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Investigadores ingleses desenvolveram um novo medicamento que está a ter resultados satisfatórios contra o cancro mais agressivo da próstata. O químico inibe as hormonas que alimentam o cancro, e os resultados dos primeiros testes mostram uma regressão dos tumores.
“Acreditamos que demos um passo muito importante no tratamento de cancros da próstata terminais”, disse Johann de Bono do “Institute of Cancer Research”, líder do grupo de investigação.
Já se sabia que as hormonas sexuais eram o principal alimento deste tipo de cancro, por isso muitos tratamentos passavam pela inibição da produção da hormona nos testículos. Mesmo assim, o tratamento com quimioterapia não dava mais de 18 meses de vida aos pacientes.
O que os cientistas descobriram foi que o cancro pode utilizar as hormonas sexuais vindas de vários tecidos do corpo, incluindo as hormonas que o próprio tumor produz. O novo medicamento, chamado Abiraterone, bloqueia a produção de todas estas hormonas.
Segundo os investigadores, o químico pode tratar potencialmente 80 por cento dos pacientes que tenham esta forma de cancro. Em Inglaterra, 10.000 homens são afectados pelo cancro da próstata mais agressivo e a maioria não sobrevive.
Os resultados mostraram que os tumores diminuíram, e houve descida do nível de uma proteína chave que é produzida pelo tumor, na maior parte dos pacientes. Muitos doentes reportaram que têm uma vida melhor e alguns deles deixaram de tomar morfina para as dores.
Pensa-se que o fármaco possa ajudar pacientes com outros tipos de cancro, como por exemplo o cancro da mama.
Fazer o balanço
O estudo foi publicado na revista científica “Journal of Clinical Oncology” e descreve os primeiros resultados dos testes feitos a 21 homens com a doença. Já existe informação da resposta ao medicamento em mais 250 indivíduos em todo o mundo, e está a decorrer um teste maior em 1200 pacientes.
Neste momento, nenhum paciente tomou a droga durante mais do que dois anos e meio, por isso ainda não se sabe quais é que são os efeitos a longo prazo.
“Vai ser crucial ter em conta o balanço entre os benefícios e os efeitos adversos, antes de se tirar conclusões acerca do uso do novo químico”, explicou o investigador. Segundo Johann de Bono, muitas vezes os efeitos secundários importantes só se descobrem quando se fazem estudos em larga escala.
Público
22.07.08