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Novas formas de crime chegam a Portugal

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Jun 2, 2007
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Explosivos com material restrito às Forças Armadas, armas com miras de laser, eventualmente pistolas metralhadoras com detonação por controlo remoto ou por rastilho de detonação retardada, pregos e outros objectos pontiagudos em ambas as faixas de rodagem para atrasar a perseguição e corte prévio da barreira de protecção na zona de ligação entre as duas faixas da auto-estrada, foram elementos usados, pela primeira vez, anteontem, no nosso país num assalto a uma carrinha de transporte de dinheiro. As autoridades falam de assalto com contornos quase inéditos no País” e o general Leonel de Carvalho admite ter sido “trabalho de profissionais”.Chegaram “os novos crimes” com “meios nunca vistos”.


O “Carjacking” e os assaltos armados a bancos, caixas Multibanco, postos de combustível e farmácias aumentaram no primeiro semestre deste ano. O impacto nas estatísticas dos homicídios ainda está em análise e por apurar. Todavia, as tendências relativas a algumas das principais categorias da designada “criminalidade violenta grave” foram confirmadas, esta semana, pelo general Leonel de Carvalho, secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança.
Sem adiantar, para já, números concretos do primeiro semestre deste ano - os dados das várias forças de segurança estão a ser tratados e os resultados só deverão ser conhecidos na próxima semana - aquele responsável admitiu a existência de “subidas significativas” em determinados tipos de crimes, como o roubo de viaturas e os assaltos à mão armada a bancos, postos de combustível e farmácias.
Já quanto ao assalto a uma carrinha de valores, na A2, no sentido Norte/Sul, em Aljustrel, em que os assaltantes usaram três viaturas de alta cilindrada para bloquear a marcha do veículo blindado, Leonel de Carvalho admite que “o assalto foi trabalho de profissionais, o que constitui um factor de preocupação para as autoridades, sobretudo pelo profissionalismo revelado na recolha de informação e na execução por parte do grupo”.
Em resumo, segundo um outro especialista: “Chegaram a Portugal os novos crimes violentos”!
De facto, na possível reconstituição deste assalto à Prosegur, feita por fontes policiais, há vários factores que revelam “profissionalismo” e “prévia preparação” quase ao milímetro.
Assim, a primeira acção violenta foi o lançamento de um primeiro engenho explosivo que rebentou à frente da carrinha, imobilizando-a. A seguir, foram disparados “vários tiros de armas de guerra contra a cabina ocupada pelos dois funcionários da Prosegur”. Como era blindada, os assaltantes não conseguiram perfurá-la, mas apenas intimidaram os funcionários, sobretudo, porque as armas (eventualmente pistolas metralhadoras) estavam ligadas a miras de laser.
A seguir, os cinco assaltantes encapuzados saltaram para a estrada e colocaram explosivos na porta traseira do veículo, dando-lhe acesso aos grandes e muitos sacos de dinheiro, numa quantia não especificada, mas que era para “abastecer as caixas de Multibanco no Algarve”.

Explosivo restrito às Forças Armadas
Ora, uma das coisas que toma este crime “fora do comum”, para além do evidente planeamento e profissionalismo na execução, foi o uso de “explosivos plásticos de grande precisão”. E que usaram um explosivo plástico designado por C4, que não é de uso comercial e, embora esteja no mercado, é ilegal.
Na verdade, o C4 combina químicos explosivos que são envolvidos por uma matéria plástica moldável, que torna o material estável e manuseável como barro e permite, assim, “orientar o sentido da força libertada pela explosão”.
Para além de ser “muito eficaz - 1,34 vezes mais potente do que o vulgar TNT- é um explosivo “seguro”. Isto é, apenas uma outra explosão forte, provocada por um detonador, o fará rebentar, normalmente através de um sinal de rádio, por exemplo, de um telemóvel. Contudo, “o C4 não é de uso comercial”, e “revela um conhecimento técnico que não é comum em Portugal nos meios criminosos”, dizem os especialistas.
Como a sua utilização “está restrita às Forças Armadas”, a PJ, que investiga o caso, já pediu à GNR para “recolher vestígios do explosivo, no sentido de apurar a composição e, se possível, a sua proveniência”.
Ora, tudo isto durou “escassos cinco minutos”.

Fuga preparada antes e ao milímetro
De posse do dinheiro (que ainda ninguém se descoseu em revelar), os assaltantes fugiram em direcção a Sul, mas apenas durante alguns quilómetros, invertendo, depois, a marcha para Norte, através de uma saída de emergência.
Como as duas explosões na porta traseira da carrinha foram ouvidas nas áreas de serviço mais próximas, e como um dos funcionários da Prosegur fugiu a pé e o outro deixaram-no ir embora, o grupo conseguiu evitar a “mais do que provável” barreira policial, que entretanto poderia ter sido montada no nó de Aljustrel, usando “uma saída de emergência selada a cadeado”. Para tal rebentaram um portão, passaram um viaduto para inverter a marcha e rebentaram outro portão para voltar a entrar na A2 no sentido Sul-Norte.
Ou seja, a fuga também foi planeada. Com efeito, atempadamente tinham tido o cuidado de rebentar com a corrente que impede a circulação por ali, uma vez que se trata de um acesso que só é aberto pela Brigada de Trânsito da GNR, para fazer circular socorros em caso de acidente.
Por outro lado, na fuga, os assaltantes tiveram tempo de lançar, em ambas as faixas de rodagem, pregos e outros objectos pontiagudos em metal, para atrasar ou invalidar qualquer hipótese ou veleidade de perseguição.
Uma fonte policial resume este assalto assim: “Assalto foi obra de profissionais e usando meios nunca vistos.”


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