kokas
GF Ouro
- Entrou
- Set 27, 2006
- Mensagens
- 40,723
- Gostos Recebidos
- 3
O referendo constitucional de quarta e quinta-feira no Egito constitui um passo decisivo na legitimação do novo poder transitório, na sequência da destituição do Presidente islamita Mohamed Morsi pelos militares e o início da repressão à Irmandade Muçulmana.
No entanto, e ao contrário do referendo constitucional de 2012, que revelou uma óbvia divisão entre islamitas e não islamitas egípcios, a polarização acentuou-se na iminência deste referendo.
Todas as previsões indicam que o novo texto será plebiscitado por uma clara maioria, fornecendo por fim uma "base legal" ao executivo de transição e abrindo o caminho para novas legislativas e presidenciais que deverão decorrer até final de 2014 num país com cerca de 85 milhões de habitantes, o mais populoso do mundo árabe.
Na sequência do afastamento de Morsi, o parlamento -- dominado pela confraria muçulmana na sequência do escrutínio geral organizado após a queda do regime autocrático de Hosni Mubarak, em janeiro de 2011 --, também foi dissolvido e a Constituição, redigida por uma assembleia constituinte de maioria islamita, suspensa e sujeita a diversas emendas.
Após o afastamento do primeiro Presidente democraticamente eleito no Egito, que se manteve no poder apenas um ano e não resistiu à sequência de grandes manifestações no final de junho, as diversas forças políticas islamitas divergiram na posição face ao "golpe militar", enquanto os seus opositores "laicos" e "anti-islamitas" também não apoiaram em uníssono o novo Governo interino.
Assim, o projeto de Constituição é apoiado e rejeitado nos dois campos, motivando uma divisão entre antigos aliados.
dn