kokas
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Vila Real cumpre este sábado a tradição de as mulheres oferecerem aos homens o pito, um doce típico de massa e abóbora que protagoniza uma brincadeira que ajuda a dinamizar o negócio e pretende ser atração turística. Tem raízes religiosas mas transformou-se numa tradição popular que se repete todos os anos: o rapaz oferece a gancha (feita de açúcar e água) à rapariga que retribui com o pito, doces relacionados com São Brás e Santa Luzia que protagonizam uma das iniciativas mais genuínas deste concelho.
"É uma tradição que mistura o sagrado e o profano", afirmou à agência Lusa João Ribeiro da Silva, diretor do Museu de Arqueologia e Numismática. O responsável acrescentou que "da oferta tradicional, que até pode ter origem celta, nos ciclos de fertilidade e nas ligações aos órgãos sexuais masculino e feminino, à brejeirice e aos trocadilhos com as palavras foi muito rápido". E são pessoas de todas as idades as que aderem a esta brincadeira que foi passando de geração em geração. A parte religiosa está ligada a Santa Luzia e a São Brás, a padroeira dos doentes com problemas de olhos e o padroeiro das doenças de garganta. Depois, a outra parte mais brincalhona baseia-se na troca de doces que é feita nestes dias. É hoje que se assinala o Dia de Santa Luzia. Nos dias que antecederam, as pastelarias da cidade intensificaram a preparação dos pitos. Na Casa Lapão, uma das mais antigas pastelarias da cidade, prepararam-se cerca de 200 dúzias de pitos. A receita deste doce de abóbora e canela, envolvido depois em massa em forma de uma pequena trouxa, foi passando ao longo de quatro gerações na família de Álea Zita, que agora comanda os trabalhos nesta cozinha. Aqui ainda é quase tudo feito à mão. As mulheres preparam o recheio de véspera, depois esticam a massa, cortam e enchem as trouxinhas que vão ao forno. Álea Zita explicou que antigamente este era um doce sazonal, feito apenas na época das abóboras. Agora é produzido e vendido o ano inteiro e é uma das imagens de marca desta casa. A responsável referiu ainda que a tradição é uma oportunidade de negócio para as pastelarias da cidade. À boleia desta doce brincadeira, e pela primeira vez, a Câmara de Vila Real promove a "Festa do Pito". Hoje, na praça do município, nove pastelarias da cidade vão ter à venda estes doces, alguns de receitas diferentes. O vereador da autarquia José Maria Magalhães referiu que se pretende tornar este produto numa atração turística que atraia visitantes ao concelho e ajude a dinamizar o comércio tradicional. O município quer ainda avançar com o processo de certificação deste doce. Também hoje o Museu de Arqueologia e Numismática abre as portas para contar a história dos pitos de Santa Luzia e a ligação entre o doce e a santa, seguindo-se depois uma visita a uma pastelaria para observar ao vivo como se confeciona. "De uma forma divertida e informal aprofundamos esta história e a tradição", concluiu João Ribeiro Silva.
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"É uma tradição que mistura o sagrado e o profano", afirmou à agência Lusa João Ribeiro da Silva, diretor do Museu de Arqueologia e Numismática. O responsável acrescentou que "da oferta tradicional, que até pode ter origem celta, nos ciclos de fertilidade e nas ligações aos órgãos sexuais masculino e feminino, à brejeirice e aos trocadilhos com as palavras foi muito rápido". E são pessoas de todas as idades as que aderem a esta brincadeira que foi passando de geração em geração. A parte religiosa está ligada a Santa Luzia e a São Brás, a padroeira dos doentes com problemas de olhos e o padroeiro das doenças de garganta. Depois, a outra parte mais brincalhona baseia-se na troca de doces que é feita nestes dias. É hoje que se assinala o Dia de Santa Luzia. Nos dias que antecederam, as pastelarias da cidade intensificaram a preparação dos pitos. Na Casa Lapão, uma das mais antigas pastelarias da cidade, prepararam-se cerca de 200 dúzias de pitos. A receita deste doce de abóbora e canela, envolvido depois em massa em forma de uma pequena trouxa, foi passando ao longo de quatro gerações na família de Álea Zita, que agora comanda os trabalhos nesta cozinha. Aqui ainda é quase tudo feito à mão. As mulheres preparam o recheio de véspera, depois esticam a massa, cortam e enchem as trouxinhas que vão ao forno. Álea Zita explicou que antigamente este era um doce sazonal, feito apenas na época das abóboras. Agora é produzido e vendido o ano inteiro e é uma das imagens de marca desta casa. A responsável referiu ainda que a tradição é uma oportunidade de negócio para as pastelarias da cidade. À boleia desta doce brincadeira, e pela primeira vez, a Câmara de Vila Real promove a "Festa do Pito". Hoje, na praça do município, nove pastelarias da cidade vão ter à venda estes doces, alguns de receitas diferentes. O vereador da autarquia José Maria Magalhães referiu que se pretende tornar este produto numa atração turística que atraia visitantes ao concelho e ajude a dinamizar o comércio tradicional. O município quer ainda avançar com o processo de certificação deste doce. Também hoje o Museu de Arqueologia e Numismática abre as portas para contar a história dos pitos de Santa Luzia e a ligação entre o doce e a santa, seguindo-se depois uma visita a uma pastelaria para observar ao vivo como se confeciona. "De uma forma divertida e informal aprofundamos esta história e a tradição", concluiu João Ribeiro Silva.

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