes continentes e em que se convocam as pessoas para «lutar pelos seus direitos e pedir uma autêntica democracia».
Em Portugal, estão ainda convocados desfiles em Angra do Heroísmo, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Porto, Coimbra e Santarém.
Um dos resultados já evidenciados é a «baixa significativa da corrupção», aponta.
«Apelo a que venham todos, porque neste momento estamos todos a ser atacados» com os cortes nos salários e subsídios e nos aumentos de impostos e bens essenciais, disse Paula Gil, uma das organizadoras do protesto.
Na quinta-feira à noite, depois do discurso ao país onde o primeiro-ministro anunciou mais medidas de austeridade como o corte dos subsídios de Natal e de férias aos funcionários públicos que ganhem mais de mil euros nos próximos dois anos e o agravamento de impostos, a plataforma organizadora do protesto emitiu uma nota de imprensa onde diz que «a austeridade atingiu um pico histórico em Portugal» e apelam: «indigna-te e mobiliza os teus para o protesto deste sábado».
Os cantores Jorge Palma e José Mário Branco e os escritores Hélia Correia e José Luís Peixoto anunciaram a participação na manifestação.
Lusa/SOL